O plano de levar Lula a Curitiba Lula poderia ter acabado em tragédia. Cem soldados da Polícia da Aeronáutica cercaram o jatinho que levaria o ex-presidente ao Paraná. A equipe da lava-jato desiste do plano A.
LULA NO DIA 04 DE MARÇO DE 2016 |
Recentemente chegou-nos a informação que nos deu a nós orgulho de pertencer a um país onde parece haver uma parte de cidadãos patriotas, que não se deixam levar pelo domínio de uma rede de Jornais, revistas e TVs e que tomam a defesa da legalidade.
Deu-nos a nós um certo orgulho das nossas forças armadas que tomaram a defesa do que é certo, do que é correto, do que é legal.
Porque a muito tempo no Brasil não se pratica mais o que é legal. Estamos em um Brasil onde se prende simplesmente por supor, por imaginar, por crer que alguém é culpado. Estamos em um Brasil onde não se respeita nem mesmo um Ex-Presidente da República.
Temos hoje inúmeras pessoas que são conduzidas coercitivamente, e são presas preventivamente sem estarem condenadas como por exemplo o ex-ministro Antonio Palocci, e o ex-ministro Guido Mantega. Não queremos aqui tomar a defesa de ninguém. Apenas cremos no que prescrevem as leis Brasileiras, que afirmam que todo cidadão deve ser tratado como inocente até que seja julgado e condenado.
Não é esse o tratamento que está tendo o Presidente Lula. Ele já deveria estar preso pelo desejo do Juiz Sergio Moro.
Mas porque não está? Boa pergunta. O Juiz Sérgio Moro pretendia te-lo preso no seu calabouço particular, mas não o fez porque não pôde. Porque existe no Brasil, afinal uma força maior do que a toda poderosa Polícia Federal, que derruba portas, leva qualquer um para depor coercitivamente, condenado ou não, prende preventivamente condenado ou não e os presos preventivos permanecem presos indefinidamente se bobear por anos sem estarem condenados.
Queremos um dia ver tudo isso reparado. Queremos o dia em que o legal se sobreponha ao ilegal. Isso aqui não é a ALEMANHA NAZI FASCISTA como querem os CACHORROS LOUCOS que pregam toda a sorte de violências pela Internet. Eles são Fascistas, Nazistas, resquícios de uma classe média escravagista, ignorante, incapaz, infeliz, superada, que não tem mais lugar em um mundo moderno e humano.
09/03/2016 00:00 - Copyleft
Carta Maior relutou em transcrever o relato de autoria de Jari Mauricio da Rocha (leia a íntegra nesta pág.) que lança uma luz sobre o elo que faltava no episódio de condução do ex-presidente Lula ao aeroporto de Congonhas pela PF, em 04/03, a mando dos procuradores da Lava Jato.
Não convenceu a ninguém a justificativa para a escolha do local inusitado –‘melhor para a segurança do próprio Presidente’, disseram policiais não fardados que o levaram de sua casa, em São Bernardo, na manhã do dia quatro de março.
A opacidade dos movimentos, ademais do seu arbítrio exclamado, como denunciou um ministro do STF, ganharia cores alarmantes com a informação de que uma aeronave, pronta para decolar rumo a Curitiba, aguardava desde cedo em um hangar de Congonhas.
Retirado de sua casa, como foi, com a desculpa de um depoimento em local seguro, e de lá forçado a embarcar para Curitiba, Lula já não seria mais um ex-presidente constrangido.
Não convenceu a ninguém a justificativa para a escolha do local inusitado –‘melhor para a segurança do próprio Presidente’, disseram policiais não fardados que o levaram de sua casa, em São Bernardo, na manhã do dia quatro de março.
A opacidade dos movimentos, ademais do seu arbítrio exclamado, como denunciou um ministro do STF, ganharia cores alarmantes com a informação de que uma aeronave, pronta para decolar rumo a Curitiba, aguardava desde cedo em um hangar de Congonhas.
Retirado de sua casa, como foi, com a desculpa de um depoimento em local seguro, e de lá forçado a embarcar para Curitiba, Lula já não seria mais um ex-presidente constrangido.
Seria vítima de um sequestro político.
Por que, felizmente, o desenlace explosivo não se consumou – se de fato se acumulam indícios de sua plausibilidade?
Quem ou o quê teria força capaz de impor um recuo à fria determinação do aparato diante da caça tão longamente cobiçada, então sob o seu desígnio?
O relato oferecido por Jari Maurício da Rocha afirma que um pelotão da Força Aérea brasileira, estacionado regularmente em Congonhas, sob comando de um coronel, ao saber do que se cogitava, enfrentou agentes armados não fardados da PF e interditou o uso da aeronave.
A gravidade do episódio –ademais dos desdobramentos que ensejaria-- levaram Carta Maior a buscar elementos adicionais que justificassem a reprodução da narrativa isenta de Jari Maurício.
Carta Maior obteve a informação de que as maiores autoridades da República tem ciência do ocorrido.
Carta Maior tem ciência de que o ocorrido não é um fato solteiro.
Ele se encadeia ao potencial de conflitos embutidos nas manifestações e ações em curso, planejadas por forças determinadas a interferir no livre curso dos conflitos da democracia brasileira, a contrapelo das urnas e do Estado de Direito.
A pressa que os move empresta credibilidade adicional ao relato do que se passou e do que se pretendia com Lula levado a Congonhas na manhã do dia quatro de março.
O intento da derrubada do governo e da inabilitação do ex-presidente ao escrutínio de 2018 não sobreviverá a um longo relento sob as intempéries de uma resistência que já transborda para as ruas.
Mais que isso, se verdadeiro o relato sobre Congonhas, pulsaria em setores das Forças Armadas o mesmo sentimento que espalha por diferentes setores da sociedade: o inconformismo com uma instância do Judiciário que exorbita de suas prerrogativas e agora avança em espiral descontrolada para colidir com a soberania de outros poderes, cujo equilíbrio forma a blindagem da democracia. Uma vez rompida, o sistema esfarela em rota de colisões sucessivas.
O conjunto dos fatos aqui relatados e seu potencial explosivo requer que os detentores de mandatos democráticos tomem medidas cabíveis.
A primeira e mais urgente delas é o esclarecimento completo do que se passou de fato no aeroporto de Congonhas em São Paulo, na manhã de quatro de março, envolvendo um ex-presidente da República, policiais não fardados da PF, ordens de promotores e do juiz Moro, a existência de uma aeronave para decolar rumo a Curitiba e a relatada resistência de um pelotão da Aeronáutica ao uso desse aparelho para esse fim, que cumpriu como Força Armada a defesa do estado de direito no Brasil.
O Congresso brasileiro tem a obrigação de assumir o esclarecimento desses fatos para abortar aventureiros e serenar a inquietação que toma conta da opinião pública.
A Polícia da Aeronáutica impediu o plano inicial da Lava Jato (PF, MPF, Moro) de levar Lula a Curitiba na sexta-feira dia 04 de Março de 2016 – onde deputados de oposição, incluindo Jair Bolsonaro e Fernando Francischini, já estariam comemorando e esperando a chegada do ex-presidente, pois as redes de TV já sabiam de tudo, inclusive já tinham posicionado helicopteros com reporteres e cinegrafistas para filmar toda a operação.
O que teria, de fato, atrapalhado os planos de levarem o ex-presidente Lula para Curitiba é umas das questões mais levantadas após a última tentativa da equipe de Moro.
Valdir Cruz
O dia seguinte à ruidosa ordem de condução do ex-presidente Lula ao aeroporto, para prestar esclarecimentos, suscita muitas dúvidas e mostra a incapacidade da imprensa brasileira em entender o que se passou realmente e em fazer os questionamentos que têm que ser feitos.
A principal dúvida é por que o depoimento foi tomado no aeroporto e não numa delegacia, fórum ou outro local qualquer? Ao se levar Lula para o aeroporto, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, por meio da chamada “força-tarefa da lava-jato”, deram uma nova função a este espaço destinado exclusivamente aos viajantes. Agora, todo mundo sabe que no Brasil aeroporto é local de chegada e partida de aviões e, também, de interrogatórios policiais.
A nova modalidade investigativa criada pela Justiça Federal do Paraná em parceria com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal tem “muitas vantagens”. Por exemplo: o acusado é ouvido num local “silencioso”, onde só se percebem ruídos, em elevados decibéis, das turbinas dos aviões e o murmúrio de milhares de pessoas falando ao mesmo tempo. No mais, existe um silêncio maior do que nos cemitérios, garantindo a perfeita audição das perguntas dos investigadores e das respostas do acusado.
Aeroporto de Congonhas, sexta-feira, 04 de março, cedo da manhã.
Soldados da Polícia da Aeronáutica estranham a movimentação de outros policiais armados.
Bloqueiam a entrada e não deixam eles entrarem no aeroporto. Não teriam reconhecido a farda que foi usada pela Polícia Federal, que estava fortemente armada.
Um dos soldados avisa ao coronel o que está ocorrendo.
O coronel fica furioso.
O reforço é chamado. Em poucos minutos a polícia da aeronáutica está preparada com centenas de homens para, se preciso for, confrontar os policias da PF.
A confusão é enorme, então descobre-se que o ex-presidente estava sendo conduzido. Neste momento, o coronel assume o comando do aeroporto e dá ordens para que cem homens da Polícia da Aeronáutica cerquem o jatinho que, segundo lhe informaram, levaria o ex-presidente Lula para Curitiba.
Mais tensão.
Sabe-se então que Lula está na sala da PF para interrogatório. Neste instante é aventada a decisão de invadir a sala para resgatar o ex-presidente. Há uma negociação, mas o coronel, que segundo consta é legalista, teria perguntado: “O que vocês pensam que estão fazendo com um ex-presidente?”.
Em meio a isso, o ex-deputado, professor Luisinho já estaria protestando contra a detenção de Lula e há uma baderna enorme defronte a sala da PF. Manifestantes contra Lula entram em êxtase.
Desmentidos surgem, mas o coronel do aeroporto não dá sinais de recuar. A PA permanece a postos, pronta para qualquer tentativa de condução de Lula.
A equipe da lava-jato desiste do plano A, que seria levar Lula à Curitiba – onde deputados de oposição já estariam comemorando.
(Ver abaixo. Curiosamente, o deputado Jair Bolsonaro e o seu filho já estavam em Curitiba na manhã de 4 de março na frente da Polícia Federal a espera de Lula):
Além disso, decidem reduzir o tempo do interrogatório, que era pra ser bem mais longo e, consequentemente, mais cansativo ao ex-presidente.
A Polícia da Aeronáutica, sob o comando do coronel, não arreda pé.
Diante do impasse, o juiz Sergio Moro teria dado ordens para abortar a operação.
O ex-presidente Lula é libertado.
A operação fracassou.
Quem forneceu essas informações, relatou tudo isso, exatamente desta forma.
Provavelmente quem esteve no local, naquela fatídica manhã de sexta-feira, possa ter visto parte desse impasse.
Sobre a veracidade desta versão, cabem duas questões:
Quando o narrador dessa história terminou de contar, me disse: “Podia ter acontecido uma tragédia. Foi muito tenso”.
A mim coube apenas a fidelidade do relato sem o uso de qualquer recurso literário.
Jari Mauricio da Rocha, Carta Maior
A FAB honrou a história de dois de seus maiores heróis: os capitães Alfredo Daudt e Sérgio Ribeiro de Carvalho, o Sérgio Macaco.
O capitão Daudt foi um dos oficiais que impediram a decolagem dos jatos da FAB que bombardeariam o Palácio Piratini, em Porto Alegre, na Campanha da Legalidade, em 1961.
Ele e alguns companheiros furaram os pneus das aeronaves que pretendiam matar o então governador do estado, Leonel Brizola.
O capitão Sérgio Macaco, oficial do grupo de salvamento da FAB, o Parasar, recusou-se a cumprir as ordens de um psicopata, o brigadeiro João Paulo Burnier, de explodir o gasômetro do Rio de Janeiro, em 1968.
Burnier, apontado como um dos mais sádicos torturadores da ditadura, pretendia colocar a culpa das mortes – estimadas em 100 mil pessoas – nos comunistas.
O mistério, cuidadosamente evitado pela grande mídia, cerca o noticiário em torno da detenção do ex-presidente Lula. Na sexta-feira 4 de março, quando ele foi levado de sua casa, em São Bernardo do Campo, para o Aeroporto de Congonhas, sob custódia da Polícia Federal e com mandado de condução expedido pelo juiz Sérgio Moro, o plano era embarcar o petista em um jatinho dos federais e levá-lo a Curitiba? Uma espécie de sequestro? Até agora – uma semana mais tarde – ninguém sabe explicar que aconteceu.
Entre os grandes jornais do país, aparentemente só a Folha de S. Paulo tocou no assunto. Foi na coluna de Jânio de Freitas, com o título de “O plano obscuro” (edição online de 10 de março). Parece incrível que algo assim, se de fato aconteceu, tenha escapado às primeiras páginas e aos telejornais. Nas redes sociais e na blogosfera pululam as informações a respeito desse episódio misterioso. O que de fato teria acontecido?
Com base no texto da Folha e no noticiário da Web, reconstituo o que teria ocorrido:
Depois de Lula ser apanhado em casa, os agentes da PF percorreram de carro os 25 quilômetros entre São Bernardo do Campo e o Aeroporto de Congonhas, onde um jatinho esperava o grupo na área destinada a autoridades. Eram mais de 10 policiais e procuradores. Alguns dizem que eram mais de 20, incluindo uma força de operações especiais uniformizada e fortemente armada. Todo esse pessoal, levando o ex-presidente, se dirigiu à área reservada do aeroporto, considerada zona militar por questões de segurança. Uma área controlada pela Aeronáutica. Os militares estranharam a movimentação de gente armada e bloquearam a passagem dos agentes. O coronel comandante da base, cujo nome não foi revelado, foi chamado às pressas. Todo o efetivo da Aeronáutica em Congonhas foi mobilizado.
JORNALISTA JÂNIO DE FREITAS |
Ao saber que os federais estavam conduzindo um ex-presidente da República, quis saber onde estava o mandado de prisão e o plano de voo do jatinho. Não havia nenhum dos dois. Resultado: cercou com tropa armada os policiais e promotores federais e mandou bloquear a pista. O coronel teria avisado a administração de Congonhas que estava assumindo, naquele momento, o controle do aeroporto. Também teria comunicado ao grupo que detinha Lula: “Vocês sabem o que estão fazendo com um ex-presidente? Daqui vocês não passam!”.
Impedidos pelo comandante da base, os homens da Lava-Jato não tiveram alternativa: interrogaram Lula ali mesmo, numa sala VIP (durante três horas) e o libertaram a seguir. No entanto, a Aeronáutica não confirma essa versão dos fatos. Mas também não desmente. A PF e os promotores também não. E o próprio Lula não citou o episódio na coletiva que deu após ser libertado. Houve um acordo? Por que Lula foi levado ao aeroporto e não à sede da PF, no bairro paulista da Lapa? E o juiz Sérgio Moro, disse alguma coisa? Não.
Ao que tudo indica, o episódio vai ficar para os historiadores. Talvez daqui a dez anos se saiba o que de fato aconteceu naquela manhã de sexta-feira.