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sexta-feira, 15 de maio de 2009

SERÁ O WINDOWS VISTA TÃO RUIM ASSIM?

Eu pessoalmente entendo que a Microsoft pecou em dois itens em relação ao Windows Vista. O primeiro item é o da COMPATIBILIDADE que foi o mesmo problema do Windows XP no início. Tudo que rodava em um sistema operacinal mais antigo, não rodava no novo. esse problema parece já ter sido contornado tanto no Windows XP como no Windows VISTA.



O outro ítem que eu considero como um pecado da Microsoft foi ter feito um sistema operacional mais pesado e cheio de entraves, pois qualquer ação pede sempre confirmação além de que certas ações que antes se estava acostumado não são facilmente localizaveis no sistema operacional Windows Vista, ou não existem mesmo. Mas há também os pontos fortes. Por exemplo no que se refere a redes. É muito mais fácil acessar e configurar redes. Na verdade elassão automáticamente detectadas e configuradas, como um verdadeiro plug and play que foi o ponto forte do windows XP.


Há no entanto quem defenda o Windows VISTA que apresentou inegavelmente avanços e melhoras, e um dos seus mais ferrenhos advogados é o veteranissimo professor (Aprendi muita coisa com ele), B. Piropo na sua antiga coluna "TRILHA ZERO" do O GLOBO no caderno de informatica que saia todas as segundas feiras.

Por isso eu irei aqui transcrever alguns de seus ensinamentos, pois o Piropo tem uma forma muito envolvente e popular de abordar assuntos técnicos.

FALA PIROPO.




  • Vamos discutir as alegações de que Windows exige “memória demais” e, por mais memória que se acrescente, usa quase toda. E que, além disso, seu disco rígido parece não parar nunca, especialmente logo após a inicialização da máquina.


Começando pela alegação de uso “demasiado” de memória. Quanta memória RAM deve se instalar em uma máquina que roda Vista (não importa a versão, se 32 ou 64)? Embora a MS recomende 512 MB de RAM como requisito mínimo, para que se tenha um desempenho aceitável aconselho pelo menos de 1 GB de memória RAM.


  • E para que o desempenho possa ser considerado bom, eu não recomendo menos de 2 GB de RAM instalada (quanto ao valor ótimo: para quem usa a versão de 32 bits, eu me arriscaria a sugerir 3 GB e para quem tem equipamento para desfrutar do Vista 64, talvez o ótimo se situasse em torno de 4 GB; mas este último ponto é apenas minha opinião baseada na observação de sistemas rodando as diversas versões de Vista).

  • É muito? Sem dúvida que sim. Comparado com o DOS 1.0, que se instalava com folga em 10 KB de RAM (isso mesmo, KB, de quilobytes) é realmente muito. Mas não foi sem razão que a cada nova versão do sistema operacional aumentavam as exigências relativas à capacidade de memória instalada. Sempre foi assim e a tendência acelerou-se com o advento das interfaces gráficas. E comparando com o Windows XP? Bem, a memória mínima recomendada pela MS para rodá-lo é 128 MB. Mas grande parte dos usuários acaba mesmo usando 1 GB.

  • Vista exige quatro vezes mais que isso. Para uma geração de diferença, sem dúvida é muito (embora, como veremos adiante, há razões para justificar o aumento). Mas será que isto representa um problema tão sério quanto o que se vem alegando? Recentemente comprei memória RAM para uma de minhas máquinas. Não foi o “topo de linha” das memórias: foram dois módulos de memória DDR2 de 667 MHz, freqüência mais que suficiente para rodar Vista sem qualquer problema em uma boa UCP (no caso, um Athlon X2 4400+).

  • Cada módulo (de marca conceituadíssima) com capacidade de 1 GB custou-me menos de sessenta reais em uma loja de varejo de um shopping de informática no Centro do Rio de Janeiro. Um valor que representa pouco mais de trinta dólares americanos. Para quem acha que bom mesmo era a época em que sistemas operacionais ocupavam 10 KB de RAM, lamento informar que, naqueles tempos, para aumentar em apenas 128 KB (reitero: quilobytes, não megabytes) a capacidade instalada de memória RAM na placa-mãe de meu velho PC (para ser exato: de 512 KB para 640 KB visando aproveitar todo o espectro de memória útil) tive que gastar cerca de US$ 100, quase o dobro do que gastei há duas semanas para comprar os dois módulos de 1 GB de DDR2/667. Veja, na Figura 1, um pequeno trecho da placa-mãe de um velho XT com parte dos CIs de memória DRAM usando o encapsulamento tipo DIPP. Note que cada “chip” encaixa em seu soquete. O que se vê na figura são quatro CIs da Texas Instrument. Cada um deles é capaz de armazenar 8 KB (quilobytes). Na verdade, graças ao tipo de arquitetura usado na época, a capacidade exata é de 64 Kb (quilobits) já que cada chip armazenava um bit de cada posição de memória, mas isso são detalhes que não vêm ao caso. O que vem ao caso é que cada bichinho destes custava uma nota preta...









Figura 1: quatro circuitos integrados de memória DIPP


  • Portanto é certo que Vista exige muita memória. Mas com os preços vigentes atualmente no mercado, definitivamente este não é o maior componente dos custos de um bom micro. No que diz respeito aos requisitos mínimos de hardware, se você não tem máquina suficiente para rodar Vista (me refiro aqui a UCP e controladora de vídeo, por exemplo), por mais RAM que instale o resultado não valerá a pena. O sistema se comportará tão mal que você certamente se decepcionará com ele. Em casos assim, melhor é esperar um pouco até que os custos baixem – e baixarão, sem dúvida, tem sido sempre assim com hardware – até chegarem ao alcance do bolso do usuário e então montar ou comprar uma máquina que satisfaça as exigências.

  • Mas se você tem máquina para rodar Vista, considerando os requisitos mínimos de hardware, não há de ser um micro “baratinho”. Só uma placa de vídeo minimamente compatível com o Aero custa tanto ou mais que quatro GB de RAM. Aumentar a capacidade de memória RAM de uma máquina assim para melhorar (e bota melhorar nisso) o desempenho de Vista me parece um dos investimentos de maior custo/benefício que se pode fazer em um computador.

  • Quem tem uma máquina desta qualidade, roda Vista, insiste em não instalar um novo módulo de RAM e reclama que Vista exige muita memória, francamente, parece mais interessado em reclamar que em rodar Vista. Portanto, concordo que Vista, efetivamente, exige muita memória. O que não quer dizer que eu esteja de acordo com a afirmação que Vista exige “memória demais”. Há uma sutil distinção entre “muito” e “demais” que deve ser levada em conta. Porque as exigências de Vista concernentes ao uso de memória RAM são conseqüência direta da forma pela qual esta memória é administrada. Uma administração que faz valer a pena o tanto de memória que exige a mais pela melhoria que confere ao desempenho global do sistema, acelerando a carga dos programas usados mais freqüentemente pelos usuários. Senão vejamos. Mas antes convém lembrar como era antes.

  • Nos tempos do Windows XP – que a maioria dos usuários ainda tem em suas máquinas. Windows XP traz em seu código uma funcionalidade para acelerar a carga de programas usados mais recentemente. É uma coisa simples, quase rudimentar mas, dentro de suas limitações, bastante eficaz. Alguns o chamam de “cache na RAM” apesar de o conceito, embora similar, não ser exatamente o mesmo que o da memória cache. Trata-se meramente de não “descarregar” um programa da memória RAM quando ele é encerrado (para os puristas: sim, é um pouco mais que isso já que, qualquer que seja o sistema operacional, o trecho de memória RAM ocupado pelo código de um programa não é “limpo” quando o programa é encerrado; o que o Win XP realmente faz é preservar as referências que permitem localizar o programa na RAM caso ele seja invocado imediatamente após ter sido descarregado). Se você usa Windows XP já deve ter notado os efeitos desta funcionalidade embora talvez não se tenha dado conta da razão pela qual a coisa acontece. Experimente.

  • No meio de uma sessão de trabalho com Win XP, com alguns programas carregados na memória, abra um programa que ainda não foi usado naquela sessão. De preferência um programa “parrudo”, desses que ocupam um bocado de memória RAM (por exemplo, o Power Point ou algo equivalente). Repare (não precisa anotar, basta prestar atenção) no tempo que ele leva para ser carregado, ou seja, observe o intervalo de tempo decorrido entre você clicar no ícone do programa até ele se apresentar na tela pronto para uso. Trabalhe um pouco com ele, crie um arquivo qualquer (mas nem se dê ao trabalho de gravá-lo) e encerre (ou “feche”) o Power Point. Agora, gaste alguns minutos trabalhando com outro programa que já estava carregado na memória (ou seja, não “abra” um novo programa, use apenas os que já estavam “abertos” antes de você carregar o Power Point). Isto feito, abra novamente o Power Point e observe o tempo que ele leva para ser carregado. Notou a diferença? É brutal. A segunda carga é quase instantânea. A razão disso é simples: na segunda vez o programa não foi efetivamente “carregado” na memória (ou seja, não foi necessário alocar memória para ele, ler seu arquivo executável em disco e copiar as instruções para o trecho alocado em RAM). E não foi porque já estava lá. Tudo o que Windows XP fez foi simplesmente “apontar” o ponteiro de instruções para o endereço de entrada do programa que, como já estava na memória, começou sua execução imediatamente.

  • Esta funcionalidade, a princípio, parece um tanto pueril. Afinal, ninguém fica carregando e descarregando sucessivamente o mesmo programa na memória. Mas pense em um usuário leigo que necessita examinar, por exemplo, diversos textos do Word em busca de um determinado parágrafo. Ele abre o Windows Explorer e localiza a pasta onde estão os arquivos a serem examinados. A partir daí ele clica sobre o primeiro arquivo, o que faz carregar o Word com o arquivo aberto para consulta. Não era aquele? A ação é quase instintiva: ele fecha o Word e clica sobre o arquivo seguinte. Ora, como o código do Word já está carregado na memória (mesmo tendo o usuário encerrado o programa), o sistema se limita a carregar o texto do segundo arquivo, economizando o tempo de carga do próprio Word.

  • Pense na repetição desta ação algumas dezenas de vezes consultando diversos arquivos e perceba o substancial ganho de tempo que uma providência tão simples pode propiciar. A idéia é boa, mas tem um defeito: se, durante duas consultas sucessivas a seus arquivos, o usuário abriu outro programa (quem sabe um programa gráfico para examinar melhor uma figura do texto) e seu código for carregado no trecho de memória primária previamente alocado para o Word, a próxima carga do Word será tão lenta quanto a primeira. E, evidentemente, todo o código vai para o limbo quando a máquina é desligada e a memória RAM, volátil por natureza, é inteiramente “limpa”.

  • Para contornar este segundo inconveniente, Windows XP implementou uma segunda funcionalidade denominada “prefetch”. A coisa é igualmente simples: registrar em um pequeno banco de dados interno os programas que Windows carrega na memória durante a partida do sistema e gravar em uma pasta criada para este fim no disco rígido um conjunto de arquivos com extensão .Pf contendo informações e fragmentos destes programas. A idéia é reduzir o tempo de carga do sistema consultando a lista a cada inicialização e, antecipadamente, carregar na memória o código de cada programa mesmo antes que ele seja solicitado. A idéia é igualmente boa, mas também tem seu defeito: ao longo do tempo, com a mudança de hábitos do usuário e a conseqüente alteração do grupo de programas que ele costuma invocar durante a inicialização, as entradas no banco de dados vão se acumulando, algumas delas correspondendo a aplicativos já há muito tempo não usados, e a operação de consultar uma lista de programas cada vez maior acaba por retardar, ao invés de acelerar, a carga do sistema.

  • Eu mesmo publiquei no jornal O Globo uma “Dica” sobre o tema (sugerindo “esvaziar” periodicamente a pasta que acumulava os arquivos .Pf ou a simplesmente livrar-se dela desabilitando o serviço) e Paulo Couto publicou uma coluna sobre o assunto aqui mesmo neste Fórum. Em suma: a idéia de manter o código da memória e voltar a ele se o usuário solicitasse a recarga do programa era boa mas tinha o defeito de ser excessivamente volátil.

  • E a idéia de listar os programas usados habitualmente era igualmente boa mas tinha o defeito de deteriorar o desempenho com o tempo por não atualizar a lista. Pois bem: Windows Vista não somente ofereceu uma solução para ambas as dificuldades acima citadas como também as fundiu e estendeu sua ação não apenas aos programas usados durante a inicialização como também aos demais aplicativos usados habitualmente pelos usuários. Fez isto apelando para três novas funcionalidades denominadas, respectivamente, “Superfetch”, “Ready Boost” e “Ready Drive”.

Boa parte das reclamações sobre o Vista têm a ver com o tema “memória”, seja primária (RAM), seja secundária (funcionamento do disco rígido). As mais comuns são: - Mesmo que se instale 4 GB de memória RAM (o máCor do textoximo suportado por um barramento de 32 linhas como os dos processadores “de 32 bits”) Vista não consegue usar toda a capacidade instalada; - Windows Vista exige memória “demais”; - Além disso, por mais que se aumente a capacidade de memória RAM instalada, Vista a consome quase toda (e alguns acrescentam que esse “uso excessivo” de memória torna o desempenho mais lento); - Independente da capacidade de memória RAM disponível, o disco rígido parece não “parar” jamais, mantendo-se em funcionamento mesmo quando não se está carregando qualquer programa, gravando arquivos ou pesquisando dados (e alguns atribuem – erroneamente – esta aparentemente incessante atividade à necessidade de acesso ao arquivo de troca da memória virtual – que em Windows Vista chama-se “page file” – devido à insuficiência de memória RAM). Resumindo: a impressão que se tem das reclamações sobre memória é que os usuários que as fazem acham que Vista precisa de muita memória porque não consegue administrá-la bem. Na verdade o que ocorre é exatamente o oposto: Vista requisita muita memória porque aperfeiçoou a forma pela qual Windows XP a administra e com isto conseguiu uma melhoria apreciável no desempenho.



Mas vamos por partes. Começando pelo primeiro ponto, como convém: qual o máximo de capacidade de memória RAM instalada que é efetivamente liberada para uso da versão Vista32? No que diz respeito a este tópico devo começar, humildemente, corrigindo a mim mesmo e me desculpando pelo erro cometido. Pois embora na coluna "Vista exige muita máquina. Será?” eu tenha até mostrado figurinha e coisa e tal demonstrando que minha instalação de Vista32 reconhece a totalidade dos 4 GB de memória RAM instalada (o que é verdade) eu não informei – porque não me dei conta do que vou explicar adiante – que embora reconhecendo todos os 4 GB de memória instalada, a versão de 32 bits apenas é capaz de utilizar efetivamente para o código do sistema operacional, dados e programas, apenas uma fração dela, mais exatamente 3,25 GB.



A razão, por paradoxal que pareça, é essencialmente a mesma que impedia que programas DOS usassem mais de 640 KB de memória RAM: o restante, até o limite de 1 MB (o máximo de memória acessível por um barramento de endereços de 20 linhas como o do i8086/8088 para o qual o sistema foi desenvolvido) era memória reservada para fins específicos. Destrinchemos. O maior número que pode ser escrito com 20 bits (em binário, naturalmente) é a vigésima potência da base 2, que corresponde a 1.048.576 (1 M).


Logo, endereços maiores que 1 M jamais poderiam ser acessados pelo simples fato de que não “caberiam” no barramento. E como, na época do desenvolvimento do DOS, 1 MB era uma capacidade de memória inimaginável (a maioria dos micros “de 8 bits” vinham com 16 KB de memória RAM e o primeiro PC da IBM foi fabricado com 64 KB que poderiam ser estendidos até, imaginem, 256 KB!) os responsáveis pelo desenvolvimento do DOS decidiram reservar os endereços que ocupavam os 384 K do final do espaço de endereçamento para uso exclusivo de tabelas e rotinas usadas pelas placas controladoras e por algumas funções do sistema operacional.



Por isso sobraram apenas os 640 K iniciais para código e dados. Já o máximo de memória acessível por um barramento de endereços de 32 bits (para o qual foram desenvolvidos os “sistemas operacionais de 32 bits”) é a trigésima segunda potência de 2, que corresponde a 4.294.967.296 (4 G), que é por conseguinte o maior endereço que “cabe” no barramento. Mas, também neste caso, uma parte (sempre a parte superior) do “campo de endereçamento” precisa ser reservada para uso do sistema. Que uso? Essencialmente, o mesmo uso que o DOS fazia do trecho superior do espaço de endereçamento do microprocessador i8080/8088 para o qual foi desenvolvido: comunicar-se com os dispositivos de Entrada/Saída, ou periféricos. Vamos logo para o exemplo mais esclarecedor, o da controladora de vídeo. Para exibir uma tela no vídeo é preciso “desenhá-la” antes na memória, ponto a ponto (ou pixel a pixel, para quem preferir). E isto gasta um bocado de memória. Por exemplo: uma singela tela SVGA clássica de 1024 x 768 pontos, onde cada ponto pode assumir 16 milhões de cores (número expresso com três bytes), precisará armazenar 1024 x 768 x 3 = 2.308 KB ou 2,25 MB (não esqueça: 1K = 1.024 e 1 M = 1.024 x 1.024 = 1.078.576). E onde ficam armazenados esses bytes? Ora, na memória de vídeo, naturalmente.



Mas os circuitos integrados (“chips”) da memória de vídeo ficam na controladora (“placa”) de vídeo, não na placa-mãe. Portanto os dados correspondentes aos pontos da tela não ocuparão qualquer posição (física) da memória principal, ou memória RAM. Mas acontece que há programas (por exemplo, qualquer editor de imagens de terceira categoria) que fazem modificações na tela independentemente do sistema operacional. Como, por exemplo, desnudar certas divas da MPB e transformá-las em seres de corpos esculturais, inconspurcados por uma celulite sequer, para expor suas fotos em revistas especializadas (não em MPB, no caso das fotos).



E para que um programa possa alterar o conteúdo de uma posição de memória é preciso que tenha acesso a ela. Mas se posições de memória somente podem ser acessadas através de seus endereços e somente as posições da MP têm endereços, como fazer com que um programa tenha acesso a uma “posição de memória” que está, fisicamente, fora da memória principal? Pois é aí que a porca torce o rabo (para as novas gerações, que não conhecem o ditado, convém esclarecer que a frase não se refere às divas da MPB acima citadas, embora algumas de fato o torçam para tirar as fotos). Para atribuir endereços às posições de memória situadas na controladora de vídeo de modo que os programas possam acessá-las é preciso, literalmente, “roubar” estes endereços (lógicos) do espaço de endereçamento da memória RAM, ou MP.



A isto se chama “mapear” a memória. Funciona assim: os chips (físicos), com suas posições de memória que guardam os pontos que formam a imagem, estão na placa de vídeo. Mas o sistema se refere a eles como se eles estivessem ocupando um trecho da MP situado próximo ao final do espaço de endereçamento. Ou seja: endereços (lógicos) de MP são usados para “apontar” (ou “se referir a”) posições de memória (físicas) situadas em uma placa controladora de E/S (no caso, a placa de vídeo). Nos tempos do velho DOS e do barramento de endereço de 20 bits, os endereços usados para “mapear” o vídeo situavam-se acima de 640 K (o trecho de 640 K a 768 K era reservado para o vídeo, embora nem todo fosse usado). Hoje, nos tempos dos barramentos de 32 bits, estes endereços situam-se bastante acima dos 4 G.



Se você usa Windows XP ou mesmo Windows Vista em uma máquina com, digamos, 2 GB de memória RAM instalada, mesmo que você use uma placa controladora de vídeo com, por exemplo, 512 MB de memória de vídeo, isso não terá qualquer influência no uso de sua memória RAM. Como os endereços das posições de memória RAM se estendem de zero até 2 G e os 512 MB de memória de vídeo serão “mapeados” em (ou seja, ocuparão os endereços de) um trecho do espaço (lógico) de endereçamento próximo aos 4 G, uns não interferirão com os outros.

Agora imagine que você tenha povoado os quatro “slots” de memória de sua placa-mãe instalando neles quatro módulos de 1 GB em uma máquina com Windows Vista32. Que por acaso usa uma controladora de memória com 256 MB de memória de vídeo. Em princípio, uma coisa nada tem a ver com a outra. A memória (física) de vídeo está instalada na controladora de vídeo. Já a memória (física) RAM está instalada na placa-mãe. E ambas poderiam viver felizes para sempre em total harmonia não fosse a necessidade de “mapear” a memória de vídeo nos endereços (lógicos) próximos ao final do espaço de endereçamento. Que, neste caso, estão ocupados por posições de memória (físicas) situadas nos chips de memória RAM.

Isso ocorre porque, nesta situação particular, o espaço de endereçamento (que em sistemas operacionais “de 32 bits” não pode exceder 4 G) está totalmente ocupado com memória física. Afinal, todos os 4 GB possíveis foram instalados e cada byte ocupa um endereço. Onde encontrar endereços “vazios”? Sim, você adivinhou: não há endereços vazios. Com 4 GB de memória RAM (física) instalada na placa-mãe, todos os endereços do espaço (lógico) de endereçamento estão ocupados. Não obstante a memória de vídeo ainda precisa ser mapeada. Não há como evitar isso já que, se não o for, o software não pode se comunicar com o vídeo e nenhuma alteração na tela seria possível.

A saída é “roubar” endereços (lógicos) de trechos de memória próximos ao final do espaço de endereçamento mesmo que estejam ocupados com memória física. Estes endereços (lógicos) serão atribuídos às posições de memória (física) instalada na placa de vídeo, que assim poderão ser acessadas pelo software. O problema é que as posições de memória RAM (física) instaladas na placa-mãe cujos endereços foram “seqüestrados” para serem usados pela memória da placa de vídeo já não podem ser endereçadas. Resultado: mesmo presentes na placa-mãe, estas posições não poderão ser acessadas seja pelo software, seja pelo sistema operacional, já que não há outra forma de acessar memória RAM que não por seu endereço e aquelas posições de memória RAM já não mais possuem endereços (ou melhor: possuem, mas não podem usá-los porque eles foram atribuídos a posições de memória situadas alhures). Infelizmente não é apenas a memória de vídeo que se serve do mapeamento. Embora seja ela a responsável pelo maior consumo de endereços lógicos, outros dispositivos também apelam para o mesmo alvitre, como controladoras de rede, áudio, controladoras SATA e tudo o que está ligado ao barramento PCI.


Isso não ocorre apenas com Vista32, naturalmente. Qualquer sistema operacional “de 32 bits” mapeia a memória usada para se comunicar com dispositivos de E/S “roubando” endereços do trecho superior do espaço de endereçamento (sempre acima de 2 GB – e é por isso que Windows 98 não consegue acessar mais de 2 GB de memória RAM: no caso de Win 98, acima de 2 M todos os endereços estão reservados para mapeamento).





Figura 1: Endereços mapeados




Quer ver que dispositivos de E/S conectados à sua máquina ocupam endereços mapeados na MP? Seja em Windows XP, seja em Windows Vista, carregue o utilitário de informações do sistema (acione o menu Iniciar e digite “msinfo32.exe” seguido de ENTER na caixa “Executar” do XP ou use a caixa “Iniciar pesquisa” do Vista para localizar o programa e o execute clicando em seu nome), expanda a chave “Recursos de hardware” e clique no ramo “Memória” para mostrar uma janela parecida com a da Figura 1 (que foi obtida em uma máquina rodando Vista64 mas que serve igualmente para ilustrar o tema já que os endereços “mapeados” se situam na mesma faixa).


Veja, na coluna “Dispositivo” do painel direito, a lista de dispositivos que usam endereços de memória. E, na coluna “Recurso”, veja a faixa de endereços atribuída (“mapeada”) a cada um deles (em hexadecimal). Repare como quase todos se situam bem acima de 0xC0000000, que corresponde a 3 GB (os que se situam abaixo deste endereço são obrigados a isso por questões de compatibilidade com antigos padrões de acesso a periféricos). Por todas estas razões, em Vista32, os endereços correspondentes ao trecho final do espaço lógico de endereçamento são reservados para uso exclusivo do mapeamento de endereços de dispositivos de E/S. Sobram apenas 3,25 G de endereços para serem atribuídos às posições de memória RAM.


Por isto, mesmo que você disponha de, digamos, 4 GB de memória (física) RAM instalados na placa-mãe, apenas os primeiros 3,25 GB poderão ser usados. O resto até pode ser reconhecido (ou seja, ter sua presença identificada) por Vista32 SP1, mas não poderá ser usado pelos programas ou pelo sistema operacional. Alguns comentários às colunas anteriores citaram uma funcionalidade denominada Physical Address Extension, ou PAE, que permite a sistemas de 32 bits usarem mais de 4 GB de memória física.


De fato, a funcionalidade existe e mais informações sobre ela podem ser encontradas no artigo "Physical Address Extension" da MSDN. Mas ela depende de características do hardware e seu objetivo não é contornar o problema de mapeamento de memória, mas habilitar funções avançadas como o DEP (Data Execution Prevention) e NUMA (Non-Uniform Memory Access), portanto mesmo com o PAE habilitado a memória dos dispositivos de E/S continuará sendo mapeada nos mesmos endereços correspondentes ao final dos primeiros 4 G (note que a função do PAE é permitir acesso a endereços de memória RAM acima dos 4 G, portanto não resolve o problema de máquinas com apenas 4 GB de memória física instalada).


Cor do texto
Portanto, espero ter esclarecido devidamente o primeiro ponto: Vista32 SP1 reconhece os 4 GB de memória instalada porque eles estão efetivamente instalados (a versão Vista32 sem o SP1 reconhecia apenas o trecho de memória acessível). Mas o fato de reconhecê-los não significa que possa ter acesso a eles.Cor do texto Ficam efetivamente acessíveis ao sistema apenas os primeiros 3,25 GB de RAM instalada. O restante permanece lá, porém inútil, já que seus endereços foram reservados para mapeamento de memória de dispositivos de E/S – estejam ou não estes dispositivos instalados.


Então o Windows Vista não é tão ruim assim, para dizer a verdade eu o prefiro em relação ao WINDOWS XP, mas já o Windows 7, Ha... esse é o sistema.

2 comentários:

  1. Concordo, o Windows Vista não é ruim só que ele consome muita memória. Um grande vilão disso é o Aero com o WDDM 1.0 que foi introduzido no Windows Vista. Cada janela desenhada pelo DWM são escritos as mesmas informações das janelas tanto na RAM do PC quanto na RAM do vídeo isso faz com quea mesma informação que esta na memória do vídeo esteja na RAM principal. Mas o WDDM ainda tem suas vantagens segundo a Microsoft 20% das telas azuis são por causa do driver dr vídeo que é executado com o kernel. O driver falha e obriga o kernel reiniciar. O WDDM permite que o driver reinicie sem problemas com o kernel.
    Já no Windows 7 o esquema é diferente. O WDDM 1.1 mantem o consumo menor pois as informações da janela fica apenas na memória da placa gráfica, mantendo o consumo da RAM principal sempre igual.
    O Windows XP não tem isso por isso a cada falha do driver de vídeo o seu PC reiniciará sempre.

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  2. quer rodar o windows vista tranquilamente use um PC 2.8 GHZ, DUAL CORE, 8 GB DE RAM, PLACA DE VIDEO BOA desative o AERO pronto vc se tem um sistema perfeito rodanda redondo usei o meu por meses e nao travou nao eskeça que o vista e sua interface que continua linda foi copiado pelos demais 7 e 8
    ah WINDOWS VISTA 64BITS SP2 O MELHOR E MAIS RAPIDO...


    ROBERTO
    Volta Redonda,RJ

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