Dizem os esotéricos que a Terra tem sete regiões espirituais que vão do mais profundo dos infernos ao mais elevado dos céus. Interessante é que encontramos várias pistas sobre esse fato em toda literatura religiosa, inclusive na Bíblia. A região mais inferior segundo os esotéricos seria a região dos ABISMOS. Uma região espiritual reservada aqueles que tivessem descido ao mais fundo das transgressões das leis de Deus.
A Bíblia faz várias citações a respeito da região dos ABISMOS. Uma região onde estariam aqueles espíritos mais endividados com a lei de Deus.
Vejamos algumas das citações bíblicas dos ABISMOS.
Lucas 8:30 e 31
E perguntou-lhe Jesus, dizendo: Qual é o teu nome? E ele disse: Legião; porque tinham entrado nele muitos demônios.
E rogavam-lhe que os não mandasse para o abismo.
O termo ABISMO aqui não é físico mas espiritual. Refere-se à uma região profunda dos infernos onde reina o sofrimento.
Romanos 10: 5 a 8
Ora Moisés descreve a justiça que é pela lei, dizendo: O homem que fizer estas coisas viverá por elas.
Mas a justiça que é pela fé diz assim: Não digas em teu coração: Quem subirá ao céu?
Ou: Quem descerá ao abismo?
Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos,
É importante notar que toda referência à morte na bíblia refere-se à morte espiritual. Estar na região das trevas, do seol, do hades ou abismo é estar morto, e a morte pode existir em vida física. Por isso Jesus expressou-se: "Deixe aos mortos o trabalho de enterrar os seus mortos."
Apocalipse 20: 1 a 3
E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia
na sua mão.
Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos.
E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto por um pouco de tempo.
O relato aqui do livro do Apocalipse coloca o termo Abismo como uma cadeia. É um lugar que uma vez penetrado não tem saida a não ser com o poder de Deus.
SALMOS 88:1 a 4
cântico e salmo para os filhos de Coré e para o músico-mor sobre Maalate Leanote; Masquil de Hemã, ezraíta] SENHOR Deus da minha salvação, diante de ti tenho clamado de dia e de noite.
Chegue a minha oração perante a tua face, inclina os teus ouvidos ao meu clamor;
Porque a minha alma está cheia de angústia, e a minha vida se aproxima da sepultura.
Estou contado com aqueles que descem ao abismo; estou como homem sem forças,
O relato do rei David em seus Salmos nos mostra que o termo era bastante conhecido entre os Israelitas e também na cabala judaica.
A primeira referência que a Bíblia faz aos ABISMOS está no livro de Gênesis.
Gênesis 1: 1 a 2
No princípio criou Deus os céus e a terra.
E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.
Por muito tempo eu costumava imaginar essa cena. A terra, sem forma e vazia. Devia ser terrível e havia um abismo. Que abismo seria esse? Logo imaginamos uma depressão montanhosa. Um abismo.
Certas explicações dão conta de que por ter esse livro sido escrito por Moisés, e pelo fato de que a cultura egípcia que moldou a cultura de Moisés, acreditar que a terra não era redonda e que as aguas do mar caiam em um abismo nas bordas da terra, esse abismo teria esse sentido, lógicamente calcado na ignorancia dos homens na época.
Entretanto temos que entender que a Bíblia não foi escrita por homens, mas foi inspirada, e sendo inspirada, não poderia ter essa informação tão distorcida e equivocada.
Dessa forma a primeira pista nos veio do Gênesis. Não do Gênesis Bíblico, mas do Gênesis apócrifo.
O apócrifo de Génesis é um dos manuscritos do Mar Morto, descobertos em Qumram, era pertencente à antiga sociedade Nazarita de Engedi (Uma da facções dos Cristãos Primitivos). Este manuscrito foi catalogado como 1QapGen, 1Q20 por ter sido encontrado na Gruta 1. É um manuscrito incompleto do qual apenas sobreviveram vinte e duas colunas de texto em aramaico.
Como o início do manuscrito se encontra desaparecido, calcula-se que a primeira parte seria um exaustivo trabalho narrativo da história de Adão, Eva [1] e a sua progénie, até Noé, onde tem inicio a narração nas secções descobertas.
O texto actual começa na folha V, que está numerada pela letra hebraica pe. Esta folha começa na coluna X com sade e a folha onde começa a coluna XVII com Qoph., ou seja, a décima sétima, decima oitava e decima nona letras do alfabeto hebraico. Desta forma tudo indica que esta secção era precedida por dezasseis folhas, das quais apenas o fim da ultima foi preservada.
Colunas II-V: Narrativa do milagroso nascimento de Noé, as suspeita do seu pai Lamec em relação à sua paternidade e o seu pedido a Matusalém para pedir conselho a Enoque que se encontrava no Paraíso.
Coluna XI: Descrição da aliança entre Deus e Noé após o dilúvio, incluído a curiosa proibição de comer sangue.
Coluna XII-XV: Estas muito danificadas tem uma referencia explicativa a respeito das árvores e da sua plantação.
Coluna XVI-XVII: Trata a divisão da Terra entre os filhos de Noé.
Coluna XVIII: Desaparecida
Coluna XIX-XXII: Texto correspondente ao de Génesis 12-15 com um relato em pormenor da viagem de Abraão ao Egipto, regresso a Canaã, lutas e batalhas com reis da mesopotâmia, renovação da promessa de um filho. Esta secção é muito peculiar e tem sido inspiradora para muitos teólogos por ser uma mistura de Targum, Midrash e Bíblia, reescrita e auto-biografada.
Em 1956 N. Avigad e Y. Yadin traduziram parcialmente o manuscrito, em um apontamento chamado Génesis Apocryphon em Jerusalém.
Em 1992 no suplemento 3 do 'Studies in Qumram Aramaic, Abr-Nahrain, entre as páginas 70 e 77 encontra-se uma transcrição da coluna XII.
Em 1995 todo o resto do manuscrito foi decifrado, transcrito e traduzido através de um renovado sistema de infra-vermelhos por M. Morgenstern, E. Qimron e D. Sinan. Este trabalho foi publicado nas paginas 30-52, do “The Hitcherto Unpublished Columns of Génesis Apocryphon”
A grande maioria dos estudiosos académicos atribui a composição destes manuscritos algures entre o final do século I aC ou à primeira metade do século I dC. Pensa-se que o original de onde este terá sido transcrito terá sido composto no século II aC. Esta ideia surge porque muitos dos estudiosos da área relacionam este conteúdo com o Livro dos Jubileus. A grande dúvida é se este Génesis apócrifo serviu de base para o Livro dos Jubileus ou se O Livro de Jubileus inspirou a composição deste Génesis Apócrifo.
O Genesis apócrifo relata em detalhes a relação que existiu e que faz parte da crença evangélica entre Deus e Lucifer, o anjo mais perfeito da criação. Essa história não está detalhada na Bíblia, mas faz parte da crença evangélica. Apesar de não estar descrita em detalhes na Bíblia mas apenas ter pistas, ela está detalhadamente descrita no Gênesis Apócrifo. Interessante é que apesar de ter sido escrito antes de Jesus, vem a confirmar todos os escritos Bíblicos do Gênesis tradicional, o que leva os estudiosos a não saber qual livro foi escrito primeiro. O que está na Bíblia ou esse que foi encontrado depois.
Destacaremos o trecho do Gênesis apócrifo que fala dos abismos. O texto relata um teste que é feito com o anjo Lúcifer.
...
As leis morais resumiam-se em dois princípios básicos: amar a Deus sobre todas as coisas e viver na fraternidade com todas as criaturas. Cada criatura racional deveria ser um canal por meio do qual o Eterno pudesse jorrar aos outros vida e luz. Dessa forma, o Universo cresceria em harmonia, felicidade e paz.
Depois de revelar ao formoso anjo as leis de Seu governo, o Eterno confiou-lhe uma missão de grande responsabilidade: seria o protetor daquelas leis, devendo honra-las e revela-las ao Universo prestes a ser criado. Com o coração transbordante de amor a Deus e aos semelhantes, caber-lhe-ia ser um modelo de perfeição: seria Lúcifer, o portador da luz.
O príncipe dos anjos; agradecido por tudo, prostrou-se ante o amoroso Rei, prometendo-Lhe eterna fidelidade. O Eterno continuou Sua obra de criação, trazendo à existência inumeráveis hostes de anjos, os ministros do reino da luz. A Cidade Santa ficou povoada por essas criaturas radiantes que, felizes e gratas, uniam as vozes em belíssimos cânticos de louvor ao Criador.
Deus traria agora à existência o Universo que, repleto de vida, giraria em torno de Seu trono firmado em Sião.
Deus traria agora à existência o Universo que, repleto de vida, giraria em torno de Seu trono firmado em Sião.
Acompanhado por Seus ministros, partiu para a grandiosa realização.
Depois de contemplar o vazio imenso, o Eterno ergueu as poderosas mãos, ordenando a materialização das multiformes maravilhas que haveriam de compor o Cosmo. Sua ordem, qual trovão, ecoou por todas as partes, fazendo surgir, como por encanto, galáxias sem conta, repletas de mundos e sóis - paraísos de vida e alegria -, tudo girando harmoniosamente em torno do monte Sião.
Ao presenciarem tão grande feito do supremo Rei, as hostes angelicais prostraram-se, fazendo ecoar pelo espaço iluminado um cântico de triunfo, em saudação à vida. Todo o Universo uniu-se nesse cântico de gratidão, em promessa de eterna fidelidade ao Criador.
Guiados pelo Eterno, os anjos passaram a conhecer as riquezas do Universo. Nessa excursão sideral, ficaram admirados ante a vastidão do reino da luz. Por todas as partes encontravam mundos habitados por criaturas felizes que os recebiam em festa.
Os anjos saudavam-nos com cânticos que falavam das boas novas daquele reino de paz.
Tão preciosa como a vida, a liberdade de escolha, através da qual as criaturas poderiam demonstrar seu amor ao Criador, exigia um teste de fidelidade. Com o propósito de revelá-lo, o Eterno conduziu as hostes por entre o espaço iluminado e, até aproximarem de um abismo de trevas que contrastava com o imenso brilho das galáxias. Ao longe, esse abismo revelara-se insignificante aos olhos dos anjos, como um pontinho sem luz; mas à medida de sua aproximação, mostrou-se em sua enormidade. O Criador, que a cada passo revelava aos anjos os mistérios de Seu reino, ficou ali silencioso, como que guardando para si um segredo. As trevas daquele abismo consistiam no teste da fidelidade. Voltando-se para as hostes, o Eterno solenemente afirmou:
-"Todos os tesouros da luz estarão abertos ao vosso conhecimento, menos os segredos ocultos pelas trevas. Sois livres para me servirem ou não. Amando a luz estareis ligados à Fonte da Vida".
Com estas palavras, fez Deus separação entre a luz e as trevas, o bem e o mal. O Universo era livre para escolher seu destino.
Que é um abismo? O dicionário diz que é grande profundidade; vórtice medonho; fosso sem fundo, sem saída. Do ponto de vista espiritual, o pecador se lança no abismo. Antes da criação feita por Deus, segundo a Bíblia já havia abismo: “E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” (Gn. 1:2). No verso três começa a narrativa da criação. Observamos este ponto: Antes da narrativa da criação já havia o abismo.
E o abismo é referido muitas vezes na Bíblia, de Gênesis a Apocalipse. Nos Salmos, falando da criação da terra, onde vivemos, está escrito: “Lançou os fundamentos da terra, para que não vacile em tempo algum. Tu as cobres com o abismo, como com um vestido; as águas estavam sobre os montes” (Sl. 104:5-6). É óbvio que o texto se refere a Jeová, pois no verso um está escrito JEOVA.
O sábio Salomão disse: “Antes que os montes fossem formados, antes dos outeiros, eu fui gerada. Ainda ele não tinha feito a terra, nem os campos, nem sequer o princípio do pó do mundo. Quando ele preparava os céus, aí estava eu; quando compassava ao redor a face do abismo” (Pv. 8:25-27). Salomão se refere a Jeová (Pv. 8:13), e o capítulo oito inteiro fala da sabedoria de Jeová. A sabedoria disse: “Desde a eternidade fui ungida, desde o princípio, antes do começo da terra. ANTES DE HAVER ABISMOS, FUI GERADA” (Pv. 8:23-24). Este texto revela que há muitos abismos, todos criados por Jeová. Quando ele compassava ao redor a face do abismo, refere-se à terra onde vivemos, feita pela sabedoria de Jeová.
Vejamos agora o que o Novo Testamento revela sobre o abismo de Jeová, pela boca do grande apóstolo Paulo: “Mas a justiça que é pela fé diz assim: Não digas em teu coração: Quem subirá ao céu? (isto é, a trazer do alto a Cristo). Ou: Quem descerá ao abismo? (Rm. 10:6-7). Davi declarou, dizendo: “Jeová, fizeste subir a minha alma da sepultura; conservaste-me a vida para que não descesse ao abismo” (Sl. 30:3). É fantástico! Antes de este mundo ser criado, já existia o abismo, como se os homens estivessem todos predestinados para ele.
Mas ainda há algo mais terrível que a Bíblia fala sobre o abismo, e que nós precisamos saber: Quando Satanás se exaltou pela soberba, e disse: “Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, da banda dos lados do norte. Subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao altíssimo. E CONTUDO LEVADO SERÁS AO INFERNO, AO MAIS PROFUNDO DO ABISMO” (Is. 14:13-15).