PTOLOMEU |
Essa é a afirmação das doutrinas evangélicas (Aquelas que derivaram do ramo protestante, que é a doutrina que rebelou-se contra a Igreja Católica liderada por Martinho Lutero.) Pode ser também a posição da Igreja Católica Apostólica Romana.
Acreditamos que Deus tenha um propósito e que possa ter intervido para que a Bíblia continuasse a ter as suas orientações, mas a Bíblia da forma em que a conhecemos nos dias de hoje é um livro reunido juntado e autorizado pela Igreja Católica Apostólica Romana. Os textos em que se basearam os primeiros Cristãos não são os mesmos textos que hoje compõem a Bíblia como a conhecemos. Jesus se referia a esses textos como "AS ESCRITURAS", ou seja, "O QUE ESTÁ ESCRITO" que não era a Bíblia pois esta não existia até o ano 385 Depois de Cristo (DC).
APOCALIPSE 22:18
“Eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro: Se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus lhe acrescentará as pragas que estão escritas neste livro e se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus lhe tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa, que estão descritas neste livro” (Apoc. 22:18-19).
É raro
encontrar uma publicação, conferência ou qualquer outra exposição pública
contra a Igreja, que não usem Apoc. 22:18-19. “A Bíblia é a revelação divina,
completa e perfeita. Nada se pode acrescentar a ela, nem dela nada pode
subtrair-se, sem incorrer na maldição divina”.
O leitor da
Bíblia, entretanto, com mais conhecimento, sabe que apesar do livro de
Apocalipse ser colocado no final da Bíblia, conforme foi compilada, este não
foi o último cronologicamente escrito. Muitos estudiosos (inclusive não-membros
da Igreja) são unânimes em afirmar que na mesma época ou até alguns anos depois
foram ainda escritos 8 livros, a saber: Thiago, I e II Pedro, Judas, as 3
epístolas e o evangelho do próprio apóstolo João.
Entretanto,
mesmo que assim não fosse, o texto contido em Apoc. 22:18-19 refere-se em pelo
menos quatro razões claramente ao próprio livro de Apocalipse e não à Bíblia inteira:
1a. - Quando João escreveu o
Apocalipse não existia a Bíblia com nós a conhecemos hoje, um conjunto de
livros, que só foram reunidos muitos séculos depois.
2a. - Por vários séculos após o
início da era cristã, diversos livros individuais ou agrupados com alguns
outros da Bíblia circulavam separadamente, mas não a Bíblia completa. Deduz-se
claramente que somente aos poucos eram acrescidos novos livros até chegarem aos
que temos hoje, em nossas Bíblias
3a. - Se o entendimento dessa
escritura, fosse como querem os críticos da Igreja, o sentido dado por estes
deveria ser aplicado a cada novo livro canônico que surgisse nas décadas que se
seguiam. Isto tornaria inválidos todos os demais livros da Bíblia que foram
“somados ou acrescidos” aos já existentes.
4a. - A citação “... ouvir as
palavras da profecia deste livro...”, e “...e se alguém tirar qualquer coisa
das palavras do livro desta profecia...” não estava referindo-se à coleção de
livros chamada Bíblia - já que esta nem existia como a conhecemos hoje - mas,
unicamente ao livro de Apocalipse, ou seja, que ninguém acrescesse ou retirasse
algo deste.
A Bíblia como
hoje conhecemos foi reunida a partir de diversos antigos manuscritos que por si
já não eram originais, mas cópias, em grego, dos escritores do Novo Testamento.
Portanto, nenhum livro do Novo Testamento contido em nossas Bíblias, foi
copiado diretamente dos originais escritos por Mateus, Lucas, Paulo e demais
escritores.
Tudo que
temos, portanto, é cópia de cópia. Dos 362 manuscritos bíblicos (incluindo o
Novo e o Velho Testamentos) conhecidos até o séc. XV D.C., somente um tinha o
Novo Testamento completo e nenhum continha a Bíblia completa como a conhecemos
hoje. Dos 5.366 manuscritos bíblicos gregos (de onde nossas Bíblias foram copiadas)
conhecidos atualmente, só 34 possuem a Bíblia inteira (menos de 1%) e todos
estes só foram escritos depois do ano 1000 D.C. A Bíblia, como hoje está
compilada - um conjunto de livros reunidos em um só volume - só foi possível
graças a invenção da imprensa pelo alemão Gutemberg, que a imprimiu pela
primeira vez, em latim, em 1455.
Se aquela
escritura tivesse a aplicação geral e o entendimento distorcido como desejam
alguns, tanto judeus, quanto cristãos estariam em uma situação
irremediavelmente complicada.
Moisés, ainda
no Velho Testamento, enfaticamente declarou:
“Agora, pois, ó Israel, ouve os estatutos e os preceitos que eu vos ensino, para os observardes, a fim de que vivais, e entreis e possuais a terra que o Senhor Deus de vossos pais vos dá. Não acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor vosso Deus, que eu vos mando” (Deut. 4:1-2).
Assim, se o
mesmo presunçoso raciocínio aplicado para Apoc. 22:18-19 fosse usado aqui, as
palavras de Moisés escritas no livro de Deuteronômio, seu último livro, fariam
com que os judeus que aceitassem os escritos posteriores a Moisés, como por
exemplo, Isaías, Jeremias e Ezequiel, dentre outros e, os cristãos que
escreveram séculos depois o Novo Testamento ficassem em clara violação à ordem
de Deus.
Mas,
obviamente Moisés - assim como João - estava referindo-se à uma revelação
específica, ao seu livro, o de Deuteronômio e, não a uma pretensa advertência
de que novas revelações (escrituras) não pudessem ser recebidas. Como João,
Moisés advertia contra alterar o que ele tinha escrito e não sobre uma
restrição geral contra não poder receber novas escrituras adicionais da parte
de Deus.
A Septuaginta ou Versão dos LXX - A Bíblia Grega
Durante o século II a.C., Alexandria, onde se falava o idioma grego, vivia o reinado do rei egípcio Ptolomeu Filadelfo II (285-247 a.C.), que se orgulhava de possuir em sua rica biblioteca todos os 'livros do mundo'. Havia também em Alexandria uma importante colônia judaica.
Informado o soberano por seu bibliotecário, Demétrio Falário de que não existia uma versão da Bíblia em grego, prontamente estabeleceu um projeto para tal.
De Israel foram enviados 72 sábios (6 para cada uma das doze tribos de Israel) com a incumbência de traduzir as escrituras do hebraico para o grego, trabalho que cada um completou, segundo o Talmude ou Guemará (estudo), em 72 dias, estando cada um desses sábios confinado em celas separadas, na ilha de Faros. Somente o Pentateuco - Torá, foi traduzido nesta etapa, os demais livros, completando O Tanách - Bíblia, a saber, Nevii - Profetas (8) e Ketuvim - Escritos (11), foram traduzidos posteriormente, até o final do século II a.C. (a bíblia em hebraico é composta somente do Velho Testamento - Primeira Aliança). O Novo Testamento, também em grego, não é acoplado à Septuaginta, somente existindo em separado.
No entanto, conta a história que, devido aos corações desses sábios estarem 'plenos de sabedoria divina', quando as 72 traduções foram comparadas, 'elas eram idênticas' . Imagina-se que tenham feito as mesmas mudanças para que o rei não alimentasse qualquer dúvida a respeito de sua autenticidade, pois a tradução de um idioma oriental, consonantal, com um conjunto de regras interpretativas, que se escreve da direita para a esquerda, para um idioma ocidental, vocálico (7), que se escreve da esquerda para a direita, rico em declinações, conjugações e casos gramaticais e que não possui a simbologia do hebraico, realmente deveria produzir uma Nova Torre de Babel.
Segundo o Talmude, "o dia da tradução foi tão doloroso quanto o dia em que o Bezerro de Ouro foi construído, pois a Torá não poderia ser acuradamente traduzida". Alguns rabinos disseram que "as trevas cobriram a Terra por três dias" quando a LXX (Setenta ou Septuaginta) foi escrita.
A alteração começou pelos nomes originais dos livros do Pentateuco (Torá), que ficaram da seguinte forma, conforme perguntado em Nosso Desafio:
HEBRAICO Transliterado (primeira ou principal palavra do início de cada livro) | GREGO / PORTUGUÊS (respeito ao conteúdo) |
Bereshit (No princípio) | Gênesis / Gênese (origem) |
Shemôt (Nomes) ... dos filhos de Israel | Exodos / Êxodo (saída) |
Vaicrá (Ele Clama) ou Sêfer Torat Cohanim (livro dos sacerdotes) | Levitikon / Levítico (sacerdotes) (descendentes de Levi) |
Bamidbar (No deserto) ou Humash Hapecudim (Livro dos Censos) | Arithmoi / Números (as duas contagens do povo ou recenseamentos) |
Dvarim (Palavras) ou Misné Torá (Segunda Torá) | Deuteronomos / Deuteronômio (deutéros = segundo / nomos = lei) (Segunda Lei) |
A tradução grega passou a fazer parte da biblioteca do rei Ptolomeu Filadelfo II, em Alexandria e recebeu o nome de Septuaginta ou Versão dos LXX (VERSÃO DOS 70)em virtude dos principais idiomas do mundo serem em número de Setenta e os outros, variantes, híbridas ou dialetos desses setenta.
A Vulgata de São Jerônimo - A Bíblia Latina da Igreja Católica
Devido às dificuldades reinantes no século III d.C., grandes divergências dogmáticas agitaram o mundo cristão e provocaram sanguinolentas perturbações, até que o imperador Teodósio conferiu a supremacia ao papado, impondo a opinião do bispo de Roma à cristandade.
A fim de por termo a essas divergências de opinião, no momento em que vários concílios discutiam acerca da natureza de Jesus, uns admitindo e outros rejeitando sua divindade, o Papa Dâmaso confia a São Jerônimo, no ano 384, a missão de redigir uma tradução latina do Antigo e do Novo Testamento. Essa tradução passaria ser a única reputada ortodoxa e aceita pela Igreja.
São Jerônimo sentiu o peso da responsabilidade, escrevendo ao papa sobre suas preocupações acerca da tradução. Eis o seu desabafo:
"Da velha obra me obrigais a fazer obra nova. Quereis que, de alguma sorte, me coloque como árbitro entre os exemplares das Escrituras que estão dispersos por todo o mundo e, como diferem entre si, que eu distinga os que estão de acordo com o verdadeiro texto grego. É um piedoso trabalho, mas é também um perigoso arrojo, da parte de quem deve ser por todos julgado, julgar ele mesmo os outros, querer mudar a língua de um velho e conduzir à infância o mundo já envelhecido."
"Qual de fato, o sábio e mesmo o ignorante que, desde que tiver nas mãos um exemplar novo, depois de o haver percorrido apenas uma vez, vendo que se acha em desacordo com o que está habituado a ler, não se ponha imediatamente a clamar que eu sou um sacrílego, um falsário, porque terei tido a audácia de acrescentar, substituir, corrigir alguma coisa nos antigos livros ?"
"Um duplo motivo me consola desta acusação. O primeiro é que vós, que sois o soberanos pontífice, me ordenais que o faça; o segundo é que a verdade não poderia existir em coisas que divergem, mesmo quanto tivessem elas por si a aprovação dos maus."
SÃO JERONIMO |
São Jerónimo (português europeu) ou Jerônimo (português brasileiro) (Strídon, ca. 347 - Belém, 30 de setembro de 420), nascido Eusébio Sofrónio (Sofrônio) Jerónimo (em latim: Eusebius Sophronius Hieronymus; em grego: Εὐσέβιος Σωφρόνιος Ἱερώνυμος) foi um padre e apologista cristão ilírio.[1] É conhecido sobretudo como tradutor da Bíblia do grego antigo e do hebraico para o latim. É o padroeiro dos bibliotecários e dos tradutores, e patrono das secretárias, ambos comemorados no dia 30 de setembro.
A edição de São Jerónimo, a Vulgata, é ainda o texto bíblico oficial da Igreja Católica Romana, que o reconhece como Padre da Igreja (um dos fundadores do dogma católico) e ainda doutor da Igreja. Nasceu em Strídon, por isso chamadoJerónimo de Strídon, na fronteira entre a Panónia e a Dalmácia, no segundo quarto do século IV e faleceu perto de Belém em sua cela, próximo à gruta da Natividade.
A Vulgata foi publicada cerca de 400 d.C., poucos anos depois de Teodósio I ter feito do cristianismo a religião oficial do Império Romano (391).
É reconhecido pela Igreja Católica como santo e Doutor da Igreja, e como santo pela Igreja Ortodoxa Oriental, onde é conhecido como São Jerônimo de Stridonium ou Abençoado Jerônimo.
AUTENTICAÇÃO DA CARTA DE SÃO JERONIMO O PAPA DAMASO (TRADUÇÃO DO ORIGINAL) |
TEXTO DO ORIGINAL DA CARTA DE SÃO JERONIMO AO PAPA DAMASO. |
SEGUNDA PÁGINA DA CARTA DE SÃO JERÔNIMO AO PAPA DAMASO. (TEXTO ORIGINAL) |
PRIMEIRA PÁGINA DA TRADUÇÃO PARA O PORTUGUÊS DA CARTA DE SÃO JERÔNIMO AO PAPA DAMASO. |
SEGUNDA PÁGINA DA TRADUÇÃO PARA O PORTUGUÊS DA CARTA DE SÃO JERÔNIMO AO PAPA DAMASO. |
TERCEIRA PÁGINA DA TRADUÇÃO PARA O PORTUGUÊS DA CARTA DE SÃO JERÔNIMO AO PAPA DAMASO. |
Vemos nessas declarações o testemunho das modificações e adaptações por que passou a Bíblia.
Santo Agostinho, bispo de Hipona, escreve a São Jerônimo no ano 395, demonstrando sua preocupação com relação à sua tradução e testificando a inexistência de exatidão nas traduções bíblicas. Vejamos sua carta:
"A meu ver, eu preferiria que tu antes nos interpretasse as Escrituras gregas canônicas que são atribuídas aos setenta intérpretes, pois se há dissonância entre o latim das antigas versões e o grego da Setenta, pode-se ir verificar, mas se há dissonância entre o latim da nova versão e o texto conhecido do público, como dar a prova da sua exatidão ?"
As Divisões da Bíblia
A Bíblia nem sempre foi dividida em capítulos e versículos como ocorre atualmente. Inicialmente, a Torá (O Pentateuco - 5 livros de Moisés), foi dividida em Seções (peraxiôt) para leitura nas sinagogas judaicas, cada uma dessas seções lida em uma semana, com a quantidade de "peraxiôt" igual ao número de semanas do ano judaico. O restante da Bíblia hebraica completando o Tanách, ou seja, a "Primeira Aliança" ou Velho Testamento era dividida em versículos e seções para leitura nas sinagogas, antes da era cristã.
A divisão moderna do Antigo Testamento e sua numeração em Capítulos foi efetuada em 1228 e é atribuída a Estêvão Langton, professor em Paris e nomeado Arcebispo de Canterbury. É possível que ele tenha usado a divisão já existente. A numeração do Antigo Testamento em Versículos foi realizada por Sante Pagnini, em 1528.
Em 1555, o redator parisiense Robert Etienne adotou a numeração de Pagnini e numerou os versículos do Novo Testamento de acordo com ela.
Tal divisão e distribuição, como também o título e a ordem dos Livros Sagrados apresentam leve diferença entre a Vulgata e as traduções atuais. Por exemplo: do Salmo 10 ao 148, a numeração da Bíblia hebraica está uma unidade à frente da numeração da Bíblia grega e da Vulgata, que reúnem os Salmos 9 e 10 e os Salmos 114 e 115, mas dividem em dois os Salmos 116 e 147.
Existem, ainda, nas bíblias, diferenças de ordem na disposição dos livros. Por exemplo: na Bíblia judaica (O Tanách), temos como último livro o II Livro das Crônicas; na Vulgata, o último livro do Velho Testamento é o II livro dos Macabeus; nas Bíblias ocidentais católicas ou protestantes, o último livro do Velho Testamento é o Livro de Malaquias, descobrindo-se ainda outras diferenças, à medida que manuseamos cada uma delas ...
Aos interessados em mais informações preciosas acerca das contradições entre o original hebraico e as atuais traduções em português, indicamos a consulta de: "Analisando as Traduções Bíblicas", de Severino Celestino da Silva.
Os evangelhos que estão na Bíblia fazem parte de um conjunto muito maior de evangelhos. Foram selecionados no primeiro concílio da Igreja Católica, o CONCÍLIO DE NICÉIA convocado pelo primeiro imperador católico Constantino que adotou o Cristianismo que era uma doutrina que se propagava no mundo ROMANO dominado por volta do ano 300dc. Foi na verdade uma ação que teve fundo mais político do que realmente devocional. Até então os cristãos eram perseguidos e jogados aos Leões
Os primitivos cristãos ou seja aqueles que eram perseguidos não tinham essa Bíblia compilada pelos CATÓLICOS. Tinham sim um conjunto muito maior que até hoje está nos porões do VATICANO, mas cujas cópias circulam por todo o mundo. Encerram narrativas que mostram episódios da infancia de Jesus, e visões proféticas e apocalípticas, bem como os do velho testamento que narram episódios da vida dos Judeus.
Um Breve resumo Histórico dos Evangelhos Apócrifos
O CONCÍLIO DE NICÉIA
I CONCÍLIO DE NICEA |
325 D.C – É realizado o Concílio de Nicéia, atual cidade de Iznik, província de Anatólia (nome que se costuma dar à antiga Ásia Menor), na Turquia asiática. A Turquia é um país euro-asiático, constituído por uma pequena parte européia, a Trácia, e uma grande parte asiática, a Anatólia. Este foi o primeiro Concílio Ecumênico da Igreja, convocado pelo Imperador Flavius Valerius Constantinus ( 285 - 337 d.C ), filho de Constâncio I. Quando seu pai morreu em 306, Constantino passou a exercer autoridade suprema na Bretanha, Gália (atual França) e Espanha. Aos poucos, foi assumindo o controle de todo o Império Romano.
Desde Lúcio Domício Aureliano (270 - 275 d.C), os Imperadores tinham abandonado a unidade religiosa, com a renúncia de Aureliano a seus "direitos divinos", em 274. Porém, Constantino, estadista sagaz que era, inverteu a política vigente, passando, da perseguição aos cristãos, à promoção do Cristianismo, vislumbrando a oportunidade de relançar, através da Igreja, a unidade religiosa do seu Império. Contudo, durante todo o seu regime, não abriu mão de sua condição de sumo-sacerdote do culto pagão ao "Sol Invictus". Tinha um conhecimento rudimentar da doutrina cristã e suas intervenções em matéria religiosa visavam, a princípio, fortalecer a monarquia do seu governo.
IMPERADOR DIOCLECIANO |
Na verdade, Constantino observara a coragem e determinação dos mártires cristãos durante as perseguições promovidas por Diocleciano, em 303. Sabia que, embora ainda fossem minoritários (10% da população do império), os cristãos se concentravam nos grandes centros urbanos, principalmente em território inimigo. Foi uma jogada de mestre, do ponto de vista estratégico, fazer do Cristianismo a Religião Oficial do Império:
Tomando os cristãos sob sua proteção, estabelecia a divisão no campo adversário. Em 325, já como soberano único, convocou mais de 300 bispos ao Concílio de Nicéia. Constantino visava dotar a Igreja de uma doutrina padrão, pois as divisões, dentro da nova religião que nascia, ameaçavam sua autoridade e domínio. Era necessário, portanto, um Concílio para dar nova estrutura aos seus poderes.
E o momento decisivo sobre a doutrina da Trindade ocorreu nesse Concílio. Trezentos Bispos se reúnem para decidir se Cristo era um ser criado (doutrina de Arius) ou não criado, e sim igual e eterno como Deus Seu Pai (doutrina de Atanásio). A igreja acabou rejeitando a idéia ariana de que Jesus era a primeira e mais nobre criatura de Deus, e afirmou que Ele era da mesma "substância" ou "essência" (isto é, a mesma entidade existente) do Pai. Assim, segundo a conclusão desse Concílio, há somente um Deus, não dois; a distância entre Pai e Filho está dentro da unidade divina, e o Filho é Deus no mesmo sentido em que o Pai o é. Dizendo que o Filho e o Pai são "de uma substância", e que o Filho é "gerado" ("único gerado, ou unigênito", João 1. 14,18; 3. 16,18, e notas ao texto da NVI), mas "não feito", o Credo Niceno, estabelece a Divindade do homem da Galiléia, embora essa conclusão não tenha sido unânime. Os Bispos que discordaram, foram simplesmente perseguidos e exilados.
IMPERADOR CONSTANTINO |
Com a subida da Igreja ao poder, discussões doutrinárias passaram a ser tratadas como questões de Estado. E na controvérsia ariana, colocava-se um obstáculo grande à realização da idéia de Constantino de um Império universal que deveria ser alcançado com a uniformidade da adoração divina.
O Concílio foi aberto formalmente a 20 de maio, na estrutura central do palácio imperial, ocupando-se com discussões preparatórias na questão ariana, em que Arius, com alguns seguidores, em especial Eusébio, de Nicomédia ; Teógnis, de Nice, e Maris, de Chalcedon, parecem ter sido os principais líderes. Como era costume, os bispos orientais estavam em maioria. Na primeira linha de influência hierárquica estavam três arcebispos : Alexandre, de Alexandria ; Eustáquio, de Antioquia e Macário, de Jerusalém, bem como Eusébio, de Nicomédia e Eusébio, de Cesaréia. Entre os bispos encontravam-se Stratofilus, bispo de Pitiunt ( Bichvinta, reino de Egrisi ). O ocidente enviou não mais de cinco representantes na proporção relativa das províncias : Marcus, da Calabria ( Itália ) ; Cecilian, de Cartago ( África ) ; Hosius, de Córdova ( Espanha ) ; Nicasius, de Dijon ( França ) e Domnus, de Stridon ( Província do Danúbio ). Apenas 318 bispos compareceram, o que equivalia a apenas uns 18% de todos os bispos do Império. Dos 318, poucos eram da parte ocidental do domínio de Constantino, tornando a votação, no mínimo, tendenciosa. Assim, tendo os bispos orientais como maioria e a seu favor, Constantino aprovaria com facilidade, tudo aquilo que fosse do seu interesse.
As sessões regulares, no entanto, começaram somente com a chegada do Imperador. Após Constantino ter explicitamente ordenado o curso das negociações, ele confiou o controle dos procedimentos a uma comissão designada por ele mesmo, consistindo provavelmente nos participantes mais proeminentes desse corpo. O Imperador manipulou, pressionou e ameaçou os partícipes do Concílio para garantir que votariam no que ele acreditava, e não em algum consenso a que os bispos chegassem. Dois dos bispos que votaram a favor de Arius foram exilados e os escritos de Arius foram destruídos. Constantino decretou que qualquer um que fosse apanhado com documentos arianistas estaria sujeito à pena de morte.
Mas a decisão da Assembléia não foi unânime, e a influência do imperador era claramente evidente quando diversos bispos de Egito foram expulsos devido à sua oposição ao credo. Na realidade, as decisões de Nicéia foram fruto de uma minoria. Foram mal entendidas e até rejeitadas por muitos que não eram partidários de Ário. Posteriormente, 90 bispos elaboraram outro credo ( O "Credo da Dedicação" ) em, 341, para substituir o de Nicéia. (...) E em 357, um Concílio em Smirna adotou um credo autenticamente ariano.
Portanto, as orientações de Constantino nessa etapa foram decisivas para que o Concílio promulgasse o credo de Nicéia, ou a Divindade de Cristo, em 19 de Junho de 325. E com isso, veio a conseqüente instituição da Santíssima Trindade e a mais discutida, ainda, a instituição do Espírito Santo, o que redundou em interpolações e cortes de textos sagrados, para se adaptar a Bíblia às decisões do conturbado Concílio e outros, como o de Constantinopla, em 38l, cujo objetivo foi confirmar as decisões daquele.
A concepção da Trindade, tão obscura, tão incompreensível, oferecia grande vantagem às pretensões da Igreja. Permitia-lhe fazer de Jesus Cristo um Deus. Conferia a Jesus, que ela chama seu fundador, um prestígio, uma autoridade, cujo esplendor recaia sobre a própria Igreja católica e assegurava o seu poder, exatamente como foi planejado por Constantino. Essa estratégia revela o segredo da adoção trinitária pelo concílio de Nicéia.
A QUESTÃO DA DIVINIZAÇÃO DE JESUS
Essa questão já houvera sido abordada por Jesus por ocasião do seu ministério na Terra. Vejamos o que está escrito em João 10: 33 a 36.
Os judeus responderam, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia; porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo.
Respondeu-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Sois deuses?Pois, se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a Escritura não pode ser anulada),
Àquele a quem o Pai santificou, e enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas, porque disse: Sou Filho de Deus?João 10:33-36
Jesus nesse episódio estava se referindo a uma passagem de SALMOS de David que diz:
Salmos 82
[Salmo de Asafe] Deus está na congregação dos poderosos; julga no meio dos deuses.
Até quando julgareis injustamente, e aceitareis as pessoas dos ímpios? (Selá.)
Fazei justiça ao pobre e ao órfão; justificai o aflito e o necessitado.
Livrai o pobre e o necessitado; tirai-os das mãos dos ímpios.
Eles não conhecem, nem entendem; andam em trevas; todos os fundamentos da terra vacilam.
Eu disse: Vós sois deuses, e todos vós filhos do Altíssimo.
Todavia morrereis como homens, e caireis como qualquer dos príncipes.
Levanta-te, ó Deus, julga a terra, pois tu possuis todas as nações.
A explicação para isso é clara. Quando Jesus diz: "SÊDE PERFEITOS COMO PERFEITO É O PAI", ele nos coloca na rota do aperfeiçoamento, até atingir a mesma condição do PAI.
O que é ser perfeito com o PAI? É ser perfeito em todos os sentidos. Em conhecimento, em moral, em poder. Isso está muito distante para nós, mas é uma destinação já que somos como diz o SALMO, FILHOS DO ALTÍSSIMO, portanto a divinização faz parte de nós. Está dentro de nós, e poderemos um dia atingi-la. Um dia na eternidade. (SOMOS FEITOS À IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS), e Jesus a muito tempo já tinha atingido esse patamar embora não se considerasse ainda BOM. "BOM SÓ EXISTE UM QUE É O MEU PAI".
Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus. Mateus 5:48
Os teólogos justificaram essa doutrina estranha da divinização de Jesus, colocando no Credo a seguinte expressão sobre Jesus Cristo : “Gerado, não criado”. Mas, se foi gerado, Cristo não existia antes de ser gerado pelo Pai. Logo, Ele não é Deus, pois Deus é eterno ! Espelhando bem os novos tempos, o Credo de Nicéia não fez qualquer referência aos ensinamentos de Jesus. Faltou nele um "Creio em seus ensinamentos", talvez porque já não interessassem tanto a uma religião agora sócia do poder Imperial Romano.
Mesmo com a adoção do Credo de Nicéia, os problemas continuaram e, em poucos anos, a facção arianista começou a recuperar o controle. Tornaram-se tão poderosos que Constantino os reabilitou e denunciou o grupo de Atanásio. Arius e os bispos que o apoiavam voltaram do exílio. Agora, Atanásio é que foi banido. Quando Constantino morreu ( depois de ser batizado por um bispo arianista ), seu filho restaurou a filosofia arianista e seus bispos e condenou o grupo de Atanásio.
IMPERADOR TEODÓSIO |
Nos anos seguintes, a disputa política continuou, até que os arianistas abusaram de seu poder e foram derrubados. A controvérsia político/religiosa causou violência e morte generalizadas. Em 381 d.C, o imperador Teodósio ( um trinitarista ) convocou um concílio em Constantinopla. Apenas bispos trinitários foram convidados a participar. Cento e cinquenta bispos compareceram e votaram uma alteração no Credo de Nicéia para incluir o Espírito Santo como parte da divindade. A doutrina da Trindade era agora oficial para a Igreja e também para o Estado. Com a exclusiva participação dos citados bispos, a Trindade foi imposta a todos como "mais uma verdade teológica da igreja". E os bispos, que não apoiaram essa tese, foram expulsos da Igreja e excomungados.
Por volta do século IX, o credo já estava estabelecido na Espanha, França e Alemanha. Tinha levado séculos desde o tempo de Cristo para que a doutrina da Trindade "pegasse". A política do governo e da Igreja foram as razões que levaram a Trindade a existir e se tornar a doutrina oficial da Igreja. Como se pode observar, a doutrina trinitária resultou da mistura de fraude, política, um imperador pagão e facções em guerra que causaram mortes e derramamento de sangue.
As Igrejas Cristãs hoje em dia dizem que Constantino foi o primeiro Imperador Cristão, mas seu "cristianismo" tinha motivação apenas política. É altamente duvidoso que ele realmente aceitasse a Doutrina Cristã. Ele mandou matar um de seus filhos, além de um sobrinho, seu cunhado e possivelmente uma de suas esposas. Ele manteve seu título de alto sacerdote de uma religião pagã até o fim da vida e só foi batizado em seu leito de morte.
OBS : Em 313 d.C., com o grande avanço da "Religião do Carpinteiro", o Imperador Constantino Magno enfrentava problemas com o povo romano e necessitava de uma nova Religião para controlar as massas. Aproveitando-se da grande difusão do Cristianismo, apoderou-se dessa Religião e modificou-a, conforme seus interesses. Alguns anos depois, em 325 D.C, no Concílio de Nicéia, é fundada, oficialmente, a Igreja Católica...
Há que se ressaltar que, "Igreja" na época de Jesus, não era a "Igreja" que entendemos hoje, pois se lermos os Evangelhos duma ponta à outra veremos que a palavra «Igreja», no sentido que hoje lhe damos, nem sequer neles é mencionada exceto por aproximação e apenas três vezes em dois versículos no Evangelho de Mateus (Mt 16, 18 e Mt 18, 17), pois a palavra grega original, usada por Mateus, ekklêsia, significa simplesmente «assembleia de convocados», neste caso a comunidade dos seguidores da doutrina de Jesus, ou a sua reunião num local, geralmente em casas particulares onde se liam as cartas e as mensagens dos apóstolos. Sabemo-lo pelo testemunho de outros textos do Novo Testamento, já que os Evangelhos a esse respeito são omissos. Veja-se, por exemplo, a epístola aos Romanos (16, 5) onde Paulo cita o agrupamento (ekklêsia) que se reunia na residência dum casal de tecelões, Aquila e Priscila, ou a epístola a Filémon (1, 2) onde o mesmo Paulo saúda a ekklêsia que se reunia em casa do dito Filémon ; num dos casos, como lemos na epístola de Tiago (2, 2), essa congregação cristã é designada por «sinagoga». Nada disto tem a ver, portanto, com a imponente Igreja católica enquanto instituição formal estruturada e oficializada, sobretudo a partir do Concílio de Nícéia, presidido pelo Imperador Constantino, mais de 300 anos após a morte de Cristo.
Onde termina a IGREJA PRIMITIVA dos Atos dos Apóstolos e começa o Catolicismo Romano ?
CRISTÃOS POUCO ANTES DE SEREM ATIRADOS AOS LEÕES |
Quando Roma tornou-se o famoso império mundial, assimilou no seu sistema os deuses e as religiões dos vários países pagãos que dominava. Com certeza, a Babilônia era a fonte do paganismo desses países, o que nos leva a constatar que a religião primitiva da Roma pagã não era outra senão o culto babilônico. No decorrer dos anos, os Líderes da época começaram a atribuir a si mesmos, o poder de "senhores do povo" de Deus, no lugar da Mensagem deixada por Cristo. Na época da Igreja Primitiva, os verdadeiros Cristãos eram jogados aos leões. Bastava se recusar a seguir os falsos ensinamentos e o castigo vinha a galope. O paganismo babilônico imperava a custa de vidas humanas.
No ano 323 d.C, o Imperador Constantino professou conversão ao Cristianismo. As ordens imperiais foram espalhadas por todo o império : As perseguições deveriam cessar ! Nesta época, a Igreja começou a receber grandes honrarias e poderes mundanos. Ao invés de ser separada do mundo, ela passou a ser parte ativa do sistema político que governava. Daí em diante, as misturas do paganismo com o Cristianismo foram crescendo, principalmente em Roma, dando origem ao Catolicismo Romano. O Concílio de Nicéia, na Ásia Menor, presidido por Constantino era composto pelos Bispos que eram nomeados pelo Imperador e por outros que eram nomeados por Líderes Religiosos das diversas comunidades. Tal Concílio consagrou oficialmente a designação "Católica" aplicada à Igreja organizada por Constantino : "Creio na igreja una, santa, católica e apostólica". Poderíamos até mesmo dizer que Constantino foi seu primeiro Papa. Como se vê claramente, a Igreja Católica não foi fundada por Pedro e está longe de ser a Igreja primitiva dos Apóstolos ...
Em resumo : Por influência dos imperadores Constantino e Teodósio, o Cristianismo tornou-se a religião oficial do Império Romano e entrou no desvio. Institucionalizou-se; surgiu o profissionalismo religioso; práticas exteriores do paganismo foram assimiladas; criaram-se ritos e rezas, ofícios e oficiantes. Toda uma estrutura teológica foi montada para atender às pretensões absolutistas da casta sacerdotal dominante, que se impunha aos fiéis com a draconiana afirmação : "Fora da Igreja não há salvação".
Além disso, Constantino queria um Império unido e forte, sem dissenções. Para manter o seu domínio sobre os homens e estabelecer a ditadura religiosa, as autoridades eclesiásticas romanas deviam manter a ignorância sobre as filosofias e Escrituras. A mesma Bíblia devia ser diferente. Devia exaltar Deus e os Patriarcas mas, também, um Deus forte, para se opor ao próprio Jeová dos Hebreus, ao Buda, aos poderosos deuses do Olimpo. Era necessário trazer a Divindade Arcaica Oriental, misturada às fábulas com as antigas histórias de Moisés, Elias, Isaías, etc, onde colocaram Jesus, não mais como Messias ou Cristo, mas, maliciosamente, colocaram Jesus parafraseado de divindade no lugar de Jezeu Cristna, a segunda pessoa da trindade arcaica do Hinduísmo.
Nesse quadro de ambições e privilégios, não havia lugar para uma doutrina que exalta a responsabilidade individual e ensina que o nosso futuro está condicionado ao empenho da renovação interior e não à simples adesão e submissão incondicional aos Dogmas de uma Igreja, os quais, para uma perfeita assimilação, era necessário admitir a quintessência da teologia : "Credo quia absurdum", ou seja, "Acredito mesmo que seja absurdo", criada por Tertuliano ( 155-220 ), apologista Cristão.
Disso tudo deveria nascer uma religião forte como servia ao império romano. Vieram ainda a ser criados os simbolismos da Sagrada Família e de todos os Santos, mas as verdades do real cânone do Novo Testamento e parte das Sagradas Escrituras deviam ser suprimidas ou ocultadas, inclusive as obras de Sócrates e outras Filosofias contrárias aos interesses da Igreja que nascia.
Esta lógica foi adotada pelas forças clericais mancomunadas com a política romana, que precisava desta religião, forte o bastante, para impor-se aos povos conquistados e reprimidos por Roma, para assegurar-se nas regiões invadidas, onde dominava as terras, mas não o espírito dos povos ocupados. Em troca, o Cristianismo ganhava a Universalidade, pois queria se tornar "A Religião Imperial Católica Apostólica Romana", a Toda Poderosa, que vinha a ser sustentada pela força, ao mesmo tempo que simulava a graça divina, recomendando o arrependimento e perdão, mas que na prática, derrotava seus inimigos a golpes de espada.
Então não era da tolerância pregada pelo Cristianismo que Constantino precisava, mas de uma religião autoritária, rígida, sem evasivas, de longo alcance, com raízes profundas no passado e uma promessa inflexível no futuro, estabelecida mediante poderes, leis e costumes terrenos.
Para isso, Constantino devia adaptar a Religião do Carpiteiro, dando-lhes origens divinas e assim impressionaria mais o povo o qual sabendo que Jesus era reconhecido como o próprio Deus na nova religião que nascia, haveria facilidade de impor a sua estrutura hierárquica, seu regime monárquico imperial, e assim os seus poderes ganhariam amplos limites, quase inatingíveis.
Quando Constantino morreu, em 337, foi batizado e enterrado na consideração de que ele se tornara um décimo terceiro Apóstolo, e na iconografia eclesiástica veio a ser representado recebendo a coroa das mão de Deus.
OS LIVROS RETIRADOS DAS SANTAS ESCRITURAS
Os quatro evangelhos canônicos, que se acredita terem sido inspirados pelo Espírito Santo, não eram aceitos como tais no início da Igreja. O bispo de Lyon, Irineu, explica os pitorescos critérios utilizados na escolha dos quatro evangelhos ( reparem na fragilidade dos argumentos...) : "O evangelho é a coluna da Igreja, a Igreja está espalhada por todo o mundo, o mundo tem quatro regiões, e convém, portanto, que haja também quatro evangelhos. O evangelho é o sopro do vento divino da vida para os homens, e pois, como há quatro ventos cardiais, daí a necessidade de quatro evangelhos. (...) O Verbo criador do Universo reina e brilha sobre os querubins, os querubins têm quatro formas, eis porque o Verbo nos obsequiou com quatro evangelhos”.
As versões sobre como se deu a separação entre os evangelhos canônicos e apócrifos, durante o Concílio de Nicéia no ano 325 D.C, são também singulares. Uma das versões diz que estando os bispos em oração, os evangelhos inspirados foram depositar-se no altar por si só !!! ... Uma outra versão informa que todos os evangelhos foram colocados por sobre o altar, e os apócrifos caíram no chão... Uma terceira versão afirma que o Espírito Santo entrou no recinto do Concílio em forma de pomba, através de uma vidraça (sem quebrá-la), e foi pousando no ombro direito de cada bispo, cochichando nos ouvidos deles os evangelhos inspirados...
A Bíblia como um todo, aliás, não apresentou sempre a forma como é hoje conhecida. Vários textos, chamados hoje de "apócrifos", figuravam anteriormente na Bíblia, em contraposição aos canônicos reconhecidos pela Igreja.
Segundo o Dicionário Aurélio, o termo Apócrifos significa :
" Entre os Católicos, Apócrifos eram os Escritos de assuntos sagrados que não foram incluídos pela Igreja no Cânon das Escrituras autênticas e divinamente inspiradas ". ( destaque nosso ).
Obs - Note que o próprio Dicionário Aurélio registra a expressão : " divinamente inspiradas ". Por que será ?
Maria Helena de Oliveira Tricca, compiladora da obra Apócrifos, Os Proscritos da Bíblia, diz: "Muitos dos chamados textos apócrifos já fizeram parte da Bíblia, mas ao longo dos sucessivos concílios acabaram sendo eliminados. Houve os que depois viriam a ser beneficiados por uma reconsideração e tornariam a partilhar a Bíblia. Exemplos : O Livro da Sabedoria, atribuído a Salomão, o Eclesiástico ou Sirac, as Odes de Salomão, o Tobit ou Livro de Tobias, o Livro dos Macabeus e outros mais. A maioria ficou definitivamente fora, como o famoso Livro de Enoch, o Livro da Ascensão de Isaías e os Livros III e IV dos Macabeus."
Perguntamos : Quais foram os motivos para excluir esses Livros das Santas Escrituras definitivamente ? Será que os "santos padres" daquela época se achavam superiores aos Apóstolos e mártires que vivenciaram de perto os acontecimentos relacionados a Cristo e ao judaísmo ? De que poder esses mesmos "santos padres" se revestiam a ponto de afirmarem que alguns Textos Evangélicos não representavam os ensinamentos e a Palavra de Deus ?
Visando maiores esclarecimentos, sugerimos, para aqueles que desejam aprofundar-se no assunto, uma leitura dos Livros que tratam com mais detalhe esse tema, os quais podem ser encontrados no Site Submarino :
Parte 1 e Parte 2
Existem mais de 60 evangelhos apócrifos, como os de Tomé, de Pedro, de Felipe, de Tiago, dos Hebreus, dos Nazarenos, dos Doze, dos Setenta, etc. Foi um bispo quem escolheu, no século IV, os 27 textos do atual Novo Testamento. Em relação ao Antigo Testamento, o problema só foi definitivamente resolvido no ano de 1546, durante o Concílio de Trento. Depois de muita controvérsia, acalorados debates e até luta física entre os participantes, o Concílio decretou que os livros 1 e 2 de Esdras e a Oração de Manassés sairiam da Bíblia. Em compensação, alguns textos apócrifos foram incorporados aos livros canônicos, como o livro de Judite (acrescido em Ester), os livros do Dragão e do Cântico dos Três Santos Filhos (acrescidos em Daniel) e o livro de Baruque (contendo a Epístola de Jeremias).
Os católicos não foram unânimes quanto a inspiração divina nesses livros. No Concílio de Trento houve luta corporal quando este assunto foi tratado. Lorraine Boetner ( in Catolicismo Romano ) cita o seguinte : " O papa Gregório, o grande, declarou que primeiro Macabeus, um livro apócrifo, não é canônico. O cardeal Ximenes, em sua Bíblia poliglota, exatamente antes do Concílio de Trento, exclui os apócrifos e sua obra foi aprovada pelo papa Leão X. Será que estes papas se enganaram ? Se eles estavam certos, a decisão do Concílio de Trento estava errada. Se eles estavam errados, onde fica a infalibilidade do papa como mestre da doutrina ? "
No inicio do cristianismo, os evangelhos eram em número de 315, sendo posteriormente reduzidos para 4, no Concílio de Nicéia. Tal número, indica perfeitamente as várias formas de interpretação local das crenças religiosas da orla mediterrânea, acerca da idéia messiânica lançada pelos sacerdotes judeus. Sem dúvida, este fato deve ter levado Irineu a escrever o seguinte: " Há apenas 4 Evangelhos, nem mais um, nem menos um, e que só pessoas de espírito leviano, os ignorantes e os insolentes é que andam falseando a verdade ". Disse isso, mesmo diante dos acontecimentos acima relatados e que eram de conhecimento geral.
Havia então, os Evangelhos dos Naziazenos, dos Judeus, dos Egípcios, dos Ebionistas, o de Pedro, o de Barnabé, entre outros, 03 dos quais foram queimados, restando apenas os 4 “sorteados” e oficializados no Concílio de Nicéia.
Celso, erudito romano, contemporâneo de Irineu, entre os anos 170 e 180 D.C, disse: "Certos fiéis modificaram o primeiro texto dos Evangelhos, três, quatro e mais vezes, para poder assim subtraí-los às refutações".
Foi necessária uma cuidadosa triagem de todos eles, visando retirar as divergências mais acentuadas, sendo adotada a de Hesíquies, de Alexandria; e de Pânfilo, de Cesaréía e a de Luciano, de Antióquia. Mesmo assim, só na de Luciano existem 3.500 passagens redigidas diferentemente. Disso resulta que, mesmo para os Padres da Igreja, os Evangelhos não são fonte segura e original.
Os Evangelhos que trazem a palavra "segundo", que em grego é "cata", não vieram diretamente dos pretensos evangelistas.
A discutível origem dos Evangelhos, explica porque os documentos mais antigos não fazem referência à vida terrena de Jesus.
Não é razoável supor que uma "palavra divina" possa ser alterada assim tão fácil e impunemente por mãos humanas. Que fique na dependência de ser julgada boa ou má por juízes e dignitários eclesiásticos.
Só me foi possível escrever este livro através dos conceitos que pude assimilar da obra Na Luz da Verdade, a Mensagem do Graal de Abdruschin. ( Segundo o Dic. Aurélio: Graal – Vaso Santo de esmeralda que segundo a tradição corrente nos romances de cavalaria, teria servido a Cristo na última Ceia, e no qual José de Arimateia haveria recolhido o Sangue que de Cristo jorrou quando o centurião lhe desferiu a lança ).
Como vá vimos no artigo "Qual a importância dos apócrifos?", existem alguns livros escritos antes ou pouco depois de Cristo que tinham como intenção figurar como Escritura Sagrada.
Mas, pelo Magistério da Igreja e assistência do Espírito Santo, esses livros espúrios foram definitivamente afastados, restando apenas o cânon bíblico que guardamos até hoje. Por esse motivo, muitos desapareceram, outros sobreviveram em uma ou outra comunidade
antiga, ou, ainda, em traduções, fragmentos ou citações.
A seguir, apresentamos uma lista exaustiva de livros apócrifos do Antigo e do Novo Testamento que, embora longa, provavelmente não esgota todos os livros escritos ou existentes, porém, bem demonstra a quantidade de livros escritos com a intenção de "completar" a Bíblia.
Incluímos também, ao final, os manuscritos encontrados em Qumran, nas grutas do Mar Morto, que foram escritos ou preservados por uma comunidade que vivia nesse deserto separada dos grupos religiosos da Palestina do tempo de Jesus (Saduceus, Fariseus, Samaritanos, etc.). Esse grupo, denominado Essênio, como podemos ver, considerava o Antigo Testamento como Escritura Sagrada (inclusive os deuterocanônicos), mas tinha como característica própria seguir ainda outros "livros sagrados".
Portanto, temos como apócrifos as seguintes obras:
ANTIGO TESTAMENTO
1. Apocalipse de Adão
2. Apocalipse de Baruc
3. Apocalipse de Moisés
4. Apocalipse de Sidrac
5. As Três Estelas de Seth
6. Ascensão de Isaías
7. Assunção de Moisés
8. Caverna dos Tesouros
9. Epístola de Aristéas
10. Livro dos Jubileus
11. Martírio de Isaías
12. Oráculos Sibilinos
13. Prece de Manassés
14. Primeiro Livro de Adão e Eva
15. Primeiro Livro de Enoque
16. Primeiro Livro de Esdras
17. Quarto Livro dos Macabeus
18. Revelação de Esdras
19. Salmo 151
20. Salmos de Salomão (ou Odes de Salomão)
21. Segundo Livro de Adão e Eva
22. Segundo Livro de Enoque (ou Livro dos Segredos de Enoque)
23. Segundo Livro de Esdras (ou Quarto Livro de Esdras)
24. Segundo Tratado do Grande Seth
25. Terceiro Livro dos Macabeus
26. Testamento de Abraão
27. Testamento dos Doze Patriarcas
28. Vida de Adão e Eva
NOVO TESTAMENTO
1. A Hipostase dos Arcontes
2. (Ágrafos Extra-Evangelhos)
3. (Ágrafos de Origens Diversas)
4. Apocalipse da Virgem
5. Apocalipse de João o Teólogo
6. Apocalipse de Paulo
7. Apocalipse de Pedro
8. Apocalipse de Tomé
9. Atos de André
10. Atos de André e Mateus
11. Atos de Barnabé
12. Atos de Filipe
13. Atos de João
14. Atos de João o Teólogo
15. Atos de Paulo
16. Atos de Paulo e Tecla
17. Atos de Pedro
18. Atos de Pedro e André
19. Atos de Pedro e Paulo
20. Atos de Pedro e os Doze Apóstolos
21. Atos de Tadeu
22. Atos de Tomé
23. Consumação de Tomé
24. Correspondência entre Paulo e Sêneca
25. Declaração de José de Arimatéia
26. Descida de Cristo ao Inferno
27. Discurso de Domingo
28. Ditos de Jesus ao rei Abgaro
29. Ensinamentos de Silvano
30. Ensinamentos do Apóstolo [T]adeu
31. Ensinamentos dos Apóstolos
32. Epístola aos Laodicenses
33. Epístola de Herodes a Pôncio Pilatos
34. Epístola de Jesus ao rei Abgaro (2 versões)
35. Epístola de Pedro a Filipe
36. Epístola de Pôncio Pilatos a Herodes
37. Epístola de Pôncio Pilatos ao Imperador
38. Epístola de Tibério a Pôncio Pilatos
39. Epístola do rei Abgaro a Jesus
40. Epístola dos Apóstolos
41. Eugnostos, o Bem-Aventurado
42. Evangelho Apócrifo de João
43. Evangelho Apócrifo de Tiago
44. Evangelho Árabe de Infância
45. Evangelho Armênio de Infância (fragmentos)
46. Evangelho da Verdade
47. Evangelho de Bartolomeu
48. Evangelho de Filipe
49. Evangelho de Marcião
50. Evangelho de Maria Madalena (ou Evangelho de Maria de Betânia)
51. Evangelho de Matias (ou Tradições de Matias)
52. Evangelho de Nicodemos (ou Atos de Pilatos)
53. Evangelho de Pedro
54. Evangelho de Tome o Dídimo
55. Evangelho do Pseudo-Mateus
56. Evangelho do Pseudo-Tomé
57. Evangelho dos Ebionitas (ou Evangelho dos Doze Apóstolos)
58. Evangelho dos Egípcios
59. Evangelho dos Hebreus
60. Evangelho Secreto de Marcos
61. Exegese sobre a Alma
62. Exposições Valentinianas
63. (Fragmentos Evangélicos Conservados em Papiros)
64. (Fragmentos Evangélicos de Textos Coptas)
65. História de José o Carpinteiro
66. Infância do Salvador
67. Julgamento de Pôncio Pilatos
68. Livro de João o Teólogo sobre a Assunção da Virgem Maria
69. Martírio de André
70. Martírio de Bartolomeu
71. Martírio de Mateus
72. Morte de Pôncio Pilatos
73. Natividade de Maria
74. O Pensamento de Norea
75. O Testemunho da Verdade
76. O Trovão, Mente Perfeita
77. Passagem da Bem-Aventurada Virgem Maria
78. "Pistris Sophia" (fragmentos)
79. Prece de Ação de Graças
80. Prece do Apóstolo Paulo
81. Primeiro Apocalipse de Tiago
82. Proto-Evangelho de Tiago
83. Retrato de Jesus
84. Retrato do Salvador
85. Revelação de Estevão
86. Revelação de Paulo
87. Revelação de Pedro
88. Sabedoria de Jesus Cristo
89. Segundo Apocalipse de Tiago
90. Sentença de Pôncio Pilatos contra Jesus
91. Sobre a Origem do Mundo
92. Testemunho sobre o Oitavo e o Nono
93. Tratado sobre a Ressurreição
94. Vingança do Salvador
95. Visão de Paulo
ESCRITOS DE QUMRAN
1. A Nova Jerusalém (5Q15)
2. A Sedutora (4Q184)
3. Antologia Messiânica (4Q175)
4. Bênção de Jacó (4QPBl)
5. Bênçãos (1QSb)
6. Cânticos do Sábio (4Q510-4Q511)
7. Cânticos para o Holocausto do Sábado (4Q400-4Q407/11Q5-11Q6)
8. Comentários sobre a Lei (4Q159/4Q513-4Q514)
9. Comentários sobre Habacuc (1QpHab)
10. Comentários sobre Isaías (4Q161-4Q164)
11. Comentários sobre Miquéias (1Q14)
12. Comentários sobre Naum (4Q169)
13. Comentários sobre Oséias (4Q166-4Q167)
14. Comentários sobre Salmos (4Q171/4Q173)
15. Consolações (4Q176)
16. Eras da Criação (4Q180)
17. Escritos do Pseudo-Daniel (4QpsDan/4Q246)
18. Exortação para Busca da Sabedoria (4Q185)
19. Gênese Apócrifo (1QapGen)
20. Hinos de Ação de Graças (1QH)
21. Horóscopos (4Q186/4QMessAr)
22. Lamentações (4Q179/4Q501)
23. Maldições de Satanás e seus Partidários (4Q286-4Q287/4Q280-4Q282)
24. Melquisedec, o Príncipe Celeste (11QMelq)
25. O Triunfo da Retidão (1Q27)
26. Oração Litúrgica (1Q34/1Q34bis)
27. Orações Diárias (4Q503)
28. Orações para as Festividades (4Q507-4Q509)
29. Os Iníqüos e os Santos (4Q181)
30. Os Últimos Dias (4Q174)
31. Palavras das Luzes Celestes (4Q504)
32. Palavras de Moisés (1Q22)
33. Pergaminho de Cobre (3Q15)
34. Pergaminho do Templo (11QT)
35. Prece de Nabonidus (4QprNab)
36. Preceito da Guerra (1QM/4QM)
37. Preceito de Damasco (CD)
38. Preceito do Messianismo (1QSa)
39. Regra da Comunidade (1QS)
40. Rito de Purificação (4Q512)
41. Salmos Apócrifos (11QPsa)
42. Samuel Apócrifo (4Q160)
43. Testamento de Amran (4QAm)
OUTROS ESCRITOS
1. História do Sábio Ahicar
2. Livro do Pseudo-Filon
Diferenças entre as traduções bíblicas Almeida Revista e Corrigida, e Almeida Revista e Atualizada
Uma pergunta que sempre fazem é: afinal, qual é a diferença entre as traduções bíblicas Almeida Revista e Corrigida, e Almeida Revista e Atualizada? A resposta é simples e está ligada à forma como as traduções evoluíram. Veja:
A primeira versão em português do Novo Testamento - feita por João Ferreira de Almeida - foi publicada em 1681. O texto fonte que o tradutor dispunha na época era o assim chamado “texto recebido” (textus receptus, obra editada por Erasmo de Roterdã em 1516 a partir de manuscritos gregos da Idade Média).
Este é o primeiro texto grego publicado do Novo Testamento e era o único disponível na época de João Ferreira de Almeida. Ou seja, essa era simplesmente a única fonte que ele dispunha (além de obras já traduzida para outros idiomas, como o Novo Testamento em espanhol, o francês e o italiano). Esta primeira versão do Novo Testamento em português passou por sucessivas revisões até culminar numa edição publicada em Lisboa em 1898 e batizada de “Almeida Revista e Corrigida”. Nascia aqui a primeira edição da popularmente conhecida hoje como RC (Revista e Corrigida).
Parte da página 336 (João 18) do Novo Textamento Grego de Erasmo, Textus Receptus.
Acontece que durante o século 19 e 20 foram descobertos novos manuscritos gregos mais antigos do que os disponíveis até então. Muitos copiados no quarto século d.C. e alguns até mesmo antes disso. Ou seja, manuscritos mais próximos do tempo dos apóstolos e evangelistas. A partir desses novos manuscritos passaram a ser publicadas novas edições no Novo Testamento, chamadas de “Edições Críticas”.
A primeira edição da versão Almeida Revista e Atualizada foi publicada em junho de 1959 e teve como fonte uma versão das “Edições Críticas”, mais exatamente a 16ª edição do Novo Testamento Grego. Nascia aqui a primeira edição da popularmente conhecida hoje como RA (Revista e Atualizada).
Parte da página 336 (João 18) do Novo Textamento Grego de Erasmo, Textus Receptus. |
Texto Recebido x Edições Críticas
As sucessivas transcrições dos textos ao longo de séculos gerou um fenômeno curioso observado nos “Textos Recebidos”. Algumas anotações colocadas à margem dos manuscritos acabaram sendo incorporadas ao próprio texto. Ao se comparar os “Textos Recebidos” com as “Edições Críticas” observa-se no primeiro a presença desses comentários, enquanto o segundo é um texto mais curto.
Diferenças entre RA e RC
A diferença mais importante a se observar entre as versões RA e RC são os textos utilizados como fonte para a tradução. A versão RC utilizou os “Textos Recebidos” e a versão RA as “Edições Críticas”. Pelo fato da RC possuir comentários ordinários, os editores da Revista e Atualizada, em respeito aos leitores já acostumados às antigas versões Revista e Corrigida, optaram por preservar esses comentários entre colchete. Um exemplo pode ser visto em:
“Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento...” Mateus 5.22
“... e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal [pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém]!” Mateus 6.13
Outra diferença importante é que a edição RA foi publicada sem a presença de cerca de 2.000 tipos de cacófato presentes nas edições RC.
Além disso, o nome de Deus (Javé) utilizado na RC foi substituído por SENHOR na RA, e impresso assim, em letras maiúsculas.
Apesar dessas diferenças há um consenso entre tradutores, editores e estudiosos que as passagens centrais da fé cristã – Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador – são claras e concordantes em ambas as traduções