POLITICA TEM A VER COM RELIGIÃO?

 

Sim e não. Quando se relaciona religião com política, deve-se perder o viés ideológico partidário e se adotar um viés cristão. 

Basicamente a política existe para administrar os problemas de uma sociedade, e essa adminstração normalmente busca favorecer determinado segmento social. Como existem pelo menos dois segmentos sociais, de um lado os ricos e de outro lado os pobres, sempre haverá conflitos de interesses.

Esse conflito se reveste de vários nomes como "CAPITAL X TRABALHO", "DIREITA X ESQUERDA" etc...

O bom político é aquele que sabe conciliar essas duas forças de forma que trabalhem em harmonia sem que prevaleça demais nenhuma delas, e sem que fique em desvantagem a outra.

O Cristianismo busca mostrar a humanidade que tudo aquilo que se faz para o bem ou para o mal irá beneficiar ou prejudicar a todos. Assim se os ricos oprimem demais os pobres, acabarão por se prejudicar mais a frente.

É isso o que acontece em uma sociedade em que há muita miséria. Nessa sociedade existem miseráveis ocupando as ruas, as marquises, as esquinas, e isso deixa os ricos desconfortáveis. 

De nada adianta morar em um apartamento no Leblon que é um bairro de elevada classe no Rio de Janeiro, se ao sair à rua, ali estão crianças mendigando, trombadinhas, homens e mulheres ocupando as marquises. Nas esquinas bandidos os esperam para lhes roubar, assaltar e eventualmente tirar-lhes a vida, o que os irá remeter ao mundo espiritual onde terão que prestar contas das suas  consciências culpadas.

No mundo espiritual esses seres que na terra pensavam de uma forma, buscando para si e seus familiares todo o conforto e todas as regalias que uma sociedade poderia lhes proporcionar, perceberão que são mendigos no mundo espiritual, já que no mundo espiritual os que mais privação passaram serão os que terão mais consolo. Exatamente como na passagem do Rico e Lazaro.

Como todos querem o melhor para si eles perceberão que a única forma de ascender na escala social do mundo espiritual, será voltar a terra em um novo corpo, nascendo de novo, e passando pelas privações daqueles que eles consideravam seres humanos com menos merecimento do que eles.

Perceberão então que desperdiçaram uma oportunidade enormemente grande, quando tendo posses poderiam auxiliar muitas pessoas, e esse auxilio não precisaria ser necessariamente despojando-se do que possuem, porque essa prova existe sim, mas só para espíritos mais elevados. 

Poderia ser dando condições mais dignas aos seus funcionários, tratando-os como parceiros e não como inimigos, e assim teriam tido uma cooperação muito maior deles para os seus negócios, o que lhes teria propiciado bençãos para suas atividades, levando-os a mais elevados graus de realizações e felicidade.

Sim seriam mais felizes na terra e depois nos céus, chegando lá em uma melhor condição. Ao contrário disso verão que sua usura os tornou infelizes na terra e mendigos no céu.

Desejarão consertar isso, para ascender na escala do mundo espiritual que é a nossa verdadeira casa, e para isso quererão nascer como mendigos na terra.

Muitos dos mendigos que hoje vemos nos sinais e debaixo das marquises podem no passado ter sido esses senhores, despreocupados com a fome e a miséria. Muitas daquelas crianças esqueléticas que hoje estão na África foram em um passado recente soldados germânicos cheios de orgulho que maltrataram e mataram Judeus nos campos de  concentração, sorrindo e se divertindo com a morte de famílias inteiras separados de seus entes queridos. O escândalo para eles era preciso, mas ai daqueles por quem veio o escândalo.

Não queremos um país onde reine a desigualdade, a fome e a miséria. Queremos que o Brasil seja como os países do Leste Europeu e para isso precisamos primeiramente acabar com a fome. O Brasil tinha saído do mapa da fome, e agora retorna. Isso sem que ninguém tivesse que fazer um sacrifício muito grande, a não ser pagar um salário digno a sua empregada  doméstica, e muitos passaram a odiar por causa desse fato. 

Nos países mais desenvolvidos o trabalho distancia-se do trabalho escravo e aproxima-se do trabalho digno. Famílias de classe média normalmente não tem empregadas porque é caro, e então fazem suas tarefas domésticas elas mesmas. Se queremos viver em um país mais justo e igual, precisamos abdicar de certas regalias, e distribuir o que acumulamos em excesso e que não contribuirá em nada para a nossa evolução espiritual.

PARA ILUSTRAR REPASSO AQUI O COMUNICADO DE UMA RAINHA DE FRANÇA DADO EM 1863.

UMA RAINHA DE FRANÇA
Havre, 1863

 

8 – Quem poderia, melhor do que eu, compreender a verdade destas palavras de Nosso Senhor: Meu reino não é deste mundo? O orgulho me perdeu sobre a Terra. Quem, pois, compreenderia o nada dos reinos do mundo, se eu não o compreendesse? O que foi que eu levei comigo, da minha realeza terrena? Nada, absolutamente nada. E como para tornar a lição mais terrível, ela não me acompanhou sequer até o túmulo! Rainha eu fui entre os homens, e rainha pensei chegar no Reino dos Céus. Mas que desilusão! E que humilhação, quando, em vez de ser ali recebida como soberana, tive de ver acima de mim, mas muito acima, homens que eu considerava pequeninos e os desprezava, por não terem nas veias um sangue nobre! Oh, só então compreendi a fatuidade dos homens e das grandezas que tão avidamente buscamos sobre a Terra!

Para preparar um lugar nesse reino são necessárias à abnegação, a humildade, a caridade, a benevolência para com todos. Não se pergunta o que fostes, que posição ocupastes, mas o bem que fizestes, as lágrimas que enxugastes.

Oh, Jesus! Disseste que teu reino não era deste mundo, porque é necessário sofrer para chegar ao Céu, e os degraus do trono não levam até lá. São os caminhos mais penosos da vida os que conduzem a ele. Procurai, pois o caminho através de espinhos e abrolhos e não por entre as flores!

Os homens correm atrás dos bens terrenos, como se os pudessem guardar para sempre. Mas aqui não há ilusões, e logo eles se apercebem de que conquistaram apenas sombras, desprezando os únicos bens sólidos e duráveis , os únicos que lhes podem abrir as portas dessa morada.

Tende piedade dos que não ganharam o Reino dos Céus. Ajudai-os com as vossas preces, porque a prece aproxima o homem do Altíssimo, é o traço de união entre o Céu e a Terra. Não o esqueçais!