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JORNAIS QUE TEM INFORMAÇÃO REAL.

domingo, 28 de abril de 2019

E LULA FALOU. E DISSE.

E, não temais os que matam o corpo, mas não têm poder para matar a alma. Temei antes, aquele que pode destruir no inferno tanto a alma como o corpo. Matheus 10 :28



Enganam-se aqueles que pensam que a prisão destrói um líder político como Lula. Enganam-se ao pensar que a prisão injusta e política como a de Lula o irá desmotivar ou abater sua grandeza. Não. A história está repleta de exemplos. Hitler por exemplo como exemplo do mal, também esteve preso e depois ressurgiu tornando-se o FHURER (Condutor da nação Alemã).

Também Ghandi que foi o maior líder político e espiritual da Índia, praticamente aquele que conseguiu a independência da Índia, esteve preso. Além disso também porque não falar de Jesus que foi preso, açoitado, assassinado injustamente e era o governador espiritual do planeta, o rei dos reis e é até hoje. Nelson Mandela é outro grande exemplo. Condenado pela política do Apartheid na África do Sul, quando o mundo clamava por sua liberdade, tornou-se depois chefe de estado de seu país. Não poderia estar de fora dessa  relação o grande vulto Martin Luther King Júnior, que é hoje um herói americano. Um dos únicos três vultos ao lado de Abrahan Lincoln e George Washington cuja data de nascimento é feriado nacional nos Estados Unidos.


Já ouviu falar de Nelson Mandela (que EUA chamava de terrorista), Gandhi, Jesus e Luther King? Todos presos por Moros, Malafaias, TRFs e STF de seus tempos.. 
JESUS PRESO



Enganam-se os perversos, os hipócritas, os enganados, os pequenos, que manter encarcerado uma figura pública como Lula, o maior estadista desse país que não se baseia só em palavras mas em exemplos, exemplos de uma exitosa administração em todos os sentidos inclusive, pode diminuir sua grandeza. É o contrário. Torna-o maior. Trona-o mítico. Torna-o um exemplo de sacrifício, e de abnegação, pois ele poderia ter conseguido um asilo em uma embaixada e estar livre correndo mundo para expor sua plataforma e suas idéias, podendo falar o que quisesse e quando quisesse. Aceitando o carcere, demonstra assim a perfídia, a arrogância, a prepotência. Desnuda a parcialidade do judiciário, que esperamos ainda encontrar no STF a guarda dos direitos individuais do cidadão.
Muito terão que pagar por isso. É só esperar porque essa canoa vai virar.


Muito se arrependerão e serão aqueles que hoje o condenam. Passarão para a história como JUDAS. Serão os que contribuíram para a destruição do povo Brasileiro e para o desmonte de um estado que se aproximava de ser uma potência emergente. É com tristeza que o mundo assiste a essa tragédia Brasileira, porque o mundo gosta do Brasil, e mais o mundo precisa do Brasil. É possível que daqui a alguns anos estejamos vendo manchetes que mostrarão o estado de penúria do povo Brasileiro que um dia sonhou em ser o maior e nesse momento seus olhos se  voltarão para essa grande figura que nasceu com uma missão nascendo pobre e sobrevivendo na pobreza do nordeste Brasileiro, resgatar o gigante. Como diz Noam Chomsky, o gigante do sul, que ainda não acordou porque uma elite egoísta e incompetente ainda vive na época da escravidão e não consegue perceber que o mundo evoluiu. Mas eles passarão.



Mônica Bergamo sobre Lula: Presidente está bem e falou de todos os temas

MONICA BERGAMO DA FOLHA DE SÃO PAULO

Em entrevista de mais de duas horas, Lula falou de todos os temas. "O presidente estava bem, falou sobre muitas coisas. O tempo foi adequado para falar de todos os temas, de como ele está na prisão, de Bolsonaro, de política nacional, de política internacional", disse a jornalista.


Em novo despacho o ministro do STF Ricardo LevandovsKy concede a entrevista a Lula ao jornalista Florestan e a Jornalista Monica Bergamo.




terça-feira, 9 de abril de 2019

VERDADES QUE PRECISAM SER DITAS - #LULALIVRE



Curitiba – Às 6h30 da manhã, horário marcado para a concentração das caravanas no terminal Boa Vista, em Curitiba, seria impossível imaginar que tanta gente dedicaria o 7 de abril de 2019 a protestar contra este um ano da prisão política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A garoa fina e a brisa fria gelavam quem descia dos primeiros ônibus que chegavam à capital paranaense.



Mas o quadro não demorou a mudar, assim como o tempo. Ao longo da passeata que a partir das 8h percorreu 3,5 quilômetros até o bairro de Santa Cândida, mais e mais gente foi chegando. O tempo firmou, o solzinho apareceu e o calor surpreendeu quem trocou o conforto do dia de descanso pela luta. A organização do ato avalia que mais de 10 mil pessoas reuniram-se nas ruas do entorno do prédio da Polícia Federal na capital paranaense. 


Djalma Bom, “companheiro do presidente Lula com muita honra”, aos 80 anos venceu os 440 quilômetros entre São Bernardo do Campo e Curitiba “com disposição muito grande para libertar esse companheiro que é um preso político”. Ex-diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Djalma relatava, durante a passeata, a tristeza que a ausência de Lula representa para a classe trabalhadora. “Mas a gente continua insistindo e esse país vai ter de novo a presença do companheiro Lula liderando os grandes movimentos, ao lado das pessoas mais pobres, as pessoas que precisam dele.”


Dirceu Lopes, em uma caravana de Rio Grande e Pelotas (RS), ressaltava a importância de participar “desse grande protesto nacional” pela libertação de Lula, pelo restabelecimento da verdade diante de uma condenação sem provas.












O administrador de 61 anos, filiado ao PT desde a fundação, afirma sentir grande responsabilidade de estar nessa luta. “Foi um ano muito difícil, um ano em que todos nós que entendemos a questão do golpe, sabemos o que foi preparado para a retirada de Lula da disputa. Todo país perdendo credibilidade nacional e perdendo grande parte do que conquistou, da cidadania. As pessoas vêm por isso. Porque veem no Lula a possibilidade de retomarmos o processo de um país que tenha liberdade, oportunidades. Que possa ser colocado de volta nos trilhos do desenvolvimento socioeconômico.” 


Os paulistanos Camila Sanches e Clóvis Girardi decidiram vir a Curitiba por conta própria. “A gente estava adiando essa viagem já há algum tempo”, relata o estudante de Planejamento Territorial da UFABC. “Não é uma viagem de passeio, viemos com um propósito maior”, destaca Camila, que faz Direito no Mackenzie. “A gente veio prestar solidariedade ao presidente e registrar que o que está acontecendo é absurdo, injusto, dolorido”, disse a jovem de 21 anos. “Muito”, afirmou Clóvis, que aos 24 anos relata as dificuldades vividas na universidade pública diante do corte de recursos acarretado pela PEC da Morte. “É um movimento que tende a se expandir, que piore nos próximos anos.”


Camila, que estuda numa faculdade mais “conservadora”, conta que o espaço democrático acaba sendo “diminuto”. “Hoje a gente tem um representante maior que não tolera a diversidade e as pessoas se sentem no direito de não tolerar também. Mas a gente está aí para debater isso também e falar ‘ele não’ e ‘ele não no Mackenzie inclusive”, disse, orgulhosa do movimento que ajudou a liderar e acabou por proibir a visita do presidente Jair Bolsonaro à universidade no dia 27 de março.

A eterna noite espera um novo amanhecer


quinta-feira, 28 de março de 2019

BANGU E VASCO LUTARAM CONTRA O RACISMO.


Clubes que têm história de pioneirismo na inclusão de negros e pobres no futebol

Por Felipe Schmidt e Rodrigo Lois — Rio de Janeiro

28/03/2019 




Uma importante luta histórica une os adversários desta quinta-feira, no Maracanã, na semifinal da Taça Rio. Vasco e Bangu, que completam 100 anos de partida em 2019 - a primeira ocorreu em 15 de junho de 1919, com vitória por 4 a 1 do Bangu -, vão se enfrentar por vaga na final, mas no início de suas caminhadas compartilharam a resistência ao racismo no futebol brasileiro.

O Vasco é o caso mais famoso. Com uma equipe com sete negros e pobres, foi campeão carioca em 1923, causando espanto nos rivais. No ano seguinte, foi criada uma nova federação no Rio de Janeiro, a Amea (Associação Metropolitana de Esportes Athleticos), que convidou o clube para participar da liga, com uma condição: excluir 12 jogadores que foram investigados e acabaram não aprovados, baseando-se no critério do analfabetismo e das condições e natureza de suas profissões.

Time do Vasco campeão carioca em 1923 — Foto: Centro de Memória do Vasco.

A resposta do Vasco tornou-se histórica. O clube se recusou a participar da liga e foi jogar outra, com times menores, da qual se sagrou campeão, a Liga Metropolitana de Desportos Terrestres. Em 1925, retornou à disputa com os principais clubes.

O Vasco foi o primeiro campeão a ter negros no time. Era um clube que não tinha a menor objeção em relação a etnia, religião, condição econômica. Bastava defender a camisa com a intensidade que se espera de um atleta. (Quando veio o convite da Amea), os dirigentes encararam aquilo com ultraje. Os atletas sequer tiveram representação na defesa da investigação – contou João Ernesto Ferreira, vice-presidente de Relações Especializadas do Vasco.

Resposta Histórica do Vasco — Foto: Centro de Memória do Vasco



O curioso é que o Bangu fez parte da Amea – e muito provavelmente escalou jogadores negros. Tinha em seu elenco o zagueiro Luiz Antônio, irmão de Domingos da Guia. Mas o clube era um dos fundadores da nova liga e não teve que cumprir qualquer condição para disputá-la, ao contrário do Vasco.


O primeiro jogador negro do futebol brasileiro


O Bangu foi fundado no dia 17 de abril de 1904 por ingleses que trabalhavam na Companhia Progresso Industrial do Brasil, uma fábrica de tecidos do bairro. Logo no ano seguinte, o clube teve o seu primeiro atleta negro: Francisco Carregal, um operário brasileiro.


- Francisco Carregal era brasileiro, filho de pai português e mãe negra brasileira. Ele começou a jogar futebol nas dependências dos jardins da fábrica. Até chegar a fazer parte da equipe principal do Bangu foi um processo natural - contou Clécio Regis, torcedor fanático do Bangu e pesquisador da história do clube.

Francisco Carregal, com a bola na mão, foi o primeiro jogador negro no futebol brasileiro — Foto: Arquivo / Museu do Bangu


Muitas referências apontam Francisco Carregal como o primeiro jogador negro do futebol brasileiro. A Ponte Preta também reivindica esse posto, para Miguel do Carmo. Poucos meses depois da entrada de Carregal no time, o Bangu trouxe sem restrições mais jogadores negros.

O clube também aboliu a distinção entre torcedores no estádio - naquela época, o futebol era considerado um esporte da elite, em que pobres e negros não podiam assistir aos jogos nas arquibancadas.



Só que entre 1907 e 1909 o Bangu se afastou da Liga Metropolitana de Football, entidade que na época organizava o Campeonato Carioca, por causa da divergência com os outros clubes em relação ao tratamento com atletas negros. A Liga chegou a publicar uma nota de proibição a "pessoas de cor" de participarem de seus torneios.



- A dificuldade foi grande. A Liga Metropolitana não aceitava jogadores negros em suas competições. O Bangu decidiu então se desfiliar e organizar competições com outras equipes locais, menores. Em solidariedade ao Carregal e outros atletas negros, o Bangu ficou fora da Liga por dois anos - explicou Clécio.


Carregal foi o primeiro de uma série de grandes jogadores negros que defenderam o Bangu, como Zizinho, Marinho, Zozimo e os integrantes da família da Guia (Luiz, Domingos, Ladislau, Médio e Ademir). O Bangu foi campeão carioca da Segunda Divisão em 1911 com quatro negros no time. O primeiro título do Estadual na Primeira Divisão foi em 1933.
Pos
BANGU CAMPEÃO CARIOCA DE 1933

Bangu Atlético Clube - 1º Campeão de Futebol Profissional - Rio - 1933
(Da esquerda para direita) Em pé: Luiz Vinhais(técnico), Sobral, Paulista, Ladislau, Tião, Plácido, Gentil, Dininho, Orlandinho e Tenente Barbosa(preparador físico); Agachados: Paiva, Santana e Médio; Sentados: Mário Euro, Euclides, Newton, Sá Pinto e Camarão; Reservas: Buza e Vivi

Posteriormente o BANGU viria a ser campeão carioca de futebol em 1966.



Time do Bangu Campeão de 1966.

Em pé: Mario Tito, Ubirajara, Luiz Alberto, Ari Clemente, Fidelis e Jaime. Agachados: Paulo Borges, Cabral, Ladeira, Olcimar e Aladim.







terça-feira, 19 de março de 2019

A MORTE VISTA PELA SABEDORIA ORIENTAL



A Morte é o Fenômeno Mais Mal-Entendido 



“A morte é o fenômeno mais mal-entendido. As pessoas têm pensado na morte como o fim da vida. Este é o primeiro mal-entendido, básico. 

A morte não é o fim, mas o começo de uma nova vida. Sim, é um fim de algo que já está morto. É também um crescendo do que chamamos vida, embora muito poucos saibam o que a vida é. Eles vivem, mas vivem em tal ignorância que nunca encontram sua própria vida. E é impossível para essas pessoas conhecerem sua própria morte, porque a morte é a derradeira experiência desta vida, e a experiência inicial de outra. A morte é a porta entre duas vidas; uma é deixada para trás, outra está esperando adiante. 

Não há nada feio quanto à morte; mas o homem, por medo, fez até a palavra morte feia e impronunciável. As pessoas não gostam de falar sobre ela. Elas nem mesmo ouvem a palavra morte. 

O medo tem motivos. O medo surge porque sempre é outro alguém que morre. Você sempre vê a morte de fora, e a morte é uma experiência do que há de mais profundo no ser. É como simplesmente assistir ao amor do lado de fora. Você pode assistir por anos, mas você não chegará a saber nada do que é o amor. Você pode vir a conhecer as manifestações do amor, mas não o amor em si. Sabemos o mesmo sobre a morte. Apenas as manifestações na superfície – a respiração parou, o coração parou, o homem que costumava conversar e caminhar não está mais lá: apenas um cadáver está deitado lá em vez de um corpo vivo. 

Estes são apenas sintomas externos. A morte é a transferência da alma de um corpo para outro, ou em casos em que um homem está totalmente desperto, de um corpo para o corpo do universo todo. É uma grande jornada, mas você não pode conhecê-la pelo lado de fora. Do lado de fora só os sintomas estão disponíveis; e esses sintomas têm deixado as pessoas com medo. 

Os que conheceram a morte por dentro perdem todo medo da morte”. 

Osho, Zarathustra: A God That Can Dance, Capítulo #16 


A Morte Não é o Fim da Vida 

“Os meus sannyasins celebram a morte também, porque para mim a morte não é o fim da vida mas o próprio crescendo da vida, o próprio clímax. É o máximo da vida. Se você viveu corretamente, se você viveu momento a momento totalmente, se você extraiu todo o suco da vida, sua morte será o orgasmo definitivo. 

O orgasmo sexual não é nada comparado ao orgasmo que a morte traz, mas ela o traz apenas para a pessoa que conhece a arte de ser total. O orgasmo sexual é uma coisa muito débil comparado com o orgasmo que a morte traz.” 

Osho, Come, Come, Yet Again Come, Capítulo #2 

Todos Temem a Morte 

“Todos temem a morte pela simples razão que nós ainda não experimentamos o sabor da vida. O homem que sabe o que é a vida nunca teme a morte; ele lhe dá boas-vindas. Quando quer que a morte venha, ele aceita a morte, abraça a morte, dá boas-vindas à morte, ele recebe a morte como um convidado. Para o homem que não conheceu o que é a vida, a morte é um inimigo; e para o homem que sabe o que é a vida, a morte é o derradeiro crescendo da vida. 

Mas todos tem medo da morte; isso também é contagioso. Seus pais têm medo da morte, seus vizinhos têm medo da morte. As crianças pequenas começam a ficar infectadas por este constante medo circundante. Todos temem a morte. As pessoas não querem nem falar sobre a morte. 

Tem havido apenas dois tabus no mundo: sexo e morte. É muito estranho por que o sexo e a morte tem sido os dois tabus a não serem falados, a serem evitados. Eles estão profundamente conectados. O sexo representa a vida porque toda vida provem do sexo, e a morte representa o fim. E ambos têm sido tabu – não fale sobre o sexo e não fale sobre a morte.” 

Osho, Walking in Zen, Sitting in Zen, Capítulo #12 

Se a Morte Desaparecer Não Existirá Mistério na Vida 

“O homem religioso, o místico, tenta explorar o mistério da morte. Ao explorar o mistério da morte, ele inevitavelmente vem a conhecer o que é a vida, o que é o amor. Essas não são suas metas. Sua meta é penetrar a morte, porque parece não haver nada mais misterioso que a morte. O amor tem algum mistério por causa da morte, e a vida também tem algum mistério por causa da morte. 

Se a morte desaparecer não existirá mistério na vida. É por isso que não há mistério numa coisa morta, não há mistério num cadáver; porque ele não pode mais morrer. Você acha que não há mistério porque a vida desapareceu? Não, não há mistério porque agora ela não pode mais morrer. A morte desapareceu, e com a morte, automaticamente desaparece a vida. A vida é apenas um dos modos de expressão da morte.” 

Osho, The Dhammapada: The Way of the Buddha, Vol. 4, Capítulo #7 


Dentro de Você Não Há Ninguém Para Morrer 

“As pessoas não tem medo da morte, elas tem medo de perder a sua separação, elas tem medo de perder o seu ego. Uma vez que você comece a sentir-se separado da existência, o medo da morte surge porque então a morte parece ser perigosa. Você não estará mais separado; o que acontecerá ao seu ego, sua personalidade? E você tem cultivado a personalidade com tanto cuidado, com esforço tão grande; você a poliu a vida toda e a morte virá e a destruirá. 

Se você entender, se você vir, se você puder sentir e experimentar que você não está separado da existência, que você é um com ela, todo o medo da morte desaparece porque dentro de você não há ninguém para morrer. Em primeiro lugar, não há ninguém absolutamente: a existência vive através de você.” 

Osho, The Guest, Capítulo #1 

Sua Morte Provará Como Você Viveu 

“O homem que tem vivido sua vida totalmente, intensamente, apaixonadamente, sem qualquer medo – sem qualquer medo que tenha sido criado em você pelos padres por séculos e séculos – se uma pessoa vive sua vida sem qualquer medo, autenticamente, espontaneamente, a morte não criará nenhum medo nele, absolutamente. Na verdade, a morte virá como um grande repouso. A morte virá como o florescimento derradeiro da vida. Ele será capaz de desfrutar a morte também; ele será capaz de celebrar a morte também. 

E lembre-se: este é o critério. Se uma pessoa pode desfrutar e celebrar sua morte, isso mostra que ela viveu corretamente; não há outro critério. Sua morte provará como você viveu.” 

Osho, Philosophia Perennis, Vol. 1, Capítulo #9 


A Morte É a Culminação da Vida 

“O maior mistério na vida não é a vida em si, mas a morte. A morte é a culminação da vida, o florescimento extremo da vida. Na morte, a vida inteira é resumida, na morte você chega. A vida é uma peregrinação em direção à morte. Desde o início, a morte está vindo. Desde o momento do nascimento a morte começou a vir em sua direção, você começou a se mover em direção à morte. 

E a maior calamidade que aconteceu à mente humana é que ela está contra a morte. Ser contra a morte significa que você perderá o mistério maior. E ser contra a morte também significa que você perderá a própria vida – porque elas estão profundamente envolvidas uma na outra; elas não são dois. A vida é crescimento, a morte é o seu florescimento. A jornada e a meta não estão separadas; a jornada termina na meta.” 

Osho, The Revolution, Capítulo #9 


O Riso É a Atitude Zen em Relação à Morte 
Osho, 

Qual é a atitude Zen em relação à morte? 

“Riso. Sim, o riso é a atitude Zen em relação à morte e em relação à vida também, porque a vida e a morte não estão separadas. Qualquer que seja a sua atitude em relação à vida será a sua atitude em relação à morte, porque a morte vem como o florescimento definitivo da vida. A vida existe para a morte. A vida existe através da morte. Sem morte não haverá absolutamente vida alguma. A morte não é o fim, mas a culminação, o crescendo. A morte não é o inimigo, ela é o amigo. Ela faz a vida possível.” 

Osho, This Very Body the Buddha, Capítulo #8 

A Morte É uma Grande Reveladora 

“Tudo retorna à sua fonte original, tem que retornar à sua fonte original. Se você compreende a vida, então você compreende a morte também. A vida é um esquecimento da fonte original, e a morte é novamente uma recordação. A vida é afastar-se da fonte original, a morte é voltar para casa. A morte não é feia, a morte é bela. Mas a morte é bela apenas para quem viveu a sua vida desembaraçado, desinibido, irreprimido. A morte é bela apenas para os que viveram sua vida lindamente, que não tiveram medo de viver, que foram corajosos para viver – que amaram, que dançaram, que celebraram. 

A morte torna-se a celebração definitiva se a sua vida é uma celebração. Deixe-me dizer deste modo: seja o que for a sua vida, a morte revela apenas isso. Se você tem sido miserável na vida, a morte revela miséria. A morte é uma grande reveladora. Se você tem sido feliz em sua vida, a morte revela felicidade. Se você tem vivido apenas uma vida de conforto físico e prazer físico, então o curso da morte vai ser muito desconfortável e desagradável porque o corpo tem que ser deixado. O corpo é apenas uma residência temporária, um serai no qual passamos a noite e temos que deixar de manhã. Não é sua residência permanente, não é seu lar.” 

Osho, The Art of Dying, Capítulo #1 

Ela Pode Acontecer a Qualquer Momento 

“Um homem que pensa que a morte é contra a vida nunca pode ser não-violento. É impossível. Um homem que acha que a morte é o inimigo nunca pode estar à vontade, em casa. Isso é impossível. Como você pode estar à vontade quando o inimigo está esperando por você em qualquer momento? Ele vai saltar sobre você e destruí-lo. Como você pode estar não-tenso quando a morte está esperando na virada da esquina e a sombra da morte está sempre caindo sobre você? Pode acontecer a qualquer momento. Como você pode descansar quando a morte está ali? Como você pode relaxar? O inimigo não permitirá que você relaxe. 

Daí a tensão, a ansiedade, a angústia da humanidade. Quanto mais você luta contra a morte, mais subjugado pela ansiedade você se tornará, tem que se tornar. Essa é uma conseqüência natural disso.” 

Osho, Living Tao, Capítulo #1 

Seu Estado Existencial Interno É a Morte 

“Tal como está, seu estado existencial interno é a morte. Você pode tentar escondê-lo e você pode tentar ignorá-lo, mas seu estado existencial interno é a morte. A cada momento você é sacudido pela morte; a cada momento a morte está ressoando dentro de você. Seu corpo está viajando rápido em direção à sua morte. Cada momento traz a morte um pouco mais perto, e de todos os lados a morte está vigiando você. Você vê um homem velho e você é lembrado da morte; você vê uma casa demolida e a lembrança da morte se mexe em você; uma flor murcha é suficiente para trazer a fragrância da morte; uma fonte secou – outra vez é a morte olhando para você. Olhe para qualquer lugar. A morte prevalece, e você é abalado por ela.” 

Osho, Nowhere To Go But In, Capítulo #1 

Por Que Tememos a Morte? 

“Por que nos apegamos à vida e por que temos medo da morte? Você pode não ter pensado nisso. A razão pela qual nos apegamos muito à vida e por que temos medo da morte é simplesmente inconcebível. Nós nos apegamos tanto à vida, porque nós não sabemos como viver. Nós nos apegamos tanto à vida porque verdadeiramente não estamos vivos. E o tempo está passando e a morte está chegando cada vez mais perto. E temos medo da morte estar chegando perto e nós ainda não termos vivido. 

Este é o medo: a morte virá e nós ainda não vivemos. Estamos apenas nos preparando para viver. Nada está pronto; a vida não aconteceu. Nós não conhecemos o êxtase que a vida é; não conhecemos a bem-aventurança que a vida é; não conhecemos nada. Temos estado apenas inspirando e expirando. Temos estado apenas existindo. A vida tem sido apenas uma esperança e a morte está chegando perto. E se a vida ainda não aconteceu e morte acontece antes dela, é claro, obviamente teremos medo, porque não gostaríamos de morrer. 

Apenas aquelas pessoas que viveram, viveram de verdade, estão prontas, acolhedoras, receptivas, gratas à morte. Então, a morte não é o inimigo. Então, a morte torna-se a realização.” 

Osho, The Supreme Doctrine, Capítulo #9 

A Vida Está Cercada por Ambos os Lados pela Morte 

“O nascimento leva à morte, a morte precede o nascimento. Então, se você quiser ver a vida como ela realmente é, ela está cercada por ambos os lados pela morte. A morte é o começo e a morte é mais uma vez o fim, e a vida é apenas a ilusão intermediária. Você se sente vivo entre duas mortes; a passagem que une uma morte a outra você chama vida. Buda diz que isso não é vida. Esta vida é dukkha - miséria. Esta vida é morte. 

É por isso que para nós - que estamos profundamente hipnotizados pela vida, obcecados em estarmos vivos de qualquer maneira – ele parece como negador de vida. Para nós, simplesmente estar vivo parece ser o fim. Temos tanto medo da morte que Buda parece apaixonado pela morte, e isso parece anormal. Ele parece ser suicida. Este é o porquê de muitos terem criticado Buda.” 

Osho, The Book of Secrets, Capítulo #24 

Torne-se Consciente da Morte 

“Para mim, o homem significa consciência da morte. Não estou dizendo: torne-se receoso da morte; isso não é consciência. Simplesmente esteja consciente do fato de que a morte está chegando cada vez mais perto e você tem que estar preparado para isso... 

Então a primeira coisa: torne-se consciente da morte. Pense nisso, olhe para isso, contemple isso. Não tenha medo, não fuja do fato. Ele está lá e você não pode fugir dele! Ele veio à existência com você. 

Sua morte nasceu com você; agora você não pode fugir disso. Você tem escondido isso em si mesmo – torne-se consciente disso. No momento em que você torna-se consciente que você vai morrer, que a morte é certa, a sua mente total começará a olhar numa dimensão diferente. Então o alimento é uma necessidade básica para o corpo, mas não para o ser, porque mesmo que você obtenha alimento a morte ocorrerá. O alimento não pode proteger você da morte, o alimento pode apenas postergá-la. O alimento pode ajudá-lo a postergar. Se você obtiver uma boa proteção, uma boa casa, isso não o protegerá da morte. Isso apenas o ajudará a morrer convenientemente, confortavelmente. E a morte, se acontecer confortável ou desconfortavelmente, é a mesma. 

Na vida você pode ser pobre ou rico, mas a morte é o grande equalizador. O maior comunismo está na morte. Como quer que você viva, não faz diferença; a morte acontece igualmente. Na vida, a igualdade é impossível; na morte, desigualdade é impossível. Torne-se consciente disso, contemple isso.” 

Osho, The Book of Secrets, Capítulo #23 

É Preciso Passar pela Porta da Morte 

“A morte é mais importante que a vida. A vida é apenas o trivial, apenas o superficial; a morte é mais profunda. Através da morte você cresce para a vida verdadeira, e através da vida você apenas alcança a morte e nada mais. 

O que quer que digamos ou queiramos dizer por vida é apenas uma jornada em direção à morte. Se você puder compreender que sua vida toda é apenas uma jornada e nada mais, então você está menos interessado na vida e mais interessado na morte. E uma vez que alguém se torna mais interessado na morte, pode ir fundo para as próprias profundezas da vida; caso contrário, vai permanecer apenas na superfície. 

Mas não estamos interessados na morte absolutamente: pelo contrário, fugimos dos fatos, estamos continuamente fugindo dos fatos. A morte está lá, e a cada momento estamos morrendo. A morte não é algo distante, ela está aqui e agora: estamos morrendo. Mas enquanto estamos morrendo seguimos preocupados com a vida. Essa preocupação com a vida, essa preocupação exagerada com a vida, é apenas uma fuga, apenas um medo. A morte está lá, profundamente dentro – crescendo. 

Altere a ênfase, vire a sua atenção para o derredor. Se você tornar-se motivado com a morte, sua vida virá a ser revelada pela primeira vez, porque no momento em que você se põe à vontade com a morte, você ganhou uma vida que não pode morrer. No momento em que você conheceu a morte, você conheceu a vida que é eterna. 

A morte é a porta da vida superficial, a assim-chamada vida, o trivial. Há uma porta. Se você passar pela porta você chega a outra vida – mais profunda, eterna, sem morte, imortal. Então da assim-chamada vida, que não é nada exceto morrer, tem-se que passar pela porta da morte; somente então alcança-se uma vida que é verdadeiramente existencial e ativa – sem morte nela.” 

Osho, Meditation: The Art of Ecstasy, Capítulo #11 

Não Há Mentira Maior Que a Morte 

“A primeira coisa que eu gostaria de lhe dizer sobre a morte é que não há mentira maior que a morte. E entretanto, a morte parece ser verdadeira. Não apenas aparenta ser verdadeira mas aparece também como a verdade fundamental da vida – ela aparece como se a totalidade da vida esteja cercada pela morte. Se nos esquecemos disso, ou nos tornamos esquecidos disso, em todo lugar a morte permanece perto de nós. A morte está mais perto de nós até mesmo que nossa própria sombra. 

Nossas vidas tem sido estruturadas sobre os alicerces de nosso medo da morte. O medo da morte tem criado a sociedade, a nação, família e amigos. O medo da morte tem nos feito correr atrás de dinheiro e nos tem feito ambiciosos de posições mais elevadas. E o mais surpreendente de tudo é que nossos deuses e nossos templos também tem sido erigidos a partir do medo da morte. Receosos da morte, há pessoas que rezam de joelhos. Receosos da morte, há pessoas que rezam para Deus com as mãos postas elevadas em direção ao céu. E nada é mais falso que a morte. É por isso que qualquer que seja o sistema de vida que tenhamos criado, por acreditar que a morte é verdadeira, tudo torna-se falso. 

Mas como conhecer a falsidade da morte? Como podemos saber que não existe morte? Até sabermos isso, o nosso medo da morte também não passará. Até conhecermos a falsidade da morte, nossas vidas permanecerão falsas. Enquanto houver medo da morte, não pode haver vida autêntica. Enquanto tremermos de medo da morte, não podemos reivindicar a capacidade de viver nossas vidas. Só se pode viver quando a sombra da morte tiver desaparecido para sempre. Como pode uma mente amedrontada e trêmula viver? E quando a morte parece estar se aproximando a cada segundo, como é possível viver? Como podemos viver? 

Osho, And Now and Here, Capítulo #1 

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Para encontrar mais Citações de Osho sobre a Morte ou qualquer assunto em que você possa estar interessado, você pode visitar a Biblioteca Osho Online. Esta biblioteca gratuita contém mais de 225 livros de Osho que podem ser lidos ou pesquisados por palavras-chave ou frases.

segunda-feira, 11 de março de 2019

AS RAZÕES DA CRISE NA VENEZUELA

A VENEZUELA TINHA UMA RENDA PER-CAPTA SUPERIOR AO BRASIL. COM A CRISE DO PETRÓLEO E A SUBIDA AO PODER DE MICHEL TEMER, A RENDA PER CAPTA BRASILEIRA DESPENCOU AO PONTO DE A COSTA  RICA SUPERAR O BRASIL.


Venezuela tem mais petróleo do que Arábia Saudita. Setor é subexplorado.


O país detém 17,9% das reservas comprovadas de petróleo no mundo, à frente de Arábia Saudita (15,7%), Canadá (10,0%) e Irã (9,3%)



Recentemente, os Estados Unidos impuseram duras sanções à indústria petrolífera venezuelana com o objetivo de pressionar o presidente, Nicolás Maduro, a renunciar.

Quais são as sanções?

As sanções impedem que empresas americanas façam negócios com a PDVSA, petroleira estatal venezuelana, e congela os ativos da companhia nos Estados Unidos.


Essas medidas não eliminam totalmente as importações, mas exigem que os pagamentos sejam feitos em contas que a PDVSA não pode acessar.

Analistas consultados pela BBC Mundo afirmam que, devido às sanções, o governo venezuelano não tem como se beneficiar da venda de petróleo para os Estados Unidos, já que não pode tocar no dinheiro.

COISAS QUE NÃO TE DISSERAM SOBRE A VENEZUELA.



A principal razão da crise na Venezuela é a queda do preço do petróleo no mercado internacional a partir de 2015/2016.



A Venezuela tem as maiores reservas de petróleo do mundo - e o recurso é praticamente a única fonte de receita externa do país.

Após a Primeira Guerra Mundial, sucessivos governantes venezuelanos deixaram o desenvolvimento agrícola e industrial de lado para focar em petróleo, que hoje responde por 96% das exportações - uma dependência quase total.

A aposta no petróleo foi segura durante anos e deu bons resultados nos momentos em que o preço do barril estava alto. Entre 2004 e 2015, nos governos de Hugo Chávez e no início do de Nicolás Maduro - eleito em 2013 após a morte de seu padrinho político, no mesmo ano - , o país recebeu 750 bilhões de dólares provenientes da venda de petróleo.

O governo chavista aproveitou essa chuva dos chamados "petrodólares" para financiar de programas sociais a importações de praticamente tudo que era consumido no país.

Com a queda do preço do petróleo, queda essa que foi criada pelos Estados Unidos exatamente com o fim de desestabilizar países como Venezuela e Brasil, em parceria com países do Oriente Médio, produziram efeitos catastróficos principalmente na Venezuela que depende quase que exclusivamente do Petróleo para importar tudo o que consome, já que o país direcuionou sua economia basicamente para o Petróleo.

A partir da queda do preço do petróleo no mercado internacional, economias como Venezuela e Brasil entre outras sofreram forte impacto

Os Estados Unidos tornaram-se em 2014 o maior produtor de petróleo do mundo, pela primeira vez desde 1975. O salto na produção nos últimos anos foi obtido graças ao óleo de xisto, cuja técnica não convencional envolve a injeção de água sob alta pressão e fraturação hidráulica em rochas localizadas entre 1.500 e 2.400 metros de profundidade.

A Opep culpou o grande aumento da produção de óleo de xisto pelos baixos preços do petróleo e manteve sua produção recorde, numa estratégia para impedir que o petróleo retirado do xisto conquistasse mais mercados.

Alguns países sofreram mais com a redução dos preços do petróleo, sobretudo Venezuela, Rússia e Irã, em razão do grande peso das exportações da commodity em suas economias.

As petrolíferas internacionais tiveram então mais uma vez, que cortar gastos e empregos, vender ativos e atrasar projetos, já que a queda do preço do petróleo não sinalizava uma possível recuperação.

Já bastante fragilizada, a economia Venezuelana sofreu um importante golpe em agosto do ano passado, quando os EUA impuseram sanções ao país e a alguns de seus cidadãos. O governo Trump proibiu a realização de transações com títulos da dívida venezuelana e a compra de bônus da estatal petroleira PDVSA

Em maio deste ano, após a polêmica reeleição de Maduro, as sanções foram aprofundadas com a limitação da venda de dívida e ativos públicos do governo venezuelano em território americano.

Como a maior parte do sistema financeiro mundial tem atividades nos Estados Unidos, as sanções dificultam muito que novos empréstimos sejam feitos à Venezuela e que o país consiga vender novos ativos e renegociar suas dívidas. Por outro lado, seus efeitos são questionados, pois o país já estava isolado antes disso – organizações como o FMI já não davam dinheiro à Venezuela havia anos.
Críticos afirmam que as sanções têm conseguido apenas que Maduro se aferre mais ao poder, além de terem intensificado a escassez de produtos básicos – uma vez que, sem acesso a dólares, o país tem mais dificuldade em importar bens.
Os EUA continuam, no entanto, sendo um dos principais importadores de petróleo venezuelano – a PDVSA tem, inclusive, uma filial em solo americano, a Citgo. Segundo analistas, o governo Trump não anuncia sanções a esse setor em específico porque isso aprofundaria a crise no país, o que aumentaria a pressão sobre os EUA e seus vizinhos. Há também quem cite o fato de que parar de comprar o produto venezuelano levaria a um aumento dos preços da gasolina nas bombas americanas.


O FUTURO NA VENEZUELA



Com aproximação a esquerda, a Venezuela mantém laços estreitos com a Russia e a China.

Em 2012 uma empresa russa a ROSNEFT iniciou extração de petróleo na Venezuela.


A petroleira russa Rosneft começou a extração de petróleo na Faixa Petrolífera do Orinoco (FPO), na Venezuela, confirmou hoje o presidente da empresa estatal russa, Igor Sechín. É considerada a maior fonte de hidro carbonos líquidos do mundo.

A operação resulta de acordos assinados pelos dois países em 2011; a Rússia prevê investir uns 20 bilhões de dólares no desenvolvimento do bloco Junín 6 durante os próximos 40 anos, enquanto no Carabobo -também incluído nos acordos bilaterais- o investimento ficará entre 16 e 20 bilhões de dólares em igual período.

A FPO ocupa uma área de 55.314 quilômetros quadrados situada a partir da parte norte do rio Orinoco, nos estados de Guárico, Anzoátegui, Monagas e Delta Amacuro, e é considerada a maior acumulação do mundo de petróleo pesado e extrapesado.



Entenda os motivos que explicam o apoio da Rússia a Nicolás Maduro.

Fatores financeiros e geopolíticos influenciam no apoio que o presidente russo Vladimir Putin tem dado ao colega venezuelano, segundo especialistas





Maduro (e) e Putin fecharam investimento bilionário no fim de 2018 Maxim Shemetov / Reuters / 5.12.2018

Isolado perante uma grande parte dos países do mundo, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, conta com um importante aliado estrangeiro em sua luta para manter-se no cargo: o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Antes mesmo de explodir a atual crise da ajuda humanitária, o governo russo vinha ajudando Maduro a contornar as duras sanções econômicas impostas contra o regime pelos EUA de Donald Trump. 

Em dezembro, durante uma visita a Moscou, Maduro anunciou investimentos russos de US$ 6 bilhões (cerca de R$ 22,5 bilhões). Nos dias seguintes, aviões militares enviados por Putin chegaram a Caracas, em demonstração de apoio.

Na última semana, enquanto Maduro e seu governo recusavam doações dos EUA e outros países como o Chile e fechavam as fronteiras com a Colômbia e o Brasil, toneladas de medicamento chegaram da Rússia.

Apoio geopolítico

Mas o que pode explicar essa tomada de posição de Putin, em um momento em que a maior parte da comunidade internacional se apressa em condenar Maduro e reconhecer o líder do parlamento, Juan Guaidó, como autoproclamado presidente interino do país?

Para Victor Jeifets, professor do curso de Relações Internacionais da Universidade Estadual de São Petesburgo (Rússia), existe um motivo financeiro e outro geopolítico para o posicionamento de Putin em relação à Venezuela.

"Eu não definiria como um simples apoio a Maduro. Nos discursos de Putin e seus ministros não existe uma defesa da política interna dele. O que a Rússia apoia é a legitimidade do governo Maduro e considera Venezuela um aliado geopolítico. Os EUA claramente querem aumentar sua influência na Venezuela e na América Latina toda. A Rússia não pode ficar assistindo isso acontecer", analisou, em entrevista ao R7.


De acordo com o professor, a escalada na disputa EUA-Rússia lembra a Guerra Fria da segunda metade do século XX. "Nesse cenário, mesmo sendo Maduro um aliado debilitado internacionalmente, não se abandona um aliado facilmente", explica.


A questão financeira

Além da disputa por espaço no cenário mundial, a Rússia possui muitos investimentos na Venezuela, especialmente nos últimos anos e, de acordo com Jeifets, isso tem um peso importante nas decisões de Putin.

"A Venezuela é hoje o terceiro maior parceiro comercial da Rússia na América do Sul, depois do Brasil e da Argentina. Não chega a ser uma balança comercial favorável ao comércio russo, mas é muito dinheiro. A Rússia investe no petróleo e transfere tecnologias de extração para a Venezuela", relata.

O conflito entre o governo Maduro e a Assembleia Nacional da Venezuela, controlada pela oposição desde 2016, é um fator importante, detalha o professor. E isso é importante para entender também porque a China se mostra favorável ao regime venezuelano.

"Nem todos os contratos de investimento estariam protegidos pelas leis internacionais, já que o governo Maduro fechou acordos que não foram aprovados pela Assembleia Nacional, e por isso estão em uma zona de risco. Se Maduro cair, eles podem ser anulados. É a mesma posição da China, nenhum dos países quer perder seus investimentos. No caso da Rússia, são de cerca de US$ 17 bilhões (cerca de R$ 63 bilhões), é um valor muito grande", diz.

Não haveria um componente ideológico nisso. "Acredito que a Rússia poderia ter negócios com qualquer governo venezuelano. No Brasil, por exemplo, a situação não mudou após a saída de Dilma Rousseff. Mas, obviamente, dava vantagens ao comércio com a Rússia e a China e não há garantias de que elas seriam mantidas em caso de uma mudança de regime", finaliza.

Parceria antiga

Na análise de Paulo Velasco, professor de Relações Internacionais da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), a parceria da Rússia com a Venezuela é antiga e envolve diversos fatores.

"São relações econômicas importantes, que vêm desde o tempo do Hugo Chávez, especialmente vendas de armamentos e veículos. Há também o interesse russo de conquistar mercados em áreas não comuns", afirma.

O posicionamento russo também pode ser entendido como uma resposta à interferência dos EUA, ainda no governo Barack Obama, durante o conflito com a Ucrânia, que culminou com a anexação da Crimeia, em 2014. "Putin dá um recado claro, mostra que ele também pode interferir na América Latina", alerta.