Para os funcionários da Petrobras que não aderiram ao plano Petros (Plano de previdência privada da Petrobras) e que pensam em aderir ao plano PETROS II, que na verdade é um plano de previdência proporcional e que oferece rendimentos proporcionais ao montante dos depósitos que o participante depositar ao longo do restante do seu tempo de vinculação com a patrocinadora ou seja a PETROBRAS, fica a seguinte dúvida. VALE A PENA?
É uma boa pergunta levando-se em conta que para cada montante depositado a patrocinadora entra com uma parte igual, ou seja se o participante do plano Petros II deposita mil reais, a patrocinadora PETROBRAS deposita mais mil reais, totalizando dois mil reais, sendo que esses mil reais da patrocinadora e seus rendimentos não poderão ser retirados no caso em que o participante faz a opção pela retirada do montante total. Essa opção é disponibilizada como também a opção de manter um rendimento mensal proporcional ao montante depositado no fundo.
Há que se levar em conta que o objetivo do fundo de previdência privada é ter lucro, ou seja de dar menos do que recebe, e nesse caso a PETROS, aposta na sua morte, pois quanto mais cedo o segurado morrer, mais cedo deixará de receber os proventos da sua aposentadoria, e por isso o cálculo dos rendimentos é feito em uma perspectiva de vida que o segurado terá a partir da sua aposentadoria levando-se em conta ai a idade do segurado.
Dessa forma o montante que a empresa PETROBRAS deposita fica normalmente lá guardado como um seguro, para o caso do segurado viver mais do que o previsto. Nesse caso esses valores cobririam o déficit ai criado. Se o segurado optar por retirar todos os valores depositados, ai esses valores depositados pela patrociandora ficam para a PETROS. A empresa de previdência privada, que irá então faturar alto.
O maior risco que os empregados cobertos pelos planos de previdência privada correm no entanto é a má gestão dos fundos, ou a gestão fraudulenta. É bem sabido que a Petros é um fundo gerido de acordo com interesses do governo que o utilizou muito no passado para compor carteiras de investimentos nas aquisições de empresas estatais colocadas em leilão, quando os consórcios que iriam adquirir tais empresas tinham dificuldade em fechar a participação suficiente para adquirir determinadas empresas.
É sabido que a Petros tem em seu conselho a maioria de participantes da Petrobras, ou seja representantes do conselho que representam os interesses da Petrobras. A Petrobras é uma empresa que representa o interesse do seu acionista majoritário, ou seja o GOVERNO. Os participantes que representam os empregados são minoria, embora os recursos sejam em sua maioria dos empregados.
É sabido que a Petros tem em seu conselho a maioria de participantes da Petrobras, ou seja representantes do conselho que representam os interesses da Petrobras. A Petrobras é uma empresa que representa o interesse do seu acionista majoritário, ou seja o GOVERNO. Os participantes que representam os empregados são minoria, embora os recursos sejam em sua maioria dos empregados.
Dessa forma vimos a PETROS compondo consórcios junto com empresas claramente fraudulentas como o grupo OPORTUNITY de Daniel Dantas de triste memória.
Essas práticas já levaram a PETROS a um estado falimentar no passado. Ela só foi salva porque abriu o seu leque de opções incorporando novos patrocínios que injetaram dinheiro novo na empresa. Alguns acordos também vantajosos, fechados com a PETROBRAS, permitiram injeção de recursos na empresa, bem como um plano de repactuação com os funcionários, que no fundo pretendia retirar garantias antes dadas pela Petrobras em caso de não cumprimento de obrigações com os segurados, colocando a PETROBRAS como avalista. Com a repactuação a PETROBRAS salvou-se dessa furada. Tanto é verdade que para fechar a repactuação foi oferecido dinheiro aos segurados, que tentados pela aquisição desses recursos, abriram mão de alguns direitos. Provávelmente terão que lamentar muito isso no futuro.
Com certeza não leram as matérias aqui no nosso blog sobre as empresas de previdência privada da VARIG e da VASP. Leia aqui.
Mas com relação à dúvida se vale ou não fazer um plano PETROS II. Veja algumas opiniões:
OBS: Quem já tem um plano PETROS e já contribuiu ao longo de sua vida, não vale mais a pena deixar a seguradora. As considerações aqui são para quem ainda não aderiu.
A Federação Nacional dos Jornalistas fez um acordo com a Petros (fundo de pensão da Petrobras) para oferecer a previdência privada deles à categoria. A Petros está fazendo convênios com vários sindicatos profissionais óbviamente oferecendo alguma vantagem a esses sindicatos, buscando aumentar sua carteira. Como muitos amigos meus estão tentados por essa “oportunidade”, quero fazer um alerta a todo mundo: caiam fora!
Além disso, a Petros corrige a inflação pelo IPCA (índice dos mais baixos), enquanto outros agentes no mercado oferecem correção pelo IGPM (bem melhor). Ou seja, a Petros é uma roubada.
Mas falemos sobre planos de previdência privada no geral, suas vantagens e desvantagens. Vamos para a ponta do lápis.
A única real vantagem da previdência privada é que ela adia o pagamento do imposto de renda. Ou seja, você só pagará o imposto sobre os rendimentos no resgate, daqui a 20 ou 30 anos (dependo da sua opção). Nesse meio tempo, o dinheiro que você pagaria ao governo (caso você estivesse depositando em qualquer outro tipo de fundo) continua rendendo a seu favor.
O problema é que, se a taxa de administração for alta, ela anula essa vantagem completamente. Meu conselho é: se quiser mesmo fazer uma previdência privada, procure buscar taxas menores (na casa dos 2% para baixo), sempre lembrando de observar instituições sólidas, pois se trata de investimento de décadas e se o fundo que você investiu suas economias quebrar, babau… Adeus aposentadoria.
Eu, particularmente, não faria previdência privada. As desvantagens são muitas se comparada com os fundos de investimento normais.
Existe, por exemplo, uma altíssima penalização em caso de retirada antes do prazo contratado. Digamos que você tenha a necessidade urgente de ter dinheiro em mãos (doença, oportunidade muito boa de aquisição de um bem, etc), vai pagar multa e impostos mais altos.
Nos fundos de investimento normais, você não paga multa. Tem liquidez (dinheiro na hora que precisar) e os rendimentos costumam ser bem superiores à previdência privada (quase o dobro, a depender do grau de risco envolvido numa e noutra operação) com taxas de administração bem menores.
Você só precisa de disciplina para não sacar do fundo por qualquer ímpeto de consumo.
Mas, se você passar os mesmos 30 anos poupando a mesma quantia mensal num fundo normal, terá um rendimento muito maior na velhice. Tenha certeza.
A Petros cobra uma taxa de administração de 6% sobre tudo o que você depositar no fundo. É uma das mais altas taxas do mercado. Só para comparação, o Itaú cobra entre 1% e 4% de taxa de administração (variando conforme a contribuição mensal do participante e o plano escolhido). A AGF Seguros, subsidiária da Allianz Group (maior seguradora alemã e uma das maiores do mundo), também cobra 1% de taxa de administração de sua previdência. Eu disse UM POR CENTO. Muitas outras instituições trabalham com taxas mais competitivas que o fundo de pensão da Petrobras.
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