Não é exagero, não. O transatlântico do neoliberalismo fez água, e seu naufrágio certamente se acelerou, com as turbulências na economia dos EUA e declínio do dólar como "moeda forte" mundial.
Os relatórios anuais do Banco Mundial e Unctad (organismo das Nações Unidas) demoliram os principais mitos da "onda neoliberal". Eles mostraram, com estatísticas, os efeitos devastadores das teorias sobre as vantagens da abertura de mercado e redução do papel do Estado, deixando-se que as forças "do mercado" resolvam tudo. Tudo o que os críticos diziam ficou comprovado com números: os países ricos foram altamente beneficiados com a expansão do comércio mundial, isto é, a invasão dos mercados dos países emergentes; e, em nível da população, tudo o que se viu foi um horrendo aumento no número de pobres e miseráveis na face do planeta Terra.
Para dissabor dos neoliberais, ficaram totalmente desmentidas, também, as previsões feitas inclusive por economistas famosos, de que os países que não seguissem os "conselhos" de "liberalização" dados pelo FMI estavam condenados a não receber investimentos externos, nem empréstimos internacionais, e por isso mesmo mergulhar em imensa crise.
A Malásia, que desde a crise asiática do final de l997 estabeleceu controles sobre as importações e a remessa de dólares para o exterior, teve um desempenho econômico brilhante - como o próprio FMI foi obrigado a reconhecer. Mais disgusting ainda, a Índia e a China, que nunca aceitaram as propostas de "abertura" e mantiveram as Importações sob controle, continuaram a apresentar altíssimas taxas de crescimento.
FIM DA LAVAGEM CEREBRAL
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Publicação da Revista veja que mostra como Serra teve papel importante nas privatizações |
O caso da China, aliás, merece um pequeno mas importante parêntesis, porque ele ajuda a entender o nível de manipulação a que o noticiário internacional está submetido para exaltar o modelo neoliberal e, óbvio, o seu beneficiário, os EUA.
O noticiário em 1998, artigos e análises fornecidos por agências ou transcritos de publicações estrangeiras afirmavam que a China caminhava para uma grande crise.
A revista inglesa The Economist, que era (e-r-a) considerada a mais importante e respeitável publicação especializada, chegou ao cúmulo de fazer uma reportagem de capa apontando o fim da prosperidade da China, que vinha crescendo espetaculares 8 por cento ao ano, ou três a quatro vezes a taxa de crescimento dos países ricos.
Pois a China cresceu 7,8 por cento em l998, e no último trimestre expandiu-se à taxa de 7,3 por cento. Mas o desgosto dos neoliberais não parou por aí. Na mesma trajetória da Malásia, Índia, China, Também a Coréia do Sul vem dando pinotes, como o crescimento de 20 por cento em sua produção industrial - e a Coréia do Sul rejeitou grande parte das imposições do FMI e banqueiros internacionais (reduziu rapidamente as taxas de juros após a crise, por exemplo).
Em resumo: o noticiário manipulado dos últimos anos previu desastres para quem não seguisse o receituário neoliberal. E exaltou a prosperidade dos EUA, como "prova" das vantagens do modelo (na verdade, a prosperidade norte-americana teve outras causas, como se verá adiante). Aconteceu o contrário.
O neoliberalismo passou a enfrentar uma onda de oposição ao redor do mundo, inclusive no Brasil. Pelas mãos do governo FHC e seus "pensadores", certamente não.
Mas o debate intensificou-se, e a sociedade finalmente ficou livre da "lavagem cerebral" dos últimos anos e opinou conscientemente. Essa "virada" foi facilitada pela crise que finalmente começou a se manifestar claramente, a partir de 1999, para a economia norte-americana.
Com ela, enfraquece-se a posição dos dois principais cúmplices das aberrações cometidas pelo governo FHC, a pretexto de adotar o modelo neoliberal e "modernizar" a economia. Isto é, o governo Clinton e o FMI.
O DECLÍNIO DOS EUA
A tão decantada prosperidade norte-americana dos anos 90 se baseou em três fatores principais: queda violenta dos preços do petróleo, do qual os EUA são um grande importador; queda violenta nos preços de matérias-primas e minérios igualmente importados; e, finalmente, como arma principal, a abertura de mercados, de países desavergonhados como o Brasil, para as exportações e multinacionais dos EUA. Já em 1997, era possível prever que l999 marcaria o final desse ciclo.
Primeiro motivo para a mudança: o aumento das exportações, para os EUA, dos países que desvalorizaram suas moedas com a crise de l997/98 (a única exceção é o Brasil de FHC/Malan, obviamente, porque as multinacionais aqui instaladas obedecem suas matrizes, e elas não permitem que as filiais locais exportem).
Com essa disparada nas importações, os EUA passaram a enfrentar saldos negativos cada vez maiores em sua balança comercial - que saltaram da faixa dos l5 a l8 bilhões de dólares por mês para 2l bilhões de dólares em junho e, finalmente, 25 bilhões de dólares em julho e agosto/1998.
O gigantismo desse rombo, podia-se prever, finalmente colocaria em xeque o prestígio (e o preço) artificial de que o dólar desfrutou ao longo de décadas, permitindo que os EUA comprassem mercadorias, bens e empresas/negócios em outros países simplesmente emitindo mais dólares, isto é, mero "papel pintado", como dizia De Gaulle já na década de 60.
Com o dólar despencando diante do iene japonês, e a alta dos preços do petróleo ameaçando ampliar ainda mais o rombo nas importações, as bolsas de valores norte-americanas entraram em fase de maré vazante. Com a queda no mercado de ações, desaparece um dos principais motivos de euforia do consumidor norte-americano, que embarcou em uma "corrida às compras" nos últimos anos, fiado nos lucros prometidos pelos papéis - e assim garantiu altos níveis de venda à indústria e ao comércio.
Os problemas do país-símbolo do marketing neoliberal se contrapõem a uma temporada de estatísticas econômicas positivas para a Europa, onde a união na área econômica e a criação do euro tiveram um significado muitíssimo mais profundo do que os meios de comunicação transmitiram à opinião pública.
Juntas, as duas iniciativas podem ser consideradas como o fato histórico mais importante dos tempos recentes, capaz de influenciar o destino do planeta Terra nas próximas décadas. A união econômica européia e a criação do euro abalam o domínio (imerecido) do dólar e os planos de hegemonia absoluta dos EUA, que se valeu da gazua neoliberal para colocar de joelhos, ou de quatro, países como o Brasil que tinha como seu fiel escudeiro, o governo FHC.
Com todos os seus principais países governados a esta altura por partidos de esquerda, a Europa tem rejeitado os principais mandamentos da cartilha neoliberal. Pode, assim, ser considerada uma "aliada" na rejeição à política econômica adotada pelo governo FHC, sob as ordens do FMI/governo Clinton.
A garantia de que os interesses da nação brasileira estariam defendidos, se consolidou com a eleição de um governo com uma nova orientação de projeto nacional, no caso o governo LULA.
Basta ver o avanço dos grupos empresariais espanhóis, portugueses, italianos e, sobretudo, os franceses (ah, os amigos da Sorbonne...) para entender que a desnacionalização comprometedora do futuro não tem beneficiado apenas as multinacionais e bancos dos EUA.
A crise do dólar e da economia dos EUA atrapalha os planos de transformar o Brasil em colônia norte-americana. Mas, mon Dieu, alguém fora de Brasília quer ser colônia da Europa? Aux armes, citoyens.
Veja como FHC e Serra patrocinaram a falida política NEOLIBERAL, vendendo o patrimônio público.
O Sr. José Serra do PSDB, tocava o programa de privatização e era o responsável pela vendas das estatais brasileiras, quando foi ministro do planejamento do governo FHC. Confira na matéria abaixo, da revista Veja de 03/05/1995, o que o Ministro Serra disse: “Estamos fazendo todo o possível para privatizar em alta velocidade”.
Assim, conforme mostram as fotos dessa matéria, Serra bateu o martelo em leilões de privatização. A cada batida de martelo, bilhões do patrimônio público nacional eram retirados da mão do povo brasileiro e entregues a investidores privados. Um crime de lesapátria.
Na matéria acima, a revista narra o que disse FHC para Serra: "É preciso dizer sempre em todo lugar que esse governo não retarda privatização, não é contra NENHUMA PRIVATIZAÇÃO, e vai vender tudo o que der para vender".
OBS: Como sabemos, a Vale do Rio Doce foi vendida por $ 3,2 bilhões de Dólares. Esse valor corresponde ao lucro da empresa em apenas um semestre. Hoje, seu valor no mercado é de $ 196 bilhões de Dólares, ou seja, entregaram de graça um patrimônio público. Quem fez isso não pode ser a favor do Brasil. Relação de empresas estatais brasileiras, privatizadas (entregues) pelo do governo neoliberal de FHC e José Serra, junto com governos estaduais da época, principalmente o do ex-governador Geraldo Alckmin: - AES SUL (CEEE Distribuição) - vendida para a empresa americana AES; - BANDEIRANTE Energia - vendida para o grupo Português EDP; - CELPE - vendida ao grupo espanhol Iberdrola; - CEMAR - vendida ao grupo americano Ulem Mannagement Company; - CESP TIETE - vendida para a empresa americana DUKE; - CETEEP - vendida para a empresa estatal Colombiana ISA; - COELBA - vendida ao grupo espanhol Iberdrola; - CONGÁS - vendida ao grupo britânico British Gas/Shell; - COSERN - vendida ao grupo espanhol Iberdrola; - CPFL - vendida para o grupo brasileiro VBC; - ELEKTRO - vendida para a empresa americana ENRON; - ELETROPAULO - vendida para a empresa americana AES; - ESCELSA - vendida ao grupo português GTD Participações, juntamente com o consorcio de Bancos Iven S.A. - GERASUL - vendida para empresa Belga Tractebel; - LIGHT- vendida ao grupo francês e americano EDF/AES; - RGE - vendida para o grupo brasileiro VBC; - BAMERINDUS - vendido ao grupo britânico HSBC; - BANCO BANESPA - vendido ao grupo espanhol Santander; - BANCO MERIDIONAL - vendido para o Banco Bozano; - BANCO REAL - vendido ao grupo ABN-AMRO, hoje sob o controle do grupo Santander; - BEA (Banco do Amazonas S.A.) - vendido ao Bradesco; - BEG (Banco de Goiás) - vendido ao Itaú; - CARAIBA - Mineração Caraíba Ltda - CIA. VALE do RIO DOCE;
V.S. poderá ouvir de alguns defensores do NEOLIBERALISMO que as privatizações foram boas porque hoje essas empresas estão prósperas e antes cambaleavam.
Realmente isso é verdade, entretanto o que esses defensores não lhe irão explicar são duas coisas importante:
1º Quem geria essas empresas era o governo que no caso de ser Neoliberal, tinha total interesse em que essas empresas fossem mal para que isso servisse de argumento para a sua privatização. Chegaram até a fazer comercial comparando-as a um paquiderme. Dessa forma colocavam gerentes interessados na demolição das empresas que lhe interessava vender e esses procuravam gerir mal esse patrimônio cumulando-o com vários vícios nocivos ao seu funcionamento, como utilizar essas empresas como cabide de empregos por exemplo.
2º Sempre há por trás das privatizações o interesse econômico de quem faz a privatização. Sempre há dinheiro que circula por baixo do pano. Dessa forma o preço real é o que acumula o valor dado em leilão, (que de fato não existiu, até porque os grupos de consórcio formados com empresas de previdência privada como a PETRUS tinham dificuldade para se compor em um preço mínimo.) mais o valor que já foi colocado em paraísos fiscais devidamente longe dos olhos atentos da imprensa ou das investigações. Privatizar e Estatizar é uma excelente forma de "LEVAR ALGUM" pois o dinheiro que está em jogo é público (Não é de ninguém em especial).
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