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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

O PAPEL DOS EVANGELHOS APOCRIFOS NA HISTORIOGRAFIA DO CRISTIANISMO.

A marca principal de Jesus Cristo na sua relação com a humanidade é o seu incontestável amor, porque ele como espírito mais elevado que já esteve no planeta, tinha como sua característica principal o elevado grau de amor pela humanidade. Seu maior sacrifício não foi propriamente o padecimento físico por que passou, mas sim ter que sair da glória onde coexistia com o Pai para ter que descer ao nosso plano terreno. Foi uma lenta preparação em que foi preciso ir baixando a vibração até chegar ao nosso patamar. Foi um gigantesco sacrifício que lhe propiciou livrar a humanidade do tacão do príncipe desse mundo, entregando-lhe a administração do nosso planeta o que propiciou executar o plano divino de redenção da humanidade, e isso só foi possível por causa do grande e infinito amor de Deus e também de Jesus pela humanidade. Não é sem justa razão que o texto bíblico diz:

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna

Quando se fala "PERECER" aqui significa que a humanidade tinha um grande padecimento por que passar para resgatar o oceano de lágrimas e sangue que precisava pagar para resgatar sua montanha de pecados. Isso seria para estar de acordo com a lei de causa e efeito que rege o universo. 

Quando Jesus toma a administração do planeta com o seu sacrifício já que o cordeiro imaculado ao ser sacrificado teria um preço significativo que perante a lei universal resgatava todos os pecados de suas ovelhas dando-lhes uma nova oportunidade, pode então executar o plano divino que nos iria poupar do preço de padecimento que teríamos que passar. 

Entretanto, porque tudo tem que seguir a lei do livre arbítrio, precisaríamos seguir a Jesus e assim atingir os patamares de perfeição necessários para continuar dentro do plano de resgate da humanidade. Aqueles que se furtassem ao desejo de seguir o mestre, teriam infelizmente que descer do nosso plano a outro plano inferior em que essa oportunidade se perderia e dentro dessa nova realidade lamentariam amargamente a oportunidade perdida. Esse é o significado de perecer. Perder essa maravilhosa oportunidade que está nos sendo oferecida pelo sacrifício do Mestre Jesus.

Portanto um ser amoroso como Jesus não poderia fazer mal a nenhum dos seres que aqui habitavam. É assim que se dirige aos soldados que o feriram e roga a Deus que os perdoe porque não sabiam o que estavam fazendo. De fato. Eram como crianças travessas que brincavam a beira do abismo sem saber o perigo que corriam. É por essa mesma forma que cura a orelha arrancada do soldado que foi prende-lo. 

Dessa forma quando alguns evangelhos apócrifos fazem relatos sobre a vida de Jesus procurando coloca-lo como um menino mimado que não poderia ser contrariado, percebemos que são relatos falsos. Procuram colocá-lo como um assassino capaz de matar alguém que o fosse contrariar, o que é obviamente um absurdo e não se coaduna com o seu comportamento destacado em todo o evangelho em que apenas faz o bem e jamais mal a ninguém, nem mesmo aos seus detratores e agressores.

Quando se confronta com alguns escribas e fariseus e esses buscam pedras para o apedrejar, ele desaparece de suas vistas embrenhando-se na multidão. torna-se invisível para eles. 

Alguns outros evangelhos apócrifos entretanto fazem alusão a algumas maravilhas que aquele menino fez, e temos que reconhecer que realmente Jesus fez maravilhas quando era menino e na sua adolescência e isso parece ficar óbvio nos evangelhos tradicionais. A evidência disso transparece no primeiro milagre de Jesus relatado nos evangelhos que é o milagre da transformação da água em vinho. Jesus estava em uma festividade (bodas) de casamento e o vinho acaba. Maria sua mãe  então compadecida certamente da situação difícil que se apresentava para os anfitriões da festa, pede a Jesus que resolva esse problema. Obviamente se Maria, mãe de Jesus pede ao filho que resolva esse problema é porque sabia que ele era capaz e se sabia que ele era capaz é porque em algumas outras ocasiões ele já tinha demonstrado o seu poder em particular sem fazer propaganda desse fato. 

Jesus então contesta sua mãe e diz a ela que ainda não havia chegado o momento de exercer a sua missão, ou o seu ministério, e ele assim o disse porque sabia que se ali fizesse aquele milagre, ficaria conhecido e sua missão iria então se iniciar naquele momento, mas como mãe é mãe e é por isso que se diz que Maria é intercessora porque com sua autoridade de mãe ela pode pedir ao filho com mais autoridade, Jesus então acede e pede que encham os depósitos do vinho com água. Ante a incredulidade dos circunstantes, Maria se torna enfática e diz. 

-Façam o que ele pede.

Jesus então transforma a água em vinho de excelente qualidade, a tal ponto que os circunstantes se admiram e dizem. 

- Normalmente se guarda o vinho de pior qualidade para o fim e se serve o melhor vinho primeiro, porque no final da festa todos estão já meio embriagados de vinho e não notam a diferença, mas vós deixastes o melhor vinho para o final.

De fato Jesus não ia fazer um milagre pela metade se o fez o fez bem e de boa qualidade.

Portanto essa é uma evidência incontestável de que Jesus em sua infância já realizava milagre e certamente pedia segredo disso.

Para o Cristianismo de hoje, os únicos evangelhos oficiais ou "canônicos" são os de Marcos, Mateus, João e Lucas. Esses são, de fato, os mais antigos testemunhos sobre a vida de Cristo, escritos no final do primeiro século, e a partir do final do segundo século foram reconhecidos como os únicos válidos. 

Mas, desde muito tempo, outros textos semelhantes circularam ao lado deles, que incluíam vários episódios da vida de Jesus, muitos dos quais não coincidiam com a versão canônica. Foram chamados de "apócrifos", isto é, evangelhos "ocultos", aludindo ao fato de serem de origem duvidosa ou mesmo constituírem falsificações dos evangelhos "autênticos".

Atualmente há um grande interesse por esses evangelhos apócrifos, devido ao desejo um tanto mórbido de encontrar nesses escritos algumas verdades, mais ou menos interessantes ou comprometedoras, que a Igreja teria tentado esconder da vista dos fiéis. No entanto, deve-se enfatizar que as várias Igrejas cristãs, inclusive a católica, não se opõem à divulgação desses textos. E também deve ser enfatizado que os evangelhos apócrifos são todos posteriores aos canônicos e incluem elementos manifestamente lendários. Portanto, eles não podem ser considerados como fontes diretas sobre a vida de Jesus ou sobre as origens do cristianismo. (Embora não se possa descartar que algumas partes, certamente não muitas, desses textos tiveram como pano de fundo coleções de tradições orais sobre Jesus que não foram afortunadas o suficiente para serem geralmente reconhecidas e aceitas.)

Apesar disso, não se pode negar que os Evangelhos apócrifos tiveram grande significado para a história da teologia, da liturgia e da Igreja em geral. Assim, alguns elementos dos apócrifos, como os relacionados à Virgem Maria, foram integrados à devoção cristã dos tempos posteriores. Por outro lado, seu livreto ilustra a maneira como o cristianismo foi compreendido nos primeiros séculos de sua história, e em particular a figura de Jesus, da qual os evangelhos apócrifos oferecem uma imagem muito diferente daquela dos evangelhos canônicos.

No total, cerca de cinquenta evangelhos apócrifos são preservados, que os estudiosos classificam de várias maneiras: por sua tendência teológicos (como os evangelhos gnósticos), pelo estágio da vida de Jesus. Há, por exemplo, evangelhos da natividade, da infância ou da paixão de Cristo, ou por alguns temas colaterais, como os apócrifos Assuncionistas, que lidam com a morte (ou "dormência") da Virgem.

O CONHECIMENTO SECRETO 

Os Evangelhos Gnósticos traçam uma imagem de Jesus muito diferente daquela que aparece no restante dos Evangelhos apócrifos. Para os seguidores das correntes gnósticas, a salvação foi obtida não pela paixão e morte de Cristo na cruz, mas pela fé e pelo conhecimento revelado (gnose) que Cristo compartilhou com alguns eleitos. Nos Evangelhos Gnósticos, Jesus aparece como um ser divino emanado de um Pai Transcendente, que foi enviado à terra para resgatar os espíritos aprisionados na matéria, isto é, na carne.

Entre os Evangelhos Gnósticos, destaca-se o Evangelho de Tomé, um dos mais antigos - pode ser datado de meados do século II (constitui um conglomerado de 114 ditos de Jesus). O Evangelho de Filipe também pode ser mencionado, uma coleção de frases teológicas para serem usadas como catequese sacramental, ou para um certo rito de iniciação batismal de tipo gnóstico. Ambos foram encontrados em 1945 em Nag Hammadi (Egito), dentro de uma coleção de 50 textos transcritos em 13 códices em papiro. Embora esses códices tenham sido copiados (e talvez traduzidos para o copta) no século 4, os originais são textos gregos muito mais antigos, provavelmente dos séculos 2 e 3.

Outro evangelho de caráter gnóstico é o Evangelho de Judas, divulgado em 2006, embora tenha sido encontrado alguns anos antes. O que mais chama a atenção neste texto é o ponto de vista peculiar sobre o polêmico companheiro de Jesus, apresentado não como o traidor, mas como o discípulo que melhor compreendeu o Mestre, um verdadeiro "conhecedor", um gnóstico digno das revelações de que Jesus não fez a seus outros discípulos. Entre essas revelações, destaca-se a da constituição do universo e do futuro destino das almas. No final do Evangelho, Judas recebe a tarefa gloriosa e triste ao mesmo tempo porque ninguém poderá compreender de entregar o corpo de Jesus às autoridades. O prêmio de Judas será um lugar especial com a divindade quando sua alma for elevada ao céu.

Deixando de lado os evangelhos ligados ao gnosticismo, um dos apócrifos mais antigos e significativos é o Evangelho de Pedro, descoberto em 1886. Escrito em grego, já por volta de 190 era conhecido por Serapião, bispo de Antioquia. O texto começa abruptamente, o que indica que apenas um fragmento nos alcançou. Entre outras coisas, conta como no processo de Jesus nenhum dos judeus quis lavar as mãos, como Pôncio Pilatos fez, bem como o pedido previdente do próprio José de Arimatéia a Pilatos para que lhe concedesse o corpo de Jesus após sua morte. Em seguida, é descrita a crucificação, com duas variações importantes em relação aos Evangelhos canônicos: Jesus parece não sentir nenhuma dor, e quando estava para morrer quebra o silêncio e exclama: "Força minha, força minha, você abandonou mim!"

O Evangelho de Pedro também descreve a ressurreição, o que nenhum evangelho canônico faz. Detalhes curiosos são adicionados, como uma cruz falante que seguiu Jesus pelo ar quando ele saiu do túmulo. Ao receber a notícia da ressurreição, Pilatos ordenou que ela não fosse publicada. Naquela mesma manhã, María Magdalena foi com as amigas ao túmulo; encontrando-o vazio, um jovem deu-lhes a notícia da ressurreição e as mulheres fugiram aterrorizadas. Enquanto isso, os doze discípulos, atolados na dor, voltaram para casa. A história é interrompida quando uma aparição de Jesus a Pedro na Galiléia provavelmente seria narrada.

O Evangelho de Pedro chama a atenção pelo seu deslize para o ilusório e romântico, bem como pelo seu zelo apologético, muito mais pronunciado do que nos Evangelhos canônicos.

O MILAGRE DA NATIVIDADE 

Outro evangelho apócrifo de grande riqueza narrativa pertence ao mesmo tempo. Seu primeiro editor moderno no século 16 chamou-o de Proto evangelium de Santiago, embora o manuscrito mais antigo seja intitulado Nascimento de Maria: Revelação de Santiago. O texto conta como duas personagens ricas e idosas de Israel, Joaquin e Ana, finalmente tiveram uma filha por intervenção divina, a quem chamaram de Maria. Quando a menina tinha três anos, foi levada ao Templo em Jerusalém, onde permaneceu servindo ao Senhor e foi alimentada por um anjo. Aos doze anos, os sacerdotes decidiram entregá-la como esposa a um viúvo de Israel. Quando todos os viúvos estavam reunidos, cada um com uma vara, aconteceu que uma pomba saiu de José, razão pela qual ele foi designado marido de Maria.

José teve que sair para trabalhar, e então a anunciação do anjo e a promessa do nascimento virginal aconteceram. Aos seis meses, José voltou e encontrou Maria grávida. Quando ela negou tê-lo enganado, José ficou perplexo. Enquanto isso, a notícia chegou aos ouvidos dos sacerdotes, que acusaram José de ter abusado de Maria. Ambos foram submetidos à provação da ingestão de água benta e enviados para a montanha, mas ambos voltaram sãos e salvos.

Em seguida, é narrada a ordem de Augusto de recensear toda a cidade. No caminho, quando há o momento de entrega, José e Maria entraram em uma caverna. Então, sinais e prodígios maravilhosos foram produzidos, como uma parteira que estava incrédula e exigia uma verificação física da virgindade de Maria. Enquanto ela executava, a mão da parteira ficou carbonizada por sua descrença. Arrependida, ela foi mais tarde curada pegando o menino Jesus nos braços. Segue-se então a visita dos mágicos e o massacre dos inocentes, narrado sobriamente.

Deve-se notar que o Proto evangélio já anuncia todos os futuros temas que a Mariologia Cristã desenvolverá. Também é interessante notar como o autor resolve o problema dos irmãos de Jesus: José era viúvo e trouxe para o casamento com Maria alguns filhos, fruto de seu noivado anterior, que mais tarde seriam chamados, indevidamente, de filhos de Maria e irmãos de Jesus.

A INFÂNCIA DE JESUS ​​CRISTO

A notável influência exercida pelo Proto evangélio de Santiago na literatura posterior é notado no chamado Evangelho de Pseudo Mateo, um autor estranho. A primeira parte deste texto não é nada mais do que o re-trabalho do proto evangélio, enquanto o segundo contém elementos muito diversos, vindo de narrações apócrifas que devem ter sido forjadas nos séculos 4 e 5.

Esta segunda parte começa com a viagem da Sagrada Família ao Egito, na qual aconteceram muitas maravilhas. Após três anos, Jesus voltou à Palestina, especificamente à Galiléia, onde passou sua infância em meio a todos os tipos de eventos portentosos. Uma das mais conhecidas é a das doze estatuetas em forma de pássaro que Jesus fez de barro; Quando o menino bateu palmas, os pássaros voaram para longe. Jesus era temido entre seus companheiros, pois aqueles que o encaravam caíam como se atingidos por um raio. A familia encaminhou Jesus para a escola, causando óbvias dificuldades para seus professores. Quando um deles ousou punir Jesus com uma vara por uma resposta que parecia desrespeitosa, ele caiu morto no local. A criança estava semeando o terror entre seus vizinhos, então a família teve que se mudar para Belém. No final de sua história, o autor retomou a explicação dos irmãos de Jesus proposta pelo Proto evangélio de Santiago.

O Evangelho do Pseudo Mateus tentou apresentar o menino Jesus como um herói maravilhoso, onisciente e poderoso. 

Mas a imagem que emerge do texto é antes a de um menino arrogante, rebelde, caprichoso e até assassino. Apesar disso, a influência desse Evangelho em escritores posteriores, especialmente na Idade Média, foi enorme, e seus milagres entraram totalmente na Lenda de Ouro de Jacobo de Vorágine, compilada no século XIII.

PAIXÃO E RESSURREIÇÃO

Os Atos de Pilatos ou Evangelho de Nicodemos foram redigidos, como o Evangelho de Pseudo Mateus, em uma data relativamente tardia, entre os séculos IV e V. Na verdade, é composto por duas partes diferentes: uma primeira que pode ser apropriadamente chamada Atos de PiJato, e um segundo, um pouco mais curto, que não tem título e geralmente é chamado de Descida de Cristo ao Inferno.

O conteúdo dos Atos trata fundamentalmente do processo de Jesus. Nicodemos, um fariseu simpático a Jesus mencionado no evangelho de João, intercede por Cristo no tribunal. Filato também é muito favorável ao criminoso, embora no final ceda às exigências dos judeus. Acompanhe a história da crucificação de Jesus ao lado de Dimas e Gestas, os dois ladrões. Filato e sua esposa lamentaram sua morte, jejuando por um dia. Então José de Arimatéia obteve o corpo de Jesus de Pilatos, mas, depois de enterrá-lo, foi preso e ameaçado pelos judeus. Eles deliberaram como matá-lo, mas quando foram procurá-lo na prisão, encontraram-na vazia.

Enquanto isso, os guardas postados no túmulo testemunharam a ressurreição e disseram aos judeus, que não acreditaram neles. Segue-se a aparição de Jesus na Galiléia, diante de José de Arimatéia, sacerdote, doutor da Lei e levita, que narrou ao Conselho de sacerdotes a aparição e conseqüente ascensão de Jesus ao céu.

O Decenso aos infernos é apresentado como uma continuação da obra anterior, embora o autor seja outro e um pouco posterior. Foi-nos transmitido em duas recensões, uma grega e outra latina. Em grego, José de Arimatéia intervém na última reunião do Conselho de Anciãos, onde argumenta, como prova da ressurreição de Jesus, que muitos outros ressuscitaram com ele. A que José se referia. Essas pessoas - entre elas há dois chamados Leucius e Carino - pegam papel e caneta e escrevem um relatório sobre a ressurreição de Jesus e as maravilhas que ele operou no inferno.

Na recensão latina, são o sacerdote, o levita e o médico - personagens da primeira parte do Evangelho - que contam como na volta da Galiléia - onde foram testemunhas da ascensão - foram recebidos por uma grande multidão de homens para Jerusalém vestidos de branco, que revelaram ser os ressuscitados com Jesus. Entre eles, eles reconheceram Leucius e Carino, que lhes contou os maravilhosos acontecimentos após a morte de Jesus. Em seguida, eles narram como Cristo desceu ao inferno para libertar das garras de Satanás os justos que viveram antes de sua vinda à terra. Em seguida, todos foram para o paraíso. A crítica grega conclui com uma cena em que os patriarcas encontram o bom ladrão, que os esperava para entrar no paraíso com eles.

A ASSUNÇÃO DE MARIA

Há um grupo de evangelhos apócrifos que trata de um assunto que teria grande fortuna no cristianismo medieval e moderno: a assunção de Maria ao céu. São textos de data relativamente tardia - século IV ou V -, embora alguns pesquisadores afirmem ver a origem da tradição sobre a morte e assunção da Virgem em relatos antigos que remontam ao século X.

O mais significativo desses textos é o Livro de São João Evangelista. O texto começa contando como, após a ressurreição de Jesus, o arcanjo Gabriel apareceu a Maria para anunciar sua rápida partida deste mundo. Dias depois, Maria pediu em suas orações para ver os apóstolos novamente. O Espírito reuniu todos eles, mesmo aqueles que já haviam morrido, que foram ressuscitados para oferecer companhia a Maria; Cada um deles informava a Virgem sobre sua atividade apostólica, então um grande exército de anjos apareceu na casa de Maria, que realizou muitas maravilhas na natureza e entre os homens, como curas milagrosas. Os judeus, nada impressionados, decidiram marchar contra a Virgem, ou pelo menos fazer com que o governador romano a expulsasse do território. Finalmente, ele enviou suas tropas contra Maria, mas o Espírito a transportou, junto com os apóstolos, para Jerusalém.

Ao saber de sua presença na cidade santa, os judeus correram com lenha para atear fogo à casa onde Maria e seus companheiros haviam se instalado. Mas, ao se aproximar, um incêndio violento disparou, matando boa parte dos agressores. Então Cristo apareceu diante de todos, rodeado de anjos. Maria obteve de Jesus que graças especiais fossem concedidas doravante àqueles que invocavam o seu nome com fervor. Em seguida, ocorre o momento solene de trânsito: Maria abençoa cada um dos apóstolos e Deus estende as mãos e recebe a alma de Maria, enquanto seu corpo permanece na terra.

Durante a transferência do cadáver para o Jardim do Getsêmani, um judeu tentou profaná-lo, mas suas mãos ficaram penduradas no caixão, separadas do corpo; pela intercessão dos apóstolos, ele foi mais tarde curado. O corpo da Virgem foi depositado em um sepulcro, ao redor do qual se ouviram vozes de anjos e se espalhou um perfume primoroso. No terceiro dia as vozes deixaram de ser ouvidas e todos entenderam que seu corpo imaculado fora transferido para o paraíso.

Vemos, então, que os evangelhos apócrifos estão longe de ser fontes históricas sobre a vida de Jesus. Eles são propriamente obras de ficção, de extraordinária riqueza narrativa, e que tiveram uma enorme influência na devoção cristã posterior. 

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

O ULTIMO COMEDOR DE PECADOS

O PROBLEMA DO ARMAZENAMENTO DE DADOS.


Você já parou pra pensar que todas as suas informações como documentos, fotos, músicas e emails estão em seu computador?

Não queremos te preocupar, mas é provável que ao longo do tempo seus dados se percam. Afinal, se você armazena seus dados apenas em computadores, é comum que no decorrer dos anos estes apresentarem falhas em seus discos rígidos entre outros fatores.

Temos em nosso acervo uma grande quantidade de dados. Eu sempre gostei de armazenar dados que nos primórdios da nossa atual civilização eram armazenados em livros que constituíram as nossas bibliotecas. Textos e posteriormente fotos e modernamente vídeos e arquivos de áudio compõem um gigantesco acervo que não para de crescer. 




Entretanto para quem gosta de guardar para a posteridade os registros da nossa atual civilização, existe um problema pela frente. Onde armazenar essa quantidade tão monstruosamente grande de dados?

Primeiramente a cerca de 20 anos atrás, essas preciosidades eram armazenadas em discos, depois foram armazenadas em CDs, depois em DVDs e um pouco mais recentemente em BLU-RAY. 

CDs podem armazenar 700 MB de dados, DVDs 4.7 Giga Bytes (e alguns DVDs podem armazenar até 9 GB) e discos Blu-Ray, podem armazenar até 50 GB (usando duas camadas).



Depois de gravados, os CDs podem durar 75 anos, nos casos das mídias verde e azul, 100 anos quando a mídia é a dourada e 200 anos quando a mídia é a prateada. Assim dizem os fabricantes, mas será isso verdade? Temos várias mídias muito antigas que não conseguem mais ser lidas e isso nos remete a um problema. Onde guardar a enorme quantidade de dados armazenados em mídias que vão de CDs a BLU RAY?

Uma das soluções estudadas seria armazena-las em HDs. (HARD DISKS) que parecem ser mais confiáveis. Afinal temos vários HDs com mais de 20 anos que continuam funcionando e seus dados não foram perdidos.

Some-se a isso o problema de que a fabricação de leitores de mídia como CDs, DVDs e BLU-RAYs estão sendo descontinuadas, e parece-nos que em breve deixarão de existir. Os carros por exemplo que antes tinham em seus dispositivos multimídia a presença de leitores de DVDs, por exemplo hoje já estão saindo de fábrica sem esses aparatos que são problemáticos, pois deixam de funcionar depois de determinado tempo sendo caros e complexos.



Os computadores de mesa chamados DESKTOPs também estão deixando de ter o famoso leitor de CD ou DVD ou até BluRay assim como também os Notebooks. 

Afinal quem precisa deles hoje em dia, já que é possível baixar em poucos minutos com os modernos serviços de internet as discografias completas de todos os artistas conhecidos ou não e coloca-las nos modernos pen-drives ou cartões SDCard que uma vez acoplados ao seu dispositivo multimídia irão reproduzir sem falhas e sem maiores complicações vídeos em alta definição, som de absoluta qualidade com variedade e precisão?



VISTA INTERNA DE UM HARD DISC


Definitivamente as mídias em disco são hoje coisa do passado e que caminham a passos largos para a extinção. Por outro lado armazenar os nossos preciosos conteúdos em pen drives e HDs corre sério risco de obsolescência, já que tudo um dia termina por ser superado, e não existe ninguém que não tenha fotos de família, vídeos e até mesmo aqueles documentários que se desejaria ter para sempre.



Por enquanto estou considerando a solução de gravar tudo em HDs. Afinal os modernos HDs chegam hoje fácil a 4 TERABYTES de dados. É bastante coisa. Mas fico de olho no que virá.


OS DIVERSOS HDs AO LONGO DO TEMPO



A OPÇÃO DO ARMAZENAMENTO EM NÚVEM


O grande problema do armazenamento em Nuvem, é que esses serviços que são grandes bancos de dados, tem um custo mensal. Nós já fazemos uso de um desses serviços que no nosso caso é o ONEDRIVE da Microsoft, pelo qual pagamos cerca de R$35,00 (Trinta e cinco reais mensais). Em troca a Microsoft nos disponibiliza 1 TERABYTE de dados para armazenamento além do OFFICE 365. 

Uso esse serviço para disponibilizar conteúdo para terceiros, já que posso compartilhar o link de todos os arquivos lá armazenados e também para armazenar alguns arquivos importantes que eu não gostaria de perder, e certamente lá eles ficarão não só seguros como disponíveis em qualquer lugar do mundo que tenha uma internet que possa ser acessada, inclusive pelo celular. Mas esse espaço ainda é muito pequeno para armazenar a montanha de dados que eu tenho em acervo e também por ter custo há uma incógnita que aponta para um limite até o qual eu poderei manter esses dados pagando pelo seu armazenamento. 



O uso do serviço gratuito mesmo que diversificado é limitado nesse caso.

Listamos abaixo 4 situações mais comuns na perda de dados:
  • Falha de disco
  • Desastre
  • Roubo
  • Exclusão

AS PERGUNTAS MAIS FREQUENTES SOBRE A GESTÃO DE BACKUPS

  • Você mantém um segundo disco no computador apenas para backups?
  • Qual a periodicidade que você realiza backups em seu computador?
  • Quais precauções você adotou para prevenir acidentes?
  • Os documentos mais importantes estão apenas em seu computador e celular?
  • Se você perdesse hoje seu celular ou computador você teria cópia de seus arquivos?
POR QUE FAZER BACKUP?

Por que realizar backups periodicamente?



Imagine se o seu celular fosse roubado…

O valor do aparelho provavelmente seria o menor dos problemas, pois a maior preocupação seria recuperar os dados contidos nele: conversas, contatos de amigos, fotos, informações bancárias e anotações – que e em mãos erradas podem gerar confusão e dor de cabeça.

A perda de dados em celulares pode acontecer não só em roubo, mas também na quebra do aparelho ou uma perda ocasional. Fique atento!

No artigo – Como preservar documentos em formato digital – é possível ver o avanço das mídias de armazenamento ao decorrer dos anos. A evolução dessas tecnologias contribuiu no processo digital e o armazenamento em nuvem se tornou uma alternativa viável para diversas necessidades.

Abaixo algumas dicas para proteger os arquivos contidos em seu celular:
Proteja seus aplicativos com senha;
Bloqueie a tela;
Instale somente aplicativos oficiais;
Salve suas fotos, documentos e vídeos em um cartão de memória;
Use algum aplicativo de serviço de armazenamento online como Google Drive, Dropbox entre outros;
Ative recursos remotos;
Ejete o cabo USB corretamente após copiar dados para o computador e vice versa.

CUIDADO COM OS DADOS ARMAZENADOS EM MÍDIAS DIGITAIS

Cuidado com os dados armazenados em mídia, principalmente as físicas. O manuseio inadequado de mídias como DVDs e CDs pode trazer sérios riscos de perda de informações, o que é nocivo à um negócio.

Fique atento principalmente ao armazenamento em locais inadequados, que podem danificar mídias desse tipo: temperatura elevada, umidade e tempo de vida útil dessas mídias são fatores determinantes para a durabilidade dos dados.

5 ALTERNATIVAS DE ARMAZENAR ARQUIVOS COM SEGURANÇA

São muitas as opções de serviços disponíveis na web, desde planos gratuitos até planos mais complexos e mais caros. Para te ajudar nesta escolha, listamos alguns dos serviços mais populares.


Crie sua conta em algum desses sites para deixar seus arquivos todos organizados, sincronizados e livre de preocupações. Confira também o artigo 5 ferramentas grátis para aumentar a produtividade em seu escritório.
PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA HISTÓRICA DOCUMENTAL

Esse tema é sem dúvida um dos mais importantes quando o assunto é conservação de dados. A preservação de documentos antigos é uma peça chave para a história do ser humano. É por meio dela que temos o registro de toda a evolução.

A preservação de dados digitais é uma necessidade nos dias de hoje. Acervos com milhares de documentos obrigatoriamente possuem uma estratégia de digitalização e gestão de documentos.

São responsáveis por disponibilizar aos interessados informações como: registros de manuscritos, mapas, fotografias e textos de diversas épocas.

Empresas privadas, órgãos públicos, institutos de pesquisa são potenciais empregadores para profissionais que sabem lidar com o gerenciamento de documentos.

Já pensou se essas bibliotecas não tivessem uma estratégia contra catástrofes como um incêndios por exemplo? Todos documentos seriam perdidos.

Um exemplo disso é o Museu de Língua Portuguesa que em dezembro de 2015 sofreu um incêndio de grandes proporções. Após o incêndio, a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo informou que todo o acervo do museu era virtual.

Devido a essa medida, a recuperação dos arquivos só foi possível em razão da existência de backups.

POR QUE PERDER INFORMAÇÕES SE VOCÊ PODE DIGITALIZAR?

Como mencionamos acima a importância da realização de backups de arquivos digitais, vamos abordar aqui rapidamente a importância da digitalização para a preservação de arquivos físicos.

O que aconteceria se você perdesse todas suas fotos importantes? Sabe aqueles álbuns de família ou documentos importantes?

Pensando nisso, criamos um infográfico sobre a digitalização de documentos. Essa solução vem para resolver o problema de perda de documentos de forma simples e segura.

Neste infográfico você vai saber sobre:
Redução do papel
Segurança contra perda
Rapidez no acesso às informações
Armazenamento em nuvem
O que é GED?
Ganhe mais produtividade em seu escritório
Digitalize arquivos para formatos editáveis e pesquisáveis com OCR




domingo, 21 de fevereiro de 2021

A INUTILIDADE DE SE IR A MARTE.



As recentes fotos enviadas pelo robô PERSEVERANCE enviado a MARTE pela NASA, mostram um cenário desolador.

Revelações feitas pelo Espírito Maria João de Deus através do médium Francisco Cândido Xavier, no livro Cartas de Uma Morta, lançado em 1935, ao descreverem uma excursão ao planeta Marte, falam da existência de seres humanos, como poderemos constatar nos seguintes trechos do seu relato: "Vi-me à frente de um lago maravilhoso, junto de uma cidade, formada de edificações profundamente análogas às da Terra.  


 (...) Vi homens mais ou menos semelhantes aos nossos irmãos terrícolas, mas os seus organismos possuíam diferenças apreciáveis. Além dos braços, tinham ao longo das espáduas ligeiras protuberâncias à guisa de asas, que lhes prodigalizavam interessantes faculdades volitivas. (...) 


 Assegurou-me, ainda, o desvelado mentor espiritual, que a humanidade de Marte evoluiu mais rapidamente que a Terra e que desde os pródromos da formação dos seus núcleos sociais, nunca precisou destruir para viver, longe das concepções dos homens terrenos cuja vida não prossegue sem a morte e cujos estômagos estão sempre cheios de vísceras e de virtualhas de outros seres da criação". 
Além dessa revelação de Maria João de Deus, o Espírito Humberto de Campos, também realizando uma excursão ao planeta Marte, observou que as formas de vida nele existentes são bem superiores às da Terra. A Sociedade Marciana está moral e cientificamente alguns séculos mais adiantada que a do nosso planeta, porque lá não existem guerras nem conflitos.  


Observa-se, através desse relato, a perfeita concordância com os comentários do Espírito Maria João de Deus, inclusive sobre a superioridade dos habitantes de Marte. Os relatos do Espírito Humberto de Campos, por intermédio do médium Chico Xavier, estão no livro Novas Mensagens, editado pela Federação Espírita Brasileira em 1939. Nele, Humberto também revela a existência de água em Marte. Vale lembrar que somente em 2004, ou seja, 65 anos após a publicação dessa obra, a NASA apresentou as primeiras provas químicas e geológicas diretas da existência de água no passado de Marte, obtidas pelo robô Opportunity.

Posteriormente, em 2007, os cientistas da NASA descobriram a existência de enormes depósitos de gelo no pólo sul de Marte, detectados pela sonda espacial Mars Express. No caso de tais depósitos se derreterem, eles podem se transformar numa reserva apreciável de água para Marte. 

Finalmente, no dia 31 de julho de 2008, a sonda Phoenix, que explora o solo de Marte, confirmou a existência de água no planeta. A descoberta ocorreu depois que a Phoenix colocou amostras do solo em um instrumento que identifica os gases produzidos por substâncias. Para os técnicos, é a primeira vez que a existência de água é provada quimicamente. 

O cientista William Boynton, da Universidade do Arizona, declarou que eles já tinham evidências de gelo em observações da sonda Mars Express, mas essa foi a primeira vez na qual a água em Marte foi tocada e provada.
rover Perseverance (“perseverança”, em inglês)

Quase oito meses após o seu lançamento, o rover Perseverance (“perseverança”, em inglês) pousou na superfície de Marte na tarde desta quinta-feira (18 de fevereiro de 2021). 

Entretanto informações do mundo espiritual, revelam que não existe corpos desabitados no espaço. Todos estão habitados, mas os corpos dos habitantes desses planetas e satélites são adaptados à natureza desses planetas e satélites.

Sabe-se que nos planetas mais evoluídos do que a Terra que é considerado um planeta pouco evoluído situado na categoria de planeta de provas e expiações, os corpos são mais sutis e se aproximam dos corpos dos homens terrenos na condição espiritual.

Melhor explicando. Ao deixar o corpo carnal o homem terreno deixa o corpo carnal que é destruído e sobra-lhe o corpo espiritual. 

Assim será com a ressurreição dos mortos. O corpo que é semeado é perecível e ressuscita imperecível; Se há corpo natural, há também corpo espiritual.
1 Coríntios 15:42

O corpo espiritual entretanto não é visível ao homem comum porém podem ser visíveis a algumas pessoas que tem um dom espiritual que é o dom da vidência.

Habitantes de planetas mais evoluídos em que seus habitantes já atingiram um nível mais adiantado de perfeição espiritual tem corpos mais sutis, adaptados à natureza daqueles mundos, e portanto podem não ser visíveis para sondas, câmeras e nossos aparatos terrenos, e nem para nossa visão que é tão limitada que não conseguimos ver nem o que está à nossa volta, já que está comprovado que não conseguimos ver 80% do que está a nossa volta, tendo em vista que o espectro visível é uma fração muito diminuta da radiação eletromagnética em que está inserida a faixa de radiação visível que consiste no espectro visível que os olhos humanos podem captar. 

Alguns animais podem ir além e conseguem perceber mais do que os nossos olhos humanos conseguem.

O próprio planeta Terra chegará um dia a ser um planeta desolado como Marte quando o homem terreno já tiver atingido um determinado nível de perfeição. Isso está descrito nas escrituras.


E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe.

Apocalipse 21:1

 Segundo a visão de João, o planeta Terra se tornará um planeta desolado pois o mar deixará de existir como em Marte em que já existiu água. Convenhamos. Se o Mar deixar de existir, isso significará que a água secará por completo pois é a evaporação do mar que propicia as chuvas que alimentam os rios que voltam a desaguar no mar.

Entretanto nessa realidade os homens já terão evoluído e seus corpos serão quintessenciados. Não precisarão mais do mar. Os corpos humanos estarão adaptados a essa nova realidade.




terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

PORQUE JESUS É "O FILHO DO HOMEM"?

Essa matéria é uma reedição, e está sendo feitas porque é de capital importância. Por isso a estamos republicando.

 Esta explicação demonstrada nesse vídeo acima deve ter decepcionado muito a ouvinte que fez a pergunta, pois segundo o vídeo informa, Jesus se auto denominava "FILHO DO HOMEM" porque era humano. Mas nesse caso essa expressão não representaria nada especial, pois que era humano seria óbvio tendo em vista que nasceu em parto natural de uma mulher, no caso Maria sua mãe. No entanto Jesus enfatizava várias vezes essa afirmação. " O FILHO DO HOMEM VEIO PARA SALVAR O QUE SE HAVIA PERDIDO". Óbvio está que a expressão representa muito mais, e isso os pastores evangélicos não encontram explicação, como de resto para muitas outras questões bíblicas.



Em primeiro lugar, antes de ler essa matéria, procure na Internet, e verifique se V.S. encontra uma explicação lógica, intangível e clara para a seguinte pergunta.

Porque Jesus se autodenominava "O FILHO DO HOMEM"?

Jesus não era filho de homem no sentido em que conhecemos pois foi gerado pelo espírito santo sobre uma mulher, Maria mãe de Jesus, que jamais tinha se deitado com homem. Por outro lado Jesus era filho de Deus, portanto dizer que Jesus era filho do Homem seria atribuir a Deus a condição de homem o que de fato não é possível porque embora o homem tenha sido feito à imagem e semelhança de Deus, Deus é o que se poderia dizer, o que mais distante está de homem, já que é o ápice da perfeição absoluta.

O Novo Testamento se refere a Jesus como o “Filho do Homem” 88 vezes. O que isso significa? A Bíblia não diz que Jesus era o Filho de Deus? Então como Jesus também poderia ser o Filho do Homem? O primeiro significado para o termo "Filho do Homem" é usado em referência à profecia de Daniel 7:13-14: "Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele. Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído."

O termo "Filho do Homem" era um título Messiânico. Jesus é o único a quem foi dado domínio, glória e o reino. Quando Jesus usou esse termo em referência a Si mesmo, Ele estava atribuindo a profecia do “Filho do Homem” a Si mesmo. Os judeus daquela época com certeza estariam bem familiarizados com o termo e a quem se referia. Ele estava proclamando ser o Messias.

Deus chamou o profeta Ezequiel de "filho do homem" 93 vezes. Jesus era 100% Deus (João 1:1). 1 João 4:2 nos diz: "Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus." Sim, Jesus era o Filho de Deus – Ele era Deus em Sua essência. Em resumo, a frase "Filho do Homem" indica que Jesus é o Messias..

Mas se EZEQUIEL (Profeta) era Filho do Homem e Jesus também era, como se explica a questão do MESSIAS, tendo em vista que EZEQUIEL não era o Messias? Só Jesus era.

Confesso que essa pergunta me atormentou durante muito tempo e eu não encontrava explicação para ela, bem como para uma outra questão intrigante. Porque Jesus declarou que João Batista era o maior de todos os nascidos de mulher?




Jesus não nasceu de mulher, Maria sua mãe? E Jesus não era maior do que João Batista? Então porque João Batista era o maior de todos os nascidos de mulher? Vamos analisar o texto bíblico.

Mais a frente, Jesus em Mateus, capitulo 11 versiculo 10 em diante afirmava. 

verso 10 - Este é aquele de quem está escrito. Eis ai envio eu ante a tua face o meu mensageiro que há de preparar adiante de ti o teu caminho.


verso 11 - Em verdade vos digo que entre os nascidos de mulher, não surgiu outro maior do que João, o Batista, mas aquele que é menor no reino dos céus é maior do que ele.


verso 12 - E desde os dias de João o Batista, até agora, o reino dos céus é tomado a força, e os violentos o tomam de assalto.


verso 13 - Pois todos os profetas e a lei profetizaram até João.


verso 14 - E se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir.


Observamos aqui que João Batista é colocado sobre todos os nascidos de mulher mas inferior ao menor do Reino dos céus. O que isso pode significar?

Há um livro de Carlos Torres Pastorino que explica isso. Trata-se do livro Sabedoria do Evangelho que tem seis tomos. No tomo primeiro encontramos o seguinte:

FILHO DO HOMEM

A expressão hebraica “filho de ... “, exprime o possuidor da qualidade da palavra que se lhe segue: filho da paz” é o pacífico; “filho do estrangeiro” é o estrangeiro; nessa interpretação, “filho do homem é o homem. No entanto, embora em alguns passos possa interpretar-se assim (por exemplo):

Deus não é como um homem que mente, nem como o filho do homem que muda “, Núm. 23:19) nem sempre essa expressão se conservou com esse sentido. Na época mais recente do profetismo, o significado se foi elevando, passando a designar algo de especial.

Observamos assim que Daniel (7:13) descreve a visão que teve do “Filho do Homem que vinha sobre as nuvens do céu”. Isaías fala: “feliz o Filho do Homem que compreende isto(56:2).Jeremias afirma que "O Filho do Homem não habitará a Iduméia(49:18) nem Asor (49:33) nem Babilônia (50:40 e 
51:43), significando que não terá participação com os pecadores. 

Ezequiel só é chamado por YHWH (JAVÉ) de “Filho do Homem” (em todo o livro de Ezequiel, 92 vezes). O sentido, dessa maneira, se foi restringindo até assumir o significado que, na época de Jesus, já se havia firmado: era o Homem que já se havia libertado do ciclo reencarnatório (“guilgul” ou “samsara”). 

O que é Guilgul Neshamot o que entende sobre isso e o que ela ensina?

É um conceito místico do judaísmo cabalístico mais conhecido como "roda das almas" ou "transmigração das almas". É aquilo que se chama de reencarnação nas religiões re-encarnacionistas. Você não vai poder ir muito além disso, porque o conhecimento da cabala é muito restrito aos judeus místicos. Não pense que esses seminários sobre "cabala" que falam por aí realmente abordam a cabala judaica. Eles falam mais sobre esoterismo do que sobre qualquer outra coisa.

A RODA DE SAMSARA


Samsara (sânscrito-devanagari: संसार: , perambulação) pode ser descrito como o fluxo incessante de renascimentos através dos mundos.

Na maioria das tradições filosóficas da Índia, incluindo o Hinduísmo, o Budismo e o Jainismo, o ciclo de morte e renascimento é encarado como um fato natural. Esses sistemas diferem, entretanto, na terminologia com que descrevem o processo e na forma como o interpretam. A maioria das tradições observa o Samsara de forma negativa, uma condição a ser superada. Por exemplo, na escola Advaita de Vedanta hindu, o Samsara é visto como a ignorância do verdadeiro eu, Brahman, e sua alma é levada a crer na realidade do mundo temporal e fenomenal.

Nesse sentido, “Filho do Homem” se opunha a “Filho de Mulher”, que representava o homem ainda sujeito às reencarnações, ainda não liberto da necessidade de nascer através da mulher.

O “Filho do Homem” é o Espírito que já terminou sua evolução, e que portanto se tornou o “produto do Homem”, o “fruto da humanidade”. Não mais necessita encarnar, mas pode fazê-lo, se o quiser.

Não está preso ao “ciclo fatal” (kyklos anánke): vem quando quer. São os grandes Manifestantes da Divindade, os Mensageiros, os Profetas, os Enviados, os Messias, que descem à carne por amor à humanidade a fim de trazer revelações, de indicarem o caminho da evolução, exemplificando com sua vida de dores e sacrifícios, a estrada da libertação, que eles já percorreram, e que agora apenas perlustram para mostrar, como modelos, o que compete ao homem comum fazer por si mesmo. É o caso de  Krishna, Buddha, Moisés, Ezequiel, Jesus, Maomé, Ramakrishna, Bahá ’u ’lláh e outros.

Em o Novo Testamento encontramos o título “Filho do Homem” aplicado por Jesus a ele mesmo na seguinte proporção: em Mateus, 31 vezes; em Lucas, 25 vezes; em Marcos, 14 vezes; em João, 12 vezes; apenas em João 12:34 o título lhe é dado pelo povo. No entanto, Jesus não o aplica a mais ninguém. E dá-nos ele mesmo a definição do que entendia pela expressão, quando diz: “ninguém subiu ao 
céu, senão aquele que desceu do céu. A saber, o Filho do Homem” (Jo. 3:13), ou seja, só aquele que já subiu ao céu (que já se libertou da Terra, das reencarnações) é que, ao descer à Terra reencarnado, pode ser chamado “Filho do Homem”, como era seu caso. Esse tem conhecimento próprio, adquirido pela experiência pessoal, do que se passa nos planos superiores à humanidade, e portanto pode falar com autoridade.



Não sendo mais “Filho de Mulher”, mas “Filho do Homem”, podia ele dizer que João Batista era o maior entre os “Filhos de Mulher”, ou seja, entre aqueles que ainda estão sujeitos à reencarnação pela Lei do Carma. João era, realmente o maior entre os presos à “roda de Samsara”; mas o menor dos já libertos, era superior a ele; e Jesus era Filho do Homem, já liberto.



Interessante observar que, no resto do Novo Testamento, a expressão “Filho do Homem” aplicada a Jesus (que assim se denominava) só é encontrada na boca de Estêvão (Atos, 7:56) e em dois passos do Apocalipse (1:13 e 14:14). Explica-se o fato porque, fora da Palestina, sobretudo entre os gentios, a expressão podia ser interpretada ao pé da letra, e portanto traria sentido ridículo à pregação dos apóstolos sobre a pessoa de Jesus.

Sabedoria do Evangelho - tomo 1 - pag 131 - Pastorino, Carlos T.



SABEDORIA DO EVANGELHO Página 103 de 153 

O velho pescador saltou do barco, sob o olhar horrorizado dos companheiros, sem pesar as consequências, e lá foi cambaleante, a equilibrar-se sobre os vagalhões ferozes; mas quando, ao chegar já perto do Mestre Querido, se dá conta do vento violento, fica com medo. Ora, o medo é justamente a falta de fé, a perda da confiança.. E sem fé, nada é possível construir nem realizar: ele começa a afundar e grita apavorado por "socorro"! Jesus repreende-o suavemente (mais uma vez O entrevemos a sorrir ...): "ó pequena fé, por que duvidaste"? E segurou-o pela mão.

Voltaram os dois a caminhar sobre as águas, e os demais discípulos quiseram que Jesus entrasse no barco, em vez de continuar a caminhar pelo lago até a margem.
Entraram ambos, e o vento cessou. Os discípulos estavam atônitos, sem poder explicar tantas coisas estranhas que haviam acontecido naquele dia, pois nem sequer tinham compreendido a "multiplicação dos pães" ali, entre as mãos deles ... Então chegam a uma conclusão irrefutável: "verdadeiramente és um filho de Deus"! O texto grego está sem artigo. Não é, pois, uma confissão da Divindade de Jesus, como pretendem alguns. 

Temos que compreender a mentalidade e a psicologia dos israelitas, sobretudo naquela época: rigidamente monoteístas, não podiam jamais cogitar de outro Deus além do único Deus, a quem Jesus chamava "O PAI", repetindo exaustivamente que era "o único Deus”. Entretanto, eles sabiam que havia os "filhos de mulher" (homens sujeitos ao "kyklos anánke" ou ciclo fatal das encarnações por meio da mulher) e os "filhos do homem” (criaturas que já se haviam libertado da evolução na etapa humana), mas havia também os "filhos de Deus" (seres excepcionais acima de qualquer classificação que não fosse a comparação de "ligados à Divindade", os seres (que hoje chamaríamos "avatares") em que Se manifesta a Divindade, os Cristos ou Buddhas.

Como já se achavam perto da praia, chegaram "logo" à planície de Genesaré (hoje denominada el- Ghoueir) que mede 6 km de comprimento por 3 de largura, na margem ocidental, exatamente entre Ain-Tabgha e el-Medjdel (onde devia estar situada a aldeia de Betsaida da Galiléia, bem perto de Cafarnaum. Daí a aparente contradição dos textos: Betsaida (Marc. 6:45) Genesaré (Mat. 14:34 e Marc. 6:53) e Cafarnaum (João, 6:17).

Portanto pelo que entendemos dessa brilhante explicação de Carlos Torres Pastorino, Ezequiel era "FILHO DO HOMEM", ou seja um dos que não precisava mais reencarnar, pois já tinha subido aos céus, era portanto maior do que João Batista que não tinha subido aos céus. Jesus mais ainda era "Filho do Homem" prometido pelas profecias e tinha subido ao céu e retornou por vontade própria, não porque tivesse sido obrigado. João Batista era de todos os Nascidos de mulher, portanto os que necessitam ainda reencarnar, o maior, mas o menor no reino dos céus era maior do que João o Batista, tendo em vista que para subir ao céu não precisaria mais reencarnar como filho de mulher a menos que quisesse.

Os Judeus estavam bem familiarizados com esse termo e isso é indicativo de que eles acreditavam em reencarnação uma vez que o termo é associado à ideia de reencarnação. Tanto o termo "FILHO DO HOMEM" como o termo "NASCIDO DE MULHER" ou "FILHO DE MULHER". Todos esses termos foram portanto utilizados por Jesus. Jesus portanto não estava falando de algo que os Judeus não conheciam, senão de algo que conheciam bem, e se Jesus os utilizou, Jesus também concordava com a idéia de Reencarnação.

Senão vejamos.

A certeza de que os Judeus acreditavam na reencaração está evidente nos evangelhos. vejamos:

E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem?

E eles disseram: Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos profetas.

Aqui fica evidente que para que Jesus fosse um daqueles que foi mencionado, seu espírito teria que ter reencarnado em um deles, e Jesus não contestou tal crença pois evidentemente participava dela.


E aconteceu que, estando ele só, orando, estavam com ele os discípulos; e perguntou-lhes, dizendo: Quem diz a multidão que eu sou?
E, respondendo eles, disseram: João o Batista; outros, Elias, e outros que um dos antigos profetas ressuscitou.



Nessa parte além da crença na reencarnação, fica evidente que o termo RESSUSCITAÇÃO tinha outro sentido que é o mesmo de Reencarnação, porque ninguém ressuscita com aparência e nome de outra pessoa, diversa daquilo que era. 

Sempre ressuscita com seu próprio nome e aparência. Jesus portanto se tivesse ressuscitado o teria feito com outro nome e aparência. Além de tudo temos que levar em conta que o temo REENCARNAÇÃO não era conhecido na época de Jesus. Esse termo é próprio do movimento espírita Kardecista iniciado por Alan Kardec por volta de 1985, portanto bem recente.

E saiu Jesus, e os seus discípulos, para as aldeias de Cesaréia de Filipe; e no caminho perguntou aos seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens que eu sou?


E eles responderam: João o Batista; e outros: Elias; mas outros: Um dos profetas.

Aqui novamente o episódio é narrado por Marcos demonstrando que ficou bem marcado e impressionado na memória daqueles que depois vieram a narrar as passagens de Jesus para que os evangelhos fossem escritos.

A passagem de Jesus com Nicodemos também é claramente uma confirmação da reencarnação, porque quando Nicodemos pergunta a Jesus, "COMO PODE UM HOMEM VELHO ENTRAR NA BARRIGA DA SUA MÃE E RENASCER", Jesus surpreende-se pelo fato de Nicodemos que era um mestre em Israel não ter conhecimento disso.

E havia entre os fariseus um homem, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus.

Este foi ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.
Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.


Aqui quando Jesus refere-se a "NASCER DE NOVO" foi interpretado pelos Evangélicos como nascer de novo pelo ato do Batismo, mas segundo os re-encarnacionistas essa é uma clara referência à reencarnação.

Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?

Aqui fica demonstrado que Nicodemos entendeu a afirmação de Jesus no sentido literal como afirmam os reencarnacionistas.

Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.
O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.

Aqui Jesus refere-se ao nascimento vindo do Espírito. "O que é nascido do espírito é espírito" o que se opõe ao nascimento da carne.

Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo.
O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.

Aqui Jesus exemplifica afirmando que o nascimento do espírito não pode ser detectado de onde vem e nem é possível saber para onde vai.

Nicodemos respondeu, e disse-lhe: Como pode ser isso?
Jesus respondeu, e disse-lhe: Tu és mestre de Israel, e não sabes isto?


Jesus aqui surpreende-se com Nicodemos porque mostra desconhecer o que já deveria saber, pois era crença comum entre os Judeus.

Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o que sabemos, e testificamos o que vimos; e não aceitais o nosso testemunho.
Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?
Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu.


Com respeito à crença dos Judeus na reencarnação, fomos procurar investigar isso e descobrimos que de fato eles acreditavam e ainda acreditam até hoje.

A escatologia judaica é composta de três peças básicas:
A Era de Mashiach.
O Mundo Vindouro.
O Mundo da Ressurreição.

A Era Messiânica

O Mundo Vindouro

O Mundo Vindouro em si é chamado nas fontes tradicionais de Olam Habá. No entanto, o mesmo termo é usado para se referir ao renovado mundo utópico do futuro – o Mundo da Ressurreição, olam hat’chiá (conforme explicado no parágrafo a seguir). O anterior é o local aonde as almas dos justos vão após a morte – e elas têm ido para lá desde a primeira morte. Aquele local também é algo às vezes chamado de Mundo das Almas. É um local onde as almas existem num estado desencarnado, apreciando os prazeres da proximidade de Deus. Assim, as genuínas experiências de quase morte são presumivelmente lampejos ao Mundo das Almas, o lugar no qual a maioria das pessoas pensa quando o termo Mundo Vindouro é mencionado.

O Mundo da ressurreição

O Mundo da ressurreição, em contraste, “nenhum olho viu”, declara o Talmud, é um mundo, segundo a maior parte das autoridades, onde corpo e alma são reunidos para viver eternamente num estado realmente perfeito. Aquele mundo somente virá a existir após Mashiach e será iniciado por um evento conhecido como o “Grande Dia do Julgamento.” (Yom HaDin HaGadol)

O Mundo da Ressurreição é então a suprema recompensa, um lugar no qual o corpo se torna eterno e espiritual, ao passo que a alma se torna ainda mais espiritual.

Em comparação a um conceito como o “Mundo Vindouro”, a reencarnação não é, tecnicamente falando, uma verdadeira escatologia. A reencarnação é meramente um veículo para atingir um fim escatológico. É a reentrada da alma num corpo inteiramente novo no mundo atual. A ressurreição, em contraste, é a reunificação da alma com o corpo anterior (novamente reconstituído) ao Mundo Vindouro, uma história que ainda não foi testemunhada. 

A ressurreição é então um puro conceito escatológico. Seu propósito é recompensar o corpo com a eternidade (e a alma com maior perfeição). O propósito da reencarnação geralmente é duplo: ou compensar uma falha numa vida anterior ou criar um estado novo, mais elevado, de perfeição pessoal ainda não atingido. A ressurreição é então um tempo de recompensa; a reencarnação um tempo de reparo. A ressurreição é a época da colheita; a reencarnação o tempo de semear.

O fato de que a reencarnação é parte da tradição judaica é uma surpresa para muitas pessoas. Apesar disso, é mencionada em vários locais nos textos clássicos do misticismo judaico, começando com a importante fonte da Cabalá, o Livro do Zohar.

Se a pessoa é mal-sucedida em seu propósito neste mundo, o Eterno, Bendito seja, o desenraíza e o replanta muitas vezes mais. (Zohar I 186 b)

Todas as almas estão sujeitas à reencarnação; e as pessoas não sabem os caminhos do Eterno, 
Bendito seja! Elas não sabem que são levadas perante o tribunal tanto antes de entrarem neste mundo quanto depois que o deixam; são ignorantes das muitas reencarnações e obras secretas que têm de passar, e do número de almas nuas, e de quantos espíritos nus vagam no outro mundo sem poder entrar no véu do Palácio do Rei. Os homens não sabem como as almas se revolvem como uma pedra que é atirada de um estilingue. Porém chegará a hora em que estes mistérios serão revelados. (Zohar II 99 b)

O Zohar e a literatura relacionada estão repletos de referências à reencarnação, abordando questões como qual corpo é ressuscitado e o que acontece com aqueles corpos que não atingem a perfeição final, quantas chances uma alma recebe para atingir a compleicão através da reencarnação, se marido e mulher podem reencarnar juntos, se uma demora no enterro pode afetar a reencarnação, e se uma alma pode reencarnar num animal.

O Bahir, atribuído ao sábio do Século Primeiro, Nechuniah ben Hakana, usava a reencarnação para discutir a clássica questão de teodicéia – por que coisas más acontecem a pessoas boas e vice-versa. 

Por que há uma pessoa boa a quem coisas boas acontecem, ao passo que [outra] pessoa justa tem coisas más lhe acontecendo? Isso é porque a [última] pessoa justa fez o mal numa vida prévia, e agora está sentindo as consequencias… Como é isso? Uma pessoa plantou uma vinha e esperava cultivar uvas, mas em vez disso, cresceram uvas azedas. Ele viu que seu plantio e colheita não foram bons, portanto arrancou tudo e plantou novamente. (Bahir 195)

A reencarnação é citada por comentaristas autorizados, incluindo o Ramban (Nachmanides), Menachem Recanti e Rabenu Bachya. Dentre os muitos volumes do sagrado Rabi Yitschak Luria, conhecido como o “Ari”, a maioria dos quais chegou a nós pela pena de seu principal discípulo, Rabi Chaim Vital, são ideias profundas explicando temas relacionados à reencarnação. Na verdade, seu Shaar HaGilgulim, “Os Portões da Reencarnação”, é um livro devotado exclusivamente ao assunto, incluindo detalhes sobre as raízes da alma de muitas personalidades bíblicas e quem eles reencarnaram desde os tempos da Bíblia até o Ari.

Os ensinamentos do Ari e seus sistemas de ver o mundo se espalharam como fogo após sua morte em todo o mundo judaico da Europa e no Oriente Médio. Se a reencarnação tinha sido aceita em geral pelo povo judaico e pelos intelectuais anteriormente, tornou-se parte do tecido do Judaísmo e da erudição após o Ari, habitando o pensamentos e os escritos de grandes eruditos e líderes dos comentaristas clássicos sobre o Talmud (por exemplo, o Maharsha, Rabi Moshê Eidels) ao fundador do Movimento Chassídico, o Baal Shem Tov, bem como o líder do mundo não chassídico, o Gaon de Vilna.

A tendência continua até hoje. Mesmo algumas das maiores autoridades que não são necessariamente conhecidas pela sua inclinação mística, assumem a reencarnação como uma doutrina básica aceita.

Um dos textos que os místicos gostam de citar como uma alusão escritural ao princípio da reencarnação é o seguinte versículo no Livro de Iyov (Jó):

Olhará para os homens, e dirá: Pequei, e perverti o direito, o que de nada me aproveitou.
Porém Deus livrou a minha alma de ir para a cova, e a minha vida verá a luz.
Eis que tudo isto é obra de Deus, duas e três vezes para com o homem,
Para desviar a sua alma da perdição, e o iluminar com a luz dos viventes.

Veja, todas essas coisas que Deus realiza – duas, até três vezes com um homem – trazer sua alma de volta do poço para que possa ser iluminada com a luz dos vivos. (Jó 33:29)

Em outras palavras, Deus permitirá que uma pessoa volte ao mundo “dos vivos” vinda do “poço” (que é um dos termos bíblicos clássicos para Gehinom ou Purgatório) uma segunda ou terceira vez (ou múltiplas) vezes. Falando de maneira geral, no entanto, este versículo e outros são entendidos pelos místicos como meras alusões ao conceito da reencarnação. A verdadeira autoridade para o conceito está enraizada na tradição.


Notas:
1. Maimônides, Melachim 11:3
2. Comentário sobre a Mishná, Sanhedrin 10:1; cf Sanhedrin 99a
3. Maimônides, Melachim 11:3, 12:5
4. Sanhedrin 91b, 99a, Berachot 34b, Pesachim 68a; Shabat 63a; Maimonides, Teshuvá 9:2, Melachim 12:2.
5. Tosafot, Rosh Hashaná 16b, s.v. leyom din; Emunos V’deyos 6:4(final), Raavad, Hilchos Teshuvá 8:8; Kesef Mishná, Teshuvá 8:2; Derech Hashem 1:3:11
6. Ramban (Nachmanides) Shaar HaGemul. Segundo o Ramban e outras autoridades, o :Mundo das Almas” é freqüentemente mencionado como o Jardim do Éden.
7. Sanhedrin 99a.
8. Ramban, Shaar HaGemul. Citando fontes talmúdicas e midráshicas, o Ramban escreve que há três dias de julgamento, i.e., três vezes a alma é julgada.
1) Rosh Hashaná, quando revisa o ano que passou e determina as circunstâncias materiais para o ano vindouro;
2) Dia da morte, quando revisa a vida que passou e determina o que precisa para continuar a experiência de mais revisão ou está pronta para o Paraíso.
3) O Grande Dia do Julgamento, que é quando todos que viveram são ressuscitados, os justos para a vida eterna (num mundo físico espiritualizado, segundo o Ramban) e os perversos por aquilo que falta para terminar (segundo outros haverá uma categoria intermediária daqueles que são dignos de continuar num espírito desencarnado, mas não na forma física mais rara do corpo ressuscitado num mundo ressuscitado). Haverá também aparentemente diferentes graus de recompensa (i.e., vivenciando a presença de D’us) neste Mundo Renovado após o Grande Dia de Julgamento, tudo dependendo das ações da pessoa durante a vida. Tem sido questionado: Se uma pessoa é julgada após a sua morte quanto ao seu status no Mundo Vindouro, qual é o propósito do Grande Dia do Julgamento? Uma das respostas diz que depois que uma pessoa morre, todos os filhos, as boas e as más ações e a influência que ela teve sobre os outros ainda “estão em movimento”. Somente ao final da história pode ser feita a “contagem final”, então, quanto ao impacto que a pessoa teve em sua vida.
9. Derech Hashem 1:3:13.
10. Shaar HaGilgulim, cap. 8; Derech Hashem 2:3:10.
11. Muitos ficam surpresos ao descobrir que a reencarnação era uma crença aceita por muitas das grandes mentes da civilização ocidental. Embora o Judaísmo, obviamente, não concorde necessariamente com todos os pensamentos e filosofias dele, apesar disso Platão, por exemplo, (em Meno, Faedo, Timeus, Fedrus e na República), defende a crença na doutrina da reencarnação. Ele parece ter sido influenciado por mentes gregas clássicas anteriores como Pitágoras e Empédocles. No Século Dezoito, a Idade do Iluminismo e do Racionalismo, pensadores como Voltaire (“Afinal, não é mais surpreendente nascer duas vezes do que nascer uma vez”) e Benjamin Franklin expressaram uma afinidade pela noção da reencarnação. No Século dezenove, Schopenhauer escreveu (na obra: Parerga e Paralipomena): “Se um asiático me pedisse uma definição da Europa, eu seria forçado a responder-lhe: ‘É aquela parte do mundo que é assombrada pela incrível ilusão de que o o nascimento da pessoa é sua primeira entrada na vida’…” Dostoevsky (em sua obra: Irmãos Karamazov) refere-se à ideia, ao passo que Tolstoy parece ter bem definido o fato de que vivemos antes. Thoreau, Emerson, Walt Whitman, Mark Twain e muitos outros reconheceram e/ou defenderam alguma forma de crença na reencarnação. Deve-se notar, porém, que algumas autoridades clássicas da Torá, mais especificamente Saadia Gaon, do Século Dez, negava a reencarnação como dogma judaico. Emunos V’Deyot 6:3.
12. O Talmud relata que o sábio do segundo século, Rabi Shimon bar Yochai e seu filho Elazar esconderam-se numa gruta para escapar da perseguição romana. Durante treze anos eles estudaram dia e noite sem distração. Segundo a tradição cabalista (Tikunei Zohar) foi durante aqueles treze anos que ele e seu filho compuseram os principais ensinamentos do Zohar. Oculto por muitos séculos, o Zohar foi publicado e disseminado por Rabi Moshê de Leon no século Treze.
13. Embora o Zohar seja geralmente mencionado como uma obra de um único volume, compreendendo Tikunei Zohar e Zohar Chadash, é na verdade uma compilação de vários tratados menores ou sub-seções.
14. Zohar I:131a, 186b, 2:94a, 97a, 100a, 105b, 106a, 3:88b, 215a, 216a; Tikunei Zohar 6 (22b, 23b), 21 (56 a), 26 (72a), 31 (76b), 32 (76b), 40 (81a), 69 (100b, 103a, 111a, 114b, 115a, 116b), 70 (124b, 126a, 133a, 134a, 137b, 138b); Zohar Chadash 33c, 59a-c, 107a; Ruth 89a.
15. O Zohar (I 131a): “Rabi Yossi respondeu: ‘Aqueles corpos que são indignos e não atingem seu objetivo serão considerados como se não tivessem existido…’ Rabi Yitschak [discordou e] disse: Para estes corpos o Eterno fornecerá outros espíritos, e se considerados dignos obterão uma morada no mundo, mas se não forem, serão cinzas sob os pés dos justos.” (Cf. Zohar II 105b.
16. Ex.: Zohar III 216a; Tikunei Zohar 6 (22b), 32 (76b) sugere três ou quatro chances. Tikunei Zohar 69 (103a) sugere que se mesmo um pequeno progresso é feito a cada vez, a alma recebe até mil oportunidades de reencarnação a fim de atingir sua compleição. Zohar III 216a sugere que uma pessoa essencialmente justa que passa pelas agruras de vagar de cidade em cidade, de casa em casa – até mesmo tenta abrir negócios (Zohar Chadash Tikunim 107a) – é com se passasse por várias reencarnações.
17. A resposta é que sim, é uma possibilidade, Zohar II, 106a.
18. “Depois que a alma deixou o corpo e o corpo não respira mais, é proibido mantê-lo insepulto (Moed Katon, 28a; Baba Kama, 82b). Um corpo morto que é deixado insepulto por 24 horas provoca uma fraqueza nos membros da Carruagem e impede que o desígnio de Deus seja cumprido; pois talvez Deus tenha decretado que ele deveria passar pela reencarnação imediata no dia em que morreu, o que seria melhor para a pessoa, mas como o corpo não está enterrado a alma não pode ir à presença de Deus nem ser transferida para outro corpo. Pois uma alma não pode entrar num segundo corpo até que o primeiro seja sepultado…” Zohar III 88b.
19. Tikunei Zohar 70 (133a). Depois os cabalistas detalham as circunstâncias que podem levar à reencarnação em forma vegetal e até mineral. Shaar HaGilgulim, cap. 22 & 29; Sefer Haredim 33, Ohr Chaim 1:26.
20. Bahir 122, 155, 184 e 185 também discutem a reencarnação.
21. Bereshit 38:8, Job 33:30.
22. Ex. comentário sobre Bereshit 34:1; seu Taamei HaMitsvot (16a) diz que a reencarnação é o segredo por trás dos dez sábios talmúdicos que foram abatidos pelos romanos.
23. Comentário sobre Bereshit 4:25, Devarim 33:6.
24. Suas principais obras são Etz Chaim (Árvore da Vida) e Pri Etz Chaim (Fruto da Árvore da Vida), bem como o Shmonê Shaarim (Oito Portões), que tratam sobre tudo que vai do comentário bíblico até inspiração Divina e reencarnação.
25. Sefer HaGilgulim, “O Livro das Reencarnações,” por Chaim Vital é também um livro inteiro dedicado a este tópico.
26. Comentário sobre Niddah 30b.
27. Comentário ao Livro de Jonah, e muitos outros locais. Por exemplo, R. Meir Simcha de Dvinsk em Ohr Somayach, Hilchot Teshuvá 5, s.v. v’yodati; R. Israel Meir HaKohen [o Chofets Chaim] em Mishnah Berurá 23:5 e Shaar HaTzion 702:6; R. Yaakov Yisroel Kanievsky [o Steipler Gaon] em Chayei Olam.
28. Guehinom refere-se, geralmente, a uma experiência com tempo limitado (Edyos 2:10) na vida posterior, onde a alma é purgada de suas culpas num processo, depois que tudo foi feito e dito, descrito como doloroso, embora catártico. Num sentido mais profundo, a pessoa grosseira é recompensada na mesma moeda. Assim como agiu grosseiramente ao pecar, agindo como se Deus não estivesse presente, ele é pago tendo de passar pelo Guehinom, um local diferente do Céu, onde a presença de Deus de certa maneira está oculta, ou pelo menos não aberta e livre. (O nome Guehinom vem do vale ao sul de Jerusalém, conhecido como o vale [Guei] do filho de Hinnom, onde certa vez crianças foram sacrificadas a Molech (II Reis 23:10’; Yirm. 2:23; 7:31-32; 19:6). Por este motivo o vale foi considerado amaldiçoado, e Guehinom assim tornou-se um sinônimo para Purgatório.