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terça-feira, 10 de setembro de 2019

EFEITOS POSITIVOS DA CAMINHADA.

10 Mudanças que surgem no corpo de quem faz caminhadas diárias

10 Mudanças que surgem no corpo de quem faz caminhadas diárias

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Você já ouviu alguma vez a famosa frase de Hipócrates: “Andar é o melhor remédio para o homem”? Nós podemos ir além, dizendo que isso, combinado com uma boa noite de sono e uma dieta saudável, pode ajudar você a evitar as visitas frequentes ao médico. Com apenas 15 ou 30 minutos de caminhada todos os dias, é possível melhorar consideravelmente não apenas a aparência física, mas também a saúde.
O antigo hábito de caminhar é uma prática que pode beneficiar muito corpo e mente. É grátis, fácil e requer pouco esforço.
Assim, criamos uma lista com tudo de bom que as caminhadas diárias oferecem, e compartilhamos nossas descobertas com você.

1. Mudanças positivas no cérebro

10 Mudanças que surgem no corpo de quem faz caminhadas diárias
Como uma pesquisa revelou, exercícios de baixo impacto, como caminhar, evitam a demência precoce, reduzem o risco de sofrer com o mal de Alzheimer e melhoram a saúde mental de forma geral. Sem falar que eles aliviam o estresse mental e liberam endorfina.

2. Melhora a visão

Ainda que você possa achar que não há ligação entre olhos e pernas, caminhar também favorece a saúde visual. A prática ajuda a combater glaucomas, aliviando a pressão nos olhos.

3. Previne doenças cardíacas

10 Mudanças que surgem no corpo de quem faz caminhadas diárias
De acordo com a Associação Norte-Americana do Coração, caminhar é tão eficiente quanto correr quando o assunto é a prevenção de doenças ligadas ao coração ou a derrames cerebrais. Essa atividade ajuda ainda a evitar problemas cardíacos ao diminuir a pressão arterial e os níveis de colesterol, além de melhorar a circulação sanguínea.

4. Aumenta a capacidade pulmonar
10 Mudanças que surgem no corpo de quem faz caminhadas diárias
Caminhar é um exercício aeróbico que melhora o fluxo de oxigênio na corrente sanguínea e ajuda a fortalecer os pulmões, eliminando toxinas e resíduos. Ao conseguir respirar melhor e mais profundamente, você pode aliviar alguns sintomas ligados às doenças pulmonares.

5. Efeitos benéficos no pâncreas

10 Mudanças que surgem no corpo de quem faz caminhadas diárias
Pode ser até difícil de acreditar, mas caminhar é uma medida muito mais eficaz do que correr quando o assunto é a prevenção do diabetes. Uma pesquisa mostrou que um grupo de “caminhantes” mostrou melhorias na tolerância à glicose (tanto no sangue quanto a absorvida pelas células) quase 6 vezes maiores que um grupo de corredores durante um período de testes de 6 meses.

6. Melhora a digestão

10 Mudanças que surgem no corpo de quem faz caminhadas diárias
30 minutos de caminhada todos os dias podem não apenas diminuir o risco de câncer de cólon no futuro, como também melhorar a digestão e evitar a prisão de ventre, regulando, desta forma, os movimentos intestinais.

7. Tonifica os músculos

10 Mudanças que surgem no corpo de quem faz caminhadas diárias
Também é possível tonificar os músculos e perder peso caminhando. O hábito de dar 10 mil passos por dia pode ser comparado a um treino completo na academia, principalmente se você adicionar caminhadas ladeira acima. Além disso, o exercício é de baixo impacto e não requer tempo de recuperação, o que significa que você dificilmente sofrerá com dores musculares. Sem falar que não perderá o treino do dia seguinte por estar com dores nas pernas.

8. Fortalecimento de ossos e articulações

10 Mudanças que surgem no corpo de quem faz caminhadas diárias
Caminhar pode proporcionar mais mobilidade às articulações, previne a perda de massa óssea e também reduz o risco de fraturas. Entidades de estudo da artrite recomendam caminhar pelo menos 30 minutos por dia para reduzir a dor nas articulações, a rigidez muscular e as inflamações.

9. Alívio na dor nas costas

10 Mudanças que surgem no corpo de quem faz caminhadas diárias
Caminhar pode se tornar um verdadeiro salva-vidas para quem convive com dores nas costas. Como é uma atividade de baixo impacto, gera muito menos desconforto do que causaria a prática de HIIT (do inglês, Treino Intervalado de Alta Intensidade). Caminhar ajuda a melhorar a circulação sanguínea entre a base da coluna vertebral, a postura e flexibilidade, vitais para uma coluna saudável.

10. Tranquilidade mental

10 Mudanças que surgem no corpo de quem faz caminhadas diárias
Se caminhar melhora os sintomas de depressão em pacientes com graves transtornos depressivos, imagine seus benefícios sobre o cansaço e o tédio. Uma caminhada divertida ao lado de um parente ou amigo sempre multiplica o efeito de felicidade, melhorando o humor de qualquer pessoa!
Nós adoraríamos saber se você já tentou substituir o treino na academia por uma caminhada. Deixe seu comentário revelando os efeitos percebidos!

domingo, 25 de agosto de 2019

PORQUE BOÇALNARO É O CULPADO DAS QUEIMADAS NA AMAZÔNIA.





A Amazônia está pegando fogo (e dá pra ver do espaço), e o presidente "JAIR BOÇALNARO" está alimentando uma teoria da conspiração que joga a culpa em ONGs dedicadas a proteger a floresta tropical. Ele disse que os grupos iniciaram os incêndios para “chamar atenção contra mim, contra o governo brasileiro”, mesmo sem qualquer prova disso.
Dados do Inpe mostram que houve um aumento de mais de 80% de incêndios florestais no Brasil neste ano comparando com o mesmo período de 2018 e que  a Amazônia é o bioma mais afetado – ela concentra mais da metade dos focos . A hashtag #PrayForAmazonas ficou entre os assuntos mais comentados no Twitter em todo o mundo, chegando a ocupar o primeiro lugar.
Os incêndios florestais chamaram atenção do mundo esta semana depois que a fumaça ajudou a jogar São Paulo na escuridão no meio do dia. E enquanto fogo iniciado por fazendeiros para limpar a terra possa ser o culpado pela Amazônia em chamas, Bolsonaro – cujo apoio ao desmatamento diante de protestos ambientais lhe rendeu o apelido de “Capitão Motosserra” – resolveu culpar as ONGs.


questão da queimada na Amazônia, que no meu entender pode ter sido potencializada por ONGs, porque eles perderam grana, qual é a intenção? Trazer problemas para o Brasil,



AÇÕES DO "BOÇAL" QUE CONTRIBUÍRAM PARA O AUMENTO DAS QUEIMADAS NA AMAZÔNIA 
RICARDO SALLES -
“Desde que assumiram, Bolsonaro e (Ricardo) Salles têm se dedicado a desmontar as estruturas de governança ambiental e os órgãos de fiscalização. 


  • Extinguiram o órgão responsável pelos planos de controle do desmatamento na Amazônia e no Cerrado, sem ter até hoje apresentado nenhum plano alternativo contra a destruição

  • Cortaram um quarto dos recursos do Ibama; deixaram 8 de 9 superintendências regionais do órgão acéfalas até hoje, o que inibe operações de fiscalização; 

  • Desmobilizaram o Grupo Especial de Fiscalização, a unidade de elite do Ibama, que não foi a campo na Amazônia ainda neste ano”, 

  • Sinalizaram a falta de interesse em combater o desmatamento e prover alternativas econômicas sustentáveis para a região ao suspender o Fundo Amazônia, que banca esse tipo de atividade.

  • Empoderam criminosos ambientais, sinalizando, por exemplo, a abertura das terras indígenas à exploração e a tolerância com a impunidade.

  • Sinalizaram que desmatadores não seriam punidos.

  • Criticou e demitiu o diretor do INPE  que demonstrou por meio de um sistema comprovadamente eficiente que o desmatamento tinha aumentado 80%.



"A exoneração de Ricardo Galvão é lamentável, mas era esperada. Ele selou seu destino ao não se calar diante das acusações atrozes de Jair Bolsonaro ao Inpe. Ao reagir, Galvão também preservou a transparência dos dados de desmatamento, ao chamar a atenção da sociedade brasileira e da comunidade internacional para os ataques sórdidos, autoritários e mentirosos de Bolsonaro e Ricardo Salles à ciência do Inpe", declarou em nota Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima.



O Governo ainda não comunicou quem assumirá o comando do instituto, embora o engenheiro tenha indicado um nome para substituí-lo e, na mesma entrevista que comunicou sua saída do cargo, reiterou que recebeu do ministro Marcos Pontes a garantia de que o Inpe manteria sua independência e linha de trabalho. O ministro da Ciência e Tecnologia limitou-se a agradecer o trabalho de Galvão, sem entrar na polêmica. "Tenho certeza que sua dedicação deixa um grande legado para a instituição e para o país."










O diretor Ricardo Galvão, pesquisador do Inpe desde 1970, esteve no centro da polêmica com o presidente sobre os dados que mostram alta do desmatamento da Amazônia. Ele foi exonerado na sexta-feira, 2, após críticas do governo aos números que constataram aumento de mais 80% de áreas degradas identificadas pelo sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter).

OUTROS DESASTRES DA ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL BOÇAL.


  • Revisão de todas 334 Unidades de Conservação

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, anunciou a revisão de todas as Unidades de Conservação do país, desde o Parque Nacional de Itatiaia (criado em 1934) até o Refúgio da Vida Silvestre da Ararinha Azul (criado em 2018). Segundo o ministro, as unidades foram feitas "sem critério técnico" e poderão ter os traçados revistos ou serem até extintas.

  • Fim das Reservas Legais

Projeto de Lei do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) defende o fim das Reservas Legais – área protegida que não pode ser desmatada em propriedades rurais – alegando o "direito constitucional de propriedade". Ao apresentar o projeto, o filho do presidente criticou o que chamou de "ecologia radical, fundamentalista e irracional" que prejudicaria o desenvolvimento do país. Estudo feito pelo engenheiro agrônomo Gerd Sparovek, professor da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), indica que, se esse projeto for aprovado, a área desmatada poderia alcançar 167 milhões de hectares (maior que o estado do Amazonas). Isso equivale a 30% de toda a vegetação nativa do Brasil. Em uma nota técnica divulgada semana passada, 116 pesquisadores da Embrapa (de 31 institutos de pesquisa) também se manifestaram contra o projeto de Flávio Bolsonaro. Nem o presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), deputado Alceu Moreira (MDB/RS), apoia o projeto. Em entrevista ao Canal Rural, ele declarou o seguinte: "Nós, que passamos tanto tempo para construir o Código Florestal, certamente não queremos nenhuma ideia que seja radicalizada".


  •  Freio na fiscalização

De janeiro a maio, o número de multas aplicadas pelo Ibama por desmatamento ilegal foi o mais baixo em 11 anos. A queda foi de 34%. Em diferentes situações, a fiscalização vem sendo desprestigiada pelo governo. Em atendimento a um pedido do presidente Jair Bolsonaro, Ricardo Salles recriminou publicamente fiscais que destruíram equipamentos usados por criminosos para retirar madeira ilegal de uma Unidade de Conservação no Pará, apesar de um decreto federal autorizar esse procedimento em certas situações. Desde então, apesar de o decreto permanecer em vigor, não se tem notícia da inutilização de novos equipamentos usados pelos criminosos. Outra novidade que favorece o infrator é o decreto que criou os chamados "núcleos de conciliação", que vão analisar as multas ambientais aplicadas pelos fiscais em todo o Brasil, mesmo que os infratores não reclamem do procedimento. 
  • Ibama anuncia onde fiscais vão reprimir os crimes ambientais.
Causou surpresa a nota divulgada pela assessoria de imprensa do Ibama na semana passada na qual o instituto informa que a fiscalização iria reprimir o desmatamento ilegal nas "Terras Indígenas e Unidades de Conservação no sudoeste do Pará, região que abriga a Floresta Nacional do Jamanxim". O anúncio contraria o protocolo de segurança do próprio Ibama, que sempre guardou sigilo absoluto sobre as ações dos fiscais. O sucesso das operações depende – e muito – do elemento surpresa. Além de alertar os desmatadores, a assessoria do instituto expôs os fiscais ao risco de serem alvos de ataques programados pelos criminosos.
  • 'Cancún brasileira numa Estação Ecológica'
Jair Bolsonaro anunciou várias vezes o desejo de transformar a Estação Ecológica de Tamoios (refúgio de espécies marinhas, criada há 30 anos numa área que ocupa aproximadamente 5% da Baía de Ilha Grande)numa "Cancún brasileira". A área abriga 29 ilhas, lajes e rochedos que servem de refúgio, local de alimentação e berçário para diversas espécies marinhas (e das ilhas), garantindo o sustento de comunidades pesqueiras que se beneficiam da reprodução protegida de camarões, sardinhas, chernes, robalos etc. Tão preocupante quanto a ideia de levar à frente o projeto sem ouvir o que os defensores do refúgio tem a dizer, é fazê-lo por decreto, o que é inconstitucional. Decretos que criam Unidades de Conservação só podem ser anulados por lei.

  • Afastamento do fiscal que multou Bolsonaro
JOSÉ AUGUSTO MORELLI.
Fui punido por exercer a minha obrigação.


Três meses depois da posse do presidente, o chefe do Centro de Operações Aéreas da Diretoria de Proteção Ambiental do Ibama, José Augusto Morelli, foi afastado do cargo. Foi Morelli quem flagrou o então deputado federal Jair Bolsonaro em um barco com varas de pescar e recipientes para peixes na Estação Ecológica de Tamoios. Um ano depois de ser multado, Bolsonaro apresentou um projeto de lei na Câmara para desarmar todos os fiscais do Ibama e do ICMBio (apesar da cruzada do parlamentar em favor da liberação das armas para toda a população). O projeto foi arquivado.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que a demissão de José Augusto Morelli foi uma "decisão administrativa" e não "pessoal". Morelli continua no Ibama por ser servidor concursado. Em dezembro de 2018, a Superintendência do Ibama no Rio anulou a multa com base em um parecer da Advocacia-Geral da União que alegou não ter havido direito à “ampla defesa” de Bolsonaro.


Exoneração de servidor do Ibama que em 2012 multou Jair Bolsonaro por pesca ilegal está no Diário Oficial da União de quinta (28). — Foto: Diário Oficial da União/Reprodução

  • Presidente do ICMBio se demite depois de ameaça de Salles
Adalberto Eberhard
Dois dias depois de o ministro Ricardo Salles ter ameaçado investigar fiscais do ICMBio, durante um evento organizado com o apoio de ruralistas no município de Tavares (RS), o presidente do instituto, Adalberto Eberhard, pediu demissão do cargo alegando "motivos pessoais". Salles ameaçou funcionários de processo administrativo por estarem ausentes em um evento para o qual sequer haviam sido chamados.
  • Salles nomeia policiais de SP em lugar de especialistas em biodiversidade
A crise desencadeada no ICMBio com a demissão do presidente Adalberto Eberhard (que levou três diretores do Instituto a também pedirem demissão) abriu caminho para que o ministro Salles exonerasse pelo Twitter o quarto diretor, e reformulasse totalmente o órgão. Foram anunciadas – também pelo Twitter – as nomeações do "coronel da PM Lorencini, tenente da PM Simanovic, major da PM Marcos Aurélio e major da PM Marcos José, que junto ao coronel da PM Homero, farão um grande trabalho". Nenhum dos substitutos possui o nível de especialização e expertise dos antecessores. O ICMBio administra quase 10% do território brasileiro.

O ambientalista Adalberto Eberhard pediu demissão do cargo de presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)
  • Desmantelamento da Política Climática
Quando o assunto é aquecimento global – a maior crise ambiental deste século com inúmeros impactos sobre o Brasil –, Salles costuma classificar o tema como "acadêmico" e "não prioritário". O Governo abriu mão de sediar a COP-25, maior encontro climático do mundo, que vai acontecer em novembro no Chile. Além disso, Salles chegou a anunciar o cancelamento da Semana do Clima da América Latina e Caribe (Climate Week), um evento da ONU em Salvador, dizendo que "não fazia sentido" e que seria apenas uma "oportunidade" para se "fazer turismo em Salvador" e "comer acarajé". O prefeito de Salvador, ACM Netto, não gostou da interferência de Salles (que também atropelou o Itamaraty) e, na qualidade de presidente do Democratas, impôs uma dura derrota a Salles, que foi obrigado a voltar atrás.

O fato é que o atual governo vem promovendo o desmantelamento da política climática que vinha sendo construída por sucessivos governos nos últimos 27 anos. Além de cortar 95% da verba destinada para essas políticas, Salles exonerou o coordenador Executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas. O afastamento de Alfredo Sirkis foi anunciado duas semanas depois de ele organizar um evento na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan) no qual 12 governadores se manifestaram publicamente contra o aquecimento global, se comprometendo a agir conjuntamente para reduzir as emissões de gases estufa. Nenhum representante do Governo Federal esteve presente.
  • Fundo Amazônia pode desaparecer
Ricardo Salles causou enorme constrangimento aos financiadores do Fundo Amazônia (Noruega e Alemanha contribuem com 95% dos recursos, que somam mais de R$ 3 bilhões) ao convocar uma entrevista coletiva para criticar o modelo de gestão do projeto. Apesar de Salles ter dito que comunicou aos dois países as mudanças que desejava fazer no fundo, e que tanto a Noruega quanto a Alemanha teriam concordado com a proposta, as respectivas embaixadas negaram as declarações dele. Sem apresentar qualquer denúncia ou irregularidade, Salles terminou provocando um incidente diplomático ainda não totalmente resolvido.
Os embaixadores dos dois países consideram a governança do Fundo Amazônia exemplar, e deixaram claro que os recursos doados são fiscalizados e auditados desde o início dos repasses há 10 anos. Noruega e Alemanha também elogiaram a mediação feita pelo BNDES, a transparência (todos os dados estão disponíveis no site oficial do Fundo) e os resultados concretos dos 103 projetos financiados até agora. Salles quer mudar o Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa) elevando a participação do governo e utilizar parte dos recursos doados para pagar indenizações a proprietários rurais situados dentro das Unidades de Conservação, o que contraria as atuais regras do Fundo. Salles afirmou que só publicará decreto retomando as atividades do Cofa quando houver "acordo com todas as partes". E se não houver acordo?

A Noruega anunciou que, assim como a Alemanha, também bloqueará suas contribuições para o combate ao desmatamento da Amazônia, uma verba de mais de 133 milhões de reais destinada ao Fundo Amazônia. A decisão acontece um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro afirmar a jornalistas que a chanceler alemã, Angela Merkel, deveria usar o dinheiro bloqueado pelos alemães para reflorestar o próprio país. 

Em entrevista publicada no jornal norueguês Dagens Naeringsliv, o ministro do Clima e do Meio Ambiente norueguês, Ola Elvestuen, afirmou que o Brasil quebrou o acordo firmado com a Noruega e Alemanha. Os dois países respondem por quase todo o dinheiro do fundo que é gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), sendo a Noruega o principal doador desde a criação do pacto com o Brasil, em 2008.
"O Brasil quebrou o acordo com a Noruega e a Alemanha desde que suspendeu a diretoria e o comitê técnico do Fundo para a Amazônia", afirmou o ministro norueguês. "Eles não poderiam ter feito isso sem que a Noruega e a Alemanha concordassem", prosseguiu."O que o Brasil fez mostra que eles não querem mais parar o desmatamento." 

A Alemanha foi a primeira a suspender as contribuições ao Fundo Amazônia. Em 10 de agosto, os alemães anunciaram o congelamento de 155 milhões de reais para proteção ambiental no Brasil. "Apoiamos a região amazônica para que haja muito menos desmatamento. Se o presidente não quer isso no momento, então precisamos conversar. Eu não posso simplesmente ficar dando dinheiro enquanto continuam desmatando", afirmou na ocasião a ministra alemã do Meio Ambiente, Svenja Schulze, à Deutsche Welle. 

Bolsonaro tem rebatido a decisão da Alemanha e acusa o país de querer "comprar a prestações a Amazônia". "Eu queria até mandar um recado para a senhora querida Angela Merkel, que suspendeu 80 milhões de dólares para a Amazônia. Pegue essa grana e refloreste a Alemanha, ok? Lá está precisando muito mais do que aqui", afirmou o mandatário brasileiro nesta quarta. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, defende a reestruturação do Fundo Amazônia. 

A decisão da Noruega impõe um novo mal-estar ao presidente ultradireitista brasileiro em relação a suas políticas de combate ao desmatamento. Dados do início de agosto mostram que nos últimos doze meses (até 31 de julho), a Amazônia perdeu 5.879 quilômetros quadrados, 40% a mais do que um ano antes. O presidente Jair Bolsonaro negou os dados de desmatamento e gerou uma crise com sua própria equipe de Governo, que culminou na saída de Ricardo Galvão, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), órgão responsável pelas medições.

  • Governo quer usar fundo da Amazônia para indenizar desapropriações.
  • O governo federal quer usar o Fundo Amazônia, criado com doações da Noruega e da Alemanha, para pagar indenizações por desapropriações de terra em áreas protegidas. O Fundo Amazônia foi criado em 2008 para receber doações destinadas a ações de conservação e combate ao desmatamento na floresta. É formado por dinheiro doado pela Noruega, principal financiador, e pela Alemanha. O fundo tem R$ 3,4 bilhões e é administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). De acordo com o jornal "O Estado de S. Paulo", o governo quer usar o dinheiro do Fundo Amazônia para indenizar desapropriações. Segundo a reportagem, o governo trabalha na edição de um novo decreto para alterar as normas do fundo e permitir que os recursos possam ser usados, por exemplo, para pagar indenizações a donos de propriedades privadas que viviam em áreas de unidades de conservação.                                                                             
  • Sinal verde para a exploração de petróleo em Abrolhos.

O Ministério do Meio Ambiente atropelou um parecer técnico do Ibama que vetava a exploração de petróleo nas proximidades do Parque Nacional de Abrolhos. Em nota, a secretária-executiva do ministério, Ana Maria Pellini (braço direito de Salles), rejeitou as argumentações técnicas em função da "relevância estratégica do tema" e autorizou a realização de um leilão em outubro para a oferta de sete blocos de exploração de petróleo na região. Entre outras advertências, a nota técnica do Ibama afirma que qualquer incidente com derramamento de óleo, poderá atingir "todo o litoral sul da Bahia e a costa do Espírito Santo, incluindo todo o complexo recifal do banco de Abrolhos".

O site do próprio ICMBio informa que o Arquipélago de Abrolhos protege "porção significativa do maior banco de corais e da maior biodiversidade marinha do Atlântico Sul, o principal berçário das baleias-jubarte no Atlântico Sul, além de ser a única região do planeta onde é possível encontrar o coral Mussismilia braziliensis, conhecido como coral-cérebro por seu aspecto peculiar. Espécies de tartarugas-marinhas ameaçadas de extinção – como as tartarugas de couro, cabeçuda, verde e de pente – também se refugiam no parque, além de aves marinhas como a grazina do bico vermelho, os atobás branco e marrom, as fragatas, beneditos entre outros, incluindo pequenas aves migratórias do Hemisfério Norte. Um levantamento da biodiversidade da região registrou aproximadamente 1,3 mil espécies, 45 delas consideradas ameaçadas, segundo listas da IUCN e do MMA."


Imagens de Abrolhos foram registradas pelo Governo da Bahia 
  • Menos verde com o novo Código Florestal
O governo já anunciou que vai ressuscitar a MP 867 (aprovada na Câmara e "enterrada" pelo Senado na semana passada) que muda as regras do Código Florestal. Só falta decidir se o fará mediante uma nova Medida Provisória ou Projeto de Lei. De uma forma ou de outra, segundo o Observatório do Código Florestal, as novas regras beneficiariam apenas 4% dos proprietários rurais do Brasil (pouco mais de 147 mil imóveis rurais) que não cumprem até hoje a lei aprovada em 2012, após longos 11 anos de exaustivos debates no Congresso. Com as mudanças sugeridas, entre outras vantagens indevidas, não haveria mais a exigência de recompor matas e florestas que, somadas, equivaleriam a duas vezes o Estado de Sergipe.
  • A indignação de 8 ex-ministros do Meio Ambiente
Juntos, eles representam quase 30 anos de gestão ambiental, de diferentes governos, ligados a partidos políticos e correntes ideológicas distintas. Pela primeira na história, ex-ministros do Meio Ambiente dos governos Itamar Franco, Fernando Henrique, Lula, Dilma e Temer se reuniram para divulgar uma carta na qual denunciam, entre outras coisas, "o risco real de aumento descontrolado do desmatamento da Amazônia", "a perspectiva de afrouxamento do licenciamento ambiental travestido de ‘eficiência de gestão'", além da constatação de que "a governança socioambiental no Brasil está sendo desmontada em afronta à Constituição". No encerramento da carta, os ex-ministros afirmam que "o Brasil não pode desembarcar do mundo em pleno século 21. Mais do que isso, é preciso evitar que o país desembarque de si próprio".

José Sarney Filho, Carlos Minc, Izabella Teixeira, Marina Silva, Rubens Ricupero e José Carlos Carvalho — Foto: Filipe Domingues/G1

  • TCU enquadra Ricardo Salles
O Tribunal de Contas da União abriu na semana passada um processo para investigar a política ambiental do governo. O TCU atendeu a um pedido do subprocurador-geral do Ministério Público no TCU, Lucas Furtado, que quer investigar se a política ambiental do país está comprometendo a fiscalização e a prevenção do desmatamento ilegal.
O pedido incluiu ainda a necessidade de apurar se a liberação de agrotóxicos no Brasil cumpre as normas estabelecidas para o setor (foram 169 novos agrotóxicos licenciados este ano até o dia 21 de maio) e se procedem as críticas feitas pelo ministro Ricardo Salles ao Fundo Amazônia. Até a publicação deste texto, Salles não apresentou nenhum indício ou prova que sustente as críticas feitas contra o Fundo.
Na rápida passagem pelo Governo Alckmin, quando foi Secretário Estadual do Meio Ambiente de São Paulo, Ricardo Salles foi condenado pela Justiça por improbidade administrativa, por fraudar processo do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Várzea do Rio Tietê. De acordo com o Ministério Público, Salles e a Fiesp "teriam modificado mapas elaborados pela Universidade de São Paulo, alterado minuta do decreto do plano de manejo e promovido perseguição a funcionários da Fundação Florestal, com o propósito de beneficiar setores empresariais, em especial empresas de mineração e filiadas à Fiesp". O juiz Fausto Seabra, responsável pela condenação em primeira instância, não escondeu a surpresa com as alegações de Salles em sua própria defesa e fez constar na sentença sua perplexidade:
"O foco do então secretário era a defesa da atividade econômica e, sob a ótica da mineração, como ele próprio disse, deslocar uma atividade para mais longe criaria mais problemas ambientais, como se não fosse possível coibir atividades predatórias aos ecossistemas em qualquer lugar".


O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, participa de reunião da Comissão de Meio Ambiente do Senado para apresentar as diretrizes e os programas prioritários da pasta. 27/03/2019.










domingo, 11 de agosto de 2019

JOHNNY BRAVO na presidência.



terça-feira, 30 de julho de 2019

ESTÃO LEVANDO A NOSSA PETROBRÁS EMBORA


Tinha três amigos de infância. Todos eles fizeram suas carreiras e seus empregos foram na Petrobras, inclusive eu que ainda trabalho na Petrobras a 32 anos. Devo deixa-la daqui a alguns meses pois já estou aposentado.

A Petrobras, mais do que a maior empresa da América Latina e uma das maiores empresas do mundo, é a cereja do bolo da impiedosa entrega do nosso patrimônio aos Gringos, promovido pelo BOÇAL. Achei esse apelido legal, o BOÇAL, pois não passa um dia sem que ouçamos uma provocação, uma piadinha, uma gritante imbecilidade partida da boca desse indivíduo que se apossou do maior cargo executivo de nosso país representando a massa imbecilizada.

Ao adentrar a base da Petrobras em Imbetiba, o bairro de Macaé que acolheu as instalações da Gigante, vejo que a cada dia menos pessoas trafegam pelas suas instalações. As oficinas estão meio paradas, as ruas do interior do complexo, vazias e me recordo que por ali passavam pessoas que pareciam executivos apressados, técnicos, funcionários, engenheiros. Os hangares estavam cheios de equipamentos porque a Petrobras desenvolveu tecnologia própria de assitência para suas atividades de exploração. As bombas de captação submersa eram reparadas e mantidas ali mesmo no complexo.

No curso de preparação logo na Entrada para a Empresa nos idos de 1987, uma frase ficou em minha memória. "VOCÊS SÃO FUNCIONÁRIOS DA PETROBRAS". Realmente dava gosto pertencer a essa empresa, pela qual muitos vestiram a camisa.

No antigo auditório, lembro-me quando em 2007, um dos diretores, deu uma palestra e afirmava em tom categórico que com a recente descoberta do PRÉ SAL, a PETROBRAS seria uma das três maiores empresas de petróleo do mundo, e de fato era a única empresa da América Latina que figurava entre as 100 maiores do mundo. O Lucro da Petrobras durante uns 10 anos ficou sempre acima de 20 bilhões de reais e chegou várias vezes a superar 30 bilhões. Nenhuma empresa chegava sequer perto. 


Era uma empresa DO POÇO AO POSTO. Dominava a pesquisa e tornou-se dona de tecnologia de ponta na área de exploração em águas profundas superando todas as empresas do mundo nessa especialidade e tanto isso era verdade que as empresas estrangeiras optavam em fazer parceria com a Petrobras pois ficava mais em conta, já que a Petrobras dominava essa especialidade tecnologica que é a exploração em águas profundas.

A História da PETROBRAS é uma história de sucesso absoluto, apesar dos entraves, apesar da perda do monopólio, apesar de ter sido repartida em pedaços, apesar de ter sido parcialmente depenada, retirando-se-lhe a petroquímica, ela sobrevivia retumbante, fazendo o jogo do mercado e dando a volta por cima com galhardia e personalidade. A Petrobras tornou-se referência em pesquisa tecnológica no Brasil em parceria com a Universidade Federal Fluminense, que ficava lá na Ilha do Fundão ali mesmo perto do CENPES, o Centro de pesquisa da Petrobras.

A Petrobras gerava no seu entorno uma verdadeira alavanca de progresso. Eram feiras de tecnologia de Petróleo, como a Famosa feira de ÓLEO E GÁS onde se oferecia de tudo. Até carro de fórmula 1 patrocinado pela Petrobras tinha em exposição nessa feira, uma das quais tive o prazer de comparecer ali no Rio Centro. Uma miríade de empresas prestadoras de serviço geravam empregos que acolhiam a mão de obra ávida que adentrava o mercado de Trabalho ano após ano. Empresas nacionais e Empresas internacionais que empregavam pagando salários semelhantes aos que eram pagos no primeiro mundo.

Mas as Aves de Rapina a espreitavam, até que puderam aproximar-se mais. Não sei se elas prevalecerão, mas a Gigante está combalida. Tramam para acabar com ela. Querem comer-lhe pelas beiradas até extermina-la de vez o que era o sonho de ROBERTO CAMPOS o célebre entreguista que exigia cachê dos Bancos Europeus para conseguir que eles emprestassem para o Brasil. Emprestava quem desse o melhor cachê, e isso foi relatado no famoso "RELATÓRIO SARAIVA" que a ditadura militar engavetou.

Hoje as salas estão cada vez mais vazias. As plataformas estão sendo vendidas, uma a uma, as refinarias entregues, os oleodutos cedidos, no final talvez fique apenas um escritório onde se poderá ler aqui jaz aquela que foi uma das maiores empresas de petróleo do mundo, a maior da América Latina.

domingo, 14 de julho de 2019

BOÇALNARO, RACISTA CHEFE DA KU KLUX KLAN E PEQUENOS BRANCOS DO BRASIL


PUBLICADO NO PORTAL CARTA MAIOR

Um dos intelectuais brasileiros mais conhecidos e lidos, o sociólogo Jessé Souza vai, a partir de setembro dar aulas na Universidade Sorbonne Nouvelle-Paris1. 

O anúncio foi feito no final de sua concorridíssima conferência no Institut des Hautes Études de l’Amérique Latine (Université Sorbonne Nouvelle-Paris 3), dia 2 de julho. 

A conferência tinha por título «Le Brésil de Bolsonaro-Diviser pour régner» e o brasileiro foi apresentado pelo professor Gérard Wormser, diretor da revista Sens Public, que publicou recentemente o artigo de Jessé Souza «Bolsonaro, raciste en chef du Ku Klux Klan et des petits blancs du Brésil» "Bolsonaro, racista chefe da Ku Klux Klan e pequenos brancos do Brasil".




«Como se imbecilizou o povo a esse ponto para levá-lo a pensar que o problema do país é a corrupção política? Como se retira o poder de reflexão do povo inteiro a esse ponto? O alfa e o ômega da história brasileira é criminalizar a soberania popular e os pobres e ter o Estado para os ricos, roubar com isenções fiscais, não pagar imposto».



Souza apresentou uma conjuntura bastante difícil para o Brasil, que vê dominado por um sistema racista de uma elite cínica, que manipula a classe média com uma falsa narrativa anticorrupção e, na verdade, usa o Estado para enriquecer. Diante desse governo, se debate uma esquerda sem bússola.



«A esquerda não tem nenhuma narrativa política para o Brasil, jamais teve mas é arrogante pois pensa que tem. O Brasil tem uma esquerda sem as armas simbólicas para efetivamente criar uma narrativa que tenha uma direção para o futuro».

Em sua verdadeira aula de história do Brasil para um público formado de franceses e de brasileiros, o sociólogo não poupou as elites econômicas e sociais brasileiras que «sempre utilizaram o Estado como seu cofrinho». Ele citou o sociólogo francês Pierre Bourdieu para explicar a violência simbólica da elite brasileira com o objetivo de dominar o imaginário da classe média.



Depois de resumir a história do Brasil, sua origem escravagista que marca até hoje as relações sociais, a Justiça e o Estado, Jessé desconstruiu o que ele chama de «mitos» caros a intelectuais que formaram várias gerações de brasileiros, como Sérgio Buarque de Hollanda.




«A transmissão cultural não se dá pelo sangue. A fraude de dizer que o Brasil vem de Portugal foi inculcada desde sempre, o Brasil vem da escravidão, que não existia em Portugal. É a escravidão que estrutura a sociedade brasileira. A cultura passa pelas instituições, família, escola, justiça, trabalho. E a escravidão é a mãe do Brasil. O resto é fraude, mentira, bobagem. Todos os grandes pensadores repetiram e naturalizaram a mentira».


Para ele, o Brasil é até hoje marcado pela escravidão e suas consequências.

Bolsonaro, o mais corrupto entre os corruptos

«Jair Bolsonaro é fruto da Lava-Jato, cujo projeto era ganhar do PT por meios não-eleitorais. Antes era o projeto da UDN, do atalho que não passava pelo voto. Bolsonaro é o pior político que o Brasil já fabricou em 500 anos. E olhem que o Brasil já produziu gente muito ruim mas nenhum canalha maior que Bolsonaro», diz Souza, ovacionado pelo público.

Ele continua :«Bolsonaro é o representante do que podemos chamar de lixo branco. É uma expressão dos Estados Unidos para designar o branco que tinha menos dinheiro, menos educação, socialmente é inferior ao branco americano do Norte e que só tem a cor da pele como vantagem. Por conta disso, ele é o maior racista dos EUA. Ele odeia o negro. Nas famílias brancas do interior de São Paulo, o maior crime que você pode cometer aos olhos da família é casar com um negro. 

Bolsonaro vem desse meio. A política de Bolsonaro é dar arma para a milícia matar pobre e negro. Ele não tem política pública a não ser o holocausto de pobres e negros. Ele fala ao pequeno branco que ganha entre dois e seis salários mínimos. É o remediado pobre. Bolsonaro é a vingança deste lixo pobre branco sobre o negro e o pobre que melhorou de vida. Essa baixa classe média fascista existe no Brasil há cem anos. O movimento fascista brasileiro, o integralismo, tinha 500 mil inscritos, é a mesma canalha que apoia o Bolsonaro.»



Segundo Jessé Souza, a imprensa é a aliada de sempre dos que querem manter os privilégios dos cem mil brasileiros que mandam no Brasil. Ela bombardeia a todos com a suas mentiras.


«A escravidão não é somente um processo de exploração econômica do escravo mas a humilhação cotidiana e desumanização do escravo. Numa sociedade escravocrata que precisa humilhar o outro para mantê-lo na servidão, é preciso desenvolver sentimentos sádicos, dando origem ao gozo na humilhação. Nada define mais o Brasil e o brasileiro de classes dominantes do que o prazer em humilhar. O brasileiro tem o gozo da humilhação do inferior socialmente.»



Para o sociólogo, o brasileiro interiorizou a idéia de que somos emocionais, logo, irracionais, animalizados, incapacitados à reflexão, à abstração, a pensar. O espírito é a inteligência, honestidade, a racionalidade. Tentar destruir a auto-estima de um povo é a melhor maneira de mantê-lo subalterno.



«Como eu posso fazer com que a classe média jamais entre na arena para decidir com sua própria cabeça mas para servir aos meus interesses? É preciso imbecilizá-la e fazê-la agir contra seus próprios interesses de classe. Como tornar a classe média letrada imbecil? É preciso conquistá-la pelas idéias e então cria a Universidade de São Paulo pois a classe média controla a sociedade, supervisiona em nome de uma pequena elite. Pela violência simbólica e por idéias que são fraudes científicas».

O que Souza mais enfatizou foi a marca da escravidão que deixou raízes profundas na sociedade brasileira e até hoje está presente nas relações sociais e no racismo que impediu os negros de terem acesso à educação e a uma vida digna depois da Lei Áurea.

Difícil ser mais explícito sobre o jogo de interesses que se escontem por trás da Operação Lava Jato e que pode ser explicado pela tensão permanente entre os donos do poder e os interesses do povo.

Criminalização do PT, Lacerda foi o Moro de Getúlio



Segundo Jessé Souza, a ditadura maculou as Forças Armadas e a Lava Jato jogou descrédito sobre a Justiça brasileira.

«Qual o grande crime de Lula? Por que o canalha do Moro teve que construir crimes fictícios de Lula e esconder os crimes reais do sociólogo quase francês Fernando Henrique Cardoso? Esconde os crimes do sociólogo quase francês e inventa crimes do metalúrgico», lançou, veemente, Jessé Souza.

Segundo ele, a criminalização do PT vem do fato de Lula ter posto pobres e negros nas universidades.


«Passei 20 anos na minha vida sem ter um só estudante negro na minha sala. Hoje, o número de estudantes negros e pobres nas universidades é imenso. A universidade é o centro do conhecimento que querem manter como monopólio da classe média e dos ricos».

Mudam os tempos, mudam os personagens mas os métodos e os fins são os mesmos, explica.

«A criminalização do povo e de seu representante começou em 1954, quando Getúlio foi vítima de uma trama das elites. Lacerda foi o Moro da época».


O crime de Getúlio, explica, foi incorporar o trabalhador nas benesses do mundo moderno. Ninguém provou que ele tinha roubado. Mas foi acuado e se matou. Depois fizeram a mesma campanha contra Jango, Lula e Dilma. O eterno pretexto da corrupção é um tema recorrente cada vez que a direita quer cooptar a classe média para defender os interesses das elites econômicas.

Quem fez dinheiro no Brasil fez à custa do Estado.

A República Velha não mudou

A seguir, outros trechos da conferência :

«Quais os dois princípios da República Velha que continuam até hoje? A elite econômica, cem mil pessoas quer o Estado para roubar, se apropriar dele. O povo, feito de imbecil, joga a culpa na política».

«Examinando os resultados, constata-se que depois de 5 anos, a Lava Jato recuperou 1 bilhão de dólares para os cofrer públicos. Ora, somente uma corrupção, a sonegação de impostos, representa 520 bilhões de dólares, segundo um organismo inglês de universidades inglesas. Não há sequer comparação possível».

«Os juros brasileiros são onze vezes maiores que na França. É a transferência dos mais pobres para quem tem os títulos da dívida pública. Esse é o roubo do Brasil. Quem rouba no Brasil é a elite do dinheiro».

«O que é o Brasil de verdade? É o que abandonou os escravos nas cidades, sem acesso à terra, à educação. O ódio do Brasil ao negro levou a essa política atual feita para matar negros e pobres. Foi montado um bastião racista branco para manipular a classe média. Eles dizem, não vamos eleger um ladrão do PT. Então elegem um homem que apoia torturador, assassinato, miliciano. E que é ladrão. Que moralismo da classe média é esse? O pecado do Brasil é que pobre e negro não podem ter nenhum avanço. Como isso é canalhice e num país superficialmente cristão isso não pode ser admitido, é preciso negar o racismo. Então se inventa o combate à corrupção na política pois é ele que pode retirar o pobre e o negro de seu lugar subalterno. Essa é a canalhice brasileira. O branco brasileiro é um canalha que se acha um ser moral».

«Para a elite, um povo humilhado, sem auto-estima, é fácil de ser manipulado. É bom para a elite brasileira e bom para a elite internacional, especialmente para os Estados Unidos que usam a ideologia da superioridade para legitimar o saque das riquezas do Sul global.»

«Por que o Brasil nunca pode se industrializar pois os Estados Unidos vêm e montam um golpe de Estado? E isso é visto como normal, a maioria é indiferente ou apoia.»

«O Estado tem que ser criminalizado porque é a unica entidade forte o bastante para se contrapor ao mercado, controlar o mercado. Então é preciso criminalizar o Estado, criminalizar a política que é no fundo criminalizar o povo, a soberania popular. O pensamento brasileiro vive da criminalização do povo e de todo representante popular, imediatamente acusado de populismo. O que vem do povo é ruim, quem representa o povo é ladrão e demagogo.»

«Esse pessoal branco que odeia negro e pobre é quem apoia esse regime do ódio. É preciso criar uma superfície de moralidade porque o canalha não pode ser visto como canalha. E então as pessoas que o apoiam se escandalizam com a corrupção política seletiva só de representantes do povo».

O encontro com Jessé Souza foi promovido pelo IHEAL, pela RED-Br (Réseau Européen pour la Démocratie au Brésil) e pela revista Sens Public, entre outros.