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JORNAIS QUE TEM INFORMAÇÃO REAL.

domingo, 14 de fevereiro de 2021

AMOR A NATUREZA


Quem é o dono da pureza do ar e do resplendor da água?


(Seattle, chefe da nação Duwamish, do Estado de Washington, em resposta ao Presidente Franklin Pierce, dos EUA, em 1855, depois de receber a proposta do governo de comprar o território de seu povo)




“O Grande Chefe de Washington mandou dizer que deseja comprar a nossa terra.

O Grande Chefe assegurou-nos, também, de sua amizade e benevolência. Isto é muito gentil de sua parte, pois sabemos que não precisa de nossa amizade.




Vamos, porém, pensar em sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos o homem branco virá com armas e tomará nossa terra. O Grande Chefe de Washington pode confiar no que o Chefe Seattle diz, com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na alteração das estações do ano.


O Presidente Franklin Pierce, dos EUA atuou como o 14º presidente dos Estados Unidos de 1853 a 1857. FiveThirtyEight relata que Pierce buscou a indicação democrata para um segundo mandato em 1856, mas foi recusado (apesar de ter vencido quatro anos antes). 
O U.S. News relata que Pierce entra para a história como um dos presidentes americanos mais odiados porque se juntou às fileiras de comprometedores antes da Guerra Civil. De fato, ele acreditava 'em expansão nacional, mesmo ao custo de adicionar mais estados escravos', apesar de ser de New Hampshire. Seus críticos o chamavam de 'massa de pão', um insulto que aparentemente alude ao seu status de 'um nortista com princípios do sul'. 
Mais tarde, Theodore Roosevelt caracterizou Pierce como uma 'ferramenta servil de homens piores que ele', uma 'sempre pronta para fazer qualquer coisa'. trabalho que os líderes da escravidão o colocaram. ”


Minha palavra é como as estrelas – elas não empalidecem.

Como poder comprar ou vender o céu ou o calor da Terra?
Tal idéia nos parece estranha.

Se não somos os donos da pureza e do frescor do ar ou do resplendor da água, como é possível comprá-los?

Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo reluzente do pinheiro, cada punhado de areia das praias, cada véu de neblina na floresta densa, cada clareira e cada inseto a zumbir são sagrados nas tradições e na memória do meu povo.

A seiva que circula nas árvores carrega consigo as recordações do Homem Vermelho.

O Homem Branco esquece a sua terra natal quando, depois de morto, vai vagar por entre as estrelas.

Nossos mortos jamais esquecem esta formosa terra, pois ela é a mãe do Homem Vermelho. Somos parte desta terra e ela faz parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia – são nossos irmãos. As cristas rochosas, os sulcos úmidos das campinas, o calor que emana do corpo de um mustang, e o Homem – todos pertencem à mesma família.

Portanto, quando o Grande Chefe de Washington manda dizer que deseja comprar nossa terra, ele exige muito de nós.

O Grande Chefe manda dizer que irá reservar para nós um lugar em que possamos viver satisfeitos. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Por conseguinte, iremos considerar sua oferta de comprar nossa terra. Mas isso não vai ser fácil. Esta terra é sagrada para nós.

Esta água brilhante que corre nos rios e regatos não é apenas água, mas sim o sangue de nossos ancestrais.

Se te vendermos a terra, terás de te lembrar que ela é sagrada e terás de ensinar a teus filhos que é sagrada e que cada reflexo nas águas límpidas dos lagos conta os acontecimentos e as recordações da vida de meu Povo.

O murmúrio d’água é a voz de meu pai, de meus antepassados.

Os rios são nossos irmãos, pois saciam nossa sede. Os rios transportam nossas canoas e alimentam nossos filhos. Se te vendermos nossa terra, terás de lembrar e ensinar a teus filhos que os rios são nossos irmãos e teus também. Portanto, terás de dispensar aos rios a afabilidade que dedicarias a um irmão.

Sabemos que o Homem Branco não compreende o nosso modo de viver, os nossos costumes. Para ele, uma porção de terra é igual a outra, tem o mesmo significado que qualquer outra, porque ele é como um forasteiro que chega na calada da noite e tira da terra tudo o de que necessita. A terra não é sua irmã, mas sim sua inimiga. E, depois que a conquista, ele vai embora, prossegue seu caminho. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados, e não se incomoda. Arrebata a terra das mãos de seus filhos, e não se importa. Ficam esquecidos a sepultura de seu pai e o direito de seus filhos à herança. Ele trata a sua Mãe – a Terra – e seu Irmão – o Céu – como coisas que podem ser compradas, saqueadas, vendidas como ovelhas ou miçangas cintilantes.

Sua voracidade arruinará a Terra, deixando para trás apenas um deserto.

Não sei. Nossos modos de vida, nossos costumes, diferem dos teus. A visão de tuas cidades fere os olhos do Homem Vermelho. Mas, talvez, isto seja assim por ser o Homem Vermelho um “selvagem” que de nada entende.

Não há sequer um lugar calmo nas cidades do Homem Branco. Não há lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o tinir das asas de um inseto.

Mas, talvez, assim seja por ser eu um “selvagem” que nada compreende.

O barulho parece apenas insultar os ouvidos.

E que vida é aquela se um homem não pode ouvir a voz solitária do curiango* ou, de noite, a conversa dos sapos em volta de um brejo ou de uma lagoa?

Sou um Homem Vermelho, e nada compreendo. O índio prefere o suave sussurro do vento a sobrevoar a superfície de um lago e o cheiro do próprio vento, purificado por uma chuva do meio-dia, ou recendendo a pinheiro.

O ar é precioso para o Homem Vermelho, porque todas as criaturas respiram e o compartilham em comum – os animais, as árvores, o homem.

O Homem Branco parece não perceber, nem sentir, o ar que respira. Como um moribundo em prolongada agonia, ele é insensível ao ar fétido.

Mas se vendermos nossa terra ao homem branco, terás de te lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar compartilha seu espírito com toda a vida que ele sustenta.

O vento que deu ao nosso bisavô o seu primeiro sopro de vida, também recebe o seu último suspiro.

E se te vendermos nossa terra, deverás mantê-la reservada, como um santuário, um lugar em que o próprio Homem Branco possa ir saborear o vento, adoçado com a fragrância das flores silvestres das pradarias.

Assim, pois, vamos considerar tua oferta para comprar nossa terra.

Se decidirmos aceitar, farei uma condição: o Homem Branco deve tratar os animais desta terra como seus irmãos.

Sou um “selvagem” e desconheço que possa ser de outro jeito. Tenho visto milhares de bisões* apodrecendo nas pradarias, abandonados pelo homem branco que os abateu a tiros disparados de um trem em movimento.

Sou um “selvagem” e não compreendo como um fumegante cavalo-de-ferro* possa ser mais importante do que o bisão que, nós os índios, sacrificamos apenas para o sustento de nossas vidas.

O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito, porque tudo quanto ocorrer aos animais logo acontecerá com o homem. Tudo está interligado.

Deves ensinar a teus filhos que o chão debaixo de seus pés são as cinzas de nossos antepassados. Para que tenham respeito à terra, ao país, conta a teus filhos que ela foi enriquecida com as vidas de nosso povo; que a riqueza da terra são as vidas da parentela nossa. Ensina a teus filhos o que temos ensinado aos nossos: que a terra é nossa Mãe. 

Tudo quanto ocorrer com a terra, recairá sobre os filhos da terra. Se os homens cospem no chão, cospem sobre eles próprios.

De uma coisa sabemos: a terra não pertence ao Homem. É o Homem que pertence à terra. Disto temos certeza: todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo está relacionado entre si. Há uma ligação em tudo.

Tudo quanto agride a terra, agride os filhos da terra. Não foi o homem que teceu a trama da vida; ele é meramente um de seus fios. Tudo o que ele fizer ao tecido da vida, a si próprio fará.

Os nossos filhos viram seus pais humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam o tempo em ócio, envenenando seu corpo com alimentos adocicados e bebidas ardentes. Não tem grande importância onde passaremos os nossos últimos dias – eles não são muitos. Mais algumas horas, mesmo uns invernos, e nenhum dos filhos das grandes nações peles-vermelhas que viveram nesta terra, ou que têm vagueado em pequenos bandos pelos bosques, sobrará para chorar sobre os túmulos de um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso.

Nem o homem branco, cujo Deus com ele passeia e conversa como amigo para amigo, pode ficar isento do destino comum. Poderíamos ser irmãos, apesar de tudo. Veremos. De uma coisa temos certeza - e que o homem branco venha, talvez, um dia a descobrir: nosso Deus é o mesmo Deus. Talvez julgues, agora, que O podes possuir do mesmo jeito como desejas possuir nossa terra, mas não podes. Ele é Deus da humanidade inteira e é igual Sua piedade, Sua compaixão, para com o homem vermelho e o homem branco. Esta terra é querida e preciosa por Ele e causar-lhe dano ou ferí-la é cumular de desprezo seu Criador. Os brancos também passarão. Talvez mais cedo do que todas as outras raças.

Continua poluindo a tua cama e hás de acordar uma noite sufocado pelos próprios dejetos.

Porém, ao perecerem, vocês brilharão intensamente, com fulgor, abrasados* pela força do Deus que os trouxe a esta terra e que, por algum desígnio, alguma razão especial, lhes deu o domínio sobre esta terra e sobre o homem vermelho. 

Esse destino é para nós um mistério, pois não podemos imaginar como será quando todos os bisões forem massacrados, os cavalos bravios domados, as brenhas das florestas carregadas do odor de muita gente e a vista das velhas colinas obstruída por fios que falam*.

Onde ficará o emaranhado da mata? Terá acabado.

Onde estará a águia? Irá acabar.
Restará dar adeus à andorinha e à caça.
O fim da vida e o começo da luta para sobreviver.
Compreenderíamos, talvez, se conhecêssemos com que sonha o homem branco, se soubéssemos quais as esperanças que transmite a seus filhos nas longas noites de inverno, quais as visões do futuro que oferece às suas mentes para que possam formar desejos para o dia de amanhã.

Somos, porém, “selvagens”. Os sonhos do homem branco são para nós ocultos. E por serem ocultos, temos de escolher nosso próprio caminho. Se consentirmos, será para garantir as reservas que nos prometeste. Lá, talvez, possamos viver os nossos últimos dias conforme desejamos. Depois de o último Homem Vermelho tiver partido e a sua lembrança não passar da sombra de uma nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do meu povo continuará vivendo nestas florestas e praias, porque nós as amamos como ama um recém-nascido o bater do coração de sua mãe.

Se te vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amávamos. Protege-a como nós a protegíamos. Nunca esqueças de como era esta terra quando dela tomaste posse. E com toda a tua força, o teu poder e todo o teu coração, conserva-a para teus filhos e ama-a como Deus nos ama a todos.

De uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus. Esta terra é por ele amada. Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino comum.”


Notas
(*) 1) – Curiango – ave noturna
2) – Bisão – búfalo selvagem das pradarias norte-americanas
3) – Cavalo-de-ferro - trem
4) - “... Vocês brilharão intensamente, com fulgor, abrasados...” - Referência ao holocausto nuclear?
5) - “... fios que falam...” – Telégrafo
Traduzido dos fragmentos publicados na revista “Norsk Natur” 10 (1), 1974, Oslo, Noruega, e United Nations Environment Programme – Media Pack’76, por Roberto Tamara. Adaptado, também, da tradução de Irina O. Bunning.


A presente carta do Chefe Seatle ao Presidente dos EUA, considerada como a declaração mais bela e profunda já feita até agora a respeito da defesa da Vida na Terra, foi lida por Russell Peterson, Presidente do Conselho Federal de Qualidade do Meio-Ambiente, dos Estados Unidos, durante a reunião da Associação Americana para o Progresso da Ciência, em Nova York, em maio de 1975. Russel Peterson observou que “da nossa moderna perspectiva – 120 anos depois (Obs.: Hoje, em 2021, são 166 anos) - a carta de Seattle parece ser uma profecia expressiva, se não de todo desconcertante”. Este texto foi distribuído pela ONU no Programa para o Meio-Ambiente.

Sobre o assunto de terras dos índios, manifestou-se Michael Black no artigo “Enterrem meu coração em Wounded Knee”, publicado em “The Mother Earth News”, número 12, novembro de 1971, North Madison, Ohio, nos seguintes termos:

“... o índio percorre as suas terras tribais pacificamente e com simplicidade, com grande reverência pelo país e seus habitantes. Depois, vem o homem branco, aos tropeções, para alcançar os campos auríferos da Califórnia ou as ricas glebas dos altiplanos. O índio não passa de coisa irritante, de uma barreira incômoda que tem que ser removida e posta de lado, se é que se deve cumprir o destino manifesto. As boas terras são roubadas e designadas como reservas as terras que o homem branco desprezou ou já saqueou. Aqueles que não querem ir para as reservas são caçados impiedosamente. 

Às vezes, mesmo aqueles que haviam concordado em ir, são atacados (por exemplo, Sand Creck) e ocorrem massacres sobre os quais se estende o manto de segredo e que tornam My Lai (aldeia vietnamita destruída, junto com todos os habitantes, por um destacamento do Exército dos EUA, durante a guerra do Vietnã, cujo nome entra na história como símbolo da intolerância racial, política e ideológica) parecer obra de amadores. 

Uma vez dentro da reserva, o índio é freqüentemente forçado a se mudar outra vez, para mais longe da sua antiga terra natal, depois que é descoberto ouro ou se planeja uma estrada conveniente para a Costa Ocidental. Dentro da reserva, ele é alimentado com os restos de comida do homem branco pelos supervisores corruptos e inescrupulosos e as palavras de desabafo significam a morte”.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

NUBANK, BANCO INTER E XP DESBANCARÃO OS GRANDES BANCOS?


Um dos grandes inconvenientes dos grandes Bancos é a famigerada taxa de manutenção de conta. Os bancos já ganham com os cartões de crédito, com os cartões de débito, empréstimos entre outros, pois quando  se passa um cartão de débito, um percentual vai para os bancos.

Eis que agora o NUBANK surge com a novidade do banco virtual. Sem agências físicas, sem cobrar taxa de manutenção, com serviços mais light e facilitados, com cartões sem anuidade, e até devolvendo parte do preço quando o parcelamento dos cartões é pago adiantado.

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Transferências gratutas e ilimitadas

Envie e receba dinheiro na mesma hora e entre contas do Nubank, agende ou faça TDs para todos os bancos sem custo algum.

Vantagens do cartão de crédito

Quem antecipa parcelas ganha desconto, direto no app. 


André Rocha



Analista de ações certificado pela Apimec

Teoria dos jogos e a análise por unidades de negócio podem ajudar a responder a questão


Comecei a trabalhar como analista poucos anos antes da privatização do setor de telecomunicações em 1998. A participação do segmento no Ibovespa era de quase 50%. Atualmente, restaram apenas duas representantes: Telefônica (VIVT4) e TIM (TIMP3). Juntas, representam menos do que 2% do índice.


Questões regulatórias, dentre outras razões, explicam parte da derrocada do setor dentro do Ibovespa. Mas, sem dúvida, as novas tecnologias contribuíram para essa queda. A competição do Voip fez as empresas tradicionais reduzirem as caras tarifas de longa distância. Mudanças de hábito dos consumidores, como a substituição do uso da voz por aplicativos de mensagens, retirou receita das operadoras. São apenas dois exemplos.



Quem esperava uma queda tão brusca de participação? Um estudioso que observasse a evolução do índice ao longo do tempo saberia que o setor havia sido irrelevante no início da década de 1980, com participação irrisória de 0,4%.



Essa análise histórica mostra que o setor financeiro (contando não só bancos, mas também seguradoras, bolsa de valores e empresas credenciadoras) sempre teve peso relevante no índice. No começo dessa década, o peso era de 19%, número similar ao do início dos anos 80. Durante a década de 90, havia sido bem menor: ao redor de 10%. Sinal de alerta para os grandes bancos listados: Bradesco (BBDC4), Itaú (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11)? Vamos analisar brevemente cada linha de negócio.


Concessão de crédito deve ser mais resiliente à concorrência

A área de crédito, uma das principais atividades dos bancos tradicionais, deve sofrer menos competição, ao contrário do ocorrido nos meios de pagamentos, onde as entrantes roubaram rapidamente participação de mercado das empresas tradicionais (Cielo e Redecard). Regras prudenciais dos órgãos reguladores, como os elevados compulsórios e exigência de capital elevado, bem como problemas com a inadimplência (dificuldade na recuperação das garantias devido à insegurança jurídica e a assimetria de informação dos clientes) devem restringir a atuação das “fintechs” em crédito. Além disso, devem operar apenas com capital próprio, via Sociedades de Crédito Direto, sem a alavancagem dos bancos tradicionais. Assim, elas devem atuar mais à margem do sistema, sendo importantes para atender a determinados nichos e democratizar o acesso, mas com impacto limitado sobre o volume de crédito consolidado da economia.

As tesourarias, por sua vez, devem continuar contribuindo com o resultado dos bancos apesar da queda expressiva dos juros primários da economia. As atividades dos bancos de investimento, como emissão de ações e dívida, devem continuar sendo dominadas pelos grandes bancos, especialmente as das grandes companhias.

Serviços que sofrerão maior competição

As receitas com tarifas bancárias devem se reduzir ao longo do tempo, com o aumento da participação de mercado de fintechs como Nubank, Banco Inter, Neon, C6 Bank, Agibank e outras. Além disso, a administração de recursos feita pelas gestoras dos grandes bancos começou a sofrer a concorrência das assets independentes que supriram sua falta de capilaridade para acessar o investidor por intermédio das plataformas como XP, Órama, Guide e outras.

Logo, é natural que os grandes bancos percam peso no Ibovespa nos próximos anos, em decorrência da queda de participação de mercado em alguns segmentos e da redução do retorno total da atividade bancária. Não somente os bancos tradicionais, mas o segmento como um todo, deve ter o peso reduzido no médio prazo. Até porque sua participação no Ibovespa está no maior patamar da série: 37%.

Por outro lado, essa queda no índice deve ser limitada. Primeiro, porque não são todas as unidades de negócios que terão forte concorrência. Segundo porque, pela Teoria dos Jogos, os grandes bancos não ficarão passivos ante a movimentação das fintechs. Eles já vêm adotando decisões estratégicas para enfrentar essa situação. O Bradesco criou o banco digital Next; o Santander, além da Getnet, empresa de meios de pagamentos, criou a plataforma de investimentos Pi e o Itaú Unibanco possui 49% da XP. Terceiro, os grandes bancos têm bolso fundo para financiar os investimentos necessários.

A possível perda de participação dos bancos tradicionais no índice deve ser compensada pelos bancos digitais e plataformas de investimentos que devem acessar o mercado de ações para financiar suas atividades. O Banco Inter (BIDI4) já abriu seu capital na B3 e a XP analisa essa possibilidade.

Essa conclusão parece ser a de muitos. Na minha conta do Twitter, perguntei se a participação dos bancos tradicionais cairia a menos de 15% do Ibovespa em cinco anos. 76% responderam “não”. O peso hoje apenas dos bancos tradicionais é de 27%



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terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

O PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS RECEBE UM DOSSIÊ RECOMENDANDO O ROMPIMENTO DOS ACORDOS COM O BRASIL ATÉ O FIM DO ATUAL PRESIDENTE BRASILEIRO.




O documento surge em momento de intensa expectativa sobre os próximos passos da relação entre Brasil e Estados Unidos sob o governo de Biden e da vice-presidente Kamala Harris


Quatro meses depois de fazer críticas públicas contra o desmatamento no Brasil, o presidente Joe Biden e membros do alto escalão do novo governo dos EUA receberam nesta semana um longo dossiê que pede o congelamento de acordos, negociações e alianças políticas com o Brasil enquanto Jair Bolsonaro estiver na Presidência.


O documento de 31 páginas, ao qual a BBC News Brasil teve acesso, condena a aproximação entre os dois países nos últimos dois anos e aponta que a aliança entre Donald Trump e seu par brasileiro teria colocado em xeque o papel de "Washington como um parceiro confiável na luta pela proteção e expansão da democracia".

"A relação especialmente próxima entre os dois presidentes foi um fator central na legitimação de Bolsonaro e suas tendências autoritárias", diz o texto, que recomenda que Biden restrinja importações de madeira, soja e carne do Brasil, "a menos que se possa confirmar que as importações não estão vinculadas ao desmatamento ou abusos dos direitos humanos", por meio de ordem executiva ou via Congresso.


A mudança de ares na Casa Branca é o combustível para o dossiê, escrito por professores de dez universidades (9 delas nos EUA), além de diretores de ONGs internacionais como Greenpeace EUA e Amazon Watch.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

O QUE É PRECISO PARA SER FELIZ

VIVER COM R$200,00 POR MÊS



Quem é mais rico? Alguém que ganha 100 mil reais por mês ou alguém que ganha um salário mínimo? Eu diria que depende, me antecipando a sua resposta.

Porque aquele que ganha 100 mil reais por mês se sentirá tentado a comprar uma casa ou um apartamento que seria condizente com a sua situação social e pode facilmente por causa da vaidade comprar uma moradia que custe uns 2 milhões, e portanto estaria com uma dívida de 1 milhão e novecentos mil ou mais que vai aumentando mês a mês. 



Irá querer comprar um carro que custe uns 200 mil reais e que deixará de custar isso no dia em que sair da agência, portanto estará com um mico na mão, difícil de manter, difícil de vender, que irá lhe consumir parte dos ganhos com combustível e manutenção, IPVA etc... 



O imposto de renda será implacável com esse novo "BEM SUCEDIDO" e irá lhe subtrair 27,5 mil todos os meses. Por certo esse novo "BEM SUCEDIDO" terá amigos "MUI AMIGOS" que quererão se dar bem sugerindo-lhe diversas formas de investir, de empreender, etc... e tudo isso será uma fonte de preocupação para si que irá lhe consumir muitas horas do seu tempo com preocupações dignas de poder lhe causar um infarto. 

As mulheres provavelmente também tentarão lhe conquistar pretendendo unir ao útil ao agradável, ou quem sabe ficar só com o ÚTIL mesmo e deixar o agradável para os "MUI AMIGOS". Enfim são tantos os fatores adversos que sinto-me tentado a imaginar que quem ganha um salário mínimo PODE ser mais rico, principalmente se conseguir viver com pouco e ainda sobrar alguma coisa por mês. Como não deve nada, será com certeza, mais rico e mais feliz.

O HOMEM OCIDENTAL VIVE COMO SE NUNCA FOSSE MORRER E MORRE SEM NUNCA TER VIVIDO


Afinal quem é mais rico? Alguém que ganha um salário mínimo mas não deve nada, ou alguém que ganha 100 mil reais mas deve um milhão? A resposta é óbvia Não?



Coisas materiais são coisas que se transformarão com o tempo em sucata, ou ruinas. A única coisa que se leva dessa vida são os momentos passados e vividos, as experiências, os amores verdadeiros a alegria de ter vivido, o bem que se faz. As sucatas e ruinas não servem para nada. Só para te desviar do que é importante verdadeiramente.





terça-feira, 5 de janeiro de 2021

 



Lula protagonista em 2021 da luta política
31 de dezembro de 2020, 12:18 h



A análise concreta da atual realidade concreta designa que o presidente Lula protagonize a luta política de 2021, unifique a esquerda em oposição frontal e sistemática ao governo Bolsonaro. Não há mais ninguém no Brasil hoje com sua capacidade de convocatória, maturidade intelectual, habilidade de governança pública, densidade social e eleitoral para cumprir esta ação de condução do país para a reconstrução e transformação econômica.

Consciente ou inconscientemente aqueles que afirmam que Lula deveria sair da cena política estão corroborando para a realização da grande ambição da burguesia brasileira que é um segundo turno na eleição presidencial de 2022 disputado por Bolsonaro e um candidato da centro-direita, isto é, um segundo turno desde 1.989 na eleição à Presidência sem a esquerda.

Senador Jacques Vagner PT - BAHIA

O debate público sobre a suposta necessidade da saída de cena de Lula que veio a tona imediatamente logo após o encerramento das eleições municipais do dia 29 de novembro - data do segundo turno deste ano. A polêmica foi fomentada pela grande imprensa sobretudo em torno da afirmação do nobre senador Jaques Wagner (PT/BA) de que “o PT deveria deixar de ser refém de Lula”. Mas alguns outros personagens consubstanciaram este argumento como o dirigente nacional do PT Alberto Cantalice, o vice-presidente Nacional do PT Whashinton Quaquá e até o insuspeito vice-presidente da República Hamilton Mourão.


Importante se ter claro que estas avaliações vieram porque após as eleições municipais o país começa a voltar as atenções para a sucessão presidencial. Todas as forças políticas, todos os partidos políticos se debruçam sobre o resultado das eleições municipais e tentam projetar o cenário para a disputa presidencial, este é o tema que ocupa a vida política do país na análise do resultado eleitoral que findaram a pouco.


Quando observa-se o resultado das eleições deste ano constata-se que o PT continua forte, estancou a sangria, parou de cair seus votos em relação a 2016, venceu em mais cidades medias industrializadas, mas ao mesmo tempo as forças conservadoras tiveram uma importante vitória eleitoral nas eleições municipais ampliando a margem sobre as forças progressistas.

O “Centrão” cresceu muito, o bolsonarismo também cresceu, a direita neoliberal caiu foi o PSDB o partido mais derrotado nestas eleições perdeu muitos votos, o MDB também, mas o DEM recuperou. Tanto no primeiro quanto no segundo turno, as candidaturas lançadas pelos partidos tradicionais de direita, como PSDB, MDB e DEM, se saíram eleitoralmente melhor do que aquelas explicitamente bolsonaristas. Apesar de uma perda expressiva de votos desse campo em relação a 2016, igualaram sua performance de 2012. O campo bolsonarista, como PSL, PSC e Podemos, quase dobrou sua quantidade de votos em relação a 2016 - ano ainda sem Bolsonaro. O bolsonarismo em 2020 conseguiu capturar uma boa parcela dos votos da direita tradicional.

O fato concreto é que cerca de 75% dos votos no primeiro turno e parte majoritária dos votos no segundo turno foram dados para partidos que estão à direita do centro, seja a candidaturas vinculadas ao bolsonarismo, seja a candidaturas vinculadas aos partidos tradicionais da direita: MDB, PSDB, PP, DEM, PSD etc que sustentam o atual governo.

Mas as forças conservadoras não são homogêneas, tem conflitos entre si e estes conflitos se expressarão nas eleições de 2022. As forças bolsonaristas apoiarão a reeleição de Jair Bolsonaro enquanto a direita neoliberal (PSDB, MDB e DEM) procurarão uma candidatura própria e o “Centrão” - aqueles partidos fisiológicos que também estão no campo conservador (PSD, PP etc) - oscilam em apoiar Bolsonaro na reeleição ou apoiar um candidato da direita conservadora neoliberal que pode ser João Dória ou Luciano Huck.



De certa maneira as forças conservadoras vêem com mais tranquilidade o cenário eleitoral de 2022 do que viam antes das eleições municipais deste ano. A conclusão que chegam é que o campo progressista sai do processo eleitoral com mais dificuldade para a disputa nacional do que no momento que se iniciou as eleições municipais.

Portanto, as forças conservadoras começam a projetar e fazer cálculos para as eleições presidenciais e ambicionar eleições com um eventual segundo turno entre dois candidatos do campo conservador, ou seja, um processo eleitoral totalmente controlado por partidos da burguesia.

Mas para que esta ambição se realize, para que o segundo turno de 2021 seja disputado entre duas candidaturas do campo da direita, para que as forças conservadoras tenham garantia que terão o controle do Estado independente do resultado da eleição, a burguesia interna precisa resolver uma questão que foi o mesmo que fizeram em 2018 - o que a comunidade jurídica nacional e internacional aponta como uma fraude judicial - que é interditar a candidatura de Lula, precisam impedir que Lula participe da disputa eleitoral, tanto pela via judicial como pressionando o Partido dos Trabalhadores para que abdique do papel político protagônico de Lula.


E por que a burguesia precisa tirar Lula de cena? Porque a presença de Lula na eleição de 2021, assim como teria sido em 2018, desmonta as articulações do campo conservador. Porque Lula já inicia a disputa eleitoral com uma base sustentada na memória de sua biografia política, na de seu governo, no seu prestígio político, na sua capacidade comunicacional, no seu carisma, na estatura de sua liderança que já o projeta para o segundo turno com uma força capaz de unificar os setores de esquerda, progressistas e democratas derrotando o campo conservador, neoliberal e/ou neofascista seja lá quem quer que seja o candidato da direita, Bolsonaro ou outro do DEM, MDB, PSDB.



A direita para ter êxito na sua ambição precisa neutralizar o fator Lula, porque hoje Lula saindo de cena, não somente o PT, mas a esquerda, perda força, perderia sua capacidade de protagonismo e de enfrentar o campo conservador para construir uma alternativa popular. Esta é a grande intenção por trás da direita tradicional, dos bolsonaristas, da grande imprensa conservadora e dos jornalistas e analistas vinculadas a ela e dos seus colaboradores diretos ou indiretos de dentro da esquerda.



Apenas Lula reúne condições hoje de disputar o governo central hegemonizando qualquer coalizão e impõe risco de tirar a atual hegemonia do Estado brasileiro do campo conservador. E isto é constatado a partir de dados objetivos, pesquisa recente de intenção de voto, estranhamente sem considerar Lula como candidato, do PoderData publicada no dia 26 de dezembro identifica que se a eleição fosse hoje Bolsonaro estaria seguramente no segundo turno e não há hoje nenhum candidato da esquerda ou da centro-esquerda com potencial de vencê-lo. Já quando Lula está entre os candidatos, como a do Paraná Pesquisa publicada dia 4 de dezembro, o cenário muda completamente e Lula figura como a grande liderança do campo progressista com possibilidade real de derrotar Bolsonaro e iniciar a retomada da economia a partir de um programa democrático-popular.

Isto significa que mesmo os mais pragmáticos se avaliarem objetivamente, a defesa pela anulação pelo Supremo Tribunal Federal (STF), do que juristas afirmam terem sido condenações de Lula sem provas e de sentenciarem a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro no julgamento dos processos de Lula, e o restabelecimento dos direitos políticos do ex-metalúrgico é uma luta necessária não somente do PT, mas de toda a esquerda e de todo aquele que defende o Brasil, não apenas para vencermos a eleição e reconstruirmos o país, retomarmos a soberania nacional, colocarmos na rota da transformação necessária, mas para restaurarmos a democracia, não para “voltarmos ao normal” de antes da pandemia, mas para seguirmos em frente para a instalação de uma nova normalidade a partir da reorganização constitucional do Estado e de um novo sistema econômico, político democrático.

A questão é de que enquanto Lula for protagonista da política brasileira a esquerda como um todo, e o PT em particular, está condicionada ao enfrentamento contra o neofascismo e a refutar a coalizão com a direita e com aqueles que foram responsáveis pelo Golpe de Estado de 2016 e pela perseguição do próprio Lula.

Os dirigentes do PT que defendem a saída de Lula de cena querem dias mais amenos, um PT domesticado, querem mudar a linha do Partido, querem a reconciliação, renunciam o papel protagonista da própria esquerda e desta forma corroboram consciente ou inconscientemente com as aspirações da direita brasileira, e nós a esquerda afirmamos que Lula deve ser protagonista e que devemos derrotar tanto a direita neoliberal como os neofascistas.

A partir deste entendimento do porque dirigentes do PT e a direita querem que Lula deixe a cena política, nós a esquerda brasileira e o PT precisamos colocar na centralidade da luta social e política a reivindicação para que as condenações infundadas de Lula sejam anuladas pelo STF, que seus direitos políticos sejam restituídos e que seja candidato a presidente da República em 2022.
Se a direita, a burguesia, o campo conservador trabalha para retirar Lula de cena nossa ação deve ser a de defender a liberdade de Lula e anulação de suas condenações como jamais lutamos e intensificarmos a campanha pela verdadeira libertação de Lula, não apenas por Justiça histórica (o que já seria razão suficiente) defender a maior liderança popular do Brasil que teve sua liberdade subtraída por 580 dias, mas principalmente porque é do interesse do povo brasileiro para que seja realizado as transformações estruturais na sociedade na perspectiva da justiça social e distribuição da riqueza produzida no país.
Nenhuma página da história pode ser virada enquanto os 580 dias da prisão política de Lula não for reparado.

Suspeição de Sérgio Moro
Na última segunda-feira (28/12) o ministro do STF Ricardo Lewandowksi, concedeu acesso a defesa do presidente Lula pela 10ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal às mensagens trocadas entre o então juíz Sérgio Moro e integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato de Curitiba, como o procurador Deltan Dallagnol.

Na decisão tomada, Lewandowski não só autorizou o compartilhamento das mensagens trocadas entre os procuradores da força-tarefa como afirma que uma perícia comprovou a vericidade dessas mensagens. O ministro do STF descreve que: “todos os dispositivos arrecadados foram submetidos a exames pelo Serviço de Perícias em Informática do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, que objetivaram a extração e análise do conteúdo do material, com a elaboração de Laudo Pericial de Informática Específico para cada item apreendido”.

Se estas mensagens trocadas entre Moro e os integrantes da força-tarefa Lava Jato hakeadas que agora a perícia da Polícia Federal comprova como verdadeiras e se são as mesmas que foram publicadas e transcritas de forma fidedignas pelo The Intercept Brasil (TIB) na série de reportagem investigativa denominada Vaza Jato fica mais do que provado que houve uma articulação entre o Ministério Público (MP) e o Judiciário para combinação dos tempos do processo a fim de impactar, interferir e beneficiar um dos candidatos na alternância democrática de poder na eleição presidencial de 2018 e que membros do Judiciário, do MP utilizaram seus cargos para executarem uma estratégia política para tirar as condições igualitárias de disputa eleitoral do setor progressista.

As mensagens atribuídas pelo TIB ao então juiz Sérgio Moro e ao procurador da República Deltan Delagnol sugerem um rotineiro cálculo político nas decisões da força-tarefa.

Na primeira publicação da série de reportagem investigativa do TIB publicada no dia 9 de junho de 2018, na parte 2, que reporta como os procuradores se articularam para impedir a entrevista de Lula no cárcere para a Folha de São Paulo é evidenciado que houve estratégias políticas explícitas por parte do MP.

De acordo com o TIB uma conversa no dia 28 de setembro de 2018 do Telegram, dia em que o ministro do STF Ricardo Lewandowski autorizou que a colunista da Folha de São Paulo Mônica Bergamo entrevistasse Lula na prisão, a procuradora Laura Tessler deixa explícito a preocupação dos membros do MP: “sei lá...mas uma coletiva antes do segundo turno pode eleger Haddad”, comenta.



O ministro Lewandowski em seu despacho na época delibera que os argumentos usados para impedir a entrevista de Lula na prisão eram claramente inválidos, porque com frequência entrevistas são “concedidas por condenados crimes de tráfico, homicídio ou criminosos internacionais, sendo este um argumento inidôneo para fundamentar o indeferimento do pedido de entrevista”. Como Lula não estava em regime de incomunicabilidade e nem em um estabelecimento prisional que apresentava risco de rebelião Lewandowski decidiu em favor da entrevista.

O que se constata ao ler as mensagens supostamente trocadas pelos procuradores naquele dia é de que houve um movimento premeditado e esforço concentrado por parte dos procuradores para impedir Lula de conceder a entrevista, mas não em razão da defesa da legislação, da sociedade ou por motivação com base nos autos do processo. Mas se forem fidedignas os diálogos publicados, as conversas demonstram que os procuradores agiram deliberadamente para impedir a entrevista de Lula com o objetivo de afetar o processo eleitoral contra a candidatura do PT à presidência da República.

Isto é, se as conversas divulgadas pelo TIB são as mesmas agora comprovadas pela PF como verdadeiras, significa que o Estado - ente desproporcionalmente mais forte do que qualquer cidadão -, o Estado-juiz e o Estado-acusador se uniram para atacar Lula. Como já afirmou sua defesa, o Estado-juiz e o Estado-acusador se uniram em um bloco monolítico para tirá-lo da arena política, afetar a eleição e favorecer um determinado grupo político a ascender ao poder.

Como já afirmei em artigo anterior aqui neste veículo, para os entusiastas do republicanismo, do Estado Democrático de Direito e da democracia liberal – que não é a posição do presente autor, luto por um Estado de novo tipo, todavia isto é um outro debate -, mas para os defensores da democracia liberal se estas conversações entre membro do Judiciário e do MP publicadas pelo TIB são as mesmas que agora são comprovadas como verdadeiras pela PF, está provado de forma inequívoca uma agressão brutal a ordem do regime democrático brasileiro. Não há crime penal ou de corrupção em petroleira alguma maior do que este (se comprovado) cometido por membros do Judiciário e pelo MP contra a democracia e a república.
STF, anulação da condenação de Lula e a restauração da Democracia

O julgamento sobre a suspeição de Sergio Moro teve início em dezembro de 2018 na 2ª Turma do STF. O julgamento registrava 2 a 0 contra a suspeição (votos de Edson Fachin e Carmen Lúcia) e foi interrompido pelo pedido de vista do ministro Gilmar Mendes.

De 2018 para cá as mensagens trocadas entre os membros do MP e o então juiz Sérgio Moro foram reveladas o que permite aos ministros da Suprema Corte terem uma avaliação mais consistente. Há quem diga que até os que já votaram estão propensos para mudarem seus votos e agora votarão constatando e decidindo pela suspeição de Moro. De acordo com reportagem da Veja o ministro do STF Gilmar Mendes cogita julgar a parcialidade do ex-juiz Sérgio Moro na Corte em fevereiro.
Se a Suprema Corte sentenciar a parcialidade de Moro, o processo no qual o presidente Lula foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá poderá ser anulado e o líder petista pode ter os seus direitos políticos restituídos.

O ministro Mendes já havia se pronunciado que pretendia esperar a volta das sessões presenciais para julgar se Moro atuou com parcialidade contra Lula. Agora diante do cenário incerto em relação à vacinação contra a Covid-19 no Brasil, o ministro considera pautar o caso em sessão remota.

Gilmar Mendes é presidente da 2ª Turma do STF e por esta razão detêm a atribuição de agendar a data para o prosseguimento do caso. Além de Mendes, faltam votar os ministros Ricardo Lewandowski e Nunes Marques. A atual 2ª Turma do STF é notabilizada por ser formada por garantistas sendo o ministro Gilmar Mendes o mais destacados entre eles nos últimos anos.

Pesquisa realizada pelo Projeto Suspeição em Suspenso, revela que 97,8% dos professores de Direito das universidades do Brasil consideram que o ex-juiz Sérgio Moro agiu de forma parcial na condução do julgamento do presidente Lula. A comunidade jurídica internacional e os mais renomados juristas brasileiros identificam lawfare na condenação de Lula. Também no seio da sociedade já há a percepção de que o Judiciário foi utilizado para perseguição política com o intuito de retirar Lula da disputa eleitoral.

Entre os atores políticos e na população há dois sentimentos predominantes; o de descrédito sobre o STF (por ter coadunado, com o que apontam juristas, da farsa jurídica de Moro) e ainda aqueles de forma eticamente degenerados manifestam, apoiam, já consideram como “normal” e se pronunciam abertamente e defendem como sendo necessário o arbítrio estatal e ilegal do Judiciário para bloquear a esquerda de assumir o governo central.

O ministro Gilmar Mendes é nitidamente um magistrado de ideário neoliberal no que se refere a política econômica, mas sem sombra de dúvida tem atuado como o maior garantista da Suprema Corte na última década. Talvez tenha chegado a hora do ministro Gilmar Mendes agir como o pivô da restauração do Estado Democrático de Direito, da democracia e consequentemente de autodefesa institucional do próprio STF.

Agora em fevereiro o ministro Gilmar Mendes tem a oportunidade histórica de executar a maior atribuição de juiz garantista no que diz respeito a sua missão institucional; a de salvaguardar a integridade do texto constitucional e o sistema de proteção inaugurado como decisão, optar por cumprir as regras vigentes, sem anseios de satisfação do sentimento majoritário populacional, observar a ausência da produção da prova quando se deparar com uma acusação infundada, atuar como verdadeiro tutor das regras do jogo e da plena eficácia dos direitos fundamentais e de proteção do ser humano, da liberdade individual frente ao arbítrio estatal.

Renovação geracional

Um dos argumentos de dirigentes do PT para o afastamento de Lula da cena política seria a renovação geracional. Sou da terceira geração de membros do PT. Nunca me deparei com alguém que tenha afirmado que Lula não proporcionasse espaço para o crescimento de novas lideranças, muito pelo contrário, coleciono histórias e observação de fatos de Lula incentivando e impulsionando novas lideranças.

Concordo que o formato institucional do PT em certos aspectos engessa a renovação geracional e que investir em novas lideranças e oportunizar, promover suas ascenções é necessário como política do partido. Por outro lado, nenhum time e nenhum técnico minimamente de bom senso tira de sua seleção o melhor jogador do país.

Não faz sentido algum o PT tirar o seu Pelé, o maior jogador de todos os tempos, que está em sua melhor forma, tirá-lo da seleção, da copa, do jogo decisivo. Ao contrário do que um jogador de futebol que aos 38 anos está na idade de aposentadoria dos campos, um líder político aos 80 anos - como a história já demonstrou - pode estar no auge de sua maturidade intelectual, de experiência de administração púbica e de ação política, como Lula aos 75 anos está.

Além disto, nem toda renovação é boa. Se for haver uma renovação de liderança política partidária apenas por uma pessoa devido a sua idade, mas se este jovem não tem capacidade de articulação, não tem o entendimento, ou o que é ainda mais grave, não tem o compromisso real com o programa do Partido dos Trabalhadores, esta pessoa, ainda que jovem de idade, não deve ser apoiada, são pessoas despolitizadas, inaptas e indignas, uma renovação desta natureza enfraquecerá a luta contra o neofascismo e o neoliberalismo.

Particularmente conheço pessoas de 20, 30, 40 anos cuja as ideias são conservadoras. São as ideias, o programa político que renovam mais do que a idade biológica do agente político. Se renovar significa colocar jovens incapacitados a frente da cena política e que irão abdicar a função da esquerda enquanto força independente e que aponte para uma aliança em uma condição subalterna com a centro-direita, uma renovação desta natureza não deve ser apoiada. Uma pretensa renovação com esta característica enfraqueceria a esquerda e o próprio Partido dos Trabalhadores.

Em sentido contrário Lula hoje com o reposicionamento político que adotou desde que deixou o cárcere político de Curitiba renova e revigora a luta, mobiliza antigos ideais – hoje mais atuais do que nunca. No meu entendimento e de boa parte da esquerda brasileira, ao Lula recusar os chamados pactos “pelo alto”, com as elites, demonstra uma jovialidade política incomum para todas as gerações.

Para uma renovação autêntica é necessário um novo programa político partidário — de orientação democrático-popular e socialista —, uma nova estratégia, que não deposite todas as suas fichas no eleitoral; uma frente democrática, popular e de esquerda, muita mobilização e luta por parte da classe trabalhadora, somado ao afastamento ou isolamento e enquadramento dos dirigentes do PT – estes sim senis (senis aqui não é na acepção da palavra no que se refere a idade ou doênça mental que atinge alguns idosos, senil aqui é uma força de expressão para categorizar uma política ultrapassada, obsoleta, isto é uma política senil mesmo que venha de alguém com 18 anos) - que defendem e aprovam alianças políticas e eleitorais com partidos e grupos notórios neofascistas ou apoiadores do bolsonarismo como o caso de Belfod Roxo na eleição de 2020.

Lula ao contrário, conforme se pronunciou ao povo no dia 7 de setembro deste ano se coloca ao nosso lado, em uma perspectiva da radicalização da democracia para reconstruir e transformar o Brasil na “defesa uma sociedade sem opressão nem exploração”, para uma “Nação independente, com instituições democráticas, sem privilégios oligárquicos e autoritários, um verdadeiro Estado Democrático e de Direito, com fundamento na soberania popular, uma Nação voltada para a igualdade e o pluralismo, uma Nação comprometida com a libertação do nosso povo, dos trabalhadores e dos excluídos”.
Na perspectiva do discurso de Lula no último 7 de setembro, Lula é hoje o mais jovem de todos, o mais jovem entre os da minha geração, das gerações anteriores e das subsequentes.

Oposto do que afirmou recentemente o vice-presidente Nacional do PT e deputado federal eleito (PT/RJ) Whashington Quaquá à Veja de que “Lula não pode ser o objetivo final de todos os movimentos do PT”, defendo que a libertação o povo da opressão econômica hoje está intrinsecamente relacionado com a luta no centro da estratégia do PT pela anulação do STF da condenação do presidente e pelo pleno restabelecimento dos seus direitos políticos.



O conhecimento liberta. Saiba mais

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

LINDBERGH ASSUME COMO VEREADOR APESAR DE TODA CAMPANHA CONTRA ELE.



 


Trago uma boa notícia: o TSE acaba de deferir, por seis votos a um, minha candidatura. Obrigado a todos que estiveram comigo na campanha e nesse último mês. Agora é esperar a diplomação e a posse. #alutacontinua
TSE autoriza Lindbergh Farias a assumir cargo de vereador no Rio em 2021.

"Nesse panorama, o acórdão regional deve ser reformado, não havendo o que se falar em incidência de inelegibilidade", votou o relator, ministro Luis Felipe Salomão, corregedor-geral da Justiça Eleitoral.


Relator, ministro Luis Felipe Salomão, corregedor-geral da Justiça Eleitoral.


O Tribunal Superior Eleitoral decidiu, por 6 votos a 1, manter a candidatura do ex-senador Lindbergh Farias (PT), que agora poderá tomar posse ano que vem como vereador pelo Rio de Janeiro. O ex-senador foi eleito com 25 mil votos

Durante o julgamento, nesta quinta-feira (17), de um recurso de Lindbergh, os ministros entenderam que não houve enriquecimento ilícito no caso da propaganda feita em cadernetas e caixas de leite quando ele era prefeito de Nova Iguaçu.

O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deferiu, por 6 votos a 1, o registro de candidatura de Lindbergh Farias (PT) nesta quinta-feira. Lindbergh é o nono vereador mais votado na Câmara de Vereadores do Rio, com 24.912 votos e aguardava decisão da Corte para saber se irá ocupar o cargo.

Lindbergh teve a candidatura indeferida por causa de uma condenação por improbidade administrativa, quando era prefeito de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

“A verba pública foi empregada para a realização de propaganda institucional, ainda que tenha sido desvirtuada”, disse o relator do recurso, ministro Luís Felipe Salomão. Segundo ele, o TSE entendeu que a promoção pessoal na publicidade institucional não configura enriquencimento ilícito. 
Não se vislumbrando enriquecimento ilícito, incabível falar na incidência da inelegibilidade", concluiu.
A ideologia subjacente da Ficha Limpa não é pegar todas as pessoas que cometam ilegalidades, nem todas as pessoas que cometam improbidades, mas apenas tornar inelegíveis aqueles que cometam improbidades qualificadas, atentatórias ao exercício legítimo de um cargo público. O recorrente errou, a meu ver, errou feio, mas não incidiu.
afirmou o ministro Tarcísio Vieira.

Apenas Edson Fachin não concordou e votou no sentido de barrar a candidatura, argumentando que não é necessário comprovar o enriquecimento ilícito juntamente com a lesão aos cofres públicos para que haja a inelegibilidade.

Então segundo o Ministro do STE Edson Fachin que também é Ministro do STF. Distribuir Leite a crianças carentes é infligir lesão aos cofres públicos. Talvez não seja deixa-las morrer de fome.



LINDBERGH FARIAS NOS REPRESENTA. NOSSO VOTO É SEU.