"AFUNDEM O BISMARK" Essa famosa frase foi dita por Winston Churchill, primeiro ministro da Inglaterra em 1941, quando desesperado viu que todos os navios mercantes que se dirigiam à Inglaterra para levar víveres e mantimento, assimcomo peças de reposição para a guerra que se desenrolava, estavam sendo sistemáticamente afundados.
Hitler visita o Bismarck
O Bismarck fazia parte de um conjunto de modernos encouraçados mandados construir por Hitler a partir de 1935 para recuperar o prestígio da Kriegsmarine, a marinha de guerra alemã. Além dele, saíram dos estaleiros da Blohm & Voss, em Hamburgo, o Scharnhorst, Gneisenau, o Prinz Eugen e o Tirpitz, caracterizados pela extrema concentração de tonelagem articulada com uma excelente artilharia de bordo que os colocaram na vanguarda das embarcações de guerra do seu tempo. Antes de tudo, os encouraça
Operação "Rheinübung"
O Bismarck
A operação Rheinübung, "Exercício Reno", que decidiu a partida do Bismarck e do Prinz Eugen de dentro do Mar Báltico para o alto mar, era o seguimento de uma outra operação, a "Berlim", ambas determinadas pelo almirante Erich Raeder em abril de 1941, levada a efeito por dois outros encouraçados, o Scharnhorst e o Gneisenau. Estes haviam afundado 22 barcos com mais de 115 mil toneladas, mas não puderam seguir em missão devido a problemas mecânicos e o temor de vê-los perdidos num ataque concentrado de aviões da RAF.
A Batalha do Estreito da Dinamarca foi um conflito naval entre a Royal Navy e a Kriegsmarine durante a Segunda Guerra Mundial.
Em 1941, a Grã-Bretanha ficara sozinha na sua luta contra a Alemanha. A Batalha da Inglaterra atrasara os planos de Hitler para invadir
Preparativos de combateNa primavera de 1941, a espionagem britânica sabia que o Bismarck estava pronto para zarpar, mas uma série de contratempos atrasou a sua saída do porto polonês de Gdynia até o mês de maio. O plano estratégico original previa que o Bismarck se juntaria ao Scharnhorst e ao Gneisenau no Atlântico, com o objetivo de destruírem os comboios de navios mercantes que iam para a Grã-Bretanha. Os dois navios, porém, estavam em reparos quando o Bismarck ficou pronto para ser lançado ao mar.
Dadas as dimensões e a potência de fogo do Bismarck, o comando naval alemão sabia que a marinha britânica (a Royal Navy) havia se preparado com todas as suas forças. Assim, o couraçado e o Prinz Eugen, seu companheiro na caça aos navios mercantes inimigos, deviam passar, sem serem descobertos, do Báltico para o Mar do Norte, para daí entraem no Atlântico. Assim, se o Bismarck conseguisse chegar a mar aberto, seria
Livre para se mover
Às 2 horas da madrugada de 19 de maio de 1941, o Bismarck finalmente levantou ferro. Depois de se juntar ao Prinz Eugen, chegou às águas do Báltico e rumou para o Norte. Lütjens seguiu uma rota adequada para se manter fora do raio de ação dos bombardeiros ingleses, mas isso o obrigou a entrar em águas suecas. Às 12 horas de 20 de maio, um navio sueco avistou o Bismarck e cobriu-o (o que em linguagem náutica equivale
Na realidade, enquanto Tovey acreditava que o Bismarck ainda estivesse próximo do fiorde de Bergen, o couraçado alemão já navegava para o
O Bismarck é localizado
Os peões moviam-se às cegas no grande tabuleiro
Os velhos cruzadores Norfolk e Suffolk tinham por missão patrulhar o Estreito da Dinamarca usando o radar do Suffolk para explorar a zona. Mas não foi o radar que localizou os dois cascos cinzentos que avançavam na névoa, às 17h22 de 23 de maio, e sim uma lancha desse navio. O Suffolk virou um pouco para estibordo, para controlar e seguir com o radar os navios alemães, e chamar o Norfolk para se juntar à caçada.Centenas de milhas mais longe, em pleno Atlântico, o almirante Tovey pôs-se imediatamente em ação assim que recebeu o sinal de rádio enviado pelo Suffolk informando-o da detecção. O HMS Hood, a maior e mais velha unidade da frota britânica, e o Prince of Wales, de contrução mais recente, receberam ordem para interceptar o inimigo.
A destruição do Hood
O vice-almirante Holland, comandante do Hood, sabia que a blindagem da coberta de seu navio era muito fraca para a batalha que era iminente e pensava que a melhor maneira de enfrentar o Bismarck seria fazê-lo de proa.
Às 5h53 de 24 de maio iniciou-se o combate. O Suffolk e o Norfolk mantinham-se afastados porque estavam conscientes do menor poder de fogo das suas baterias em relação às do navio adversário. O contato foi muito breve: o Hood e o
O Bismarck e o Prinz Eugen manobraram para atacar o Prince of Wales, mas o comandante do navio britânico ficou tão transtornado com o naufrágio d
O Bismarck conseguira uma vitória rápida e decisiva, mas um projétil perfurara-lhe o casco junto à linha de flutuação e a água entrava em abundância. Agora era impossível dar caça aos navios mercantes que se dirigiam para a Grã-Bretanha. Lütjens decidiu rumar para a França para reparos, mas não conseguiu safar-se do Norfolk nem do Suffolk, que continuavam a vigiar o Bismarck.O afundamento do Hood obrigou o almirantado britânico a fazer entrar em ação outros navios. Foi dada a ordem à força H, constituída pelo porta-aviões Ark Royal, pelo cruzador Renown e por uma grande quantidade de embarcações menores, para que deixassem Gibraltar e rumassem para o Norte. Entretanto, durante as horas de luz do dia 24 de maio, os couraçados King George V e Rodney e o porta-aviões Victorius estavam no Atlântico para caçar o Bismarck, ao mesmo tempo que o Prince os Wales, o Norfolk e o Suffolk o vigiavam com uma determinação encarniçada.
Quando as condições meteorológicas pioraram, a missão dos perseguidores tornou-se mais difícil, o que representava uma vantagem para Lütjens. Às 18h30, os operadores de radar do Suffolk perceberam que tinham se aproximado com demasiada rapidez do Bismarck e que em pouco tempo o navio britânico ficaria ao alcance dos gr
Os aviões Swordfish entram em cena
Para o almirante Tovey, 24 de maio foi um dia nefasto: o Hood perdido, o Prince of Wales atingido e o Bismarck ainda estava operacional. Mas a idéia de que o navio de Lütjens pudesse fugir levou-o a empreender outro ataque, desta vez aéreo, antes que a noite caísse.
Os aviões Swordfish, a bordo do Victorius, eram naquela noite os únicos meios ao dispor de Tovey capazes de atingir o Bismarck, e 9 aviões, cada um deles apenas com um torpedo, decolaram pouco depois das 23 horas. A mis
Um dos torpedos atingiu o objetivo, mas só lhe causou danos ligeiros. Moderadamente satisfeito com os resultados da missão, Tovey decidiu desencadear outro ataque ao amanhecer, com o objetivo de enfraquecer o Bismarck até que os navios perseguidores de maior porte pudessem enfrentá-lo em combate.
De repente, pouco depois das 3 horas, o Bismarck desaparecia do radar do Suffolk. Com um golpe tático genial, Lütjens explorava o medo que os ingleses sentiam dos U-Boot. Durante a caçada, o Suffolk seguia o Bismarck, mas navegava em ziguezague de modo a tornar-se um alvo difícil para um eventual submarino. Assim que o Suffolk r
Para Tovey seguiram-se 30 horas frenéticas consumidas em distribuir pelo Atlântico as forças reunidos com o objetivo de voltar a localizar-se a presa e desfechar o ataque final ao Bismarck. Finalmente, uma mensagem de rádio do Bismarck captada pela frota britânica permitiu estabelecer a sua posição aproximada.
A frota passou a segui-lo numa busca vã, até perceber que a posição não estava correta e que, na realidade, se afastava do Bismarck. Mas a sorte interveio de forma decisiva a favor dos ingleses.
Um golpe de sorte
Às 10h30 de 26 de maio, um hidroavião Catalina, da
Quando Tovey recebeu a notícia da nova localização, decidiu que era o momento de fazer entrar em ação a Força H, que estava à cerca de 150 km do Bismarck. O Renown e o Sheffield, os dois couraçados da Força H, poderiam ter o mesmo fim do Hood num confronto direto contra o Bismarck e, por isso, Tovey decidiu voltar a atacar pelo ar.
Uma esquadrilha de Swordfish decolou do Ark Royal, o porta-aviões da Força H, mas a formação deparou com condições meteorológicas adversas. Os pilotos aproximaram-se do Bismarck e lançaram seus torpedos antes de regressarem. Pelo menos dois atingiram o objetivo e um danificou o leme do navio alemão.
O cruzador pesado Norfolk disparou por duas vezes contra o Bismarck; a primeira vez no estreito da Dinamarca e a segunda na batalha final que resultou na destruição do navio alemão. O papel de sentinela, a cargo do Norfolk e do Suffolk, outro velho cruzador, teve uma importância fundamental para que os ingleses conseguissem interceptar o Bismarck no Atlântico. Durante o confronto em que o Hood explodiu, o Norfolk foi obrigado a manter vigilância a distância por causa do maior potência de fogo dos canhões do navio alemão.
Ao anoitecer, uma força naval constituída por destroyers passou a vigiar o couraçado, enquanto o grosso da frota britânica se colocava na posição estabelecida para a batalha final.
Às 8h47 de 27 de maio, iniciava-se o encontro final com o Bismarck. O King George V e o Rodney começaram o ataque contra o navio alemão. O Norfolk também se juntou aos beligerantes, seguido pelo destroyer Dorsetshire. O Rodney conseguiu dar o primeiro golpe significativo quando um dos seus projéteis atingiu as torres de proa do Bismarck, deixando-as fora de ação. Gradualmente, os navios britânicos foram concentrando o tiro, decididos a dar o golpe de misericórdia.
Logo que o King George V e o Rodney se retiraram, o Dorsetshire dispara três torpedos contra o Bismarck, que não penetram no casco. Às 10h39, o couraçado afundou no Atlântico por acção voluntária da sua tripulação.