MENU

JORNAIS QUE TEM INFORMAÇÃO REAL.

sábado, 19 de dezembro de 2009

REFRIGERAÇÃO ELETRONICA, SEM GÁS SÓ COM ELETRICIDADE.


Termoeletricidade
Um dos maiores problemas que o avanço da informática encontra no momento é solucionar o problema da elevada temperatura dos processadores, pois como eles estão evoluindo principalmente em velocidade, vão cada vez esquentando mais, porque a velocidade medida normalmente em MEGAHERTZ, é proporcional à temperatura que os processadores terão quedissipar.

Na verdade cada hertz dessa conta que significa um pulso de clock, e isso significa que todos os milhões de transistores presentes nas pastilhas dos processadores ( cerca de 5 milhões ) serão percorridos por uma determinada corrente, o mais baixa possível para não aumentar a bendita temperatura, a cada hertz. (Como a velocidade dos processadores mais rápidos aproxima-se dos 4 MEGAHERTZ, isso significa que um processador será percorrido por uma determinada corrente 4 milhões de vezes a cada segundo). 

O artifício normalmente utilizado além de COOLERS (Ventiladores) estratégicamente bem bolados para oferecer a melhor eficiência em refrigeração, tem sido a diminuição das bolachas dos transistores (Já que um transistor é em sintese uma espécie de sanduiche com 3 bolachas, sendo as bolachas das extremidades formada por material de polaridade diferente da camada do meio). Essas bolachas dos transistores chegaram pois a ter a espessura de apenas alguns átomos.

Já tem uns tres anos que a velocidade dos processadores não aumenta, por conta dessa limitação, e a indústria tem se preocupado em aumentar o poder de processamento aumentando o número de núcleos dos processadores e dividindo as tarefas, dessa forma teríamos dois ou mais processadores dividindo as tarefas que anteriormente seriam processadas por um único processador. Assim chegamos ao Core i7 que simula oito processadores. (São quatro processadores sendo que cada um simula dois pela tecnologia Hiperthreading já utilizada antreriormente pela Intel.).

Entretanto os apaixonados por OVERCLOCKING não param de pesquisar e já bolaram todo tipo de método para refrigerar os processadores e assim poder aumentar artificialmente o seu clock ou seja os MEGAHERTZ, (Quantidade de vezes em que a corrente percorre o núcleo do processador) e eles não fazem isso só com o processador da CPU mas também com o processador da placa de vídeo que tem uma tecnologia tão sofisticada que chega a superar a própria CPU. (São refrigeradores que vão do gás à água)

De fato é necessário. Se alguém liga um processador sem o COOLER (Ventilador que fica em cima da CPU), ele esquenta tanto que se colocarmos o dedo em cima é possível que a pele fique grudada na CPU e essa só não irá queimar porque já a algum tempo a CPU desliga antes de queimar quando a temperatura atingir patamares alarmantes, não sem antes alarmar alta temperatura.

Mas eis que hoje já temos tecnologia para resolver esse pequeno problema. Não só para refrigerar a CPU mas também o gabinete, pois Gabinete quente significa problema de alarme de alta temperatura.

A soilução é o  Inversor de Peltier


Por:


Prof. Luiz Ferraz Netto

leobarretos@uol.com.br





LEMBRANDO

A termoeletricidade pode esquentar ou esfriar.

Um termopar é formado por dois metais diferentes que são fortemente unidos por suas extremidades. Um exemplar simples pode ser construído torcendo juntas as extremidades (bem limpas) de um fio de cobre e um fio de ferro.



EXPLICANDO

O inversor de Peltier usa da termoeletricidade para manter uma máquina térmica ás avessas. Como referência, um modelo didático do inversor apresenta um terminal vermelho e outro preto. Se o terminal vermelho for ligado ao pólo positivo de uma bateria de 6 V e o terminal preto ao pólo negativo, o topo do inversor esfriará e o calor produzido em sua parte inferior será transferido para o ambiente pelas aletas do dissipador. Na parte de cima o dispositivo torna-se frio o bastante para gelar uma gota de água.



DE QUE CUCA SAIU ISSO

J. C. A Peltier descobriu em 1834 que, quando uma corrente elétrica flui pela junção de dois condutores de metais diferentes, calor é liberado ou absorvido pela junção. O sentido da corrente é quem determinará se a junção se aquece ou esfria. Este efeito depende dos condutores usados e da temperatura da junção; ele não está associado com o potencial de contato gerado entre dois metais distintos, não depende da forma ou dimensões dos materiais que compõem a junção.



Peltier, enviando uma corrente elétrica por um termopar feito de antimônio e bismuto, conseguiu congelar uma gota de água. Foi a primeira demonstração de uma refrigeração termelétrica. O inversor de Peltier atual (denominado pastilha Peltier) é constituído por uma série de pares termelétricos minúsculos feitos de material P e N, semicondutores de silício dopados. "Buracos" podem migrar pelo material P.



NA DIDÁTICA

Para aplicações práticas, ou mesmo demonstrativas, em salas de aula e Feiras de Ciências, pode-se adquirir (por exemplo, via Mercado Livre), pastilhas Peltier. Minha aquisição recaiu sobre:



Pastilha Peltier termoelétrica de 46,5 W, com dimensões (40 x 40 x 5,4) mm, intensidade de corrente de 3 A, tensão de alimentação de 12 VCC (máx. 15,2 VCC), que atinge entre suas faces uma diferença de temperatura máxima de 67 ºC.



Há uma boa gama de aplicações práticas para tais pastilhas, tanto na informática (refrigeração de gabinetes, de processadores, de chips, etc.), como para caixas de gelo, aquários, etc.



A pastilha Peltier ao ser ligada na fonte de energia elétrica, esquenta em uma das faces e "gela" na outra. Este "gela" requer mais explicações. Na verdade, o que a pastilha apresenta é uma boa diferença de temperatura entre suas faces.

Para exemplificar, com a pastilha que adquiri, vamos admitir que esta diferença seja de 60 ºC. Assim, ao ser ligada em 12 VCC, teremos 60ºC entre as faces da pastilha, ou seja, se a face quente estiver a 90ºC, a face fria estará a 30ºC (90 - 60 = 30). Assim, a face "fria" não estará realmente fria ou gelada, apenas estará 60 ºC abaixo da temperatura da outra face.



Para uma dada intensidade de corrente no elemento Peltier, a diferença de temperatura entre suas faces permanecerá constante.



Agora, se conseguirmos fazer com que a face quente fique permanentemente em 60 ºC, a face fria ficará permanentemente a 0ºC, o que já é um belo "frio"!

Percebe-se, então, que o ´segredo´ é baixar a temperatura da face quente; uma solução é usar um ventilador especial (´cooler´); quanto mais eficiente for o cooler na troca de calor, menos quente ficará esta face e mais gelada ficará a outra.



A face ´gelada´, dependendo do que há no ambiente (interior de um computador, por exemplo), pode trazer problemas secundários, tal qual a de determinar a condensação do vapor de água arrastado pelo ar ambiente, resultando em água líquida escorrendo componente abaixo. Uma nova ventoinha pode ser instalada sobre a pastilha para sanar este problema, pois ela retira o ar gelado que rodeia o dissipador e o joga para dentro do gabinete (caso do computador).



Ilustremos esta montagem experimental:

Nota: Cuidado para que a corrente no dispositivo de demonstração não supere os 3,0 A . Se uma bateria de 6V for utilizada deve-se prever um limitador de corrente através de um resistor de 8 ohms, 10 watts.



EIS O EXPERIMENTO



O dissipador 1 impede a condensação sobre o componente e o cooler 1 arrasta o ar frio


que envolve as aletas do dissipador 1, encaminhando-o para dentro do gabinete. O dissi-

pador 2 troca calor com a face quente da pastilha e o cooler 2 arrasta o ar quente para o

ambiente.


Quanto mais potente (W) for a pastilha mais quente será o lado quente e consequentemente mais difícil será esfriá-lo.

Um módulo didático (feito especialmente para demonstrações) poderá absorver 18 W de potência de uma fonte elétrica de 6,0 VCC sob 3,0 A, exibindo uma variação de temperatura ao redor dos 67oC.







PARA EXPERIMENTAR VEJA OS LINKS ABAIXO:



http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-123058538-pc-ar-condicionado-pastilhas-peltier-termoeletrica-465w-_JM



terça-feira, 8 de dezembro de 2009

COMO ERA A FIGURA DE JESUS


Alega-se que Jesus teria que ter um biotipo igual aos Judeus da época que eram um pouco semelhantes ao tipo árabe, e por isso Jesus não poderia ser essa figura que é difundida como um homem meio louro e de olhos azuis, pois esse não é o biotipo Judeu, entretanto embora os Judeus não tenham comummente olhos azuis, podem ser louros. Eu mesmo já conheci um que era.

Entretanto uma carta descoberta escrita por um senador Romano a Cesar, descreve a figura de Jesus, pintada no retrato ao lado pelo próprio Senador. Esses documentos encontram-se hoje no Vaticano..

Veja abaixo o teor da carta:
http://www.victoriafirstchristianchurch.org/jesus_disciples.htm (fonte imagem)




“Sabendo que desejas conhecer quanto vou narrar, existindo nos nossos tempos um homem, o qual vive atualmente de grandes virtudes, chamado Jesus, que pelo povo é inculcado o profeta da verdade, e os seus discípulos dizem que é filho de Deus, criador do céu e da terra e de todas as coisas que nela se acham e que nela tenham estado; em verdade, ó César, cada dia se ouvem coisas maravilhosas desse Jesus: ressuscita os mortos, cura os enfermos, em uma só palavra: é um homem de justa estatura e é muito belo no aspecto, e há tanta majestade no rosto, que aqueles que o vêem são forçados a amá-lo ou temê-lo. Tem os cabelos da cor amêndoa bem madura, são distendidos até as orelhas, e das orelhas até as espáduas, são da cor da terra, porém mais reluzentes.


Tem no meio de sua fronte uma linha separando os cabelos, na forma em uso nos nazarenos, o seu rosto é cheio, o aspecto é muito sereno, nenhuma ruga ou mancha se vê em sua face, de uma cor moderada; o nariz e a boca são irrepreensíveis. A barba é espessa, mas semelhante aos cabelos, não muito longa, mas separada pelo meio, seu olhar é muito afetuoso e grave; tem os olhos expressivos e claros, o que surpreende é que resplandecem no seu rosto como os raios do sol, porém ninguém pode olhar fixo o seu semblante, porque quando resplende, apavora, e quando ameniza, faz chorar; faz-se amar e é alegre com gravidade.


Diz-se que nunca ninguém o viu rir, mas, antes, chorar. Tem os braços e as mãos muito belos; na palestra, contenta muito, mas o faz raramente e, quando dele se aproxima, verifica-se que é muito modesto na presença e na pessoa. É o mais belo homem que se possa imaginar, muito semelhante à sua mãe, a qual é de uma rara beleza, não se tendo, jamais, visto por estas partes uma mulher tão bela, porém, se a majestade tua, ó Cézar, deseja vê-lo, como no aviso passado escreveste, dá-me ordens, que não faltarei de mandá-lo o mais depressa possível.


De letras, faz-se admirar de toda a cidade de Jerusalém; ele sabe todas as ciências e nunca estudou nada. Ele caminha descalço e sem coisa alguma na cabeça. Muitos se riem, vendo-o assim, porém em sua presença, falando com ele, tremem e admiram. Dizem que um tal homem nunca fora ouvido por estas partes. Em verdade, segundo me dizem os hebreus, não se ouviram, jamais, tais conselhos, de grande doutrina, como ensina este Jesus; muitos judeus o têm como Divino e muitos me querelam, afirmando que é contra a lei de Tua Majestade; eu sou grandemente molestado por estes malignos hebreus.


Diz-se que este Jesus nunca fez mal a quem quer que seja, mas, ao contrário, aqueles eu o conhecem e com ele têm praticado, afirmam ter dele recebido grandes benefícios e saúde, porém à tua obediência estou prontíssimo, aquilo que Tua Majestade ordenar será cumprido.


Vale, da Majestade Tua, fidelíssimo e obrigadíssimo...


Públio Lentulus, presidente da Judéia Lindizione setima, luna seconda."

”(Este documento foi encontrado no arquivo do Duque de Cesadini, em Roma. Essa carta, onde se faz o retrato físico e moral de Jesus,


foi mandada de Jerusalém ao imperador Tibério César, em Roma, ao tempo de Jesus.)" 
 
Carta de PVBLIVS LENTVLVS.





Entre os depoimentos sobre Jesus, os do Ciclo de Pilatos parecem os mais curiosos e interessantes, objetos de intensa piedade popular ao longo dos tempos. Um dos textos deste Ciclo é a Carta de Públio Lentulus, que descreve Jesus. Foi produzida por um certo Lentulus, romano, sendo ‘’oficial de Roma na província da Judéia no tempo de Tiberius Cæsar’’, ou, como no preâmbulo original em Latim, “Lentulus habens officium in partibus Iudeae herodis ad senatores romanos hane epistolam deferre iussit”...



...Este personagem não pôde ser identificado, o mais perto que podemos chegar é à menção de um ‘’Volusiano, familiar de Tibério’’ (suo familiari nomine Volusiano), pois os Volusiani surgiram do casamento entre Lúcio Volúsio Saturnino (cônsul sufeta em 3 EC, e já bastante idoso) e Cornelia Scipionum Gentis, filha de Lúcio Cornélio Lêntulo (cônsul em 3 AEC). No Ciclo de Pilatos, este Volusiano tem papel de relevo no afastamento e morte de Pilatos, cf. Otero, Los Evangelios Apocrifos pag. 496: ‘’Muerte de Pilatos, el que condenó a Jesus’’.

O ciclo de Pilatos tem muitas outras coisas a mais do que a Carta (uma parte apenas mínima do conjunto) e o Ciclo de Pilatos é, de longe, o mais bem referido dos textos relativos a Jesus, melhor atestado do que os 4 evangelhos, não em quantidade de manuscritos mas em termos de confiabilidade extra-NT porque citado desde o séc. II, e atestado com mais antiguidade...



...O nome Públio Lentulus faz pensar no ramo lentuliano principal; [Públio? Lúcio?] Volusiano Torquato [Cornélio] Lentulo estaria num parentesco de segundo ou terceiro grau: um primo meio-afastado. Circula a Carta há bom tempo, pela cristandade. Seria original? Autorizada? Autêntica? Parece ter sido publicada por Tischendorf em Evangelia Apocrypha, sic, em latim, no sec. XIX.

Mais tarde, parentes de Jesus devem ter tido acesso ao papiro, seja por Abgar, seja pelos arquivos oficiais [isto explicaria o estilo de Hegesipo]. Depois, todo o material pode ter passado por Antioquia e foi parar em Constantinopla.

Mas com certeza sofreu descontinuidade histórica em 1204 durante o saque desta cidade. Aquileia era particularmente ligada a Constantinopla.....



...PÚBLIUS Lentulus, conhecido apenas no fragmento de sua Carta, era o segundo homem mais preeminente do Estado, logo abaixo do imperador. Se desapareceu dos registros foi por nunca ter feito nada em favor de pessoa alguma. Parasita social, instala-se e acomoda-se no seu patriciado, do qual pode gritar, “Ele [Jesus] afirma publicamente que os reis e escravos são iguais”...



...LENTULUS deve ter nascido pela aurora do séc. I EC pois seria preciso ter ao menos 30 anos para exercer cargo senatorial, de que (a julgar pela carta) era incumbido por volta dos anos 26-30. Ainda em 68 encontramos um Lentulus Publius no Senado: o mesmo? Confirmaria seu nascimento por volta dos primeiros anos do séc. I. Divulgou-se a Carta sob o patrocínio de Innocêncio IV, Papa (1454). Outros nomes atribuídos ao autor seriam, Publeus Lentulus, ou, FABRICIUS PUBLIUS LENTULUS, ou, Publius Lucius [Lucius Publius Lentulus], dito também ‘’procônsul romano na Judeia’’ ou mesmo ‘’regente em Judeia para o senado e o povo romanos’’. No Veredito, há um Públio ou Público...



...A carta de Pvblivs Lentvlvs pode ser remontada ao tempo de Tertuliano (155-220). Este Pai da Igreja a menciona; dizem alguns que sobre a base de um Transmitido oral. Alguns a remontam ao tempo de Diocleciano, ca. 212. E’ de origem grega, talvez, foi traduzida em latim como foi dito, esteve em Constantinopla e foi achada ca. 1240-80, por um preeminente homem da Igreja, num arquivo romano antigo, enviado de Constantinopla a Roma; divulgada ca. séc. XIII-XIV, parece que em 1421. O núcleo é autêntico, a saber, essencialmente isso: "homem de estatura mediana, usa barba, cabelo repartido ao meio, de cor castanha, nazareno, olhos claros, mãos longas, ensina que reis e escravos são iguais diante de Deus’’...



...O autor desse núcleo histórico é ‘’Publius Lentulus’’, um ‘’oficial’’ romano; o dono imediato foi o rei Abgar de Edessa, que mandou pintar o Mandilion, a carta por algum motivo ficou nos seus arquivos; foi para Constantiniopla; remetida a Roma; traduzida em latim, revisada pela Cúria e pelos humanistas do Renascimento.

Públius Lentulus em si é tido como uma pessoa ‘’fictícia’’ e o conjunto de textos do qual a Carta faz parte ainda hoje traz o título grego de ‘’Recordando Nosso Senhor Jesus Cristo por meio de Pontius Pilatus’’...


Muitas são as ansiosas considerações e interpretações que o ser humano ao longo de toda a história, fez e continua fazendo, a respeito deste "personagem bíblico", de tamanha importância para o "mundo religioso", especialmente o "mundo cristão".


É preciso que se tenha contudo em mente, algumas questões muito importantes a respeito destas sistemáticas afirmações, por vezes radicais, e até com uma dose de fundamentalismo ou apologia.
Em primeiro lugar é de se ter e mente o quanto o povo judeu de então (e hoje ainda) seguia rigorosamente o Pentateuco, onde está claramente escrito (Ex.20,4; Dt.5,8) que não se faça imagem a semelhança de qualquer ser em cima e debaixo da terra, sob pena de suas consequências. Com esta lei sendo levada a rigor por aquele povo, desde o Antigo Testamento e posteriormente durante a vida de Jesus, um judeu jamais "retrataria" uma pessoa (nem qualquer outra imagem), e assim sendo, acrescido dos conceitos artísticos de época, certamente não se teria um registro de figura humana.
Observe-se no entanto que sómente os documentos "tardios" dão alguma pista sobre a pessoa de Jesus, já que em momento algum há uma descrição precisa daquela pessoa.
Consideremos o "cidadão judeu" de dois mil anos atrás: estatura média 1,60 m; (bem) moreno; cabelos longos, roupas cinzas ou beges (nunca bracas por questões religiosas e climáticas); olhos grandes escuros; nariz alongado. As roupa coloridas eram privilégio dos Imperadores e dos romanos (talvez os artistas O vestiram assim com mantos azuis e vermelhos, para ressaltar "o Rei dos Judeus" = "INRI", e Sua "Santidade")
Isto não nos garante a semelhança "divina" citada em Gn 1,26, que em alguns estudos teológicos, sua significação está na esfera do espiritual e não do físico.
Uma "pista" (se isto é tão importante) vamos encontrar na passagem bíblica de Zaqueu o publicano (Lc 19,1-5). Aí podemos deduzir que Jesus não era "mais alto" que o povo que o cercava, pois se assim o fosse, talvez Zaqueu não precisasse subir numa árvore para vê-lo... Sua simplicidade também fica patente, quando de várias descrições no Novo Testamento, e ao ser confundido em meio ao povo.
Ao longo de toda a história da humanidade, ("nós") os Artistas interpretaram "à sua moda e valia", os textos bíblicos, acrescentando uma boa criatividade e imaginação (muito válido centro de suas limitações). Daí, com muita "base apócrifa", e fantasia, foram surgindo imagens deste personagem tão importante. Certamente que Jesus foi um profeta iluminado, e irradiava isto em seu semblante. Certamente foi um judeu simples, carpinteiro, que andou pelos quatro cantos daquela região bíblica, mas que para os seus conterrâneos era "inexplicável e misterioso". Sómente após o Apóstolo Paulo, que viveu anos após a "história de Jesus", é que seus ensinos, mistérios e ministério foram, "claramente interpretados". Mas isto já é na esfera teológica que aqui não é o caso...


Uma "imagem" tardia, atribuida "como sendo a de mais perfeita similariedade" de Jesus, é o "Pantocrator" em propriedade da Igreja Ortodoxa, em cujos "traços artístico" podemos "ler" as informações bílbicas que revelam as mensagens messiânicas e proféticas que Êle legou à humanidade.
Com todo respeito a todos e todas artistas, é de se considerar as bases bíblicas antes de conjecturar ou formular uma interpretação "apócrifa" ou profana, até em respeito ao direito de credo e de fé de cada pessoa.
 
Conheça o rosto de Jesus, segundo a imagem do Santo Sudário



O Santo Sudário é o pano de linho puro, que teria sido utilizado para envolver o corpo de Jesus Cristo após sua crucificação, antes que este tenha sido levado ao Santo Sepulcro. Mede 4 metros e 36 centímetros de comprimento por 1 metro e 10 centímetros de largura. Encontra-se hoje na cidade de Turim, na Itália. No tecido encontramos manchas de sangue humano, com as marcas do flagelo e suplício sofridos por Jesus de Nazaré. Para alguns estudiosos, esse pano seria a prova maior da existência de Cristo e do que este sofreu.


Em 1898, o fotógrafo Secondo Pia fotografou, pela primeira vez, o Santo Sudário. E desta forma, o grande segredo do mesmo teria sido revelado: o aparecimento da imagem de um corpo humano. Assim, Pia teria sido o primeiro homem a contemplar a figura de Jesus Cristo depois de dezenove séculos.


Já com recursos mais aprimorados, em 1931, o Santo Sudário voltou a ser fotografado por Giuseppe Enrie. Pode-se estudar então os ferimentos do corpo de Cristo impressos no tecido. Entretanto, algo de muito curioso ocorreu. Ao ser revelada a fotografia, apareceu no negativo a figura de um homem de frente e de costas.


A imagem que você vê acima foi a primeira inversão negativo-positivo de uma fotografia do Sudário. As manchas de sangue são claramente observadas na chapa. Tem-se a impressão de que as marcas foram feitas por contato direto.


Para os religiosos, o mais importante desse estudo é a revelação não somente da forma, mas da expressão de Cristo, que seria o conteúdo espiritual da foto. "O rosto semita, apesar das chagas, tem um ar de majestade serena e uma expressão de dever cumprido", acredita o cirurgião Dr. José Humberto Cardoso Resende, autor de três livros sobre o tema, que mantém o site http://www.santo.sudario.nom.br, de onde retiramos estas informações.


Segundo José Humberto, a partir dos estudos do Santo Sudário, teria sido possível esclarecer com exatidão quais foram os tipos de torturas sofridas por Jesus, e que marcas estas deixaram em seu corpo.


A foto acima ilustra as marcas das chicotadas nas costas de Jesus, que teria recebido mais de cem chicotadas, mesmo sendo a lei limitada a trinta e nove chicotadas apenas. A agressão foi praticada antes de Jesus ser encaminhado para a cruz, e deixou cortes profundos por todo o seu corpo.


A coroa de espinhos teria sido feita com uma planta do tipo "Zizifus Spina", da família das ramináceas e enterrada na cabeça de Jesus por pauladas. Mais de 70 espinhos perfuraram-Lhe a cabeça, provocando sérios sangramentos e hematomas.


Jesus carregou o Patíbulo (tronco horizontal da Cruz), sobre os ombros. No Calvário, deitaram-No no chão sobre a madeira e O pregaram com cravos nas mãos. Estes perfuraram o carpo, uma das três partes que compõem a mão, penetrando no espaço de "Destot". Não houve fratura de nenhum osso.


Um único cravo grande perfurou os dois pés de Jesus e atingiu a madeira, chamada de Stipes (tronco vertical da cruz). No Santo Sudário, a suposta imagem de Jesus mostra, pela rigidez cadavérica, um pé sobre o outro.


O cravo passou entre o segundo e o terceiro metatarso.

Após Jesus ter morrido, para certificar-se de Sua morte, um soldado desferiu um golpe de lança, que transpassou-Lhe o lado direito do corpo, atingindo o coração. Da ferida escorreu sangue e água (João 19:31-34). A lança teria perfurado vários órgãos, deixando uma ferida de aproximadamente 5 cm na pele de Jesus, como você pode imaginar pela simulação ao lado.
 
A história secreta do cristianismo


Apocrifo é a palavra grega para

por Texto Michelle Veronese

Em 1945, um pastor encontrou um jarro de cerâmica numa gruta próxima a sua aldeia no Egito. Ao abri-lo, achou vários livros escritos em idiomas que ele não compreendia. Algumas folhas amareladas serviram alimentaram o forno a lenha de sua casa. As restantes caíram nas mãos de um religioso local, circularam no mercado de antiguidades e foram resgatadas por um funcionário do governo egípcio. Mais tarde, descobriu-se que a “lenha” era um tesouro de valor incalculável: a coleção de Nag Hammadi, 13 livros com 1 600 anos e histórias que a Igreja tentou abafar durante todo esse tempo. Mas não conseguiu. Depois de sobreviver ao tempo e à censura religiosa, o achado tornou-se o maior e mais importante acervo de evangelhos apócrifos, literatura que tem ajudado a elucidar vários mistérios sobre as origens do cristianismo.



Tesouro dos primeiros cristãos



A maioria dos escritos de Nag Hammadi foi produzida entre os séculos 1 e 3 e seus autores faziam parte das primeiras comunidades cristãs. Nesse acervo, é possível conhecer livros que ficaram de fora do Novo Testamento, como evangelhos de Tomé e Tiago. O interessante desses relatos é que destoam bastante do que aparece na Bíblia. Neles, Jesus tem um lado humano, Madalena é uma grande líder, Deus é um princípio masculino e feminino... Diferenças polêmicas que deixam claro por que os apócrifos sempre foram uma pedra no sapato da Igreja. “Eles representavam outro cristianismo, não oficial, marginalizado”, explica o padre e teólogo Luigi Schiavo, professor do Departamento de Ciências da Religião da Universidade Católica de Goiás. “Eles têm grande valor histórico e religioso porque mostram novas interpretações sobre a figura de Jesus na origem do cristianismo”, enfatiza o especialista.



Naquela época não havia um cânone – nome dado ao conjunto oficial de livros que compõem a Bíblia – mas vários textos, cada qual escrito pelas diferentes seitas existentes, que registravam seus próprios valores e crenças sobre a origem do mundo e da vida, sobre Deus e o messias. E havia muitas divergências. Os docetas, por exemplo, negavam a realidade material de Cristo. Consideravam que Jesus possuía um corpo etéreo e que, por isso, não nasceu nem foi morto na cruz e muito menos ressuscitou. Os ebionitas, por sua vez, defendiam que Jesus tinha nascido de forma natural e só depois de batizado é que Deus decidiu adotá-lo. Já os ofitas acreditavam que Caim era o representante espiritual mais elevado. Para eles, a morte de Jesus foi um crime do Universo, mas um evento necessário para a salvação da humanidade.



Um dos grupos mais influentes do cristianismo primitivo foi o dos gnósticos, que adotavam uma vida ascética, negavam a matéria e acreditavam que o conhecimento era o caminho para a salvação. Algumas facções também defendiam que Deus possuía um princípio masculino e outro feminino. De fato, as mulheres desses grupos atuavam como mestras, líderes e profetisas – uma idéia ainda hoje revolucionária para a Igreja.



E havia também o chamado cristianismo apostólico, baseado nas narrativas dos primeiros discípulos de Jesus. Eles contavam que o messias havia morrido na cruz para salvar a humanidade e aos seguidores cabia a missão de espalhar sua mensagem pelo mundo. Essa tradição começou a ser registrada por volta dos anos 30 e 40 do século 1, em livros como os evangelhos de Marcos, Mateus, Lucas e João. Esses textos eram lidos por muitos grupos, que os consideravam os relatos mais antigos e precisos da vida de Cristo.



A babel de cristianismos resistiu até o século 2, quando alguns bispos decidiram organizar as Escrituras. “Eles precisavam adotar um cânon definitivo para que a religião pudesse se expandir”, explica o frei Jacir. Mas para isso não adiantava traduzir os textos para várias línguas e divulgá-los entre vários povos. Era preciso aparar as diferenças e chegar a uma espécie de “versão oficial”. Na hora de selecionar os livros, o espírito democrático que permitiu a existência das diferentes versões deu lugar às disputas de poder.



Por uma versão oficial



As igrejas maiores e mais influentes tentaram impor seus textos, o que as menores não aceitavam. Havia debates e acusações mútuas de heresia entre elas. A peleja continuou até o século 4, quando tudo indicava que o cristianismo apostólico iria prevalecer sobre os outros cristianismos. Seus 4 evangelhos já eram populares naquela época e, desde o século 2, eram elogiados pelos pensadores da Igreja. Mas faltava tornar esses livros oficiais.



Foi quando o imperador de Roma, Constantino, entrou em cena e interveio no impasse. Na época, com o império em crise, ele precisava de uma bandeira para justificar a expansão e convencer outros povos a aceitarem seu domínio. E a solução estava numa aliança com os cristãos, que por sua vez desejavam espalhar a mensagem de Jesus mundo afora. “Constantino percebeu que era uma grande oportunidade e decidiu fazer do cristianismo a religião oficial do império”, explica o frei Jacir.



Os cristãos deixaram de ser perseguidos em 313 e apenas 12 anos depois seus bispos foram convocados para o Concílio de Nicéia, primeiro passo dado para a criação do Novo Testamento. Na reunião, os evangelhos de Marcos, Lucas, Mateus e João foram escolhidos para narrar a biografia de Jesus por uma razão simples: expressavam a visão dominante na Igreja. E todos os demais foram considerados apócrifos, falsos e perigosos para o estabelecimento do novo livro.



Começou, então, a perseguição a todos que ousavam discordar da recém-formulada Escritura Sagrada. Os gnósticos, docetas, ebionitas e ofitas foram acusados de heresia. Os que insistiam em desrespeitar o cânon eram punidos com a excomunhão ou a morte. Dezenas de livros – ou centenas, já que ninguém sabe ao certo quantos eram – foram destruídos ou queimados. Foi nessa época que alguém decidiu esconder 13 volumes numa gruta, na aldeia de Nag Hammadi, no alto Egito – talvez um cristão perseguido ou um monge do Mosteiro de São Pacômio, que ficava ali perto. Eram evangelhos, cartas e atos dos apóstolos escritos em copta, língua falada pelos cristãos do Egito. O tesouro só foi descoberto 16 séculos depois, por aquele pastor que apresentamos lá no começo, e hoje está no Museu Copta do Cairo, à disposição do público.



O legado



Além desses, muitos outros apócrifos foram excluídos da Bíblia. É o caso dos Manuscritos do Mar Morto, descobertos em 1947, que apresentam cópias de livros do Antigo Testamento, deixadas pela seita judaica dos essênios. E do Evangelho Segundo Judas, descoberto na década de 1970, que conta uma história diferente sobre o discípulo que traiu Jesus. No total, são mais de 100 livros de valor inquestionável para os estudiosos das Escrituras. “São documentos essenciais para compreender a história do cristianismo no 1º e 2º séculos”, afirma o teólogo Paulo Nogueira, professor da Universidade Metodista de São Paulo.



Os apócrifos revelam que o Novo Testamento não nasceu pronto e acabado e que os textos que servem de base para a atual doutrina cristã passaram por um complicado processo de “edição”. Também deixam claro que, ao contrário do que se imaginava, o cristianismo praticado hoje não era o único nos primeiros séculos. Existiam vários cristianismos, cada um com sua própria interpretação da vida de Jesus e seus ensinamentos. Quem lê os escritos deixados por esses grupos pode conhecer outros pontos de vista sobre uma história contada há mais de 2 mil anos.



No entanto, é necessário afrouxar o julgamento antes de mergulhar na leitura. “Devemos compreender esses livros de modo ecumênico e tentando dialogar com os cristianismos de origem”, sugere o frei Jacir. É verdade que esse textos, muitas vezes coloridos e aberrantes, costumam chocar o leitor de primeira viagem. “Mas alguns também podem complementar a nossa fé”, adianta Jacir. Uma prova de que eles não são apenas uma “ameaça” aos cânones da Igreja Católica estão na religiosidade popular e na arte sacra, que buscaram inspiração nas histórias apócrifas. A famosa história dos 3 reis magos que levaram presentes ao menino Jesus e tudo que inspira os presépios natalinos, por exemplo, vêm dos evangelhos apócrifos.







Magdala, a favorita de Jesus



Maria Madalena – ou Miriam de Magdala, como está no hebraico – aparece nos apócrifos como uma mulher sábia e respeitada por Jesus. Ela acompanha o mestre em suas pregações e o ajuda a liderar os primeiros cristãos. O Evangelho de Filipe, do século 2, conta que ela era a seguidora preferida de Cristo, o que despertou o ciúme dos outros apóstolos. “Por que a amas mais que a todos nós?”, perguntavam eles ao Senhor. Uma passagem que ainda enfurece muitos cristãos diz que "o Senhor amava Maria mais do que a todos os discípulos". A liderança de Madalena também é mencionada no evangelho apócrifo que leva seu nome, também do século 2. Numa passagem, Pedro questiona: “Devemos mudar nossos hábitos e escutarmos todos essa mulher?” O texto revela que, apesar dos preconceitos, ela consegue se impor. É uma imagem distante da mulher impura e pecadora que a tradição da Igreja enfatizou durante séculos. Em 1969, o Vaticano reconheceu que houve uma confusão na interpretação das Escrituras (ela teria sido confundida com a pecadora que unge os pés de Jesus no Evangelho de Lucas) e retirou a denominação de prostituta que durante séculos pesou sobre Maria Madalena.



A redenção de Judas



Judas teria entregue Jesus a seu pedido



A história do discípulo que traiu seu mestre por 30 moedas de prata é uma das mais conhecidas do cristianismo. Segundo o Evangelho de Judas – um manuscrito copta (língua falada pelos antigos egípcios) escrito entre os séculos 3 e 4 – o apóstolo pode ter sido condenado injustamente pela história. No texto, descoberto nos anos 70, no Egito, o personagem mais odiado do cristianismo aparece como o discípulo mais próximo e querido de Jesus. Ele denuncia o mestre às autoridades romanas a pedido do próprio Messias, num plano que seria essencial em sua missão de salvar a humanidade. “Nesse contexto, a figura de Judas representa o ideal do discípulo que, recebida a iluminação, cumpre a vontade de Deus, mesmo que ela tenha a ver com a entrega de Jesus à morte”, diz o teólogo Luigi Schiavo. Na versão do Novo Testamento, Judas enforca-se, arrependido. No texto apócrifo é diferente. Ao compreender a importância de sua missão, Judas teria se retirado para meditar no deserto.



A infância de Cristo



Evangelhos mostram lado humano e divino



A literatura apócrifa conta várias histórias sobre a gravidez de Maria e os primeiros anos de vida de Jesus. É uma tentativa de preencher a lacuna da Bíblia, que faz uma única referência à infância do Messias, quando ele visita o Templo de Jerusalém, aos 12 anos. O Evangelho do Pseudo-Mateus, do século 3, conta que o menino fazia milagres ainda na barriga da mãe e que, desde criança, usava seus poderes para curar doentes.”



O quinto evangelho



Historiadores acreditam que Evangelho de Tomé seja inspiração de 3 dos canônicos



O Evangelho Segundo Tomé, do apóstolo que precisava “ver para crer”, é o mais polêmico do acervo de Nag Hammadi. O manuscrito contém 114 parábolas e frases atribuídas a Jesus. As citações são semelhantes às da Bíblia, mas refletem o pensamento gnóstico. Nele, Jesus aparece como um mestre mais místico, que orienta os discípulos a reconhecer sua identidade divina e a buscar Deus em qualquer lugar. Ele foi excluído, apesar de ter sido escrito por volta dos anos 60 e 70 do século 1, mesma época dos evangelhos que entraram para o cânone sob a justificativa de serem os relatos mais antigos do messias. Os pesquisadores chamam esse apócrifo de Quinto Evangelho e suspeitam que ele seja o famoso Fonte Q, escrito nunca achado que teria sido a base de 3 dos 4 evangelhos canônicos. Se isso for verdade, os textos bíblicos são adaptações desse apócrifo, dono dos verdadeiros ensinamentos de Cristo. 
  • O ciclone O Código da Vinci, de Dan Brown, não tem passado em vão. Em seu rastro estão florescendo, como sempre ocorre nestes casos, novos estudos sobre a figura de Jesus de Nazaré com a intenção de revelar seu verdadeiro rosto, coberto até agora sob o manto da ortodoxia eclesiástica. Até quem de palavra se distancia disso, se mostra influenciado de várias maneiras. A tal filão pertence na Itália o livro de Corrado Augias e Mauro Pesce, um jornalista de fama e um historiador de profissão, Investigação sobre Jesus (Inchiesta su Gesú, Mondadori, 2006). Este se presta a uma avaliação global de toda a literatura sobre o "verdadeiro Jesus da história", que se publica aos montes na Europa e na América e segue inspirando novelas, filmes e espetáculos. Examino-o com a intenção de levar um pouco de clareza sobre toda a questão, em nome da "História das origens cristãs" que ensinei durante anos na Universidade Católica de Milão.Existem, como é natural, diferenças entre um e outro autor, entre o jornalista e o historiador. Porém não quero cair eu mesmo no erro que, mais que qualquer outro, compromete, em minha opinião, esta "investigação" sobre Jesus, que é o de ter em conta única e exclusivamente as diferenças entre os evangelistas, jamais as convergências. Parto então do que é comum aos dos autores, Augias e Pesce. Pode-se resumir assim: existiram, no princípio, não um, mas vários cristianismos. Uma de suas versões tomou vantagem sobre as demais; estabeleceu, segundo o próprio ponto de vista, o cânon das Escrituras e se impôs como ortodoxia, relegando as demais à categoria de heresias e suprimindo sua lembrança. Contudo, atualmente podemos, graças a novas descobertas de textos e a uma rigorosa aplicação do método histórico, restabelecer a verdade e apresentar finalmente Jesus de Nazaré por aquilo que foi verdadeiramente e que ele mesmo tentou ser, isto é, algo totalmente diferente do que as diversas Igrejas cristãs têm pretendido até agora que fosse.Ninguém contesta o direito de historiadores a aproximar-se da figura de Cristo, prescindindo da fé da Igreja. É o que a crítica, crente e não crente, vem fazendo desde há ao menos três séculos com os instrumentos mais refinados. A questão é se a presente investigação sobre Jesus recolhe de verdade, mesmo de forma divulgadora e acessível ao grande público, o fruto deste trabalho, ou se em contrapartida traz logo de início uma drástica escolha dentro dele, acabando por ser uma reconstrução de parte.Considero que, lamentavelmente, este segundo é o caso. O filão elegido é o que vai desde Reimarus a Voltaire, a Renan, a Brandon, a Hengel, e hoje a críticos literários e "professores de humanidades", como Harold Bloom e Elaine Pagels. Completamente ausente está a contribuição da grande exegese bíblica, protestante e católica, desenvolvida no pós-guerra, em reação às teses de Bultmann, muito mais positiva acerca de possibilidades de sacar, através dos evangelhos, o Jesus da historia.Nos relatos da paixão e morte de Jesus, por exemplo, em 1998, publicou Raymond Brown ("o mais distinto entre os estudiosos americanos do Novo Testamento, com poucos rivais em âmbito mundial", segundo o New York Times) uma obra de mil seiscentas e oito páginas. Foi definida pelos especialistas do setor como "a medida segundo a qual todo futuro estudo da Paixão será medido", porém de tal estudo não há rastro no capítulo dedicado aos motivos da condenação e da morte de Cristo, nem figura na bibliografia final, que refere diferentes títulos de obras em inglês.Ao uso seletivo dos estudos corresponde uma utilização igualmente seletiva das fontes. Os relatos evangélicos são adaptações posteriores quando desmentem a própria tese; são históricos quando concordam com ela. Até a ressurreição de Lázaro, apesar de estar atestada somente por João, se levada em consideração, se pode servir para fundar a tese da motivação política e de ordem pública da prisão de Jesus (p. 140).

  • Mas o que dizem os apócrifos?

  • Entremos no debate mais direto da tese de fundo do livro. Antes de tudo a propósito das descobertas de novos textos que haveriam modificado o marco histórico sobre as origens cristãs. Trata-se essencialmente de alguns evangelhos apócrifos descobertos no Egito em meados do século passado, sobretudo os códices de Nag Hammadi. Sobre eles se realiza uma operação bastante sutil: atrasar o mais possível a data de composição dos evangelhos canônicos e adiantar o mais possível a data de composição dos apócrifos para podê-los usar como fontes válidas alternativas aos primeiros. Porém, aqui se choca contra um muro não facilmente vencível: Nenhum evangelho canônico (tampouco o de João, segundo a crítica moderna) se deixa fechar mais além do ano 100 depois de Cristo, e nenhum apócrifo se deixa fechar antes de tal ano. (Os mais ousados chegam, com conjeturas, a fechá-los no início de III ou em meados do século II).Todos os apócrifos tomam ou supõem os evangelhos canônicos; nenhum evangelho canônico faz respeito a um evangelho apócrifo. Um exemplo atualmente mais em voga: dos cento e catorze ditos de Cristo no Evangelho copta de Tomé, setenta e nove têm um paralelo nos Sinóticos, onze são variações das parábolas sinóticas. Somente três parábolas não estão atestadas em outro lugar.Augias, seguindo o rastro de Elaine Pagels, crê poder superar este desvio cronológico entre os Sinópticos e o Evangelho de Tomás, e é instrutivo ver de que maneira. No Evangelho de João se assiste, segundo o autor, a uma clara tentativa de desacreditar o apóstolo Tomé, a uma verdadeira perseguição contra ele, comparável à de Judas. Prova: a insistência na incredulidade de Tomé! Hipótese: o autor do Quarto Evangelho não quer talvez desacreditar as doutrinas que já em seu tempo circulavam sob o nome de apóstolo Tomé e que confluirão depois no evangelho que leva seu nome? Assim se supera o desvio cronológico. Esquece-se, desta maneira, que o evangelista João põe precisamente na boca de Tomé a mais comovedora declaração de amor a Cristo ("Iremos também nós morrer com ele") e a mais solene profissão de fé nele: "Senhor meu e Deus meu!" que, segundo muitos exegetas, constitui a coroação de todo seu evangelho. Se Tomé é um perseguido pelos evangelhos canônicos, que dizer do pobre Pedro com todo o que referem dele! A menos que não tenha ocorrido, também em seu caso, para desacreditar os futuros apócrifos que levam seu nome...Porém o ponto principal não é tampouco o da data; é o dos conteúdos dos evangelhos apócrifos. Dizem exatamente o contrário daquilo pelo que se invoca sua autoridade. Os dois autores sustentam a tese de um Jesus plenamente introduzido no judaísmo, que não tentou inovar nada a respeito daquilo; porém os evangelhos apócrifos professam todos, uns mais e outros menos, uma ruptura violenta com o Antigo Testamento, fazendo de Jesus o revelador de um Deus diferente e superior. A revalorização da figura de Judas no evangelho homônimo se explica nesta lógica: com sua traição, ele ajudará Jesus a libertar-se do último resíduo do Deus criador, o corpo! Os heróis positivos do Antigo Testamento passam a ser negativos para eles, e os negativos, como Cain, positivos.Jesus é apresentado no livro como um homem que somente a Igreja posterior elevou à categoria de Deus; os evangelhos apócrifos, ao contrário, apresentam um Jesus que é verdadeiro Deus, porém não verdadeiro homem, fazendo revestida somente a aparência de um corpo (docetismo). Para eles, o que representa dificuldade não é a divindade de Cristo, mas sua humanidade. Está-se disposto a seguir os evangelhos apócrifos sobre este terreno seu?Poderia-se alongar a lista de equívocos no uso dos evangelhos apócrifos. Dan Brown se baseia neles para endossar a idéia de um Jesus que exalta o princípio feminino, que não tem problemas com o sexo, que se casa com Madalena... E para provar isso se apóia no Evangelho de Tomé onde se diz que, se quer se salvar, a mulher deve deixar de ser mulher e fazer-se homem!O fato é que os evangelhos apócrifos, em particular os de matriz gnóstica, não foram escritos com a intenção de narrar fatos ou ditos históricos sobre Jesus, senão para transmitir certa visão de Deus, de si mesmos e do mundo, de natureza esotérica e gnóstica. Basear-se neles para reconstruir a história de Jesus é como basear-se em Assim Falava Zaratustra não para conhecer o pensamento de Nietzsche, mas o de Zaratustra. Por isso no passado, mesmo sendo já conhecidos quase todos, ao menos em amplas passagens, ninguém pensou jamais em poder utilizar os evangelhos apócrifos como fonte de informações históricas sobre Jesus. Somente nossa era midiática, em busca exasperada de novidades comerciais, está fazendo isso.Existem, certamente, fontes históricas sobre Jesus fora dos evangelhos canônicos, e é estranho que se deixem praticamente de fora desta "investigação". A principal é Paulo, que escreveu menos de trinta anos depois da morte de Cristo e depois de ter sido um orgulhoso opositor seu. Seu testemunho somente é discutido a propósito da ressurreição, porém para ser naturalmente desacreditado. Não obstante, que há de essencial na fé e nos "dogmas" do cristianismo que não se encontre já atestado (em sua substância, se não na forma) em Paulo, isto é, antes que ele tivesse tempo de absorver elementos alheios? Se pode, por exemplo, definir não histórico e fruto da preocupação posterior de não alarmar a autoridade romana sobre o contraste entre Jesus e os fariseus e a própria mentalidade legalista de um grupo deles, sem levar em conta o que diz Paulo, que foi um deles e que precisamente por isso havia perseguido firmemente os cristãos? Porém sobre isso voltarei mais adiante, falando da história da Paixão.

  • Jesus: judeu, cristão ou as duas coisas?

  • Chego agora ao ponto principal compartilhado pelos dois autores. Jesus foi um judeu, não um cristão; não tentou fundar nenhuma religião nova; se considerou enviado somente para os judeus, não também para os pagãos; "Jesus é muito mais próximo dos judeus religiosos de hoje que dos sacerdotes cristãos"; o cristianismo "nasce nada menos que na segunda metade do século II".Como conciliar esta última afirmação com a notícia dos Atos dos Apóstolos (11,26) segundo a qual não mais de sete anos depois da morte de Cristo, em torno do ano 37, "em Antioquia foi donde, pela primeira vez, os discípulos receberam o nome de 'cristãos'"? Plínio o Jovem (uma fonte não suspeita!) entre os anos 111 e 113, fala repetidamente dos "cristãos", de quem descreve a vida, o culto e a fé em Cristo "como em um Deus". Em torno dos mesmos anos, Inácio de Antioquia fala cinco vezes do cristianismo como diferente do judaísmo, escrevendo: "Não é o cristianismo que acreditou no judaísmo, mas o judaísmo que acreditou no cristianismo" (Carta aos Magnesios, 10,3). Em Inácio, isto é, em inícios do século II, não somente encontramos atestados os nomes "cristão" e "cristianismo", mas também o conteúdo deles: fé na plena humanidade e divindade de Cristo, estrutura hierárquica da Igreja (bispos, presbíteros, diáconos) até uma clara alusão ao primado do bispo de Roma, "chamado a presidir na caridade".Antes mesmo, pelo demais, de que entrasse no uso comum o nome de cristãos, os discípulos eram conscientes da identidade própria e a expressavam com termos como "os crentes em Cristo", "os do caminho", ou "aqueles que invocam o nome do Senhor Jesus".Entre as afirmações dos dois autores que acabo de referir há uma que merece considerar seriamente e discutir à parte. "Jesus não tentou fundar nenhuma religião nova. Era e continuou sendo judeu". Absolutamente verdadeiro: em efeito, tampouco a Igreja, em rigor, considera o cristianismo como uma "nova" religião. Se considera junto a Israel (uma vez se dizia injustamente "em lugar de Israel") a herdeira da religião monoteísta do Antigo Testamento, adoradores do mesmo Deus "de Abraão, de Isaac e de Jacó". (Após o Concílio Vaticano II, o diálogo com o Judaísmo não é levado adiante pelo organismo vaticano que se ocupa do diálogo entre as religiões, mas pelo que se ocupa da unidade dos cristãos!). O Novo Testamento não é um início absoluto, é o "cumprimento" (categoria fundamental) do Antigo. Pelo mais, nenhuma religião nasceu porque alguém tentou "fundá-la". Acaso Moisés tentou fundar a religião de Israel, ou Buda o budismo? As religiões nascem e tomam consciência de si depois, por parte daqueles que recolheram o pensamento de um Maestro e o fizeram razão de vida.Porém, feita esta precisão, se pode dizer que nos evangelhos não há nada que faça pensar na convicção de Jesus de ser portador de uma mensagem nova? E suas antíteses: "Ouvistes o que foi dito..., Eu, porém, vos digo" com as que reinterpreta até os dez mandamentos e se põe ao mesmo nível de Moisés? Elas enchem toda uma seção do evangelho de Mateus (5, 21-48) isto é, o mesmo evangelista sobre o que faz referência, no livro, para afirmar o pleno judaísmo de Cristo!
  • Legado para os judeus, para os pagãos ou para ambos?
  • Teria Jesus a intenção de dar vida a uma comunidade sua e previa que sua vida e doutrina teriam continuidade? O fato indiscutível da escolha dos doze apóstolos parece precisamente indicar que sim. Mesmo deixando de lado o grande mandato: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura" (alguém poderia atribuí-lo, em sua formulação, à comunidade pós-pascal), não se explicam de outra forma todas aquelas parábolas cujo núcleo originário contém justamente a perspectiva de uma ampliação aos gentios. Pense-se na parábola dos vindimadores homicidas, dos trabalhadores da vinha, no dito respeito a que os últimos serão os primeiros, ou sobre muitos que "virão do Oriente e do Ocidente para sentar-se à mesa com Abraão", enquanto que outros serão excluídos, e outras inumeráveis afirmações...Durante sua vida Jesus não saiu da terra de Israel, exceto alguma breve escapada aos territórios pagãos do Norte; porém isto se explica com sua convicção de ter sido enviado antes de tudo para Israel, para depois levá-lo, uma vez convertido, a acolher em seu seio a todas as gentes, segundo as perspectivas universalistas anunciadas pelos profetas. É muito curioso: existe todo um filão do pensamento judeu moderno (F. Rosenzweig, H. J. Schoeps, W. Herberg) segundo o qual Jesus não teria vindo para os judeus, mas somente para os gentios; segundo Augias e Pesce em contrapartida, ele teria vindo somente para os judeus, não para os gentios.Há que agradecer a Pesce que não aceita liquidar a historicidade da instituição da Eucaristia e sua importância na comunidade primitiva. Este é um dos pontos nos que mais emerge o inconveniente assinalado ao princípio, o de levar em conta somente as diferenças, e não as convergências. Os três Sinóticos e Paulo unanimemente atestam o fato quase com as mesmas palavras, porém para Augias isto conta menos que o fato de que a instituição seja calada por João e que, ao referi-la, Mateus e Marcos tenham "Este é meu sangue", enquanto que Paulo e Lucas têm "Este cálice é a Nova Aliança em meu sangue".A palavra de Cristo: "Fazei isto em memória de mim", pronunciada em tal ocasião, recorda o Êxodo 12,14 e mostra a intenção de dar ao "memorial" pascal um novo conteúdo. Não por nada Paulo em pouco tempo falará de "nossa Páscoa" (1 Co 5, 7), distinta da dos judeus. Se à Eucaristia e à Páscoa se acrescenta o fato incontroverso da existência de um batismo cristão desde o dia seguinte à Páscoa, que progressivamente substitui a circuncisão, temos os elementos essenciais para falar, se não de uma nova religião, de uma forma nova de viver a religião de Israel. Quanto ao cânone das Escrituras, é certo o que afirma Pesce (p. 16) a respeito de que o elenco definitivo dos atuais vinte e sete livros do Novo Testamento foi fixado somente com Atanásio no ano 367, porém não se deveria silenciar o fato de que seu núcleo essencial, composto pelos quatro evangelhos mais treze cartas paulinas, é muito mais antigo; se formou até o ano 130 e no final do século II goza já da mesma autoridade que o Antigo Testamento (fragmento Muratoriano)."Igual Paulo, como Jesus – se disse – não é um cristão, mas um judeu que permanece no judaísmo". Também isto é certo; não diz acaso ele mesmo: "São judeus? Também eu! Até eu mais que eles!"? Porém isto não faz mais que confirmar o que acabo de advertir sobre a fé em Cristo como "cumprimento" da lei. Por um lado Paulo se sente no próprio coração de Israel (do "resto de Israel", precisará ele mesmo); por outro se separa dele (do judaísmo de seu tempo) com sua atitude para com a lei e sua doutrina da justificação mediante a graça. Sobre a tese de um Paulo "judeu e não cristão" seria interessante ouvir o que pensam os próprios judeus...

  • Responsável por sua morte: o Sinédrio, Pilatos ou os dois?

  • Merece discussão à parte o capítulo do livro de Corrado Augias e Mauro Pesce sobre o processo e a condenação de Cristo. A tese central não é nova; começou a circular depois da tragédia da Shoa e foi adotada por aqueles que propugnavam nos anos sessenta e setenta a tese de um Jesus zelota e revolucionário. Segundo esta, a responsabilidade da morte de Cristo recai principalmente, inclusive talvez exclusivamente, em Pilatos e na autoridade romana, coisa que indica que sua motivação é mais de ordem política que religiosa. Os evangelhos desculpam Pilatos e acusam os chefes do judaísmo para tranqüilizar as autoridades romanas a respeito e mantê-las amistosas.
  • Esta tese nasceu de uma preocupação justa que hoje todos compartilhamos: cortar de raiz todo pretexto de anti-semitismo que tanto mal tem causado ao povo judeu por parte dos cristãos. Porém a ofensa mais grave que se pode fazer a uma causa justa é defendê-la com argumentos errôneos. A luta contra o anti-semitismo deve ser situada em um fundamento mais sólido que uma discutível (e discutida) interpretação dos relatos da Paixão. O distanciamento do povo judeu, enquanto tal, à responsabilidade pela morte de Cristo, repousa em uma certeza bíblica que os cristãos têm em comum com os judeus, porém que lamentavelmente por muitos séculos foi estranhamente esquecida: "Sim, a pessoa que peca é a que morre! O filho não sofre o castigo da iniqüidade do pai, como o pai não sofre o castigo da iniqüidade do filho" (Ez 18,20). A doutrina da Igreja conhece um só pecado que se transmite por herança de pai a filho, o pecado original, nenhum mais.
  • Já assegurada a recusa do anti-semitismo, desejaria explicar por que não se pode aceitar a tese do total distanciamento das autoridades judaicas a respeito da morte de Cristo e portanto da natureza essencialmente política dela. Paulo, na mais antiga de suas cartas, escrita em torno do ano 50, apresenta, da condenação de Cristo, a mesma versão fundamental dos evangelhos. Diz que os "judeus mataram o Senhor Jesus" (1 Ts 2,15) e sobre os fatos acontecidos em Jerusalém pouco tempo antes de sua chegada à cidade ele devia estar melhor informado que nós, os modernos, havendo, em um tempo, aprovado e defendido "obstinadamente" a condenação do Nazareno.
  • Durante esta fase mais antiga o cristianismo se considerava mesmo destinado principalmente a Israel; as comunidades nas que se haviam formado as primeiras tradições orais confluídas depois nos evangelhos estavam constituídas em sua maioria por judeus convertidos; Mateus, como observam também Augias e Pesce, está preocupado por mostrar que Jesus veio cumprir, não a abolir, a lei. Se havia portanto uma preocupação apologética, esta teria induzido a apresentar a condenação de Jesus como obra mais dos pagãos que das autoridades judias, a fim de tranqüilizar os judeus da Palestina e da diáspora em relação com os cristãos.
  • Por outro lado, quando Marcos e, com segurança, os demais evangelistas escrevem seu evangelho já tem sucedido a perseguição de Nero; isso deveria impulsionar a ver em Jesus a primeira vítima do poder romano e nos mártires cristãos a quem havia sofrido a mesma sorte que o Mestre. Tem-se uma confirmação disso no Apocalipse, escrito depois da perseguição de Domiciano, no que Roma se faz objeto de uma injúria feroz ("Babilônia", a "Besta", a "prostituta") por causa do sangue dos mártires (Ap 13 ss.). Pesce tem razão ao divisar uma "tendência anti-romana" no evangelho de João (p. 156), porém João é também quem mais acentua a responsabilidade do Sinédrio e dos chefes judeus no processo contra Cristo: como se concilia isto?
  • Não se podem ler os relatos da Paixão ignorando tudo o que os precede. Os quatro evangelhos atestam, pode-se dizer que em cada página, um contraste religioso crescente entre Jesus e um grupo influente de judeus (fariseus, doutores da lei, escribas) sobre a observância do sábado, sobre a atitude com os pecadores e os publicanos, sobre o puro e o impuro. Jeremias demonstrou a motivação anti-farisaica presente em quase todas as parábolas de Jesus. O dado evangélico é tanto mais crível enquanto que o contraste com os fariseus não é em absoluto geral e por preconceito. Jesus tem amigos entre eles (um é Nicodemos); o encontramos às vezes comendo na casa de algum deles; estes aceitam ao menos falar com ele e levá-lo a sério, diferentemente dos saduceus. Sem excluir portanto que a situação posterior tenha influído em carregar ulteriormente as tintas, é impossível eliminar todo contraste entre Jesus e uma parte influente da liderança judia de seu tempo, sem desintegrar completamente os evangelhos e fazê-los historicamente incompressíveis. A obstinação do fariseu Saulo contra os cristãos não havia nascido do nada e não a havia levado consigo de Tarso!
  • No entanto, uma vez demonstrada a existência deste contraste, como se pode pensar que ele não tenha jogado papel algum no momento do ajuste final de contas e que as autoridades judias se tiveram decidido denunciar Jesus ante Pilatos unicamente por temor a uma intervenção armada dos romanos, quase a seu pesar?
  • Pilatos não era certamente uma pessoa sensível a razões de justiça, como para preocupar-se da sorte de um desconhecido judeu; era um sujeito duro e cruel, disposto a reprimir com sangue o mínimo indício de revolta. Tudo isso é muito certo. Porém ele não tenta salvar Jesus por compaixão para com a vítima, mas somente por porfia contra seus acusadores, com os quais estava em marcha uma guerra surda desde a sua chegada. Naturalmente isso não diminui em absoluto a responsabilidade de Pilatos na condenação de Cristo, que recai sobre ele não menos que sobre os chefes judeus.
  • Não é coisa, sobretudo, de querer ser "mais judeu que os judeus". Das notícias sobre a morte de Jesus, presentes no Talmud e em outras fontes judaicas (por mais que sejam tardias e historicamente contraditórias) emerge algo: a tradição judia jamais negou uma participação das autoridades religiosas do tempo na condenação de Cristo. Não fundou a própria defesa negando o fato, senão em todo o caso negando que o fato, desde o ponto de vista judaico, constituía delito e que a sua condenação fora uma condenação injusta. Uma versão, esta compatível com a das fontes neotestamentárias que, enquanto por uma parte tiram à luz a participação das autoridades judias (dos saduceus talvez mais que dos fariseus) na condenação de Cristo, por outra parte freqüentemente a excluam, atribuindo-a à ignorância (Lc 23,34; Hch 3, 17; 1 Co 2,8). É o resultado a que chega também Raymond Brown, em seu livro de mil seiscentas e oito páginas sobre "La muerte del Mesías".
  • Uma nota marginal, porém que toca um ponto bastante delicado. Segundo Augias, Lucas atribui a Jesus as palavras: "Porém àqueles inimigos meus, os que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-los aqui e matai-os diante de mim" (Lc 19, 27), e comenta dizendo que "é em frases como estas que cobram forças os partidários da 'guerra santa' e da luta armada contra os regimes injustos". Há que precisar que Lucas não atribui tais palavras a Jesus, senão ao rei da parábola que está narrando, e se sabe que não se podem trasladar tal qual da parábola à realidade todos os detalhes do relato parabólico, e que em qualquer caso há que trasladá-los do plano material ao espiritual. O sentido metafórico daquelas palavras é que aceitar ou recusar a Jesus não carece de conseqüências; é uma questão de vida ou morte, porém vida e morte espiritual, não física. A guerra santa não tem nada a ver com a outra guerra.

  • Um balançoÉ hora de fechar esta minha leitura crítica com alguma reflexão conclusiva. Não compartilho muitas respostas de Pesce, porém o respeito reconhecendo-lhe pleno direito de cidadania a uma investigação histórica. Muitas delas (sobre a atitude de Jesus para a política, os pobres, as crianças, a importância da oração em sua vida) são inclusive iluminadoras. Alguns dos problemas suscitados — o lugar de nascimento de Jesus, a questão dos irmãos e das irmãs dele, o parto virginal — são objetivas e debatidas inclusive entre historiadores crentes (o último não entre os católicos) porém não são os problemas com os que permanecem ou caem o cristianismo da Igreja.

  • Menos justificada em uma "investigação" histórica sobre Jesus me parece a atenção com a que Augias recolhe todas as insinuações sobre supostos vínculos homossexuais existentes entre os discípulos, ou entre ele mesmo e "o discípulo que amava" (porém não tinha que estar apaixonado pela Madalena?) como também a detalhada descrição de escabrosos sucessos de algumas mulheres presentes na genealogia de Cristo. Da investigação sobre Jesus se tem a impressão de que se passa às vezes a falatório sobre Jesus. Porém o fenômeno tem uma explicação. Sempre existiu a tendência a revestir Cristo com as roupagens da própria época, ou as da própria ideologia. No passado, se bem discutíveis, se tratava de causas sérias e de grande alento: o Cristo idealista, socialista, revolucionário... Nossa época, obcecada com o sexo, não consegue pensar nele mais que concentrado em problemas sentimentais.
  • Considero que o fato de haver situado juntas, uma visão de corte jornalístico declaradamente alternativa, com uma visão histórica também radical e minimalista, levou a um resultado em conjunto inaceitável, não somente para o homem de fé, mas também para o historiador. Ao final da leitura, um se pergunta: como fez Jesus, que não trouxe absolutamente nada novo a respeito do judaísmo, que não quis fundar nenhuma religião, que não realizou nenhum milagre nem ressuscitou mais que na mente alterada de seus seguidores, como fez, repito, para converter-se no "homem que mudou o mundo"? Uma certa crítica parte com a intenção de dissolver estas roupagens postas a Jesus de Nazaré pela tradição eclesiástica, porém ao final o tratamento se revela tão corrosivo que dissolve até a pessoa que está sob eles.
  • A força de dissipar os "mistérios" sobre Jesus para reduzi-lo a um homem ordinário acaba por criar um mistério mesmo mais inexplicável. Um grande exegeta inglês, falando da ressurreição de Cristo, diz: "A idéia de que o imponente edifício da história do cristianismo seja como uma enorme pirâmide situada sobre um fato insignificante é certamente menos crível que a afirmação de que todo o acontecimento – o dado de fato mais o significado inerente a ele – haja ocupado realmente um lugar na história comparável ao que lhe atribui o Novo Testamento" (Cf. H. Dodd).
  • A fé condiciona a investigação histórica? Inegavelmente, ao menos em certa medida. Porém creio que a incredulidade a condiciona enormemente mais. Se um se aproxima da figura de Cristo e dos evangelhos como não crente (é o caso, creio entender, pelo menos de Augias) o essencial já está decidido de partida: o nascimento virginal não poderá senão ser um mito, os milagres, fruto de sugestão, a ressurreição, produto de um "estado alterado da consciência", e assim sucessivamente. Algo, no entanto, nos consola e nos permite seguir respeitando-os reciprocamente e continuar o diálogo: se nos divide a fé, nos une em compensação "a boa fé". Nela os dois autores declaram ter escrito o livro e nela asseguro que o li e discuti.
  • Padre Raniero Cantalamessa

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Como tirar CPF, IDENTIDADE e se ALISTAR no EXÉRCITO



O CPF é um número único que cada cidadão brasileiro economicamente ativo deve possuir, pois ele é indispensável na hora de fazer uma conta no banco, prestar concurso público, fazer compras no crediário e muitas outras coisas. Quem mantém e controla a base de dados do CPF é a Receita Federal, e depois de fazer o cpf pela primeira vez este será para sempre seu número exclusivo. Poucas pessoas sabem, mas é possível tirar o cpf com qualquer idade*, não sendo necessário esperar atingir a maioridade para tirar seu novo CPF pela primeira vez. Ao fazer o CPF você ganha um cartão de plástico com seu nome e número de inscrição, porém nem sempre é necessário usá-lo para comprovar seu número de CPF. Na verdade, qualquer documento oficial emitido pela nação pode ter seu número de cpf anexado por conveniência, como por exemplo a Carteira de Identidade (RG), CNH e Carteira de Trabalho. Abaixo algumas perguntas e respostas relacionadas a como fazer para tirar seu primeiro CPF, tirar a segunda via ou regularizar sua situação cadastral junto a Receita Federal Brasileira.




Onde ir para tirar o CPF? Como tirar?

Para fazer seu CPF você deve se dirigir a uma agência do Banco do Brasil, Correios ou Caixa Econômica Federal. Recomendo tirar seu cpf nos correios para evitar filas. Lá você vai preencher um pequeno formulário e pagar uma taxa (de mais ou menos 5 reais), e ficar com um conprovante de inscrição (ou solicitação de 2a via), que deve ser apresentado alguns dias depois quando você for retirar seu novo cpf. Não é possível tirar seu CPF pela internet.



Quem pode tirar? Posso fazer meu CPF com 16 anos?

Qualquer pessoa pode fazer um CPF por conta própria a partir dos 16 anos. Caso você tenha menos de 16 anos deve ter sua inscrição feita pelos seus Pais ou Responsáveis Legais.



Perdi meu CPF, e agora?

O ideal é que você faça uma ocorrência de registro de perda de documentos junto a polícia civil, para ter um documento comprobatório de que perdeu seus documentos, em caso de alguém usar seu número de cpf com má fé.



Se você lembra do número mas não possui outro documento oficial com o número de inscrição do CPF impresso, você pode imprimir um compqrovante de inscrição nesta página da Receita Federal, e usá-lo temporariamente enquanto seu novo cartão de cpf não é tirado.



Se você perdeu apenas o cartão do CPF, mas possui o número impresso na sua carteira de identidade, não é obrigatório fazer uma segunda via do cartão.



Como regularizar meu CPF?

Se você não declara Imposto de Renda e antigamente apenas fazia a declaração de isento, é simples: basta ir a uma agência do BB, Caixa ou Correios, e preencher o formulário de regularização de CPF. Isto terá um custo de mais ou menos 5 reais.



Se você é obrigado a declarar imposto de renda e seu CPF está suspenso o seu caso é mais complexo, e talvez você precise da ajuda de um contador para fazer a entrega da Declaração Anual de Ajuste do Importo de Renda da Pessoa Física (DIRPF).



Como saber a situação do meu CPF?

Simples, vá até esta página e digite seu número de CPF para fazer uma consulta da situação cadastral. A informação mais importante está no campo Situação Cadastral, que pode conter uma das seguintes opções:



REGULAR

Significa que seu CPF está regular;

PENDENTE DE REGULARIZAÇÃO

Significa que você provavelmente esqueceu de fazer sua Declaração Anual de Imposto de Renda de Pessoa Física do ano anterior; Para regularizar, consulte a Receita Federal e em caso de você ter de apresentar uma Declaração de Imposto de Renda, procure orientação com um contador.

SUSPENSA

Significa que você deixou de fazer sua declaração obrigatória de imposto de renda por 2 anos ou mais, ou então seus dados cadastrais estão extremamente incorretos. Ainda dá para recuperar seu CPF, mas primeiro você precisa se dirigir a Receita Federal para verificar quais são exatamente as pendências do seu CPF.

CANCELADA

Pode ocorrer em caso de óbito, multiplicidade ou por decisão da justiça;

NULA

O CPF se torna nulo quando é detectado fraude ou então algum erro no sistema;

Atenção: Esta página tem apenas carácter informativo. Em caso de divergências entre as informações deste site e da página oficial da Receita Federal (receita.fazenda.gov.br), você deve considerar como válidas as informações da Receita.
 
 
COMO TIRAR IDENTIDADE?
 
No Shopping
 
Existe um posto de atendimento do Detran no Shopping Rio Sul, em Botafogo, com funcionamento até 20h30, para quem deseja tirar o documento de identidade. É necessário agendar a consulta pelo telefone ou pela Internet. DETRAN- RJ / Shopping Rio Sul: Rua Lauro Müller, 116 - Botafogo - Rio de Janeiro/RJ - G2 - Setor Amarelo. Tel: 21-2295-7614.
 
Contar com a tecnologia para facilitar as coisas.
 
Em alguns postos de identificação civil, você não precisa levar a sua foto na hora de tirar sua Carteira de Identidade (RG). Ela é feita no próprio posto, com câmera digital. O Detran informa que a facilidade está sendo estendida para toda a rede de postos. A captura de digitais também já vem sendo feita, em alguns postos, através dos “live scanners”, o que dispensa que você tenha que sujar seus dedos.


Preencher, pela internet, o pedido de identificação, reduzindo, assim, o tempo que você vai lavera no posto. Também na Internet, é possível acompanhar o status da sua Carteira de Identidade. E se você ainda ficou com alguma dúvida, tente tirá-la aqui.
 
COMO SE ALISTAR NAS FORÇAS ARMADAS?
 
Alistamento




O alistamento para o serviço militar é obrigatório à todos os brasileiros do sexo masculino que completam 18 anos idade. A apresentação é feita entre 2 de janeiro e 30 de abril do ano em que os 18 anos se completam, na unidade da Junta de Serviço Militar mais próxima da casa do jovem.





Nesta ocasião, devem ser levados os seguintes documentos:



Certidão de Nascimento;

Comprovante de residência com nome do alistante ou dos pais;

2 fotos 3x4.



Após o alistamento, os jovens recebem o Certificado de Alistamento Militar (CAM), assim como uma nova data para se apresentar para a Seleção Geral, entre os meses de julho e outubro do mesmo ano.







Atenção:



O jovem que não se alista no prazo normal (até 30/04 do ano em que completa 18 anos) fica em débito com o Serviço Militar e passa a ser convocado continuamente a se alistar até que compareça na Junta Militar mais próxima de sua casa para resolver tal pendência. Nestes casos, a penalidade sofrida é o pagamento de uma multa que aumenta de acordo com a demora na regularização da situação. Além disto, aqueles que não se alistam são considerados “refratários” e não podem tirar passaporte, prestar concurso público e se matricular em universidade.







Cidadãos brasileiros no exterior também são obrigados a se alistarem.
 
 


Junta Militar 102 Leblon


AVENIDA BARTOLOMEU MITRE, 1297  - GAVEA - Rio de Janeiro - RJ

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O cuidado com o espírito - Os cultos no ENGP-EMI




Você é daqueles que acorda, corre direto para o trabalho, come apressadamente sem agradecer o alimento, vai dormir sem fazer uma prece, ou em outras palavras, como dizia a minha avó, acorda como um boi e dorme feito um cavalo?

Quando está no trabalho, gosta de fazer piadinhas imorais, escarnecer das fraquezas dos colegas, fica usando sua palavra para conversar futilidades que em nada se aproveita?

Então tome cuidado, porque todos nós, seres humanos somos feitos de duas essências especiais, o corpo e o espírito, e precisamos cuidar dos dois.

 Veja o que diz a palavra em SAMOS 1
  1. Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.
  2. Antes tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.
  3. Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará.
  4. Não são assim os ímpios; mas são como a moinha que o vento espalha.
  5. Por isso os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos.
  6. Porque o SENHOR conhece o caminho dos justos; porém o caminho dos ímpios perecerá.

 

Assim como tomamos banho, nos alimentamos e cuidamos do nosso corpo, também precisamos cuidar do espírito, senão a exemplo do corpo ele adoece, e toda doença do corpo começa primeiro no espírito. São as doenças psicossomáticas. 85% de todas as doenças são psicossomáticas.


Uma das formas de cuidar do espírito é em grupo, até porque a união faz a força,...


  • Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.

...portanto se você quer cuidar do espírito, pode todas as quartas feiras participar do nosso culto evangelico as 11:30 horas no galpão 206, onde aqueles que estão preocupados com  o cuidado do espírito se reunem e juntos oram ao Senhor.

Paralelamente a isso, não deixe de todos os dias ao se levantar, fazer uma leitura da Bíblia ou de uma página otimista e consoladora que venha a imprimir clixês mentais positivos nas telas delicadas de sua memória. Siga esses momentos com uma prece intentando aurir inspiração e forças no amor de Deus. Também ao deitar siga esse ritual todos os dias. Fazendo isso estarás fazendo a profilaxia da sua essência espiritual, e caminhando guardado no amparo dos anjos do Senhor.

Dessa forma Deus estará guiando seus caminhos e eles serão mais seguros e amparados.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

UMA PROPOSTA INTELIGENTE PARA ACABAR COM O TRAFICO DE DROGAS.


Essa proposta foi baseada em profundas reflexões, e é uma resposta a uma declaração do Presidente Lula que afirmava não existir um plano para se acabar com o trafico de drogas. Dessa forma farei o que for possível para que essa proposta chegue ao Governador Sérgio Cabral do Rio de Janeiro e ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o nosso Lula.



Antes de entrarmos na nossa proposta acho imprescindível que se estabeleçam algumas leis sociais para que possamos trabalhar inteligentemente em cima dessas leis. Leis essa que foram formuladas tendo por base a observação lógica e elementar.

LEIS SOCIAIS SIMPLES E ELEMENTARES.



1 - Toda sociedade tem em sua composição indivíduos moralmente bem formados e que observam a lei procurando cumpri-la, não se deixando seduzir por oportunidades que os levariam a obter vantagens ilegais. Mas toda sociedade tem também indivíduos que não são moralmente bem formados e que se tiverem oportunidade de levar vantagem ilegal não vacilarão em obte-las.



2 - A quantidade de indivíduos que irão lançar mão de meios e recursos para obter vantagerns ilegais em uma sociedade é diretamente proporcional às facilidades que tais indivíduos encontrarão dentro da sociedade para atigir seus objetivos ilegais.



3 - Todo cidadão que  é moralmente mal formado tende a ser inconsequente, portanto embra não seja um criminoso em essência é um indivíduo que não mede as consequencias de uma ação ilegal, e isso pode leva-lo ao crime tornando-o um criminoso e consequentemente um peso a mais para a sociedade tanto pelo ponto de vista de sua ação criminosa como pelo ponto de vista de que poderia ser um cidadão produtivo, deixando de se-lo e se tornando um cidadão a ser mantido pela sociedade provávelmente em um presídio, acarretando recursos para mante-lo e recupera-lo.



4 - Toda atividade que envolve lucro e se torna ilegal, tende a se valorizar, potencializando o lucro, e isso gera um mercado ilegal e potencialmente atrativo para indivíduos dispostos a explora-lo ilegalmente.



5 - Toda atividade que gera lucros exponenciais por ser ilegal, mesmo sendo ilegal continuará existindo na clandestinidade e procurará se expandir como uma atividade comercial, obedecendo a lei de que não existe espaço vazio dentro de um mercado. Portanto se a oportunidade do lucro ali está, sempre existirá quem o explore, podendo haver competição entre grupos.



6 - Toda atividade ilegal que é explorada na clandestinidade, não obedece éticas de comportamento social, e portanto os meios de que se utiliza para impor sua atividade inclui pela própria natureza todo e qualquer recurso, legal ou ilegal, inclusive outras modalidades de crime o que se impõe dentro de uma atividade competitiva entre grupos diferentes que exploram o mesmo negócio.



7 - Toda atividade ilegal e clandestina que gera lucros exponenciais tem ao seu dispor recursos econômicos que fácilmente corompem os aparelhos repressores destinados a combate-los, principamente em uma sociedade que não tem uma sólida formação moral, e principalmente em aparelhos policiais não remunerados eficientemente.



8 - A atividade que gera lucros exponenciais e que é ilegal, uma vez tornada legal, desestimula a formação de quadrilhas e artifícios ilegais para sua manutenção já que é mais barato opera-la legalmente do que ilegalmente, enquadrando-se dessa forma dentro das regras sociais e podendo gerar inclusive ganhos para a sociedade como impostos por exemplo.



9 - Nenhuma sociedade jamais conseguirá conter por meio da repressão a não ser por meio do terror, uma atividade ilegal que tenha inúmeros consumidores, e principamente se essa atividade ilegal está relacionada ao vício.



10- O indivíduo que vem a se tornar um viciado, sentirá uma enorme compulsão pela aquisição do produto intoxicante, tendo em vista que se tornará um dependente da droga, e não medirá esforços para intentar adquirir a droga para seu consumo, podendo inclusive ser induzido ao crime, objetivando satisfazer sua necessidade.

A história é o exemplo vivo das leis citadas acima:


Vale a pena dar uma pesquisada no caso americano que envolveu a criação da lei seca de 1920 a 1933, em uma época em que ainda não existia o crack ou a cocaina e o alcool era a atração maior para uma legião de viciados que compunham uma sociedade com o todos com os seus submundos.






A Lei Seca


Ex-jogador de beisebol, o reverendo Billy Sunday era um dos religiosos mais populares dos Estados Unidos. Conhecido por seus eloqüentes discursos, ele adotou um tom épico naquele 16 de janeiro de 1920. A platéia de 10 mil fiéis, na cidade de Norfolk, ficou radiante. "O reino das lágrimas acabou. As favelas logo serão memória. Vamos fazer de nossas prisões fábricas e das cadeias armazéns. Homens caminharão eretos, mulheres vão sorrir e as crianças darão risadas."



No mesmo dia, a Constituição americana ganhara sua 18ª emenda, proibindo a fabricação, o comércio, o transporte, a importação e a exportação de bebidas alcoólicas. Era a Lei Seca, adotada com o objetivo de salvar o país de problemas que iam da pobreza à violência. Sunday e muitos outros americanos acreditavam que todos esses males tinham apenas uma raiz: o álcool.


Válida por 13 anos, a emenda se tornou um dos maiores fracassos legislativos de todos os tempos. Em vez de acabar com os problemas sociais atribuídos à bebida, a Lei Seca fez o contrário.


A medida desmoralizou as autoridades e foi um estímulo à corrupção. Cidades como Chicago e Nova York viram a criminalidade explodir, enquanto a máfia enriquecia com o contrabando de álcool.


Em todo o país, movimentos contra as bebidas existiam desde o século 19. A campanha ganhou escala nacional e, em dezembro de 1917, o Congresso aprovou a 18ª emenda. Em pouco mais de um ano, ela foi ratificada pela maioria dos estados, o que garantiu sua entrada em vigor em 1920. O texto instituía o Ato de Proibição Nacional, também chamado de Ato de Volstead (homenagem a Andrew Volstead (foto), deputado que liderou a iniciativa). Era considerada "intoxicante" qualquer bebida que tivesse mais de 0,5% de álcool (as cervejas mais fracas têm cerca de 2%).


Mas por que a nação mais poderosa do mundo deu tanta importância para as bebidas a ponto de proibi-las? Boa parte da resposta parece estar no protestantismo predominante nos Estados Unidos, que inclui a idéia do "Destino Manifesto": os americanos seriam o povo eleito por Deus para guiar o mundo. Para manter a nação no caminho certo, a sobriedade deveria ser estabelecida por decreto. "Se a honra do grupo depende de todos, o pecado individual pode arrastar a todos", diz Leandro Karnal, professor de História da América da Universidade Estadual de Campinas.

Bebida indo pelo ralo.
Apesar de ter o apoio de muitos setores da sociedade, a Lei Seca foi ignorada por milhões de americanos. Não importava a classe social: quem queria beber - o que era permitido, mas, em tese, impossibilitado pela lei - dava um jeitinho.


Muitos iam para o Canadá e voltavam com caminhonetes e lanchas cheias de bebida. Outros faziam no quintal o próprio uísque. Havia ainda quem se passasse por padre ou medico para obter litros de vinho sacramental ou de destilados medicinais (que tinham uso controlado).


Logo essa demanda começaria a ser atendida de forma organizada. Eram os gângsteres - em sua maioria, imigrantes vindos de países como Itália e Irlanda. Antes da Lei Seca, esses mafiosos viviam do jogo e da prostituição. Passaram então a dominar também os milionários negócios com bebidas, corrompendo policiais, elegendo politicos e matando seus concorrentes.


Em Nova York, o principal mafioso era o siciliano Joseph Bonanno - apontado como a inspiração de O Poderoso Chefão (livro de Mario Puzo que se tornou um clássico do cinema). Já Dean O'Banion inundava o norte de Chicago com cerveja e uísque vindos do Canadá, enquanto Johnny Torrio contratava policiais para proteger seus interesses no sul da cidade.


Alphonse CaponeMas nenhum gângster se tornou tão lendário quanto Alphonse Capone. Filho de napolitanos, ele nasceu em 1899, em Nova York. Conheceu Johnny Torrio aos 14 anos e, com a Lei Seca, passou a auxiliá-lo no contrabando de bebidas em Chicago.
  • Quando o rival O'Banion resolveu enfrentá-los, foi morto em sua floricultura. Em 1925, Torrio se aposentou, deixando Chicago inteira para "Al" Capone, que expandiu o império illegal para cidades como Saint Louis e Detroit. Apesar de todos os assassinatos e outros crimes atribuídos a Capone, foi a sonegação de impostos que o pôs na cadeia.
  • Em 1931, graças às investigações conduzidas pelo agente fiscal Eliot Ness, líder dos "Intocáveis" (grupo de agentes que combatia a máfia), Capone passou cinco anos na penitenciária de Alcatraz, na Califórnia. Morreria em liberdade, no dia 25 de janeiro de 1947 - apenas cinco dias antes de Andrew Volstead, o "pai" da Lei Seca.
  • Um dos principais motivos que tornou a Máfia italiana algo tão poderoso nos EUA nas primeiras décadas do século XX foi a chamada Lei Seca ("Volstead Act"), entre 1922 e 1933. A proibição de fabricação e venda de bebidas alcoólicas foi vista pelos gangsters (não só italianos) como uma grande oportunidade lucrativa, pois o povo estadunidense não havia ficado nada contente com a nova lei e comprariam bebidas alcoólicas de qualquer forma não importando a procedência. Então, surgiram milhares de pequenas fábricas clandestinas por todo o país, assim como bares.
  • A polícia nada fez para impedir, já que era impossível conter a enorme demanda, e aproveitava para receber subornos para a "taxa de permissão" de álcool. Também surgiram várias rotas clandestinas de importação de bebidas estrangeiras, principalmente do Canadá.
  • Tal época foi chamada de "Era de Ouro" para o crime organizado americano. E quando a Lei Seca foi revogada, os criminosos mais inteligentes, como Charles "Lucky" Luciano, legalizaram suas fábricas clandestinas, continuando num negócio ainda lucrativo como a bebida.Os principais chefões até 1930 foram Giuseppe "Joe the Boss" Masseria, que lutou pelo título de "Capo di tutti Capi" contra Salvatore Maranzano, ambos sediados em New York City.
  • Gaetano "Tom" Reina, Gaetano "Tommy Three-Fingers Brown" Lucchese, Gaetano "Tom" Gagliano, Giuseppe "Joe" Profaci, Giuseppe "Joe Bananas" Bonanno (americanizado Joseph e mais conhecido como Joe Bonanno), Vito Genovese (oriundo de Nápoles), Frank Costello (nascido Francesco Castiglia, calabrês), Vincenzo e Filippo Mangano (irmãos, americanizados Vincent e Phillip), Umberto Anastasio (mais conhecido como Albert "Mad Hatter" Anastasia), Carlo Gambino, Charles "Lucky" Luciano (nascido Salvatore Lucania), e Alphonse "Scarface Al" Capone, são alguns nomes que fizeram movimentar a Máfia nessa época.
  • Charles "Lucky" Luciano foi quem organizou as bases da organização até os dias de hoje quando teve a idéia da formação da Comissão e também a abertura nas fileiras da Cosa Nostra não só para sicilianos mas também para qualquer italiano ou ítalo-americano (filho de italianos mas nascido nos EUA), já que seus principais auxiliares eram um napolitano (Vito Genovese) e um calabrês (Frank Costello), além de um poderoso judeu russo da época, Mayer Schwoljansky, mais conhecido como Meyer Lansky, e Benjamin "Bugsy" Siegel, mas que não foram aceitos por total oposição dos outros gangster italianos.
  • Grande ressaca
  • Sob a Lei Seca, os bebedores se encontravam nos speakeasies. Eram bares clandestinos, muitas vezes subterrâneos, nos quais era preciso falar baixo (speak easy, em inglês) para não chamar atenção.
  • O clima da época foi descrito em diversos livros. O mais célebre é O Grande Gatsby, de 1925, obra-prima do americano F. Scott Fitzgerald. O personagem-título é um contrabandista de bebidas que promove festas regadas a coquetéis.
  • A Lei Seca, aliás, tem tudo a ver com a disseminação de drinques incrementados. O hábito servia para mascarar o gosto ruim dos destilados clandestinos - um exemplo é o bloody mary, à base de suco de tomate, que teria sido criado durante a proibição.
  • E os destilados não eram ruins só no gosto. Muitos uísques, runs e gins da época eram feitos de maneira tosca. Alguns continham substâncias tóxicas na formula - como alvejante, solvente de tinta e formol. A baixa qualidade das bebidas contribuiu para que os casos de morte por cirrose nos Estados Unidos praticamente não diminuíssem durante a Lei Seca.
  • Mas nem todas as mortes relacionadas à bebida tinham a ver com o fígado. Entre 1920 e 1935, as taxas de assassinato cresceram 30% nos Estados Unidos. Os americanos, contudo, seguiam suportando a proibição. Afinal, o país vivia uma época de prosperidade econômica.
  • A situação mudou com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929: indústrias fecharam as portas e famílias perderam todo o dinheiro que tinham. Começava a Grande Depressão - que deixaria um em cada quatro americanos desempregado.
  • A crise foi decisiva para que a Lei Seca acabasse. Seus inimigos começaram a dizer que legalizar as bebidas criaria empregos, estimularia a economia e aumentaria a arrecadação de impostos. Em março de 1933, dias depois de assumir a presidência, Franklin Roosevelt pediu ao Congresso que legalizasse a cerveja. Foi atendido.
  • Finalmente, em 5 de dezembro, a Lei Seca se tornou a única emenda da Constituição americana a ser revogada. O país viveu um clima de Réveillon antecipado, com fabricantes e bebedores saindo das sombras.
  • Hoje em dia, ainda há quem ache que a Lei Seca foi uma boa idéia. De fato, o volume de bebidas ingerido pela população diminuiu: o número de litros consumido em 1915 (último ano em que houve esse levantamento antes de a lei entrar em vigor) só seria atingido novamente em 1970.
  • O problema é que, com a proibição, os americanos mudaram de hábitos. Como a cerveja era mais difícil de ser feita, eles passaram a preferir destilados, que contêm muito mais álcool. A Lei Seca fez os Estados Unidos beberem menos, mas beberem pior. Além disso, transformou os mafiosos em lendas vivas. "Nós tendemos a romancear homens como Al Capone e seus contemporâneos, mas eles eram tão violentos quanto os traficantes de drogas de hoje", afirma a jornalista inglesa Lauren Carter, autora de Os Gângsteres mais Perversos da História.



Qualquer semelhança entre o caso americano e o que ocorre hoje nos grandes centros do mundo inteiro não é mera coincidência. Procura-se proibir um produto, no caso o TÓXICO em seus mais diversos nuances, contra um mercado consumidor ávido por consumi-lo e que não poupará esforços no sentido de obte-lo, pagando o que for necessário.


A nossa proposta no sentido de resolver o problema da droga, tem que pensar em todos os envolvidos e buscar soluções para todos os casos, utilizando-se de meios inteligentes no sentido de obrigar os cidadãos a fazer o que a sociedade determina sem o uso da repressão.


As medidas seriam as seguintes:


1 - A PROPAGANDA


Uma intensa campanha de propaganda por meio do Radio, da TV e de matéria obrigatória  em escolas, no sentido de conscientizar jovens que seriam potenciais consumidores contra o uso da droga. Cremos que muitos consumidores entram no mundo das drogas porque pensam que podem entrar e depois sair quando quiserem. Esse é um engano que precisa ser colocado de forma bem clara. Basta consumir o crack pela primeira vez que já se terá tornado um viciado.


2 - A MARGINALIZAÇÃO


Todo consumidor de droga seria um inimigo da sociedade, e potanto impedido de participar dela. O uso da droga é fácilmente detectado por um simples teste de urina. Todo indivíduo para trabalhar, tirar carteira de identidade, abrir conta em banco, ou ter seus direitos sociais adquiridos precisaria fazer um teste de urina. Se esse teste de urina acusar a presença de substancia intoxicante como cocaina, esse indivíduo seria encaminhado a um teste toxicológico, que uma vez comprovado, acarretaria a exigência de que esse indivíduo fosse encaminhado a um programa de reeducação e libertação da droga para que pudesse voltar a  ter seus direitos individuais como cidadão reconhecido. Dessa forma todos teriam um caminho para voltar a se reintegrar a sociedade, caminho esse que envolve o abandono definitivo da droga. Muitos indivíduos ficarão gratos depois.


3 - CONSUMO DE PARTE DO VICIADO.


Temos que entender que o viciado precisa da droga. Ele não pode viver sem ela, já que se tornou dependente. Então é preciso pensar nesse indivíduo, e permitir que ele tenha uma forma de suprir essa necessidade sem que para isso tenha que se dispor a se envolver com criminosos para obter a droga. Em função disso seriam criados centros de assistência ao viciado. Nesses centros em contacto com um psicologo que o orientaria de forma a suprir suas carências psicológicas que muitas vezes é o veiculo de indução ao consumo da droga, seria lhe fornecdo a droga em forma de medicamento, medicamento esse produzido pelo próprio governo com  tarja preta (Droga prescrita e altamente controlada). Esse indivíduo então não precisaria ser extorquido pelo traficante e nem precisaria lançar mãos de meios muitas das vezes criminosos para obter a droga pois essa viria às suas mãos gratuitamente. Dessa forma estaria extinto o tráfico pois não seria necessário mais comprar a droga, já que ela seria produzida pelo governo com uma qualidade que não colocasse em risco a saude do viciado, já que é notório a colocação de outras substancias na droga, o que pode torna-la um veículo de morte por outros efeitos associados à droga, inclusive a overdose.




















 














    <