Death of a Salesman (conhecido em português como A Morte do Caixeiro Viajante) é uma peça de teatro de Arthur Miller escrita em 1949, sendo sua obra mais famosa e mais frequentemente interpretada [, estando, atualmente (março 2012) sendo encenada na Broadway, em Nova York]. Vista por muitos como uma crítica cáustica do "sonho americano" de sucesso através do empreendimento econômico, ela tornou Arthur Miller e o personagem principal Willy Loman nomes famosos. Recebeu o Prêmio Pulitzer para dramas em 1949 e transformou Miller em uma sensação nacional como dramaturgo.Foi também tema de filme estrelado por Dustin Hoffman.
Porque "A Morte do Caixeiro Viajante", de Arthur Miller?
" Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma : e o que tens preparado, para quem será?" ( Lucas : 12: 20 )
Assisti no teatro brilhantemente interpretado por Natalia Timberg e Paulo Autran,a peça "A Morte do Caixeiro Viajante", de Arthur Miller, dramaturgo americano falecido em 2005, fiquei fascinado com a dimensão psicológica de Willy Loman, o vendedor que comprou um sonho errado (E todos nós precisamos de um sonho) o sonho americano, tornado pesadelo para o homem comum.
Willy Loman retrata toda uma sociedade e sua influência sobre o indivíduo . É uma profunda reflexão sobre como o homem pode investir seus talentos na idéia errada do que é ser feliz e buscar a realização onde encontrará só a morte.
Miller deu um novo formato à tragédia, a tragetória de Willy nos lembra o clássico Édipo Rei, de Sófocles: duas pessoas à procura de sua identidade mas que recorrem à fonte errada ao tentar desvendar seu ‘ mistério’, Édipo acaba cego, o mesmo acontece com Willy. Willy, coitado, sequer tentou desvendar o seu, ficou sufocado pela dura verdade.
Willy Loman é um vendedor, que se atira de cabeça em um sonho, trabalhando árduamente e deixando de viver durante 34 anos, esperando com isso reconhecimento pelo seu trabalho. trabalha em uma mesma empresa dando seu sangue e os momentos principais da sua vida, imaginando que por esse seu esforço, teria amigos e influência, até que devido a evolução dos métodos de venda, não consegue mais vender, por isso não tem mais comissões, assim não consegue sustentar a família , nem pagar a hipoteca da casa.
Quando ele precisa da ajuda dos amigos, e dos donos da empresa para os quais trabalhou toda a sua vida, percebe que só valia o que vendia, não era alguém, mas era apenas um número. Sem vendas não há salário, nem amigos. Desesperado resolve matar-se, esperando que com a sua morte será reconhecido e finalmente lhe darão valor. Engana-se, pois no seu enterro não comparece nenhum amigo ou funcionário da empresa. Apenas sua esposa e os dois filhos. Até a casa para a qual trabalhou toda a sua vida no sentido de pagar e que representava sua principal dívida, tem a última prestação, paga justamente no dia de sua morte.
Os dois filhos Biff e Happy são também, dois ‘perdedores’ e infelizes que também não encontram seu espaço e sua identidade. A esposa, Linda Loman é o ponto de contato com a realidade, encara os fatos com resignação e paciência.
A atualidade( a peça foi encenada pela primeira vez em 1949) da obra de Miller é pelo impacto de sua crítica ao capitalismo que prega a vitória do sucesso sob pena de morte da identidade. Vale dizer que é o sucesso de uma meia dúzia, sustentado pela alienação de milhões. A tragédia do homem comum, comprado pela ilusão do sucesso, que chega ao fim da vida sem valor algum e por isso mesmo não sabe quem é . A cena em que ele grita “ Eu sou Willy Loman....” é justamente a prova do contrário, ele sabe que não é ninguém. No vazio do seu interior, ele sente-se desintegrado.
A falta de heróis hoje, leva muitos a sonhar apenas com estrelato e fama . Por que tanta celebridade? Por que tanto interesse em fofoca? Por que nossas crianças não se interessam em aprender? Por que nossos jovens não sonham mais? Por que a informação passou a ser mais importante do que o conhecimento ?
Não seria a alienação a tragédia do homem da pós-modernidade? Não estaria a tragédia humana tornando-se apenas mais um ‘ reality show ’ ?
Há uma mão oculta a nos motivar . É isso o que nos assusta, na verdade a motivação de muitos é induzida apenas pelo lucro de um empresário. Vende-se de tudo no mercado: corpos perfeitos, romance , fé, educação, fama, até amigos ’ leais’. Vendem-se personagens ! A mídia está cheia deles : escolha sua máscara.
Em uma entrevista de Miller que assiti no YouTube ele disse:
“ Minhas peças falam de uma lei invisível ... Sempre o que não vemos é mais importante do que o que podemos ver. “
Não sei se Miller, ateu confesso, ficaria satisfeito com a dimensão da sua obra em minha vida, mas gosto de Miller, além de outros motivos, porque ele comprova uma das verdades ditas por Jesus , sobre a qual o cristão nascido de novo fundamenta sua fé: “ De que adianta o homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? ”
Certamente não vivemos o fim da história, mas com certeza precisamos saber o que fazer com a vida que pulsa dentro de nosso coração e interpretar tanta informação que chega diariamente até nós.
Segundo Miller, há uma lei invisível que rege as coisas, ele não conseguiu encontrar Deus nela. Eu e muitas outras pessoas , entretanto, o encontramos e esse encontro abriu nossos olhos espirituais, para que pela fé pudéssemos encarar a dura realidade do que somos. Só que com uma pequena grande diferença, o amor de Deus preenche o nosso vazio e dá a dimensão exata da dor, o cristão conhece a cruz, mas também o terceiro dia ... a vida que brota da morte. Um novo homem, identidade resgatada sob a visão do perdão.
O que mais salta aos olhos é o fato de Willy criar um mundo de ilusão, que o leva a não encarar a realidade , culminando com o seu suicídio. Seu sofrimento interior é excruciante. É a tragédia da morte do eu no dia-a-dia da vida que é sustentada por uma mentira. Ele apostou no sonho da prosperidade e acabou um mendigo de si mesmo, quando, na ausência de amigos, precisava de si mesmo , mas não encontrou ninguém.
A busca pela identidade é o destino desta viagem a que chamamos vida... O que sou? De onde vim? Para onde vou? Por essas inquietações a humanidade chegou até aqui. A nossa resposta a elas dará formato a nossa vida. A tragédia é o homem não achar-se a si mesmo ao responder a tais perguntas.
Tragédia maior ainda é saber que o amor de Deus está disponível, mas muitos recusam esta oferta maravilhosa de vida, que nos é dada de graça, mas que custou o alto preço do sacrifício de Jesus na cruz.
Referências :
MILLER, Arthur . Death of a Salesman. N.Y: Penguim Books, 1982.
MORTE do Caixeiro Viajante. Direção: Volker Schlondorff. Produção: Robert F. Colesberry.
Arthur Miller, Tribute ( Part 2 ) http://www.youtube.com/watch?v=A_hpELHz2Ws&feature=related
Eliani Gracez (Zero Hora)
Estranha modernidade, diz o documentário. Uma classe que não quer enxergar a sua servidão, não conhece a rebelião. Não luta mais pela sobrevivência ou por um lugar ao sol, luta por um objeto que lhes dê status social. A aglomeração em que vive e mora o escravo moderno é reflexo da servidão. Semelhante a jaulas e prisões.
O escravo moderno paga por sua jaula, e nela acumula mercadoria, sonhando em ser feliz. A ideologia de massa despoja cada ser de si mesmo. Não é mais a demanda que determina a oferta, mas sim a oferta que determina a demanda. E assim o escravo compra o que lhe é imposto – o modelo novo de celular, o carro com alta tecnologia. O velho computador não serve mais, o escravo moderno precisa de um computador de última geração, mesmo que seja só para acessar o Facebook.
O escravo moderno não está no comando da situação, a situação comanda o escravo. A cada instante surgem novas necessidades para o escravo moderno, e é mais fácil aceitar a demanda imposta pelo mercantilismo
do que lutar contra ela.
E o que dizer da alimentação do escravo moderno? É quando ele se alimenta que demonstra melhor o estado de sua decadência. Sem tempo para se alimentar melhor, o escravo moderno se obriga a engolir rápido o que a indústria agropecuária produz. Consome o que a indústria da falsa abundância lhe permite consumir.
A falsa ilusão da abundância de escolha pelos alimentos disfarça a degradação dos conservantes e corantes, dos pesticidas e hormônios.
Irmãos menores, parafraseando São Francisco, são mortos cruelmente para servir de alimento. Mas o escravo moderno não se importa com isso. A regra do consumo é o prazer imediato. Como resultado deste
prazer, o escravo está se tornando obeso. A produção de energia, de alimento e de lixo está acabando com o
planeta. As mudanças em termos de cuidados para com a natureza planetária são superficiais. E tudo continua como era antes.
Para o escravo moderno não se rebelar contra o sistema consumista, houve uma inversão de valor.
No passado, o trabalho era para quem não tivesse nobreza. Hoje, o trabalho enobrece o homem. Com esse pensamento o escravo alienou-se mais ainda. Com tanto trabalho, passam a vida a produzir aquilo que
somente alguns terão direito de usufruir. Triste servidão! Obedecer, produzir e consumir, eis a regra. O escravo moderno obedece aos pais, obedece aos professores, obedece ao patrão. “De tanto obedecer, adquire reflexos de submissão”.
Da obediência surge o medo de aventurar-se, medo de arriscar-se. O escravo moderno não sabe viver sem o poder que o criou, por isso ele continua a obedecer. O poder que governa o mundo tem o consentimento do escravo moderno, ele está disposto a pagar o preço por todo esse consumismo.
O DEUS DINHEIRO
O escravo moderno também precisa de um Deus, por isso entrega sua alma ao deus do dinheiro. Em nome desse novo deus, o escravo moderno estuda, trabalha, luta e serve fielmente. Em nenhum outro tempo alguém
serviu tanto a um Deus como nos dias de hoje. O escravo moderno entende que o novo deus o libertará. Como se o dinheiro andasse de mãos dadas com a liberdade.
O novo deus ninguém ousa recriminar. E assim a forma de poder forma escravos para o novo deus desde a infância. Crianças aprendem pela televisão que é possível usar daquilo que é mais baixo para vender
qualquer coisa. Vender é tudo o que importa ao sistema consumista. O consumismo está acabando com o planeta.
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Há pessoas que dizem que o dinheiro pode não trazer a felicidade mas "AJUDA" e "COMO AJUDA" !
São pessoas que estão envoltas na ilusão que os Orientais chamam de MAYA.
A "FELICIDADE" que se sente ao comprar alguma coisa é uma falsa felicidade, que em verdade não supre o nosso desejo íntimo de realização. A nossa realização reside sempre na necessidade de sermos aceitos que é na verdade a necessidade de se relacionar e em última análise a necessidade de sermos amados.
O homem é um animal social que vive precisando de relacionamentos. Ao adquirir algum objeto ou algum bem, sempre tem como objetivo um outro ser humano. Espera ser reconhecido, ser amado, ser notado, mesmo que seja algo de necessidade pessoal como o alimento por exemplo. Se compra o alimento, busca manter-se vivo para continuar se relacionando. A sua vida gira em torno dos outros. Necessitamos dos outros para tudo.
Os adornos das nossas vestes, o ato de pentear o cabelo, a pintura de nossas casas, tudo absolutamente tudo existe para que mantenhamos a nossa vida e atendamos as nossas necessidades materiais e para que os outros vejam, e assim possam admirar-nos e amar-nos nessa eterna necessidade de reconhecimento e de amor.
Não percebe que tudo é uma ilusão porque o amor dos outros não depende do que compramos ou do que temos, mas depende do amor que lhes possamos dar. Em verdade sempre colhemos o que plantamos. Se doamos amor iremos colher amor. Portanto devemos semear amor para colher amor mais a frente, procurando ajudar a todos em todas as oportunidades que tivermos. Devemos ter sempre em nossa face um sorriso, uma palavra otimista, jamais falando mal de quem quer que seja, nem em brincadeira.
A divindade (Deus) deve se refletir em nossa face para os outros que nos cercam, e portanto todos os nossos atos devem ser de fraternidade. Assim procedendo iremos reunir em torno de nós boas influencias que irão contribuir para que a nossa luz interior brilhe e assim atraia nossos semelhantes, aqueles mesmos que são objeto do interesse intrínseco que temos de sermos amados.
Dentro dessa perspectiva o dinheiro e os bens materiais não contribuem em nada, porque se alguém se aproxima de outro por aquilo que o outro possui, não o faz por amor mas por interesse. Esse ser que se aproxima, pode não ter necessariamente amor, e quando o motivo da atração deixar de existir, sobrará apenas a afeição pura sem adornos se essa conseguiu se sedimentar dentro do relacionamento que iniciou por interesse.
É assim então que muitos, iludidos pela vertigem que as riquezas proporcionam, lançam-se em sua busca, passando por cima de tudo e de todos, e até por cima de si próprios, abrindo mão de momentos importantes de suas vidas, de relacionamentos caros, e de cuidados com a própria saúde. Descobrem mais adiante a mais das vezes, que conseguiram riqueza mas essa não lhes serviu para nada, porque na sua busca esqueceram de cultivar os valores que são realmente importantes.
O dinheiro serviu então para o cultivo de falsas amizades, mais interessadas em tirar proveito das riquezas inutilmente conquistadas. Estragar os filhos que julgando ter direito às facilidades que o dinheiro dos genitores poderia lhes proporcionar, não valorizaram o esforço da conquista, preferindo deleitar-se em pueris facilidades. E finalmente a aproximação de falsos amores que cuidaram de reunir o útil ao agradável, procurando tirar proveito de uma situação mais vantajosa.
É verdade que fatores diversos poderão influir no rumo dos acontecimentos, evitando que todas as desgraças que os bens materiais, são capazes de gerar, concorram simultaneamente para um quadro tão indesejável, mas em geral esses bens são uma porta aberta para exatamente esses eventos, que serão estimulados pela fartura de recursos materiais.
Descobrem mais a frente que tudo o que conseguiram terão que deixar aqui, porque no lugar para onde todos nós iremos do mais rico ao mais pobre, as riquezas terrenas serão deixadas para trás, às mãos dos que as desejam, mas que não saberão dar-lhes o devido valor por não as terem conquistado com o próprio suor.
Não será raro então que essas riquezas escorram por entre os dedos incautos daqueles que as abraçaram e troquem de mãos mais rápido do que se poderia supor, Já que lhes faltará a previdência e a experiência que a conquista poderia forjar.
Entretanto de todos esses males que narrei, existe um que sem dúvida é o pior de todos. Falo da eternidade. No lugar para onde se vai depois que os olhos se fecham para o mundo material e se abrem para a eternidade, todo orgulho e vaidade que o dinheiro em geral é grande incentivador, servirá de mais profunda miséria, e então os olhos se abrirão para uma realidade tão dura, que se poderá afirmar que em verdade serás tu que gozastes das riquezas do mundo, e que pensavas poder comprar o reino dos céus, um miserável, pobre, cego e nu. Em verdade em um tempo tão curto como um sonho do qual se acorda, será pedida a tua alma e então todas as tuas riquezas para quê servirão e para quem ficarão?
Segundo o documentário “Da servidão moderna”, de Jean-François Brient, que está na internet com um apelo marxista, a escravidão não terminou. Apenas mudou sua ideologia. A escravidão moderna é voluntária. O novo escravo escolhe o amo que ele quer servir, e com isso se julga livre.