Dr. Victor Sorrentino
Hoje minha intenção é fazer você refletir. Mas primeiro, assista a esta excelente reportagem feita pela Rede Band, onde um trabalho de investigação conseguiu demonstrar a fundo, boa parte da relação da Medicina com os laboratórios farmacêuticos. Profissionais ganhando comissões, viagens, jantares e congressos, tudo para que simplesmente prescrevam medicamentos à população. Sem dúvida alguma, uma das reportagens mais assustadoras que você verá em termos de saúde:
Grande parte das pessoas que desejam seguir a carreira da saúde, têm no fundo uma vontade de ter o poder da cura. E é assim que o estudante de medicina se desenvolve aprendendo formas de curar enfermidades, tendo aulas e mais aulas sobre corpo humano, fisiologia, anatomia, bioquímica, especialidades clínicas, cirúrgicas, etc…
Sabe aquela piada que diz que o médico acha que é Deus, e o juiz tem a certeza de que é? Pois é isto mesmo, dificilmente você ouvirá da boca de um médico esta afirmação, mas tenho certeza de que grande parte das pessoas compartilha desta opinião a respeito destas áreas, é tipo aquela “brincadeira com fundo de verdade”.Entretanto a coisa poderia ser explorada de forma a buscar entender tais pensamentos e corrigir eventuais equívocos. Poderia não, DEVERIA! Pois bem amigos, quando nós abrimos nossas cabeças, deixamos o excesso de ceticismo de lado e pelo menos nos permitimos ouvir idéias e conhecimentos diferentes daqueles que temos como verdade absoluta, as coisas mudam. Por vezes, até radicalmente.
E é exatamente isto que acontece com os médicos que ultrapassam as cortinas da Medicina convencional. Infelizmente, o meio termo que deveria ser praticado e exercido por todos em todas as áreas, uma vez que sabemos que o ideal é o equilíbrio, “nem ao 8, nem ao 80″, não é ensinado e existe sim uma causa por trás disto: Mercado, dinheiro e poder.
Hoje, através de 1 história verídica, a qual presenciei e vou com toda certeza fazê-los pensar muito. Vou resumi-la para que vocês entendam o recado diretamente.Gustavo (nome fictício) descobriu que era portador de um tumor de reto (câncer de intestino) há alguns meses. Estava bem, mas com única queixa de sangramento ao evacuar. Desespero familiar e pessoal, primeiro caso na família, homem jovem (50 anos), de hábitos de vida e alimentação saudáveis. Foi levado aos especialistas conhecidos como “professores”, “PhDs” na cidade do Rio de Janeiro e a decisão tomada. Apesar de não haverem evidências de metástase, ele entraria no protocolo da Quimioterapia + Radioterapia e depois seria submetido a cirurgia curativa. E já que ele tem médicos na família, a decisão teve forte apoio familiar e confiança total no protocolo indicado.
Em seu caso, indicaram uma Quimioterapia nova, com doses orais e um tratamento particular. Naquele “jogo” habitual de um médico mandando pro outro para estabelecerem um tratamento “ideal”, o tratamento foi iniciado.
Lembro como se fosse hoje, de ter passado algumas noites pensando sobre o que eu poderia fazer para ajudá-lo, já que toda estrutura da minha Clínica fica em Porto Alegre e que, mesmo assim, muito do que eu aconselharia, poderia trazer sérios problemas sociais de minha opinião, com a opinião mais ortodoxa dos familiares médicos. Passei dias pensando na frase que ouvira não só de um de meus maiores mestres, Dr. Lair Ribeiro, bem como da boca de outros muitos cientistas desvinculados às indústrias farmacêuticas: “Grande parte dos pacientes com Câncer não morrem do câncer, mas sim das Quimioterapias”.
Decidi ir até ele, e ainda no primeiro dia de seu tratamento fui claro e objetivo. Disse-lhe que se fosse Eu, em seu caso, sem metástases, não faria Quimioterapia. O motivo é longo, mas fundamentalmente baseado no fato de que ninguém sabe o que pode acontecer de efeitos colaterais com estes venenos. Se fosse realizado somente Radioterapia na busca de diminuir o Tumor e, posteriormente uma Cirurgia para removê-lo, com toda certeza a segurança era muito alta de resolução do problema.
Portanto, Quimioterapia para que? Para talvez uma possibilidade de, no futuro, não ter recidiva? E como acreditar nisso, se nunca comparamos os indivíduos com eles mesmos para saber se realmente vale a pena ou não nestes casos?
Vejam bem, estou falando sobre um caso isolado, pois em outros tipos de tumores, as abordagens podem ser diferentes e mesmo minha opinião sobre Quimioterapia pode ser positiva.
Mas isso me motivou a pesquisar, pesquisar e ver que por coincidência, a única classe de medicamentos NO MUNDO que até hoje nunca precisou ser comparada a placebo (pílula de farinha ou açucar), foram os Quimioterápicos. Muito estranho, pois a resposta da indústria farmacêutica é que esta doença é muito importante, que não há espaço para se comparar com placebo.
Peraí, então resumindo:
Nunca testamos a diferença das quimioterapias em termos de recidiva, com tratamento placebo! Milhares de pessoas morrem por efeitos adversos destes venenos!
Se realizar a cirurgia estaremos “nos livrando” do problema!
Só Deus sabe se no futuro haverá recidiva (existem muitos detalhes aqui a serem ditos)!
Bom, não tinha como eu não ir lá e falar com aquele homem, colocar pra fora a angústia que me prendia ao conhecimento que tinha comigo.
Ao mesmo tempo sabia que seria somente uma voz, que apesar de ter muita confiança por parte dele, não transcenderia a opinião daqueles super especialistas. E na verdade, inclusive quando fui até o Dr. Lair Ribeiro para pedir-lhe opinião, fui aconselhado a não interferir, por diversos motivos.
A evolução do tratamento passou a ser drástica e triste, pois já no quarto dia da Quimioterapia o homem estava em uma situação absolutamente debilitada, nem parecia mais aquele homem enérgico e com toda vida que conhecera, e já aproximadamente no sétimo dia ele teve que ser internado em um hospital de médio porte.
A situação se agravou, a CTI daquele hospital não tinha condições para atendê-lo quando o quadro evoluiu para insuficiência respiratória, e graças então ao familiar, depois de muita luta para tentar conseguir uma vaga em um hospital que pudesse mantê-lo vivo, a transferência foi feita.
Situação de tristeza familiar, transtorno para toda aquela família que teve que se deslocar ao Rio de Janeiro para lutar junto daquele homem diariamente, desestabilização financeira, psicológica, enfim aquela história que não desejamos nem aos nossos piores inimigos (para quem os tem).
Os efeitos da Quimioterapia mantiveram-no em coma por quase 3 meses e, coincidentemente, no leito ao lado (em um dos melhores equipados hospitais do Rio de Janeiro), também estava uma pessoa em coma devido a efeitos colaterais de quimioterápicos. Luta, comoção, eu mesmo visitei-o frequentemente e fiz questão de encostar nele e incentivar todo familiar que fizesse a higiene adequada e também o fizesse, ao contrário de todos os “avisos” dizendo para encostar o mínimo possível no paciente pelo risco de infecção. Mas pedi que todos tivessem somente pensamentos positivos, concentrassem suas energias em coisas boas e nunca em tristeza e piedade por aquela situação.
Quem chegasse ao lado dele, apesar da cena assustadora inclusive para médicos, com a pele completamente alterada e parecendo queimada, sem cabelos, emagrecimento com edema generalizado e todos os aparelhos possíveis, tinha que sorrir, conversar com ele em tom firme, ter certeza de que melhoraria e passando através da mãos sobre qualquer parte de seu corpo, um feixe de energia potente, de luz amarelo ou dourado brilhante (baseado em conceitos cromoterápicos milenares).
Vocês já viram que índios e aborígenes, quando uma pessoa está enferma, nunca sentam ou ajoelham-se todos chorando simplesmente rezando para que o enfermo melhore? Pois bem meus amigos, talvez eles não saibam que aquele tipo de atitude cultural de pular, bater no chão, dançar e cantar em voz alta produz uma energia quântica, física que ajuda de fato. Esta cena triste de ver um hospital carregado de tristezas, pessoas rezando chorando infelizmente é real, mas não traz fisicamente nenhum tipo de benefício.
Sou cristão, acredito em Deus e em seu poder, mas as preces e orações são uma parte de nossa forma de ajudar, não deve ser a única.
Bem, mas passados 3 meses ele saiu do coma, indo contra qualquer opinião médica possível, pois todos eram enfáticos em dizer que as chances eram mínimas (e eu como médico sei que estavam ali falando exatamente a verdade dos fatos). Saído do coma foi para o leito e, após mais 1 mês recuperando-se, conseguiu sair do Hospital, porém com o seu foco do problema (o Câncer), absolutamente em segundo ou último plano.
O objetivo durante toda internação, foi salvar a sua vida dos efeitos da Quimioterapia e só. E a partir do momento em que se iniciou o quadro dos efeitos maléficos, vocês sabem quantas vezes aquele médico professor PhD e super especialista que indicou o tratamento, se pronunciou ou ao menos foi até o hospital ver o que havia acontecido e explicar o porque? Pois você acertou: NENHUMA!
Parece brincadeira, mas não é! O trabalho daquele profissional foi simplesmente indicar uma droga (sabe-se lá com quais reais motivos) e lavar as mãos para o que poderia ou não acontecer, afinal de contas, ele estaria protegido pelo Protocolo. Todos prescreveriam algum quimioterápico, pois faz parte do protocolo de tratamento. Mas vocês querem saber o que eu peso? Me desculpem a expressão, mas “que se dane o protocolo”, não estamos tratando robôs nem animais irracionais!
Lidar com pessoas, necessita individualização de condutas, personalização de opções terapêuticas e análise criteriosa de riscos X benefícios.
Se este tipo de conduta pode levar o paciente à morte, sem nenhuma garantia de que no futuro irá de fato evitar uma recidiva, ao passo que o outro tratará diretamente o problema, o mínimo desejável e esperado é que as coisas sejam esclarecidas com paciente e família. O mínimo é honestidade, ponderação, humanização.
E depois do problema, simplesmente dizer que ele caiu na estatística e que poderia acontecer, e que a culpa é do câncer??? Nem se quer ir até o Hospital e a família ser obrigada a contratar em caráter obrigatório e particular, um médico agora que possa acompanhar e tentar resolver a situação dentro da CTI, sendo o médico responsável parece piada, sinceramente.
Sim, revolta, mesmo eu sendo médico, sabendo que a maioria dos médicos não compactuam com estas atitudes, mas também sabendo que, como os próprios familiares médicos fizeram, acabamos acreditando que era realmente a única e correta opção, pois aprendemos nas universidades que os protocolos devem ser seguidos independente do caso e atrás disto, nos escondemos e eximimos da responsabilidade da consciência pessoal literalmente.
E esperem aí, porque a história ainda não terminou! Um dos efeitos colaterais dos quimioterápicos foi uma queimadura extensa também a nível interno das mucosas e o esôfago estenosou (fechou, colabou, colou). Resultado disto: alimentos não passam mais pelo trato digestório e ele está sendo obrigado a se alimentar por uma sonda colocada através da pele diretamente no estômago todos os dias passados já 3 meses fora do Hospital. Neste período ele está se recuperando, que fique claro, não do câncer, mas da quimioterapia), se alimentando por sonda, ou seja, necessita sempre de ajuda para o preparo, caminhando agora com muletas, pois passou boa parte do tempo sem conseguir firmar as pernas devido a uma grande perda de massa muscular e, enfim, buscando estar recuperado para a próxima etapa.
Situação atual é, hoje dia 19 de junho, é que retomou somente a radioterapia para tentar desta vez diminuir o Tumor, depois será submetido a uma cirurgia para removê-lo, depois recuperação e, por último, a parte mais delicada e perigosa: tentativa de reconstrução do trânsito digestivo através de uma complicada cirurgia.
Mas vamos aos fatos e deixem-me tentar respirar profundamente, secar meus olhos cheios de lágrimas, e pontuar o objetivo deste meu post. Será realmente que estamos no caminho correto? É esta medicina avançada que temos em pleno 2013? Após ver (indispensável tarefa) o link da excelente reportagem, como confiar neste tipo de abordagem?
Quais são os interesses que estão movendo parte de nossa ciência?
As questões são inúmeras, eu tenho boa parte das respostas e você deve tentar construir as suas, pois já lhes dei aqui muita informação para fazê-lo.
Gostaria de lembrar que NUNCA tenho objetivo de generalizar uma comunidade inteira de médicos, nem mesmo das especialidades. Acho sim que fazemos parte de uma área nobre e que as exceções existem em todos os segmentos infelizmente para o mal, felizmente para o bem.
Também não quero que pensem que sou absolutamente contra um ou outro tratamento, mas existem indicações individualizadas. Aos colegas médicos que sentirem-se “ofendidos” minhas sinceras desculpas, entretanto meu compromisso não é com vocês, mas com a Medicina e o ser humano e você deveria ser também. Em nenhum momento fui agressivo ao geral, mas sim a condutas e protocolos.
A você, que está lendo este post, agradeço por fazer parte de uma corrente em busca de mudanças. Agradeço o interesse pela saúde e peço que compartilhe, principalmente as reportagens, pois precisamos acordar para uma realidade diferente. É injusto generalizarmos classes, porém se quisermos justiça devemos fazer a nossa parte para atingi-la.
Esta ligação tão próxima de indústrias farmacêuticas com médicos, os pagamentos de comissões, aquele programa “ROPP” que contabiliza, identifica e recompensa os profissionais que mais receitam um ou outro fármaco, que paga congressos, jantares, reformas e enchem os consultórios médicos de representantes com suas amostras “grátis” não são o caminho correto e todos nós sabemos disto.
Fica também a pergunta: você acha que uma emissora que recebe milhões de reais dos laboratórios, faria uma reportagem como esta? E acha também que programas como “Fantástico”, nunca aceitou quantias enormes de propinas para que escândalos envolvendo seus medicamentos fossem abafados? E que também nunca recebeu para realizar reportagens que colocassem os médicos que não prescrevem tais drogas, e buscam evitar seus excessos, como sendo errados e “perigosos”?
Só para que vocês tenham idéia e que possam refletir muito a respeito disto, principalmente vocês estudantes de medicina e médicos que me acompanham, vou compartilhar com vocês um dado interessante. Em 2008, senso apurado demonstrou que houveram 20.500 mortes devido à medicamentos aprovados pela agência reguladora dos Estados Unidos.
Por outro lado, nenhuma morte devido à suplementos desaprovados pela mesma agência. Lembro que medicamento é considerado tudo aquilo que não existe na natureza e foi criado pelo homem, ao passo que suplemento, tudo aquilo que já existe na natureza e pode ter sido simplesmente concentrado, portanto NAO PODE SER PATENTEADO PELAS INDÚSTRIAS FARMACÊUTICAS. E aí, já entendeu o motivo pelo qual ninguém tem interesse em suplementos, vitaminas, minerais, antioxidantes?
Hoje minha intenção é fazer você refletir. Mas primeiro, assista a esta excelente reportagem feita pela Rede Band, onde um trabalho de investigação conseguiu demonstrar a fundo, boa parte da relação da Medicina com os laboratórios farmacêuticos. Profissionais ganhando comissões, viagens, jantares e congressos, tudo para que simplesmente prescrevam medicamentos à população. Sem dúvida alguma, uma das reportagens mais assustadoras que você verá em termos de saúde:
Sabe aquela piada que diz que o médico acha que é Deus, e o juiz tem a certeza de que é? Pois é isto mesmo, dificilmente você ouvirá da boca de um médico esta afirmação, mas tenho certeza de que grande parte das pessoas compartilha desta opinião a respeito destas áreas, é tipo aquela “brincadeira com fundo de verdade”.Entretanto a coisa poderia ser explorada de forma a buscar entender tais pensamentos e corrigir eventuais equívocos. Poderia não, DEVERIA! Pois bem amigos, quando nós abrimos nossas cabeças, deixamos o excesso de ceticismo de lado e pelo menos nos permitimos ouvir idéias e conhecimentos diferentes daqueles que temos como verdade absoluta, as coisas mudam. Por vezes, até radicalmente.
E é exatamente isto que acontece com os médicos que ultrapassam as cortinas da Medicina convencional. Infelizmente, o meio termo que deveria ser praticado e exercido por todos em todas as áreas, uma vez que sabemos que o ideal é o equilíbrio, “nem ao 8, nem ao 80″, não é ensinado e existe sim uma causa por trás disto: Mercado, dinheiro e poder.
Hoje, através de 1 história verídica, a qual presenciei e vou com toda certeza fazê-los pensar muito. Vou resumi-la para que vocês entendam o recado diretamente.Gustavo (nome fictício) descobriu que era portador de um tumor de reto (câncer de intestino) há alguns meses. Estava bem, mas com única queixa de sangramento ao evacuar. Desespero familiar e pessoal, primeiro caso na família, homem jovem (50 anos), de hábitos de vida e alimentação saudáveis. Foi levado aos especialistas conhecidos como “professores”, “PhDs” na cidade do Rio de Janeiro e a decisão tomada. Apesar de não haverem evidências de metástase, ele entraria no protocolo da Quimioterapia + Radioterapia e depois seria submetido a cirurgia curativa. E já que ele tem médicos na família, a decisão teve forte apoio familiar e confiança total no protocolo indicado.
Em seu caso, indicaram uma Quimioterapia nova, com doses orais e um tratamento particular. Naquele “jogo” habitual de um médico mandando pro outro para estabelecerem um tratamento “ideal”, o tratamento foi iniciado.
Lembro como se fosse hoje, de ter passado algumas noites pensando sobre o que eu poderia fazer para ajudá-lo, já que toda estrutura da minha Clínica fica em Porto Alegre e que, mesmo assim, muito do que eu aconselharia, poderia trazer sérios problemas sociais de minha opinião, com a opinião mais ortodoxa dos familiares médicos. Passei dias pensando na frase que ouvira não só de um de meus maiores mestres, Dr. Lair Ribeiro, bem como da boca de outros muitos cientistas desvinculados às indústrias farmacêuticas: “Grande parte dos pacientes com Câncer não morrem do câncer, mas sim das Quimioterapias”.
Decidi ir até ele, e ainda no primeiro dia de seu tratamento fui claro e objetivo. Disse-lhe que se fosse Eu, em seu caso, sem metástases, não faria Quimioterapia. O motivo é longo, mas fundamentalmente baseado no fato de que ninguém sabe o que pode acontecer de efeitos colaterais com estes venenos. Se fosse realizado somente Radioterapia na busca de diminuir o Tumor e, posteriormente uma Cirurgia para removê-lo, com toda certeza a segurança era muito alta de resolução do problema.
Portanto, Quimioterapia para que? Para talvez uma possibilidade de, no futuro, não ter recidiva? E como acreditar nisso, se nunca comparamos os indivíduos com eles mesmos para saber se realmente vale a pena ou não nestes casos?
Vejam bem, estou falando sobre um caso isolado, pois em outros tipos de tumores, as abordagens podem ser diferentes e mesmo minha opinião sobre Quimioterapia pode ser positiva.
Mas isso me motivou a pesquisar, pesquisar e ver que por coincidência, a única classe de medicamentos NO MUNDO que até hoje nunca precisou ser comparada a placebo (pílula de farinha ou açucar), foram os Quimioterápicos. Muito estranho, pois a resposta da indústria farmacêutica é que esta doença é muito importante, que não há espaço para se comparar com placebo.
Peraí, então resumindo:
Se realizar a cirurgia estaremos “nos livrando” do problema!
Só Deus sabe se no futuro haverá recidiva (existem muitos detalhes aqui a serem ditos)!
Bom, não tinha como eu não ir lá e falar com aquele homem, colocar pra fora a angústia que me prendia ao conhecimento que tinha comigo.
Ao mesmo tempo sabia que seria somente uma voz, que apesar de ter muita confiança por parte dele, não transcenderia a opinião daqueles super especialistas. E na verdade, inclusive quando fui até o Dr. Lair Ribeiro para pedir-lhe opinião, fui aconselhado a não interferir, por diversos motivos.
A evolução do tratamento passou a ser drástica e triste, pois já no quarto dia da Quimioterapia o homem estava em uma situação absolutamente debilitada, nem parecia mais aquele homem enérgico e com toda vida que conhecera, e já aproximadamente no sétimo dia ele teve que ser internado em um hospital de médio porte.
A situação se agravou, a CTI daquele hospital não tinha condições para atendê-lo quando o quadro evoluiu para insuficiência respiratória, e graças então ao familiar, depois de muita luta para tentar conseguir uma vaga em um hospital que pudesse mantê-lo vivo, a transferência foi feita.
Situação de tristeza familiar, transtorno para toda aquela família que teve que se deslocar ao Rio de Janeiro para lutar junto daquele homem diariamente, desestabilização financeira, psicológica, enfim aquela história que não desejamos nem aos nossos piores inimigos (para quem os tem).
Os efeitos da Quimioterapia mantiveram-no em coma por quase 3 meses e, coincidentemente, no leito ao lado (em um dos melhores equipados hospitais do Rio de Janeiro), também estava uma pessoa em coma devido a efeitos colaterais de quimioterápicos. Luta, comoção, eu mesmo visitei-o frequentemente e fiz questão de encostar nele e incentivar todo familiar que fizesse a higiene adequada e também o fizesse, ao contrário de todos os “avisos” dizendo para encostar o mínimo possível no paciente pelo risco de infecção. Mas pedi que todos tivessem somente pensamentos positivos, concentrassem suas energias em coisas boas e nunca em tristeza e piedade por aquela situação.
Quem chegasse ao lado dele, apesar da cena assustadora inclusive para médicos, com a pele completamente alterada e parecendo queimada, sem cabelos, emagrecimento com edema generalizado e todos os aparelhos possíveis, tinha que sorrir, conversar com ele em tom firme, ter certeza de que melhoraria e passando através da mãos sobre qualquer parte de seu corpo, um feixe de energia potente, de luz amarelo ou dourado brilhante (baseado em conceitos cromoterápicos milenares).
Vocês já viram que índios e aborígenes, quando uma pessoa está enferma, nunca sentam ou ajoelham-se todos chorando simplesmente rezando para que o enfermo melhore? Pois bem meus amigos, talvez eles não saibam que aquele tipo de atitude cultural de pular, bater no chão, dançar e cantar em voz alta produz uma energia quântica, física que ajuda de fato. Esta cena triste de ver um hospital carregado de tristezas, pessoas rezando chorando infelizmente é real, mas não traz fisicamente nenhum tipo de benefício.
Sou cristão, acredito em Deus e em seu poder, mas as preces e orações são uma parte de nossa forma de ajudar, não deve ser a única.
Bem, mas passados 3 meses ele saiu do coma, indo contra qualquer opinião médica possível, pois todos eram enfáticos em dizer que as chances eram mínimas (e eu como médico sei que estavam ali falando exatamente a verdade dos fatos). Saído do coma foi para o leito e, após mais 1 mês recuperando-se, conseguiu sair do Hospital, porém com o seu foco do problema (o Câncer), absolutamente em segundo ou último plano.
O objetivo durante toda internação, foi salvar a sua vida dos efeitos da Quimioterapia e só. E a partir do momento em que se iniciou o quadro dos efeitos maléficos, vocês sabem quantas vezes aquele médico professor PhD e super especialista que indicou o tratamento, se pronunciou ou ao menos foi até o hospital ver o que havia acontecido e explicar o porque? Pois você acertou: NENHUMA!
Parece brincadeira, mas não é! O trabalho daquele profissional foi simplesmente indicar uma droga (sabe-se lá com quais reais motivos) e lavar as mãos para o que poderia ou não acontecer, afinal de contas, ele estaria protegido pelo Protocolo. Todos prescreveriam algum quimioterápico, pois faz parte do protocolo de tratamento. Mas vocês querem saber o que eu peso? Me desculpem a expressão, mas “que se dane o protocolo”, não estamos tratando robôs nem animais irracionais!
Lidar com pessoas, necessita individualização de condutas, personalização de opções terapêuticas e análise criteriosa de riscos X benefícios.
Se este tipo de conduta pode levar o paciente à morte, sem nenhuma garantia de que no futuro irá de fato evitar uma recidiva, ao passo que o outro tratará diretamente o problema, o mínimo desejável e esperado é que as coisas sejam esclarecidas com paciente e família. O mínimo é honestidade, ponderação, humanização.
E depois do problema, simplesmente dizer que ele caiu na estatística e que poderia acontecer, e que a culpa é do câncer??? Nem se quer ir até o Hospital e a família ser obrigada a contratar em caráter obrigatório e particular, um médico agora que possa acompanhar e tentar resolver a situação dentro da CTI, sendo o médico responsável parece piada, sinceramente.
Sim, revolta, mesmo eu sendo médico, sabendo que a maioria dos médicos não compactuam com estas atitudes, mas também sabendo que, como os próprios familiares médicos fizeram, acabamos acreditando que era realmente a única e correta opção, pois aprendemos nas universidades que os protocolos devem ser seguidos independente do caso e atrás disto, nos escondemos e eximimos da responsabilidade da consciência pessoal literalmente.
E esperem aí, porque a história ainda não terminou! Um dos efeitos colaterais dos quimioterápicos foi uma queimadura extensa também a nível interno das mucosas e o esôfago estenosou (fechou, colabou, colou). Resultado disto: alimentos não passam mais pelo trato digestório e ele está sendo obrigado a se alimentar por uma sonda colocada através da pele diretamente no estômago todos os dias passados já 3 meses fora do Hospital. Neste período ele está se recuperando, que fique claro, não do câncer, mas da quimioterapia), se alimentando por sonda, ou seja, necessita sempre de ajuda para o preparo, caminhando agora com muletas, pois passou boa parte do tempo sem conseguir firmar as pernas devido a uma grande perda de massa muscular e, enfim, buscando estar recuperado para a próxima etapa.
Situação atual é, hoje dia 19 de junho, é que retomou somente a radioterapia para tentar desta vez diminuir o Tumor, depois será submetido a uma cirurgia para removê-lo, depois recuperação e, por último, a parte mais delicada e perigosa: tentativa de reconstrução do trânsito digestivo através de uma complicada cirurgia.
Mas vamos aos fatos e deixem-me tentar respirar profundamente, secar meus olhos cheios de lágrimas, e pontuar o objetivo deste meu post. Será realmente que estamos no caminho correto? É esta medicina avançada que temos em pleno 2013? Após ver (indispensável tarefa) o link da excelente reportagem, como confiar neste tipo de abordagem?
Quais são os interesses que estão movendo parte de nossa ciência?
Gostaria de lembrar que NUNCA tenho objetivo de generalizar uma comunidade inteira de médicos, nem mesmo das especialidades. Acho sim que fazemos parte de uma área nobre e que as exceções existem em todos os segmentos infelizmente para o mal, felizmente para o bem.
Também não quero que pensem que sou absolutamente contra um ou outro tratamento, mas existem indicações individualizadas. Aos colegas médicos que sentirem-se “ofendidos” minhas sinceras desculpas, entretanto meu compromisso não é com vocês, mas com a Medicina e o ser humano e você deveria ser também. Em nenhum momento fui agressivo ao geral, mas sim a condutas e protocolos.
A você, que está lendo este post, agradeço por fazer parte de uma corrente em busca de mudanças. Agradeço o interesse pela saúde e peço que compartilhe, principalmente as reportagens, pois precisamos acordar para uma realidade diferente. É injusto generalizarmos classes, porém se quisermos justiça devemos fazer a nossa parte para atingi-la.
Esta ligação tão próxima de indústrias farmacêuticas com médicos, os pagamentos de comissões, aquele programa “ROPP” que contabiliza, identifica e recompensa os profissionais que mais receitam um ou outro fármaco, que paga congressos, jantares, reformas e enchem os consultórios médicos de representantes com suas amostras “grátis” não são o caminho correto e todos nós sabemos disto.
Fica também a pergunta: você acha que uma emissora que recebe milhões de reais dos laboratórios, faria uma reportagem como esta? E acha também que programas como “Fantástico”, nunca aceitou quantias enormes de propinas para que escândalos envolvendo seus medicamentos fossem abafados? E que também nunca recebeu para realizar reportagens que colocassem os médicos que não prescrevem tais drogas, e buscam evitar seus excessos, como sendo errados e “perigosos”?
Só para que vocês tenham idéia e que possam refletir muito a respeito disto, principalmente vocês estudantes de medicina e médicos que me acompanham, vou compartilhar com vocês um dado interessante. Em 2008, senso apurado demonstrou que houveram 20.500 mortes devido à medicamentos aprovados pela agência reguladora dos Estados Unidos.
Por outro lado, nenhuma morte devido à suplementos desaprovados pela mesma agência. Lembro que medicamento é considerado tudo aquilo que não existe na natureza e foi criado pelo homem, ao passo que suplemento, tudo aquilo que já existe na natureza e pode ter sido simplesmente concentrado, portanto NAO PODE SER PATENTEADO PELAS INDÚSTRIAS FARMACÊUTICAS. E aí, já entendeu o motivo pelo qual ninguém tem interesse em suplementos, vitaminas, minerais, antioxidantes?
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