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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

NUBANK, BANCO INTER E XP DESBANCARÃO OS GRANDES BANCOS?


Um dos grandes inconvenientes dos grandes Bancos é a famigerada taxa de manutenção de conta. Os bancos já ganham com os cartões de crédito, com os cartões de débito, empréstimos entre outros, pois quando  se passa um cartão de débito, um percentual vai para os bancos.

Eis que agora o NUBANK surge com a novidade do banco virtual. Sem agências físicas, sem cobrar taxa de manutenção, com serviços mais light e facilitados, com cartões sem anuidade, e até devolvendo parte do preço quando o parcelamento dos cartões é pago adiantado.

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Vantagens do cartão de crédito

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André Rocha



Analista de ações certificado pela Apimec

Teoria dos jogos e a análise por unidades de negócio podem ajudar a responder a questão


Comecei a trabalhar como analista poucos anos antes da privatização do setor de telecomunicações em 1998. A participação do segmento no Ibovespa era de quase 50%. Atualmente, restaram apenas duas representantes: Telefônica (VIVT4) e TIM (TIMP3). Juntas, representam menos do que 2% do índice.


Questões regulatórias, dentre outras razões, explicam parte da derrocada do setor dentro do Ibovespa. Mas, sem dúvida, as novas tecnologias contribuíram para essa queda. A competição do Voip fez as empresas tradicionais reduzirem as caras tarifas de longa distância. Mudanças de hábito dos consumidores, como a substituição do uso da voz por aplicativos de mensagens, retirou receita das operadoras. São apenas dois exemplos.



Quem esperava uma queda tão brusca de participação? Um estudioso que observasse a evolução do índice ao longo do tempo saberia que o setor havia sido irrelevante no início da década de 1980, com participação irrisória de 0,4%.



Essa análise histórica mostra que o setor financeiro (contando não só bancos, mas também seguradoras, bolsa de valores e empresas credenciadoras) sempre teve peso relevante no índice. No começo dessa década, o peso era de 19%, número similar ao do início dos anos 80. Durante a década de 90, havia sido bem menor: ao redor de 10%. Sinal de alerta para os grandes bancos listados: Bradesco (BBDC4), Itaú (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11)? Vamos analisar brevemente cada linha de negócio.


Concessão de crédito deve ser mais resiliente à concorrência

A área de crédito, uma das principais atividades dos bancos tradicionais, deve sofrer menos competição, ao contrário do ocorrido nos meios de pagamentos, onde as entrantes roubaram rapidamente participação de mercado das empresas tradicionais (Cielo e Redecard). Regras prudenciais dos órgãos reguladores, como os elevados compulsórios e exigência de capital elevado, bem como problemas com a inadimplência (dificuldade na recuperação das garantias devido à insegurança jurídica e a assimetria de informação dos clientes) devem restringir a atuação das “fintechs” em crédito. Além disso, devem operar apenas com capital próprio, via Sociedades de Crédito Direto, sem a alavancagem dos bancos tradicionais. Assim, elas devem atuar mais à margem do sistema, sendo importantes para atender a determinados nichos e democratizar o acesso, mas com impacto limitado sobre o volume de crédito consolidado da economia.

As tesourarias, por sua vez, devem continuar contribuindo com o resultado dos bancos apesar da queda expressiva dos juros primários da economia. As atividades dos bancos de investimento, como emissão de ações e dívida, devem continuar sendo dominadas pelos grandes bancos, especialmente as das grandes companhias.

Serviços que sofrerão maior competição

As receitas com tarifas bancárias devem se reduzir ao longo do tempo, com o aumento da participação de mercado de fintechs como Nubank, Banco Inter, Neon, C6 Bank, Agibank e outras. Além disso, a administração de recursos feita pelas gestoras dos grandes bancos começou a sofrer a concorrência das assets independentes que supriram sua falta de capilaridade para acessar o investidor por intermédio das plataformas como XP, Órama, Guide e outras.

Logo, é natural que os grandes bancos percam peso no Ibovespa nos próximos anos, em decorrência da queda de participação de mercado em alguns segmentos e da redução do retorno total da atividade bancária. Não somente os bancos tradicionais, mas o segmento como um todo, deve ter o peso reduzido no médio prazo. Até porque sua participação no Ibovespa está no maior patamar da série: 37%.

Por outro lado, essa queda no índice deve ser limitada. Primeiro, porque não são todas as unidades de negócios que terão forte concorrência. Segundo porque, pela Teoria dos Jogos, os grandes bancos não ficarão passivos ante a movimentação das fintechs. Eles já vêm adotando decisões estratégicas para enfrentar essa situação. O Bradesco criou o banco digital Next; o Santander, além da Getnet, empresa de meios de pagamentos, criou a plataforma de investimentos Pi e o Itaú Unibanco possui 49% da XP. Terceiro, os grandes bancos têm bolso fundo para financiar os investimentos necessários.

A possível perda de participação dos bancos tradicionais no índice deve ser compensada pelos bancos digitais e plataformas de investimentos que devem acessar o mercado de ações para financiar suas atividades. O Banco Inter (BIDI4) já abriu seu capital na B3 e a XP analisa essa possibilidade.

Essa conclusão parece ser a de muitos. Na minha conta do Twitter, perguntei se a participação dos bancos tradicionais cairia a menos de 15% do Ibovespa em cinco anos. 76% responderam “não”. O peso hoje apenas dos bancos tradicionais é de 27%



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