FHC. Um artista da política
Analisando o décimo aniversário do Plano Real, Paulo Nogueira Batista Jr. comenta o legado de Fernando Henrique Cardoso, afirmando: “O que aconteceu no campo das contas públicas foi simplesmente espantoso. Durante o período Fernando Henrique Cardoso, conseguiu-se produzir a seguinte e extraordinária combinação.
Primeiro: o maior aumento da carga tributária de que se tem notícia na história do país.
Segundo: a venda de grande parte das empresas estatais, inclusive algumas das melhores e mais importantes.
Terceiro: um enorme crescimento da dívida pública. Uma proeza, convenhamos. Não é para qualquer um”.
E conclui: “Temos que reconhecer que Fernando Henrique Cardoso, à sua maneira, foi um artista da política. Fez todos esses estragos nas finanças públicas e nas contas externas do país, mas saiu com imagem de sério e fama de responsável...”.
Os dez anos do Plano Real. Os aspectos brilhantes e bisonhos
Os dez anos do Plano Real. Os aspectos brilhantes e bisonhos
O Plano Real “teve aspectos brilhantes (a URV) e aspectos bisonhos (a política cambial)”. A avaliação é de Paulo Nogueira Batista Jr., economista, professor da FGV-EAESP, no artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, 1-7-04.
Para ele, “na verdade, de brilhante mesmo o plano só teve a desindexação, elemento-chave no processo de rápida redução da inflação iniciado há exatamente dez anos, em 1º de julho de 1994, com a conversão da URV na nova moeda. Infelizmente, o programa de combate à inflação foi conduzido sem a devida atenção aos seus impactos sobre a posição internacional do país.
A política cambial foi um desastre completo e acabado. A longa e persistente sobrevalorização cambial do período 1994-1998 produziu estragos que até hoje não acabamos de digerir. O real forte prejudicou o setor exportador, estimulou importações e viagens ao exterior e contribuiu para um rápido aumento das obrigações internacionais do país”.
Segundo o economista, a alarmante vulnerabilidade externa nos tornou “desde o final de 1998, viramos clientes cativos do Fundo Monetário Internacional”. E continua: “Um dos principais instrumentos de defesa da frágil posição externa era a taxa de juro, que se mantinha em níveis sempre elevados e aumentava para patamares estratosféricos nos momentos de grande instabilidade.
A economia passou então a oscilar entre a recessão e períodos de crescimento medíocre. Os juros altos contribuíam, ademais, para concentrar a renda nacional, aumentar o serviço da dívida pública e desestabilizar as finanças do governo”.
Dez anos de Plano Real e o mercado de trabalho. Uma catástrofe
Dez anos de Plano Real e o mercado de trabalho. Uma catástrofe
“O Plano Real, do ponto de vista do mercado de trabalho, foi quase uma catástrofe”. A afirmação é de Luiz Eduardo Parreiras, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), para O Globo, 27-6-04.
A partir da análise do economista, a Folha de S. Paulo, 27-6-04, constata: “O Real estabilizou a economia, mas deixou um legado de 2,6 milhões de desempregados no país entre 1995 e 2002, número próximo ao da população de Curitiba, capital do Paraná. Só na região metropolitana de São Paulo, o estoque de desempregados chegou a 847 mil nos dez anos do plano”.
A análise da Folha destaca que “nas estimativas do professor da Unicamp Anselmo Luis dos Santos, serão necessários de sete a oito anos para que a Grande São Paulo volte a ter a mesma taxa de desemprego verificada em 1994, de 14,2% em junho, medida pelo Dieese e pela Fundação Seade.
Em abril deste ano, essa taxa foi de 20,7%. Para chegar a esse prazo, ele estimou que o Brasil cresceria 3,5% ao ano e que a relação produto/emprego seria de 0,87% (percentual obtido da média histórica dos últimos dez anos)”. “Só vamos chegar ao mesmo estoque de desempregados de 1994 [1,197 milhão] em um prazo de 14 a 15 anos”, diz o professor da Unicamp.
Sem dúvida o Plano Real com FHC, foi um embuste da mídia corporativa brasileira, creio que jamais teve algo parecido, e nem na época dos militares houve algo se quer meio parecido, com ausência total de esclarecimentos sobre o governo FHC e suas táticas com o Legislativo e Judiciário e "estatizações de cartas marcadas", e a explícita manipulação dos índices sociais e econômicos do país.
ResponderExcluirE o pior de tudo, para deixar o país do mesmo jeito que encontrou - Taxas de juros altas; inflação ascendente;carga tributária elevadíssima; serviços públicos caóticos; dólar em alta (era R$ 4,00 qdo saiu FHC); mercado interno inútil; imagem do Brazil...
Os políticos não devem ser avaliados sobre a distorção de vieses ideológicos, como me parece o caso. A estatização não deve ser considerada conceitualmente ruim, isso é um preconceito. É mutio mais válido avaliar os resultados desta estatização. Isso deve valer para atuação de um político como um todo. Neste ponto, os resultados e a estabilização proporcionados pelo governo FHC me parecem rubostos o suficiente para afirmar sua importância histórica como chefe do poder executivo da república.
ResponderExcluirEste "Quase astro-físico" deve usar entorpecentes, quanta merda ele escreveu, o FHC acabou com o país e ele vem falar em resultados de estatização. Me conte que grande resultado tivemos na venda da Vale do Rio Doce por exemplo?
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