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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A BATALHA DE BERLIN

Os últimos dias de Berlim 
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A guerra já estava a muito tempo perdida. A alemanha entre dois rolos compressores, com seus exércitos em frangalhos, sem possibilidades de reação, mas resistindo porque o Fuhrer pretendia que se a Alemanha caisse, o seu povo deveria ser também consumido. A idéia era resistir até o ultimo homem. Mas ele não resistiu. Se ele se matou ou se fugiu, o que é a teoria que atualmente está sendo levantada, o fato é que não resistiu até o fim abandonando o barco antes do desfecho final e deixando seus comandados à própria sorte. Quando a notícia do seu suicídio espalhou-se, os soldados alemães que ainda resistiam, sentiram-se traidos, abandonados.

Movimentações que ocorreram nas últimas duas semanas que antecederam a queda da Alemanha. 

Começa a derradeira batalha pela defesa da Alemanha.
Desde o inicio de 1945, que as forças da União Soviética tinham avançado rapidamente e desfeito a resistência alemã na Polónia e na Prússia. O impulso dos exércitos soviéticos parou apenas no rio Oder, a escassos 60km de Berlim, principalmente por causa das cheias que aumentaram em muito o caudal do rio.

As forças soviéticas, com a sua ofensiva do Inverno também tinham ficado desorganizadas e por isso, a ofensiva tinha parado, para que as tropas recuperassem e para que se destruíssem algumas das bolsas de resistência alemã. As linhas mais avançadas dos exércitos soviéticos, encontram-se de 60 a 75km de Berlim.

O ataque final à Alemanha hitleriana, será efetuado por três grupos de exércitos soviéticos (os soviéticos utilizavam a designação «Frente» para referir um grupo de exército).

A norte a Primeira Frente da Bielorussia, sob o comando do marechal Rokossovski, contava com os seguintes exércitos:
2º exército de choque (2 corpos de exército)
65º exército (3 corpos de exército)
70º exército (3 corpos de exército)
49º exército (5 corpos de exército)
19º exército (3 corpos de exército)
5º exército blindado da guarda (1 corpo de exército e duas brigadas)
4ª força aérea

Directamente em frente a Berlim, estão as tropas da 2ª Frente da Bielorrússia, sob o comando do marechal Zhukov, com a incumbência de atacar directamente Berlim e de tomar a cidade com as seguintes forças:
61º exército (3 corpos de exército)
1º exército polaco (5 corpos de exército)
47º exército (3 corpos de exército, 1 regimento blindad, 5 regimentos de artilharia assalto)
3º exército de choque (4 corpos de exército. Um deles blindado)
5º exército de choque (3 corpos de exército)
8º exército da guarda (3 corpos de exército, 3 regimentos independentes de blindados, 7 regimentos de artilharia de assalto)
69º exército (3 corpos de exército, 1 brigada blindada, 4 regimentos de artilharia de assalto)
33º exército (3 corpos de exército)
16º exército aéreo
18º exército aéreo
1º exército blindado da guarda (3 corpos de exército)
2º exército blindado da guarda (3 corpos de exército)
3º exército (3 corpos de exército e 3 regimentos de artilharia de assalto)

A sul a 1ª frente da Ucrânia, sob o comando do marechal Koniev, cujos exércitos se posicionam de forma a poder tomar Berlim, se conseguirem ser mais rápidos que os exércitos de Zhukov.
As forças de Koniev eram as seguintes:
3º exército da guarda (4 corpos de exército, um deles blindado)
13º exército (3 corpos de exército, 1 regimento blindado independente e 4 regimentos de artilharia de assalto)
5º exército da guarda (4 corpos de exército, um deles blindado)
2º exército polaco (3 corpos de exército um dos quais blindado)
52º exército (4 corpos de exército, um deles mecanizado)
2º exército aéreo
3º exército blindado da guarda (3 corpos de exército)
4º exército blindado da guarda (3 corpos de exército)
28º exército (3 corpos de exército)
31º exército (1 corpo de cavalaria, 1 brigada blindada independente)

A situação na frente a 15 de Abril, antes do último ataque soviético. Embora se indique a posição dos dois exércitos alemães, não se mostra a posição relativa dos exércitos soviéticos


Para se opor à avalanche de 26 exércitos soviéticos, as forças alemãs chamaram o general Gothard Henrici, um especialista de acções defensivas, que passa a comandar o grupo de exércitos do Vístula.
O grupo de exércitos do Vístula, era composto pelas seguintes forças:

3º exército blindado (3 corpos de exército e a guarnição de Swinemunde )
9º exército (4 corpos de exército e a guarnição de Frankfurt-Oder)
Existe ainda um corpo de exército de reserva (corpo de exército Steiner)

No flanco sul, participou também na batalha de Berlim, o V corpo de exército, que ficou isolado do resto do IV exército .

A 16 de Abril o principal ataque levado a cabo pelo marechal Zhukov teve lugar directamente sobre o sector de Berlim, defendido pelo 9º Exército, mas durante todo o dia 16 e 17, os alemães conseguem aguentar-se nas posições elevadas se Seelow, ponto estratégico, cuja tomada era necessária para prosseguir a ofensiva.
Mas enquanto os exércitos russos em frente de Berlim marcam passo e não conseguem avançar, a sul, na linha de separação entre o 9º e o 4º exército alemães as tropas do marechal Koniev, romperam as linhas alemãs logo na madrugada de 16 de Abril e avançaram vários quilómetros. Este sucesso do grupo de exércitos de Koniev, leva a que estas forças atinjam uma posição de avanço tal que logo receberam ordens de Estaline para inflectir para norte e tomar Berlim.

A batalha, a partir de aí transformou-se numa frenética corrida entre Koniev e Zhukov, em que cada um deles lutou já não pela vitória sobre os alemães, mas acima de tudo por ser o primeiro a chegar ao centro de Berlim.
Nenhum dos marechais Russos poupou esforços. Quando soube que Estaline tinha dado autorização ao seu rival Koniev, para inflectir para norte e tomar Berlim a partir do sul, Zhukov teve um ataque de ira e deu ordens aos seus exércitos para um ataque em massa.
Ao fim do dia 17 de Abril, quase 48 horas depois do ataque, as linhas de Seelow começam a ceder e os exércitos de Zhukov começam a avançar.
A cidade ficou cercada entre 21 e 22 de Abril e a 25 de Abril as forças soviéticas entram em contacto com as forças americanas em Torgau.
O avanço soviético destroçará o 9º exército alemão, e os restos da sua principal formação - o 56º corpo Panzer - serão forçados a recuar para dentro da cidade[1]. O resto do 9º exército alemão, ficará completamente cercado pelos soviéticos, entrando na última e desesperada batalha da Alemanha, ao lutar desesperadamente contra o cerco soviético, à medida que recua.
Os restos do 9º exército alemão, marcham para ocidente em direcção ao rio Elba, onde se entregam às forças americanas.

Hitler cometerá suicídio a 30 de Abril e a 2 de Abril o entretanto designado comandante da cidade, o General Weidling, comandante do 56º corpo Panzer rende-se. A rendição final e incondicional da Alemanha Nazi, ocorre a 8 de Maio. [1] O 56º Corpo Blindado, era a principal unidade do 9º exército e a violência dos combates separou o exército em vários blocos, um dos quais, constituído por este corpo blindado, foi empurrado para dentro de Berlim.

O drama humano da queda da capital do Terceiro Reich, ao fim do mês de abril de 1945, sob a visão irreversível do ocaso alemão.


- Ficarei em Berlim e aceitarei o fim quando ele vier - declarou Adolf Hitler. 

Os membros de sua roda, que acabam de deixar o bunker e se dirigem de automóvel para a brecha ainda aberta a noroeste, não levam muito tempo para convencer-se de que o fim está próximo. Poder-se-ia mesmo dizer-se que o fim já chegou. Por sobre a cidade em ruínas, o céu mostra-se completamente vermelho. Os cilindros brancos dos projetores da AAA parecem mais guiar os aviões inimigos que buscá-los. As sereias uivam a pequenos intervalos: não há mais sinal de fim de alerta, ainda um bombardeio não terminou e outra vaga já chega. Não mais se distinguem as explosões das bombas dos obuses e do estrondo dos desmoronamentos. 

As Mercedes dos altos dignatários rodam aos solavancos por entre paredes calcinadas, bruscamente obrigadas a parar por uma montanha de escombros ou porque não há mais rua, apenas um gigantesco buraco cheio de água onde os clarões se refletem. Meia volta, é preciso contornar um bloco de ruínas, enveredar por outros corredores de fogo... 

O Führer permanece "no meio dos berlinenses", mas o abrigo da chancelaria é como uma couraça subterrânea, bem protegida, arejada, ainda provida de todas as comodidades, ao passo que os berlinenses se amontoam nos porões e nos abrigos casuais, sacudidos pelas explosões, iluminados a vela ou completamente às escuras. 

Desde o dia 20 de abril não há mais água corrente, nem gás, nem eletricidade. As pessoas vão buscar água nas crateras transformadas em lagos pela ruptura dos encanamentos. Nos porões e abrigos acham-se não apenas civis, homens, mulheres e crianças, mas também militares, soldados e membros do Volkssturm, que abandonaram sorrateiramente as linhas para ver o que sucedera às famílias, correndo o risco de serem apanhados e executados pelos SS e pelos Feldgendarmes. 

O alvorecer do dia 23 chega sem que pare o bombardeio ou o canhoneio, sem que se verifique no inferno berlinense outra mudança além da cor da fumaça negra que substitui o imenso clarão vermelho. Entretanto, mesmo antes do fim dessa mudança de cor, muito antes de clarear o dia, a meia luz indecisa mostra-nos nas ruas devastadas um espetáculo extraordinário: diante dos armazéns, ou do que deles resta, ou diante dos locais que são estabelecimentos, pessoas fazem fila. 

O serviço de reabastecimento continua a funcionar. Teatros, salas de concerto, cafés, foram transformados em centros de distribuição. Aí, enquanto as sereias continuam a uivar, e as bombas continuam a cair sobre a cidade, empregados destacam tíquetes. As pessoas da fila aceitam arriscar a vida para obterem magras rações de pão negro e alimentos-ersatz, que talvez lhes permitam sobreviver. Por vezes, a explosão de um projétil ceifa metade da fila, a outra metade continua firme, com os feridos leves recusando-se a abandonar o lugar. Outras vezes é o edifício do centro de distribuição que desaba, matando os funcionários. Um minuto depois os sobreviventes da fila arremessam-se para assaltar os estoques desmantelados. 

Quando examinamos os relatos e depoimentos sobre os últimos dias de Berlim, constatamos que houve de tudo no seio daquele inferno: ordem e caos, intrepidez e covardia, solidariedade e a lei da selva. É verdade que soldados se escondiam e desertavam, mas também é verdade que outros travavam, com heroísmo, o combate desesperado. 

A 23 de abril, dia de S. Jorge, outrora o patrono do exército imperial, as tropas soviéticas de Jukov entraram na Berlim, propriamente dita, tomando o bairro de Pankov, cinco quilômetros ao norte do centro. As tropas de defesa incluíam homens da Wehrmacht, da Waffen-SS e membros do Volkssturm. Apesar do martelamento de artilharia e aviação, os russos não avançavam como queriam. Os canhões e aviões de ataque soviéticos eram obrigados a não bombardear a proximidade imediata das tropas que progrediam, e justamente aí, na orla da invasão, se aferravam os grupos de defensores. 

Os mais tenazes eram os Waffen-SS e as Juventudes Hitleristas. Entrincheirados nas ruínas, atiravam com metralhadoras e morteiros contra os tanques soviéticos encalhados nos escombros; os tanques eram, por vezes, obrigados a recuar, a guiar pelo rádio os aviões e o tiro dos canhões para estes ninhos de resistência. Grupos escondidos e silenciosos durante horas, atacavam de repente os invasores pelas costas. Viam-se moças de dezessete anos atirando com Panzerfaust contra os tanques, a poucos metros, antes de serem abatidas. 

São esses grupos de combatentes heterogêneos, mal armados, sem ligações entre si, não recebendo, por assim dizer, mais ordens, que vão continuar a luta por vários dias, obrigando os russos a progredir palmo a palmo entre as ruínas, à custa de sete mil mortos; enquanto nos porões três milhões de berlinenses esperam o fim. 

Os moradores dos porões conhecem há muito o ruído das explosões das bombas, e em poucos dias aprendem a distinguir, sem hesitação, o dos obuses. O tiro dos morteiros e das metralhadoras revela-lhes que a batalha se aproxima. Certo dia percebem uma explosão nunca ouvida: ninguém ousa pensar que se trata de uma granada de mão inimiga, e todavia é isso mesmo. Ainda o crepitar das metralhadoras, um tropel de tanques nas ruas. Em seguida, ordens gritadas em uma língua desconhecida. Desta vez têm de se render à evidência: os russos chegaram. 

Os pequenos cavalos dos cossacos escalavam os montes de escombros, entre os restos de paredes cobertas de cartazes mostrando a derradeira proclamação de Göbbels: "Todo alemão deve defender sua capital. As hordas vermelhas serão detidas". Todos os habitantes masculinos entre dezessete e setenta anos receberam ordens de se armar com granadas e fuzis, e combater até a morte atrás das barricadas. Quantos lutaram e quantos se esconderam, impossível saber. Vinte e sete mil soldado da Wehrmacht depuseram armas e foram enviados ao cativeiro. Cadáveres de desertores, presos pela Feldgendarmerie e SS, pendiam das árvores e dos postes de iluminação. Os russos atiram à queima-roupa contra as barricadas; os canhões de 76, 85, 122 e 203 mm martelavam a cidade, onde a população deixava por momentos os porões e abrigos para pilhar o que ainda restava dos armazéns e depósitos arrombados. Nos bairros conquistados, viam-se filas de espera de soldados asiáticos, não diante dos depósitos de víveres, mas à porta dos porões onde mulheres eram violadas. Os mortos desfilavam lentamente pelo Spree e pelos canais. 

O único lugar onde os alemães combatiam ainda na periferia de Berlim era Pichelsdorf, junto ao Havel. Aí, rapazes de doze até dezoito anos, membros das Juventudes Hitleristas, comandados por Arthur Axmann, defendiam-se com fuzis, metralhadoras MG 42 e Panzerfausts contra os russos que os atacavam com artilharia, T-34s e aviões. Pretendia-se manter um acesso à capital para o Exército Wenck. O Exército Wenck deixara de existir mas esses defensores não o sabiam. Hitler não queria sabê-lo, e as Juventudes Hitleristas deixavam-se matar no local para executar sua ordem. De cinco mil desses rapazes, apenas quinhentos sobreviveram. 

Um sol quente brilha através da fumaça. No Tiergarten, outrora um dos mais belos parques do mundo, os incêndios queimam as árvores magníficas, ressecam os rododentros em flor. O ar está envenenado pela putrefação de animais ferozes, vindos com grande dispêndio, de todas as partes do mundo, agora mortos de fome ou pelos projéteis. 

A batalha de Berlim trava-se em três níveis: no ar, onde alguns pilotos alemães vêm, por vezes, empenhar-se com os caças russos em combates desesperados, ou tentam lançar víveres e munições aos últimos sitiados; no chão e também o subsolo da cidade, nos subterrâneos do metrô. Aí se desenrolam lutas pavorosas, quase cegas, a tiros de fuzil, metralhadora, baioneta e à facada. 

Alguns túneis subterrâneos são campos de batalha, outros, abrigos onde os feridos se amontoam numa promiscuidade e numa desordem indescritíveis, militares e civis misturados, com, não raro, feridos russos pelo meio. Waffen-SS despedem-se, ficam nus e apoderam-se das roupas e papéis de identidade dos civis mortos, para tentar fugir a execução certa após a batalha, e alguns assim escaparão, pelo menos os últimos recrutados, os que não tiveram tempo de marcar sob a axila a tatuagem indicando seu grupo sangüíneo. Religiosas, mulheres e moças cuidam desses feridos, alemães e russos, conforme podem, em condições horrendas. 

Em 29 de abril, Hitler, inteirado de que os russos estão avançando por um túnel do metrô que passa sob o Spree, manda inundar o subterrâneo. A ordem é executada e uma avalanche líquida sepulta os feridos, ao mesmo tempo que um batalhão soviético. 

O círculo de ferro e fogo estreita-se cada vez mais. Há canhões russos instalados à porta de Halle, a mil e quinhentos metros da Chancelaria. Snipers subiram ao telhado do Hotel Adlon, a trezentos metros do jardim. 

Aqui, o templo do nacional-socialismo, que deveria testemunhar a glória de Hitler e da Alemanha através dos séculos, jaz em escombros entre poças de água e colunas derrubadas. De pé resta apenas um bloco de cimento flanqueado por duas pequenas torres redondas: o abrigo que protege a escada por onde se desce ao bunker.


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