Veja o vídeo acima com o Dr. Luiz Moura sobre AUTOHEMOTERAPIA.
Você provavelmente já ficou doente algum dia e foi ao médico, e esse receitou para você um remédio. Você foi à farmácia e o comprou e ele foi caro.
De fato, esse é o mecanismo da Indústria Farmacêutica, para auferir grandes lucros. Eles lucram com a doença. Remédios são excessivamente caros, e inviáveis para uma grande massa de desvalidos na nossa sociedade que encontram-se marginalizados, impossibilitados de ter acesso a um tratamento que nem sempre é eficaz.
Milhares de pessoas todos os dias tem seus membros amputados, e morrem porque a medicina nem sempre tem a solução ideal para todos os casos.
Por isso a ANVISA que zela pelos interesses da indústria farmacêutica, não deseja médotos baratos e eficientes de tratamento.
Recentemente veio a tona a polêmica da Autohemoterapia, um tratamento eficaz e BARATO contra um grande número de doenças e processos degenerativos. Tratamento esse que seria altamente eficaz principalmente para tratamento da população pobre que não tem acesso aos meios convencionais de tratamento.
As pessoas que experimentaram esse tratamento são unânimes em afirmar seus efeitos benéficos. Você poderá verificar inúmeros depoimentos clicando aqui.
Está ai para quem quiser pesquisar o trabalho do DR. S. H. Shakman. Pode ser adquirido o livro na Amazon. veja o link.
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http://www.angelfire.com/ca/instituteofscience/hemo.html
Dr. Shakman Ph.D. |
Desde a introdução deste método por Ravaut em 1913 [* 1] , a auto-hemoterapia tem sido empregado em uma ampla gama de condições de doença.
Várias centenas de artigos sobre o assunto foram publicados nas principais revistas médicas principalmente a partir do início dos anos 1920 através do início dos anos 1940, conforme listado na volumes Medicus vários Index (geralmente sob o tema categoria "soroterapia"). Além disso, a via subcutânea ou intramuscular reinjeção de sangue autólogo ou componentes é freqüentemente discutido na literatura, sem referência específica ao termo "auto-hemoterapia", como pode ser observado em uma série de exemplos contemporâneos [* 2] .
Auto-hemoterapia não é "terapia alternativa" . Inúmeros itens sobre o assunto que foram publicados no Jornal oficial da American Medical Association, incluindo o endosso um editor de 1938 é de auto-hemoterapia contra a psoríase [* 3] referência e ao seu uso contra outras doenças [* 4] , Auto-hemoterapia também foi proposto como uma medida preventiva. Por exemplo, um relatório de 1935 dos resultados favoráveis contra a hemorragia cerebral afirmou que auto-hemoterapia é absolutamente indicada como tratamento preventivo em casos de predisposição hereditária estabelecida a pressão arterial elevada. [* 5]
A ação benéfica da auto-hemoterapia relatados tem sido atribuída à presença de antígenos no sangue [* 6] que estimulam a produção de anticorpos quando injetado nos tecidos. Esta explicação encontra suporte no trabalho de Dr. CE Rosenow (Mayo Foundation, 1915-1944), que estabeleceu a presença de um organismo causador ou antígeno no sangue [* 7] durante os estágios ativos de muitas doenças.
Assim, pode a ação da auto-hemoterapia ser comparado ao de uma vacina autógena. doses intramuscular comumente discutida na literatura tendem a cair dentro da faixa de cc 3-10. A segurança e a utilidade de um cronograma duas vezes por semana tem sido demonstrado na literatura histórica [* 8] , que agenda em conjunto com a administração duas vezes por semana Dr. Rosenow de antígeno e anticorpos para doenças crônicas, tais como MS.
Como defendido por Dr. Rosenow no caso de MS, um membro da família responsável pode ser instruído para administrar a terapia, na medida em que pode ter de ser continuado indefinidamente. Como o Dr. Rosenow tem enfatizado, a contínua presença de focos primários oral, assintomática detectados focos orais ou inacessível focos secundários serviria para garantir a presença contínua dos patógenos causadores na circulação.
Sob tais circunstâncias, nem as vacinas do Dr. Rosenow nem auto-hemoterapia seriam de esperar o efeito de eliminação do organismo causador ( a eliminação pode ser equiparado a uma "cura"), daí a necessidade indicada para a continuação da terapia durante um período indefinido de tempo. Auto-hemoterapia é atributos de segurança, baixo custo e disponibilidade imediata.
Sugere-se continuar o uso potencial contra um amplo espectro de doenças em que um organismo causador dissemina através da corrente sanguínea, independentemente da origem ou identidade do organismo causador - incluindo os casos de malária, Ebola e AIDS. (Uma forma intramuscular de auto-hemoterapia, como supostamente usada com sucesso contra a malária, já ter sido proposto para a AIDS [* 9] , como uma forma experimental alternativa [* 10] )
Nos casos em que um foco, inacessível persistente de infecção não existe , auto-hemoterapia pode realmente ser suficiente para efetuar uma cura, e pode aí incluir um "tiro mágico". Enquanto auto-hemoterapia como uma entidade distinta desfrutou de um período bem documentado de popularidade durante a primeira metade do século 20, também representa a culminação de um fio de tecelagem fundamental através da arte de curar pelo menos a alguns milênios.
Tão diversas práticas tradicionais como sangria, acupuntura, cunhagem e maxubustion e moderna plasmaferese, inovações em transplante de medula óssea (uso de medula autóloga e uso de células estaminais do sangue no lugar de medula), e até certo ponto, mesmo autotransfusão - envolvem a manipulação do próprio sangue ou sangue de componentes ea possibilidade de que os benefícios podem, pelo menos em parte, ser devido a uma resposta defensiva forçada dentro dos tecidos do organismo contra substâncias nocivas no sangue circulante. A esta luz, auto-hemoterapia pode ser vista como simplesmente a aplicação direta de tal processo, tornado possível o grande avanço tecnológico da agulha hipodérmica.
HISTÓRICO DA AHT
No início do século XX surge um recurso terapêutico simples e de baixo custo, porém extremamente eficaz, a AUTO-HEMOTERAPIA (AHT), que consiste basicamente na retirada de uma pequena quantidade (5, 10 ou 20 ml) de sangue de uma veia e sua imediata aplicação no músculo, o que estimula o sistema imunológico, para que este possa realizar o trabalho de reequilíbrio, propiciando a cura.
Como tal, embora num nível meramente físico (afora o papel transcendente do sangue na constituição oculta do ser humano), a AHT se insere perfeitamente na condição de buscar a cura no “dentro” e não no externo. Maravilha das maravilhas! Cada um leva consigo seu próprio remédio!
Como já foi comprovado em pesquisas particulares, a reinjeção do sangue extraído do paciente nele mesmo causa um aumento dos macrófagos, que são as células sangüíneas que fazem a "limpeza" de tudo o que é prejudicial no organismo, eliminando bactérias, vírus, as células cancerosas, etc.
VEJA INCRÍVEIS DEPOIMENTOS
PARA O COMITÊ OLÍMPICO INTERNACIONAL E TODAS AS CONFEDEREÇÕES ESPORTIVAS INTERNACIONAIS, A AUTO-HEMOTERAPIA – AH, É CONSIDERADA DOPING.*VAMOS RACIOCINAR: ACUSAM A AH DE SER PLACEBO, SEM EFEITO CLÍNICO, SEM VALOR MÉDICO COMO TRATAMENTO VÁLIDO. ORA, SE NÃO TIVESSE VALOR TERAPÊUTICO, NÃO FIZESSE EFEITO, NÃO DEVERIA SER CONSIDERADO DOPING, POIS NÃO TRARIA BENEFÍCIOS PARA O ATLETA QUE O PRATICASSE... OU ESTOU ERRADO?*O QUE É DOPING: É A UTILIZAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS OU MÉTODOS CAPAZES DE AUMENTAR ARTIFICIALMENTE O DESEMPENHO ESPORTIVO DO ATLETA, ...OU CONTRA O ESPÍRITO DO JOGO.(ESSE FOI O MOTIVO QUE LEVOU O DOUTOR RUNCO A DESMENTIR AS INFORMAÇÕES QUE ELE MESMO PASSOU PARA A IMPRENSA DE QUE O FENÔMENO TERIA FEITO ESSE TRATAMENTO: RONALDO FOI AMEAÇADO DE RESPONDER PROCESSO POR DOPING NA ITÁLIA)Ronaldo e Maxi farão tratamento inédito para tratar lesão.
Esse aumento da produção de macrófagos pela medula óssea (de 5% para 22%) se deve ao fato de que o sangue injetado no músculo funciona como um "corpo estranho" a ser rejeitado pelo Sistema Retículo Endotelial – SER (hoje conhecido como Sistema Monocítico Fagocitário – SMF), o que faz com que o nível imunológico se eleve, permanecendo ativado durante 5 dias, após os quais o percentual de macrófagos vai decaindo até o sétimo dia, retornando finalmente aos 5%.
Dr. Ricardo Veronesi foi presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia em 1980 |
De acordo com o Dr. Ricardo Veronesi, eminente autoridade brasileira em Imunologia, o Sistema Imunológico atua através dos macrófagos, que além de fagocitar os organismos estranhos e antígenos, propiciando a cura de alergias, fazem também a função de clearance, isto é, liberam substâncias que dissolvem fibrinas que formam os coágulos ou trombos obstrutivos das artérias, melhorando a circulação e prevenindo os acidentes vasculares, além de atuar na biotransformação e excreção do colesterol e eliminação de proteínas desnaturadas (anormais), prevenindo o aparecimento do câncer.
Com esse aumento no nível imunológico, inúmeras doenças, inclusive as graves como as auto-imunes, regridem rapidamente, proporcionando o restabelecimento da saúde. Ademais, a AHT não representa, entretanto, nenhum risco para o paciente e não produz efeitos colaterais.
Michael W. Mettenletter, por sua vez, relatou suas pesquisas em artigo publicado no "The American Journal of Surgery" (May, 1936 - pág. 321). Fez o trabalho no Pós-Graduate Hospital, de Nova York.
Em 1911, o médico F. Ravaut usou, ao que parece pela primeira vez, a auto-hemoterapia em certos casos de asma, urticária e estados anafiláticos. Mas, foi o Professor Jésse Teixeira que provou que o Sistema Monocítico Fagocitário – SMF (antigamente conhecido como Sistema Retículo-Endotelial – SER) era ativado pela auto-hemoterapia em seu trabalho publicado e premiado em 1940 no número de março da Revista “Brasil-Cirúrgico”.
O Dr. Jésse Teixeira provocou a formação de uma bolha na coxa de pacientes, com cantárida, uma substancia irritante. Fez a contagem dos macrófagos antes da auto-hemoterapia, a cifra foi de 5%. Após a auto-hemoterapia a cifra subiu a partir da 1ª hora chegando após 8 horas a 22%. Manteve-se em 22% durante 5 dias e finalmente declinou para 5% no 7º dia após a aplicação. Os macrófagos são as células sangüíneas que fazem a "limpeza" de tudo o que é prejudicial no organismo, eliminando bactérias, vírus, as células cancerosas, etc. Esse aumento da produção de macrófagos pela medula óssea se deve ao fato de que o sangue injetado no músculo funciona como um "corpo estranho" a ser rejeitado pelo SMF, o que faz com que o nível imunológico se eleve. O Professor Jésse Teixeira deixou registrado, em 1940, que em 150 cirurgias as mais variadas, em que os pacientes foram submetidos à AHT, houve 0% de complicações infecciosas pós-operatórias.
Em 1941, durante a guerra, a AHT foi usada em diversas situações para tratar contingentes populacionais privados do acesso a tratamentos convencionais. O extenso trabalho do Dr. S.H. Shakman, “Autohemotherapy Reference Guide and Historical Review” fornece detalhada descrição de tais eventos.
Efetivamente, nos anos 40 e 50 a AHT era mais conhecida e utilizada do que nos tempos atuais. O Dr. Pedro Moura, autoridade em cirurgia geral, a utilizava sistematicamente em seus pacientes, especialmente antes de cirurgias, para que eles pudessem enfrentar o trauma da operação e a ambiente hospitalar com o sistema imunológico fortalecido.
Naquela época, era seu filho, o Dr. Luiz Moura, quem aplicava a AHT nos pacientes de seu pai. Hoje é justamente o Dr. Luiz Moura, com 83 anos de idade e respeitáveis 58 anos de profissão médica, o maior divulgador da AHT, tendo recentemente produzido um DVD que foi visto, segundo estimativas, por mais de 20 milhões de pessoas. Isso fez com que a prática da AHT sofresse um aumento em escala exponencial.
QUEM É O DR. LUIZ MOURA?
Dr. Luiz Moura
( MAIOR DIFUSOR DA AH NO BRASIL E UM DOS MUITOS MÉDICOS QUE A RECEITAVAM)
NASCIDO EM 04 DE MAIO DE 1925, NO BAIRRO DE BOTAFOGO NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, DR. LUIZ MOURA ESTUDOU NA FACULDADE NACIONAL DE MEDICINA DA UFRJ, QUANDO A UNIVERSIDADE AINDA FICAVA NA PRAIA VERMELHA, MESMO LUGAR EM QUE O SEU PAI SE FORMARA TAMBÉM EM MEDICINA NOS IDOS DE 1918.
MÉDICO CLÍNICO-GERAL, DR. LUIZ MOURA FOI VICE-DIRETOR DO HOSPITAL CARDOSO FONTES E DO HOSPITAL DE BONSUCESSO, DOIS DOS MAIORES HOSPITAIS DO RIO DE JANEIRO, PRESIDENTE DO INPS, NA ÉPOCA EM QUE ESTE ENGLOBAVA O INAMPS, DIRETOR DA DIMED, ÓRGÃO DE FISCALIZAÇÃO QUE DEU LUGAR A ANVISA, DIRETOR DE MEDICINA SOCIAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, FUNDADOR DA CEME, CENTRAL DE MEDICAMENTOS - (SE O GOVERNADOR JOSÉ SERRA É O PAI DOS GENÉRICOS, O DR LUIZ MOURA É O AVÔ...).
APOSENTOU-SE COMO COORDENADOR ADMINISTRATIVO MÉDICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. COM 82 ANOS DIRIGE SEU FIAT, DE VISCONDE DE MAUÁ ATÉ O RIO DE JANEIRO (3 HORAS DE VIAGEM) DUAS VEZES POR MÊS, PARA ATENDER A SEUS PACIENTES A PREÇOS IRRISÓRIOS POR AMOR A MEDICINAA AUTO HEMOTERAPIA %3 AH, É UMA TÉCNICA MÉDICA COMPLEMENTAR AO TRATAMENTO CONVENCIONAL, COM MAIS DE 90 ANOS DE PRÁTICA NO BRASIL E EM VÁRIOS PAÍSES (NA ALEMANHA É USADA HÁ 75 ANOS), SEM CONTRA INDICAÇÕES OU REAÇÕES ADVERSAS, SEM RESTRIÇÕES DE IDADE, SEXO OU DOENÇA, QUE CONSISTE EM RETIRAR SEMANALMENTE UMA PEQUENA QUANTIDADE DE SANGUE, E, LOGO EM SEGUIDA, SEM QUALQUER ALTERAÇÃO, INJETAR ESSE SANGUE NO MÚSCULO DA PRÓPRIA PESSOA, VISANDO ESTIMULAR O SISTEMA IMUNOLÓGICO (AS DEFESAS NATURAIS DO CORPO) PROVOCANDO UMA REAÇÃO DO S.I. LEVANDO À CURA, POR EXEMPLO, DE DOENÇAS ALÉRGICAS, INFECCIOSAS OU AUTOIMUNES, AMENIZANDO DOENÇAS CRÔNICAS E SUAS SEQUELAS, PROVOCANDO A MELHORA NA QUALIDADE DE VIDA DO DOENTE, DIMINUINDO SEU SOFRIMENTO, A FRAGILIDADE DA SUA SAÚDE, PROVOCANDO, AINDA, UMA MAIOR RESISTÊNICA AOS EFEITOS COLATERAIS DAS MEDICAÇÕES ALOPÁTICAS EM GERAL
NOTA: O Dr. Luiz Moura foi absolvido das acusações relacionadas com a divulgação da auto-hemoterapia, nos dois processos que foram a julgamento dia 13.08.2010 no Conselho Federal de Medicina, em Brasília
As informações são de que houve absolvição e o Conselho não mudou a posição quanto à liberação da AHT. Nesse ponto, foi uma vitória imensa, por um lado. Pelo outro, a luta continua, certamente com novos momentos em busca da vitória final. Apostemos em aliados como o Senador Suplicy e muitos outros.
Abraços,
* Walter Medeiros
* Jornalista e Bacharel em Direito
Leia mais artigos de Walter Medeiros sobre auto-hemoterapia em
* Resposta do Gabinete Pessoal do
E os milhares de relatos de sucesso, alguns deles emocionados, na consecução da cura, após o uso da AHT, comprovam a plena eficácia da técnica.
Por ser uma terapia de baixíssimo custo, alta eficácia e largo espectro de atuação, a AHT tem tudo para ser vista pela indústria farmacêutica como uma ameaça ao lucrativo negócio da venda de remédios.
Por isso, a AHT tem sido combatida pela grande mídia e pelos Conselhos de Medicina, os quais emitiram recente deliberação, proibindo os médicos de receitá-la.
Entretanto, verifica-se que até o presente momento não houve qualquer denúncia contra a AHT que venha a justificar esta medida por parte dos órgãos oficiais da Medicina brasileira. Enquanto isso, em países como México e Argentina, a prática da AHT é uma terapêutica reconhecida oficialmente.
Na Europa e Estados Unidos já se pratica a Auto-Hemoterapia com ozônio, que é uma das variantes da AHT, através da qual retira-se o sangue, adiciona-se O3 e se o reinjeta. O ozônio possui atividade antiviral direta, bem como contra as bactérias e os fungos.
O único argumento oficial contra a prática da AHT é apenas o de que é um procedimento não reconhecido cientificamente. Ora, de que serve o “reconhecimento científico” se a cura é atingida? Como afirma o Dr. Moura em seu DVD:
O Dr. Olivares Rocha é um dos mais profícuos defensores da técnica da AutoHemoterapia. Seu site na Internet é rico em informações sobre o assunto.
veja em:
http://autohemoterapia.orgfree.com/AH_Livreto_Olivares_Rocha.htm
“Medicina é a arte de curar. Eu só tenho um único compromisso com meus pacientes: aliviar o sofrimento e, quando possível, curar. Por isso que não respeito os padrões chamados científicos. Para mim o que comprova qualquer coisa é o efeito do tratamento. Se ele produz benefícios para o paciente é um tratamento científico, mesmo que não saibamos qual o mecanismo de ação deste tratamento. Eu uso recursos - sejam quais forem - para beneficiar os pacientes, para que tenham alívio do sofrimento e, se possível, a cura.”
Na base de dados pubmed, do NIH (Instutito Nacional de Saúde americano), considerada a maior base de dados médicos do mundo, existem cerca de 106 estudos científicos publicados sobre auto-hemoterapia, a maioria sendo clínicos. É um numero modesto, mas mostra que alguma pesquisa já foi realizada. Um estudo, inclusive, foi realizado no Brasil. Nele vacas com um tipo de infecção na pele chamada de ectima receberam auto-hemoterapia ou um antisséptico a base de iodo (tratamento convencional) no final de uma semana 26% das vacas que receberam auto-hemoterapia tinham melhorado contra 8% das que receberam tratamento convencional (uma diferença que é significativa do ponto de vista estatístico). Nenhum efeito colateral ou agravamento foi descrito nesse estudo.
A outra área onde se propõe a auto-hemoterapia é no campo da modulação da imunidade, seja para o tratamento de infecções ou em doenças auto-imunes. No México, por exemplo o médico Jorge Gómez Ramirez, um entusiasta do método tem proposto seu emprego em doenças auto-imunes, e conta com o apoio da Sociedade Mexicana para o Diagnóstico e Tratamento das Doenças Auto-imunes para realizar várias séries clínicas naquele país. Um estudo clinico feito pelo Dr Olwin do Hospital Presbiteriano de St. Luke, reportou uma melhora significativa em portadores de herpes zoster, uma doença que causa seqüelas e ainda não tem tratamento satisfatório. Nesse trabalho os resultados formam extremamente significativos, com 100% de ausência de seqüelas com evolução mais branda nos 20 pacientes do grupo tratado, contra uma incidência regular de dor e evolução arrastada no grupo placebo.Por Alex Botsaris - Infectologista.
É formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, especializado em doenças infecciosas pelo Hospital Claude Bernard (Paris) e em acupuntura e medicina chinesa pela Sociedade Internacional de Acupuntura (França), e pela Universidade de Pequim (China). É ex-presidente do Instituto Brasileiro de Plantas Medicinais (IBPM). Autor dos livros: "O Complexo de Atlas", "Sem Anestesia", "As Fórmulas Mágicas das Plantas", "Segredos Orientais da Saúde e do Rejuvenescimento" e "Medicina Complementar"
Por outro lado, seria altamente desejável que a AHT fosse reconhecida pelo corpo científico, pois isso permitiria que os médicos pudessem passar receitá-la, auferindo um grande incremento na consecução da cura para um grande espectro de doenças.
Para tal, entretanto, é necessária a realização de pesquisas, as quais demandam consideráveis aportes financeiros. Aguardemos o aparecimento de organismos dispostos a investir na pesquisa científica da AHT, a despeito das pressões dos interesses da indústria farmacêutica. Por outro lado, o valor desta terapêutica tem sido plenamente comprovado de maneira empírica por aqueles que a utilizam.
O reconhecimento oficial da AHT abriria caminho para que ela possa ser levada, primordialmente, à grande população carente de nosso país, que não tem posses para comprar remédios, e que muitas vezes morre desassistida. Quando este grande contingente populacional se der conta de que a cura de seus males pode estar dentro de si mesmo e o “remédio” não custa quase nada, atingiremos um novo patamar nos níveis de saúde em nosso país.
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Bibliografia:
· Medeiros, Walter – A Notícia que ninguém publicou – in Observatório da Imprensa (http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=466FDS006)
· Moura, Luiz – Transcrição do Vídeo sobre Auto-Hemoterapia
· Shakman, S.H. – Auto-Hemotherapy Reference Guide and Historical Review – Institute of Science – 1996
· Teixeira, Jesse – Complicações Pulmonares Pré-Operatórias – in Revista Brasil Cirúrgico – março de 1940, vol. II no.3
· Veronesi, Ricardo – Imunoterapia, o Impacto Médico do Século – in Medicina de Hoje, março de 1976
AUTO HEMOTERAPIA NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
IDA ZASLAVSKY
"Auto-hemoterapia: terapêutica que utiliza o sangue autólogo,
retirado da veia e aplicado diretamente no músculo do paciente,
capaz de promover a saúde, prevenir, controlar e tratar diversas
doenças, sem efeitos colaterais e praticamente sem custos para o
paciente".
FLORIANÓPOLIS/SC
2009
AUDIÊNCIA PÚBLICA DO STF SOBRE O SUS
Exmo Sr. Ministro Gilmar Mendes
Presidente do Supremo Tribunal Federal
Ilmos. Srs. e Sras. Participantes da Audiência Pública sobre Saúde
Brasília – DF
Ida Zaslavsky, 45 anos, brasileira, solteira, Enfermeira, natural de Porto Alegre/RS, residente em
Florianópolis desde 1992, atualmente no endereço Rodovia Admar Gonzaga, 1663, bloco A, apto
203 – Itacorubi, vem, respeitosamente:
SOLICITAR e AUTORIZAR a publicação no site do STF, bem como VINCULAR este tema na
Audiência Pública sobre saúde, a seguinte tese:
"Auto-hemoterapia: terapêutica que utiliza o sangue autólogo,
retirado da veia e aplicado diretamente no músculo do paciente, capaz de
promover a saúde, prevenir, controlar e tratar diversas doenças, sem
efeitos colaterais e praticamente sem custos para o paciente".
1. Fato
Apresentação da defesa/inclusão de discussões sobre a Terapêutica Auto-Hemoterapia às
autoridades de saúde, em conseqüência da audiência pública da saúde a realizar-se
em abril/maio de 2009.
Recurso terapêutico simples de estimulação imunológica, de baixo custo que consiste na retirada
de sangue da veia da pessoa (antebraço) e a sua reaplicação no músculo deltóide, ventroglúteo
(local de Hochstetter) ou dorsoglúteo, sendo que este processo estimula o Sistema Retículo-
Endotelial (S.R. E), quadruplicando os macrófagos em todo organismo.
Como cidadã brasileira, estudiosa e pesquisadora, usuária e enfermeira, venho lhes apresentar
informações que podem ajudar no conhecimento da existência de um recurso imunológico eficaz e
de benefícios de saúde que faço uso há 16 anos para mim e minha família, bem como ofereço a
outras pessoas em forma de tratamento. Estas informações podem contribuir no direcionamento
das discussões e nas suas decisões enquanto autoridades de saúde reunidas nesta instância do
STF, que é a Audiência Pública.
Há aproximadamente 16 anos, acompanho e participo da grande massa de cidadãos
brasileiros que, por todo o País, usam e defendem a liberação dessa terapêutica pelos órgãos
de saúde, para que a mesma possa ser indicada por médicos, aplicada por enfermeiros,
farmacêuticos e outros técnicos em saúde, principalmente no SUS, sem qualquer tipo de
constrangimento, inibição, restrição ou ameaça por parte de Conselhos Profissionais e da
ANVISA. Tem, também, convicção de que não há razões éticas, técnicas ou legais para
sustentar a proibição da mesma, mantendo-a na clandestinidade, uma vez que continua
sendo usada por milhares de pessoas, em todas as regiões do País.
2. Justificativa
“Obrigação do Estado de disponibilizar medicamentos ou
tratamentos experimentais não registrados na ANVISA ou
não aconselhados pelos Protocolos Clínicos do SUS”.
Há mais de 100 anos esse tratamento é realizado em diversos países com a efetiva
ocorrência de benefícios de saúde e comprovadamente com 0% de existência de efeito colateral,
risco de infecções oportunistas pela aplicação, não apresenta contra-indicação e pode ser usado
nos setores primários (promoção e prevenção), secundários e terciários de saúde.
São com muita firmeza, dedicação e sensibilidade, que dirijo esse documento as
autoridades competentes e habilitadas para os encaminhamentos de temas enviados, na
esperança de que com as mesmas qualidades seja avaliado.
Desde 1993, quando fiz uma formação em Trabalho Corporal de Bioenergética, para meu
crescimento pessoal e aperfeiçoamento profissional/social/cultural, enquanto agente de
transformação para melhora na qualidade de vida (incluindo aqui Paradigma de Saúde),nesta
oportunidade conheci uma técnica denominada AUTO-HEMOTERAPIA, sua fundamentação,
depoimentos e o relato de um médico muito conceituado no Rio de Janeiro por sua experiência há
58 anos acompanhando pessoas, abrandando sofrimentos e dedicando-se ao exercício da Medicina
(como ele se refere: "Medicina é a Arte de Curar").
Por ser Enfermeira, pesquisadora e principalmente dedicada ao Cuidado com o Ser
Humano, fiquei interessada, convidei uma colega Enfermeira e juntas aplicamos uma na outra,
registrando, observando alterações e benefícios durante um período de três meses. Ao mesmo
tempo, iniciei tratar minha mãe com uma obstrução circulatória nos membros inferiores, e os
resultados foram impressionantes em quatro semanas. Depois, tratei de um adolescente de 16
anos com acne juvenil muito avançada, filho de uma colega que confiou em mim, este rapaz fez
por vinte semanas o tratamento com abrandamento importante das acnes e sintomas de pânico.
Então, passei a pesquisar com mais profundidade, convidar pessoas para conhecer a técnica e
discutirmos termos associados na área imunológica, e fui obtendo minhas próprias experiências e
expansão desse conhecimento e tratamento. Amigos começaram a procurar e solicitar, enviar
outros amigos, familiares e um leque de pessoas com diferentes situações de saúde e seus
agravantes, teve a oportunidade de se beneficiar com resultados, abrandar sintomas de doenças e
reduzir reações a tratamentos mais agressivos que continuavam se submetendo (cabe salientar
que sempre tratado como complementar ninguém interrompe tratamentos anteriores sem
orientação médica), e depois de vivenciar esses benefícios, não tenho como voltar atrás e negar a
verdade desse tratamento simples, econômico e muito eficaz no tratamento da Pessoa Humana e
de Saúde Pública, como vem se encaminhando. Faço esse relato detalhado para facilitar a
compreensão dos acontecimentos.
3. Fundamentação e análise
Segundo o Médico Luiz Moura e outros autores, a auto-hemoterapia é um recurso
terapêutico simples, de baixo custo que consiste na retirada de sangue da veia da pessoa
(antebraço) e a sua reaplicação no músculo deltóide, ventroglúteo (local de Hochstetter) ou
dorsoglúteo, sendo que este processo estimula o Sistema Retículo-Endotelial (S.R. E),
quadruplicando os macrófagos em todo organismo.
O volume a ser retirado varia de 5 a 20 ml, dependendo da gravidade da doença a ser
tratada. O sangue (tecido orgânico) em contato com o músculo (tecido extravascular)
desencadeia uma reação de rejeição, estimulando o S.R.E. A medula óssea produz então
monócitos em maior quantidade que vão colonizar os tecidos, recebendo agora a denominação de
macrófagos. Antes da aplicação do sangue intramuscular, a contagem média de macrófagos gira
em torno de 5%, sendo que após a aplicação a taxa sobe, e ao fim de oito horas, chega a 22%.
Durante cinco dias a taxa permanece entre 20 e 22%, retornando aos 5% no sétimo dia após a
aplicação da auto-hemoterapia, período em que o sangue aplicado é totalmente absorvido pelo
músculo. A comprovação dos percentuais de macrófagos antes e após a auto-hemoterapia, a sua
permanência elevada e o seu declínio em 7 dias é atribuída ao Médico Brasileiro Jesse Teixeira
(1940), afirma Luiz Moura.
As doenças infecciosas, alérgicas, auto-imunes, os corpos estranhos como os cistos
ovarianos, miomas, as obstruções de vasos sangüíneos são combatidas pelos macrófagos, que
quadruplicados pela auto-hemoterapia conseguem vencer estes estados patológicos ou pelo
menos, abrandá-los. No caso particular das doenças auto-imunes, a auto-agressão decorrente da
perversão do Sistema Imunológico é desviada para o sangue aplicado no músculo, melhorando
assim o estado do paciente (Luiz Moura).
Este Médico, além de fazer uso próprio da auto-hemoterapia, emprega esta terapêutica
desde 1940 quando ainda era estudante de medicina. Relata muitos casos de prevenção e cura de
diferentes doenças, como: prevenção da infecção pulmonar no pós-operatório, acne juvenil,
dermatoses de fundo alérgico, obstrução de artéria, esclerodermia, miastenia gravis, doença de
Crohn, púrpura trombocitopênica, gangrena por picada de aranha e muitas outras.
Há muitos registros de médicos sobre o emprego da auto-hemoterapia desde o início do
Século XX, principalmente antes da descoberta da penicilina. Na Internet encontramos artigos em
português, espanhol e em inglês que relatam a utilização desta prática em diferentes situações de
saúde. Encontramos também artigos de médicos brasileiros, sendo que uns se manifestam a favor
e outros, contra. Estes últimos argumentam que não há comprovação científica desta terapêutica.
Encontramos ainda grupos de pessoas que relatam as suas curas pela auto-hemoterapia.
Apesar das manifestações médicas contrárias à Auto-hemoterapia, têm-se notícias de
Médicos que acreditam nos seus resultados tanto assim que a prescrevem, inclusive no Estado de
Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e outros.
Vale lembrar que o paciente tem a liberdade de decidir e de escolher entre várias
alternativas de ação e que a sua autonomia de escolha deve ser respeitada. Para Fortes (1998, p.
37), Autonomia significa autodeterminação, autogoverno, o poder da pessoa humana de tomar
decisões que afetem sua vida, sua saúde, sua integridade físico-psíquica, suas relações sociais.
(...) Refere-se à capacidade do ser humano de decidir o que é ‘bom’, o que é seu ‘bem-estar’, de
acordo com valores, expectativas, necessidades, prioridades e crenças próprias.
A autonomia relaciona-se com a percepção da subjetividade de cada pessoa humana
(FORTES, 1998, p. 37). Neste sentido, o autor cita uma decisão do Supremo Tribunal Brasileiro: ‘o
instinto de autopreservação faz de toda pessoa humana, por rudimentar que seja seu
conhecimento básico, o mais seguro juiz das conveniências de sua própria saúde’.
Na legislação, não encontramos referências ao assunto. Podemos assim concluir que se
trata de um procedimento não regulamentado, não sendo, portanto, privativo de nenhuma
categoria profissional da área da saúde.
As normas legais que regulamentam o exercício profissional de Enfermagem (Lei Federal
7.498/86 e Decreto Federal 94.406/87) também não se referem a esta prática, mas também não
proíbem a sua realização. Para o Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Parecer
COREN-DF nº. 011/2006),... Não há impedimento legal para que os Enfermeiros realizem o
procedimento, desde que tenham feito treinamento apropriado, entretanto, isto não
deve ser considerado uma atribuição privativa dos mesmos. Em que pese a atual posição
do COFEN sobre a auto-hemoterapia - que os enfermeiros que conhecem a técnica querem ver
mudado - há pareceres lapidares sobre a participação do enfermeiro na aplicação da autohemoterapia.
Um deles é o PARECER COREN-DF Nº. 011/2006, publicado em 29/1/2007.
Sua íntegra: “ASSUNTO: Trata sobre:” Enfermeiro é respaldado ética e legalmente para fazer o
tratamento de auto-hemoterapia”. SOLICITANTE: Sra. Thábata Pereira Gomes de Souza, CORENDF
Nº. 1136-IP, Estudante de Enfermagem. CONSIDERANDO que não existe legislação que proíbe
o profissional de Enfermagem realizar o procedimento. CONSIDERANDO que não existe contra
indicação, pois o sangue utilizado é do próprio paciente, sendo compatível com o mesmo.
CONSIDERANDO que é um recurso terapêutico de baixo custo, pois consiste em retirar o sangue
da veia do paciente e aplicá-lo em seu próprio músculo. CONSIDERANDO que a quantidade varia
de 5ml a 20ml dependendo da gravidade da doença a ser tratada. Obs.: O sangue (tecido
orgânico), em contato com o músculo (tecido extra-vascular), desencadeia uma rejeição, e isso
estimula o sistema retículo endotelial. A medula óssea produz monócitos que se dirigem aos
tecidos orgânicos, onde recebem o nome de macrófagos. Estes se quadruplicam em todo o
organismo, ajudando no tratamento da enfermidade. CONSIDERANDO o Código de Ética dos
Profissionais de Enfermagem que versa: Capítulo III Das Responsabilidades Art. 16 – Assegurar
ao cliente uma Assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou
imprudência. Art. 17 – Avaliar criteriosamente suas competências técnicas e legais e somente
aceitar encargos ou atribuições, quando capaz de desempenho seguro para si e para a clientela.
CONCLUSÃO: Somos de parecer que não há impedimento legal para que os Enfermeiros realizem
o procedimento, desde que tenham feito treinamento apropriado e o procedimento seja prescrito
pelo médico, entretanto isto não deve ser considerado uma atribuição privativa dos mesmos.
Brasília, 04 de dezembro de 2006. Drª. Geralda Christina Lins de Oliveira COREN-DF nº. 24155”.
O parecer está no endereço http://www.coren-df.org.br/site/materias.asp?ArticlesID=1256
Há muita discussão entre os enfermeiros. No ano de 2007, após uma observação do crescimento
da procura e conhecimento maior das pessoas sobre a Auto-Hemoterapia, fui ao Conselho de
Enfermagem solicitar um parecer, e minha surpresa foi grande em ver que a equipe que fiscaliza o
exercício da profissão, NÃO TINHA CONHECIMENTO SOBRE O TEMA!!! E havia solicitação de
outros profissionais sobre a posição do Conselho. Nessa ocasião deixei todo material para
pesquisa e documentos para avaliação, bem como meus contatos para esclarecimentos, e fiquei
disponível para maiores informações devido minha experiência (durante 2 semanas fui muito
solicitada por fone e e-mail pela conselheira técnica). Foi quando fui convidada a palestrar na
reunião dos fiscais do COREN-SC que vieram de várias cidades do estado de SC. Segue citado site
do parecer, a justificativa da Conselheira Técnica e o resultado do parecer?????
Surpreendente, pois não tem nada contrário nem ao tratamento, tampouco a capacitação do
Enfermeiro para realizá-lo. Veja na íntegra o parecer do COREN-SC,
http://www.coren-sc.org.br/documentacao2/P004AT2007.doc
Sob o ponto de vista ético, em qualquer situação de cuidado, o profissional de Enfermagem
deve:
· Assegurar ao cliente assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de
imperícia, negligência ou imprudência (CEPE, Art. 16).
· Avaliar criteriosamente sua competência técnica e legal e somente aceitar
encargos ou atribuições, quando capaz de desempenho seguro para si e para a
clientela (CEPE, Art. 17).
· Manter-se atualizado ampliando seus conhecimentos técnicos, científicos e
culturais, em benefício da clientela, coletividade e do desenvolvimento da profissão
(CEPE, Art. 18).
A aplicação da Auto-hemoterapia, como a execução de qualquer cuidado, requer
competência profissional, ou seja, conhecimentos, habilidades e atitudes para a execução do
procedimento. Assim, o profissional deve avaliar antes de tudo a sua competência, ou conquistá-la
se for o caso, e somente então assumir o cuidado.
E finalmente, talvez seja o caso de citar, ou transcrever uma posição da Justiça sobre tratamentos
alternativos.
Há uma informação curta, disponível na íntegra:
Tratamento alternativo TRF 1 - Vera Carpes Os primeiros registros sobre a prática da autohemoterapia
foram escritos pelo médico francês François Ravout em 1911. A técnica consiste em
retirar sangue de uma veia e injetá-lo nos músculos da mesma pessoa, estimulando o aumento
dos macrófagos que fazem limpeza dos vírus, bactérias e células cancerosas. Essa é a explicação
dada pelo médico Luiz Moura em um CD divulgado pelos adeptos da prática. Difundido pela
Internet, o assunto virou uma febre no país. Com a promessa de cura para doenças graves, a
auto-hemoterapia tem sido praticada em farmácias ou por enfermeiros que vão até a casa das
pessoas aplicarem a injeção. O custo da aplicação é de R$ 5. O Conselho Nacional de Enfermagem
não reconhece o procedimento. Já o Conselho Federal de Medicina divulgou nota condenando o
procedimento e alertando a população para o risco do abandono de tratamentos convencionais.
“Acho isso muito temerário. Em situações limites pode causar danos irreversíveis, explica Geraldo
Guedes, do CFM. A polêmica sobre a medicina alternativa já chegou aos tribunais. A Justiça
Federal do Pará autorizou um paciente com Hepatite C a manter tratamento médico por meio de
método alternativo. A Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará contestou a
decisão recorrendo ao Tribunal Regional Federal da 1a. Região, em Brasília. A 6a. Turma do
Tribunal autorizou a continuidade do tratamento. Segundo o paciente, depois de realizar três
sessões do tratamento não convencional, houve uma melhora no quadro clínico. O Conselho
Federal de Medicina criticou a decisão. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alerta
que a prática da auto-hemoterapia é arriscada e poderá apresentar, no futuro, efeitos colaterais.
Nada que assuste os adeptos dessa novidade. “Não tenho receio. Às vezes você toma algum
remédio e não dá resultado”, afirma a estudante Ângela Mota. Além de condenar á prática da
auto-hemoterapia, a Anvisa determinou que as vigilâncias sanitárias estaduais e municipais
adotem as medidas legais cabíveis, que vão de multas a fechamento do local que oferece o
tratamento”. Esta matéria foi exibida no Via Legal 255 em 25/07/2007 e está no endereço:
http://daleth.cjf.gov.br/vialegal/materia.asp?CodMateria=791
Na reportagem “Quando o corpo cura... E é interditado!
“Uma terapia simples e eficiente, que aproveita os recursos do próprio organismo, dissemina-se
pelo Brasil, é discutida na imprensa e proibida pelas “autoridades””, Ralph Viana se expressa a
favor da técnica, faz um relato histórico da Auto-Hemoterapia e apresenta comprovações
científicas desde 1941. O inteiro teor da reportagem está no endereço
http://www.jornalbemestar.com.br/mat_capa.php?idCapa=9
Sendo assim, ofereço mais este endereço para sua maior oportunidade de informações,
http://www.campanhaauto-hemoterapia.blogspot.com/ a respeito desta eficiente, antiga,
beneficiária e tão discutida forma de tratamento de saúde.
4. Conclusões
Considerando o exposto, concluímos que são urgentes a avaliação e autorização desta
Terapêutica no Sistema Único de Saúde:
· Seja decidido pela permissão do uso da auto-hemoterapia por pessoas que
desejarem e autorizem aos profissionais de saúde realizar o procedimento,
tendo em vista que não se encontra nenhum registro de danos provocados à
saúde das pessoas em decorrência do seu uso.
· Seja recomendado o estímulo às pesquisas na área de saúde, para comprovar a
eficácia desse procedimento, que vem combatendo inúmeras enfermidades há
mais de cem anos.
· Nada consta que impeça o Enfermeiro de aplicar a Auto-hemoterapia.
· O Enfermeiro deve avaliar a sua competência técnica, científica e ética e
somente realizar as atividades relacionadas à Auto-hemoterapia quando for
capaz de desempenho seguro para si e para as clientes.
Essas são, inicialmente, considerações que ofereço a esta Audiência Pública de Saúde no STF,
para que se faça Justiça aos brasileiros, para que as autoridades liberem a aplicação da autohemoterapia
onde houver necessidade comprovada por profissional de saúde e/ou pedido do
paciente. Que se possam realizar pesquisas com maior liberdade, formando assim, um
protocolo mais seguro para realização do tratamento, ou outras possibilidades de contato mais
esclarecedor com essa terapia, ou seja, campos de discussões, palestras, debates entre
profissionais de saúde, apresentação de casos e relatos existentes, entre outros.
Agradeço o cuidado e atenção.
Que Deus ilumine seus caminhos.
IDA ZASLAVSKY
ENFERMEIRA (COREN-SC 47446)
TERAPEUTA CORPORAL
TRABALHO DO DR. JESSE TEIXEIRA PUBLICADO na revista científica BRASIL-CIRÚRGICO, Órgão oficial da Sociedade Médico-Cirúrgica do Hospital Geral da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, vol. II, março de 1.940, número 3, páginas 213 - 230.
AUTOHEMOTRANSFUSÃO
COMPLICAÇÕES PULMONARES PÓS-OPERATÓRIO
Dr. Jessé Teixeira
Com o intuito de contribuir para o estudo das complicações pulmonares pós operatórias,
principalmente no que se refere à sua profilaxia, apresentamos aqui
o relato de nossas conclusões, baseadas em 150 casos, dos quais cerca de 60 %
observados no hospital de pronto-socorro.
A circunstância de ser o hospital de pronto-socorro estritamente um hospital de
urgência, confere ao método preventivo que empregamos segura garantia de
eficácia e utilidade. Sabem todos que os imperativos da cirurgia de urgência
afastam qualquer cuidado pré-operatório, ficando assim os doentes
desamparados ante a ameaça da complicação pulmonar pós-operatória, uma
vez que a tão decantada vacina anti-broncopneumonia é de uma facilidade
comprovada.
Há extrema falta de unidade entre os autores que se ocupam do assunto,
resultando daí a notável disparidade que existe entre os diversos resultados
publicados.
Tomemos um exemplo : as estatísticas sobre a freqüência das complicações
pulmonares pós-operatórias; dentre as estrangeiras - e deixamos de citar as
nacionais, porque delas não encontramos publicações - a de PROTOPOW dá uma
incidência de 7,6% a de MANDIL 14,5%, a de ORATOR STRAATEN 2,9 % ...
Esses resultados dispares têm, a nosso ver, sua fonte numa questão puramente
doutrinária, pela falta de unidade no conceito de complicação e de suas formas
anatomo-clínicas e isto acontece não só porque toda indicação numérica
depende de condições subjetivas e pessoais, mas também, e sobretudo, porque
"são extremamente elásticos os limites da verdadeira normalidade no pósoperatório".
Em virtude dessas considerações, resolvemos tecer as nossas conclusões sobre
as bases científicas de um conceito e de uma classificação, a cuja concepção
fomos conduzidos pelo estudo e pela meditação sobre os casos, que nos foi dado
observar,
Assim, antes de relatar a profilaxia e a nossa casuística, faremos uma breve
exposição do conceito e classificação das complicações pulmonares pósoperatórias,
segundo o nosso ponto de vista, seguida de uma rápida explanação
sintética sobre o diagnóstico e a etio-patogenia das referidas complicações.
I - Conceito
Segundo Alejandro Ceballos, "são consideradas complicações pulmonares pósoperatórias
todas as pneumonias agudas que sobrevenham em conseqüência da
operação, em operados que tinham, até então, o aparelho respiratório normal".
Ora, é sabido que indivíduos portadores de tuberculose em latência, ou velhos
sofredores de bronquite crônica, podem apresentar, em conseqüência da
operação, manifestações agudas dessas doenças, as quais, sem dúvida, devem
ser consideradas como complicações pulmonares pós-operatórias.
Desse modo, à definição de CEBALLOS, permitimo-nos acrescentar : ... em
operados que tinham, até então, o aparelho respiratório normal - ou ser de
processos patológicos, em fase de cronicidade ou latência.
II- Classificação
Estabelecemos uma classificação esquemática, que procura individualizar em
quatro tipos principais, de acordo com sua etiologia, anatomia patológica e
evolução clínica, as mais importantes complicações pulmonares pós-operatórias:
1 - Complicações devidas ao choque operatório: Pseudo-bronquites do pósoperatório
e atelectasia pulmonar pós-operatória.
2 - Complicações infecciosas: Bronquites (elemento de ligação entre primeiro e
o segundo grupo), corticopleurites (as complicações infecciosas mais
freqüentes), pneumonias, broncopneumonias, que podem conduzir a largas
supurações, como o abscesso e a gangrena pulmonares,
3 - Complicações devida à embolia pulmonar: Desde o tipo banal da poeira de
embolia (discutido e negado por muitos), passando pelo tipo médio de enfarto
hemoptóico de LAENNC, até o tipo fulminante sincopal ou asfixio da embolia da
artéria pulmonar.
4 - Complicações Especiais :
a) surto agudo de tuberculose;
b) complicações próprias à cirurgia torácica.
A presente classificação terá os fundamentos de sua justificação no item
seguinte, que trata da etiopatogenia das complicações pulmonares pósoperatórias.
III - Etiopatogenia
Na etiopatogenia, são descritas numerosas causas predisponentes das
complicações pulmonares: o estado geral do operado, a idade, o sexo, o estado
pré-operatório do pulmão e vias aéreas superiores, garganta, boca e nariz (que,
quando sede de inflamações predispõem a infecção pulmonar por via
broncógena), assim como do aparelho cardiovascular (por isso que a sua
insuficiência determina estase na pequena circulação, capaz de favorecer a
evolução de um processo pulmonar), a técnica cirúrgica e o tempo da operação
(as manobras suaves, a hemostasia bem cuidada, aliadas a um tempo curto,
dão menor número de complicações), a região abdominais altas), a hipótese,
pelo decúbito prolongado na lei (é fator que só se evidência nos indivíduos muito
idosos, caquéticos e com lesões do aparelho cardiovascular) e a estação do ano
(o inverno fornece maior contingente de complicações).
No particular do sexo, o masculino paga maior tributo: em 40 complicações,
pulmonares, 33 são de indivíduos masculinos. O fenômeno se explica pela
diferença entre os tipos respiratórios do homem e da mulher. O homem tem
uma respiração costo-diafragmática ou abdominal e a mulher uma respiração
costal superior, e como em conseqüência da operação há uma paresia
diafragmática, a amplitude respiratória do homem diminui consideravelmente,
predispondo, pela hipoventililação pulmonar, toda sorte de complicações, o que
não sucede com a mulher, que continua com uma amplitude satisfatória.
Por uma razão semelhante, se explica o maior número de complicações
pulmonares que todas as estatísticas conferem às operações gastroduodenais
sobre as intervenções nas vias biliares extra-hepáticas : é que as afeções
gastroduodenais são mais freqüentes no homem, ao passo que as das vias
biliares atingem mais o sexo feminino.
Uma estatística, só de mulheres operadas de estômago e vesícula, demonstrou
que a cirurgia biliar dava 8 % de complicações, ao passo que a cirurgia gástrica
determinava apenas 6%.
Estudaremos agora a etiopatogenia de cada um dos quatro tipos de nossa
classificação.
Primeira - Complicações devidas ao choque operatório: - Estas complicações
são explicadas, segundo a concepção das manifestações segmentárias do
choque de Carlos Stajano, por inibição do setor neurovegetativo, que preside à
inervação das fibras lisas traqueo-bronco-pulmonares, dando como
conseqüência uma traqueo-broncoplegia (ruído de glú-glú traqueal, pela
impossibilidade de expectorar) e assim se constituem e se diagnosticam as
"falsas bronquites passageiras do pós-operatório, atribuídas durante muitos
anos ao éter ou ao resfriamento das salas de operações e que desaparecem,
como fantasmas, de um dia para outro, apesar da medicação mais ou menos
penosa para o doente, como envoltórios, ventosas "...
Esta modificação de tipo paretico na fibra lisa traqueo-broncopulmonar , tem a
mesma explicação que a paresia intestinal psicológica do pós-operatório
(Stajano), que desaparece, normalmente, ao fim de 48 horas e que nada mais
representa que o choque segmentar da fibra lisa intestinal.
Os pulmões têm pouca atividade independente e, quando retirados do tórax e
separados, são apenas massas inertes (Henderson).
A depressão funcional pós-operatória manifesta-se também na baixa do tônus
muscular geral, sob a influência da inibição nervosa. As alças intestinais, sede
de paralisia, deixam-se distender pelos gazes, o indivíduo não consegue tossir e,
nos seus esforços para expectorar, só consegue deglutir saliva misturada a
gotículas de ar, pelo que se constitui uma aerogastria e assim intestinos e
estômago distendidos elevam o diafragma hipotônico, a amplitude respiratória e
a capacidade vital decrescem consideravelmente ( dispnéia, com respiração
rápida e superficial), as secreções brônquicas, que não podem ser expelidas,
agem como rolha mucosa nas vias respiratórias, o ar alveolar, por fenômeno
puramente físico, é absorvido e surge o quadro da atelectasia pulmonar (o
atelectasio é um asfixico, mas não é um infectado).
Estas manifestações de choque, pós-operatório imediato, podem perdurar e,
como todo órgão em retenção está em condições propícias para infectar-se, se o
meio é séptico, não se livram da ameaça de, sobre elas, se enxertar uma
complicação infeciosa. Assim, as complicações do segundo tipo podem iniciar-se
como meras manifestações de choque e através do elemento de ligação -
bronquites pós-operatórias - evidenciar-se com todas as características clínicas
de uma cortico-pleurite , pneumonia, broncopneumonia, abscesso ou gangrena
pulmonares.
Segunda - Complicações Infeciosas: - Na gênese das complicações infeciosas
tem sido invocados numerosos fatores através dos tempos. Passemo-los em
revista:
a) Anestesias por inalação: - Foi o éter principalmente responsabilizado, porque
"irrita a árvore brônquica, exagera as secreções e diminui a ação bactericida das
mesmas, além de provocar resfriamento". Contudo, as complicações surgem,
indiferentemente, com todos os tipos de anestesia, inclusive a local e a
raquidiana foi incriminada de despertar complicações pulmonares por diminuição
da amplitude respiratória conseqüente a anestesias altas e mais ou menos
prolongadas. Quanto à anestesia local, é ela que fornece maior cifra de
complicações pulmonares nas estatísticas o que facilmente se explica, porque é
empregada em maior cópia, como também porque é a anestesia de escolha para
numerosos indivíduos tarados (bronquiticos, cardíacos, etc.), como diz Quênu.
Em suma, a anestesia por inalação tem a sua parte no aparecimento de
complicações em indivíduos com aparelho respiratório lesado e, sobretudo, nas
chamadas pneumonias por aspiração, em que o conteúdo gástrico, durante um
esforço de vômito, passa para as vias aéreas superiores, desencadeando uma
pneumonia gravíssima, com elevada cifra de mortalidade (infeção brônquica).
Diga-se, de passagem que as anestesias locais, feitas com o
reforço de uma injeção de morfina, podem, pelos mesmos motivos, conduzir à
pneumonia aspirativa.
b) Embolias do pós-operatório, sem que existam pleurites : Foram durante largo
tempo imputadas, como causa de complicações pulmonares, as micro-embolias
que se originariam da sede do trauma cirúrgico, instalando-se então "um quadro
inflamatório pulmonar caracterizado por zona de maciez, silêncio respiratório e
febre alta ".
Pierre Duval nega qualquer fundamento de veracidade a esta opinião e afirma
que "só por comodidade o cirurgião invoca a embolia ", uma vez que a anatomia
patológica que ela não tem existência real.
c) Infecção por via linfóide, hematóide ou bronquial: A via linfogena tem sido
invocada, nas operações sépticas do andar supra-mesocolico, em que a
infecção, pelos linfáticos, atravessaria o diafragma e chegaria ao pulmão; a essa
afirmação se têm oposto argumento irrespondíveis. Apenas, a infecção bronquial
pôde ser aceita, como elemento de valor, nas pneumonias aspirativas e nos
epidêmicos de gripe.
d) Intoxicação pelos polipeptídios: - Segundo Pierre Duval, de acordo aliás, com
a escola francesa, as complicações infecciosas se explicam através do fértil
conceito da chamada "maladie post-opératoire", recebendo então os
polipeptídios, originados pelo trauma cirúrgico, uma transcendente importância.
Experimentalmente, Pierre Duval e Léon Binet sensibilizaram cães a albuminas
musculares e, semanas após, injetando o mesmo material pela safena,
conseguiram reproduzir, sistematicamente, lesões pulmonares, em tudo
semelhantes as do pós-operatório humano. Estas lesões produziram-se sempre
que se atuava sobre animais previamente sensibilizados, e, no homem essas
complicações são mais freqüentes nos indivíduos com intra-dermo-reação
positiva para os polipeptídios. Portanto, é necessário um estado de
sensibilização.
Conclusão: - Todas as teorias encerram sua parte de verdade, mas pecam todas
unilaterais. A principal explicação reside no próprio ato operatório, criador da
"maladie post-operatoire", que é um desequilíbrio biológico súbito, capaz de
trazer, entre outras, as complicações pulmonares.
Terceira - Complicações devidas à embolia pulmonar: - A embolia pulmonar,
nas suas duas formas, geralmente aceitas, o enfarto hemotóico de Laennec e a
embolia de artéria pulmonar, origina-se, via de regra, de uma trombobliebite
pélvica ou dos membros inferiores, para cuja patogenia se inscrevem os três
fatores seguintes:
a) lesões do revestimento endotelial vascular;
b) alterações qualitativas do sangue (hiperinose);
c) estagnação sangüínea
O processo trombótico vai progredindo até uma encruzilhada venosa, onde um
fragmento, batido pela corrente sangüínea, se desprende e, ao atingir a
pequena circulação, desperta o quadro de enfarto pulmonar, de que fazem parte
os escarros homópticos e a dor torácica. Este enfarto pôde infectar-se e teremos
constituída uma pneumonia tardia pós-enfarto. Outras vezes, continuam a
desprender-se êmbolo, até que um, de maiores proporções, determine o quadro
fulminante da embolia da artéria pulmonar.
Nas nossas observações contam-se dois casos de embolia pulmonar : o
primeiro, após um quadro de enfarto hemóptico, faleceu subitamente de
embolia da artéria pulmonar, revelando a autopsia dois grossos êmbolos que
obstruíam os ramos de bifurcação da artéria. O segundo teve um enfarto
hemóptico, também originado de flebite da safena interna, que se transformou
numa pneumonia pós-enfarto, mas teve alta curado.
Quarta - Complicações Especiais:
a) Surto agudo de tuberculose - toda intervenção cirúrgica cria um estado de
alergia, favorável ao aparecimento de surtos evolutivos agudos de tuberculose
pulmonar;
b) Complicações próprias à cirurgia torácica - como o esvaziamento, na árvore
brônquica, do conteúdo de uma caverna, após uma toracoplastia, ou as
complicações de uma lobectomia (hemotórax supurado, desvio do mediastino,
etc.)
Sobre este tipo de complicações, não nos alongaremos, pois pertencem a uma
especialidade que não cultivamos.
IV – Diagnóstico
O cirurgião deve pensar em complicação pulmonar pós-operatória quando, no
seu operado, se manifestam tosse, febre, dispnéia, dor torácica ou escarros
hemópticos. O exame físico revelará: estertores, roncos, sibilos, sopros,
diminuição da sonoridade pulmonar e, por vezes, mesmo, massicez. Há
repercussão principalmente sobre o aparelho circulatório, que, muitas vezes,
comanda o prognóstico.
Será desnecessário encarecer as vantagens do exame radiológico, para o
estabelecimento do diagnóstico.
V - Profilaxia
Fora do âmbito da cirurgia de urgência, são numerosos os meios profiláticos das
complicações pulmonares pós-operatórias (eleição do doente e da anestesia,
cura de catarros das vias respiratórias, saneamento da boca, prevenção de
resfriamentos, exercícios respiratórios, inalações de carbogenio, etc.). Todos
aliás, muito precários.
Para a profilaxia destas complicações há, contudo, um recurso, que, segundo as
observações do seu autor e as nossas próprias, ao que parece únicas em nosso
meio, é da mais alta valia, podendo ser vantajosamente empregado, quer na
cirurgia de urgência, quer nos casos em que o doente pode ser preparado.
Trata-se da autohemotransfusão de 20 cc logo após a operação; estando o
doente ainda na mesa de operação, retiram-se 20 cc de sangue de uma veia da
prega do cotovelo, que são imediatamente injetados na nádega.
Baseamo-nos em 150 observações (1) das quais, a maioria, pertencentes à
cirurgia de urgência, através dos casos passados pelo Serviço "Daniel de
Almeida" a cargo do Dr.Jorge Doria, no Hospital de Pronto Socorro.
Deixamos de publicar aqui grande número de observações também favoráveis à
utilidade do método, que foram feitas por colegas nossos nos seguintes
serviços: décima terceira - Enfermaria da Santa Casa (Serviços do Dr. Darcy
Monteiro) pelo doutorado Carlos Teixeira, serviço do Dr. G. Romano (Hospital da
Gamboa) pelo doutorado Oscar de Figueiredo Barreto e Serviço Chapôt-Prevost
(Hospital de Pronto Socorro) a cargo do Dr. Darcy Monteiro, pelo doutorando
Monteiro de Figueiredo.
Foi-nos sugerida a atenção para o assunto em fins de 1937, pelo jovem e
brilhante docente Dr. Sylvio D Ávila, que chefiava a décima segunda enfermaria
da Santa Casa, de que éramos internos, sendo as primeiras 60 observações ali
colhidas.
A sugestão do nosso chefe de então se prendeu a um artigo publicado no "The
American Journal of Surgery" (May, 1936 - pág.321), intitulado
"Autohemotransfusion in Preventing Postoperative Lung Complications" e
assinado por Michael W. Mettenletter (cirurgião do Pós-Graduate Hospital, de
Nova York).
Mettenleiter, considerando os excelentes resultados do processo, como método
curativo das pneumonias pós-operatórias declaradas, onde foi aconselhado por
Vorschutz, resolveu empregá-lo, como profilático, em 300 casos de sua clínica
particular e não teve uma só complicação pulmonar, a não ser pequena área
trombótica em um pulmão, cinco dias após a operação.
Antigamente, o emprego da autohemotransfusão se submetia às influências
fecundas, mas anti-científicas do empirismo. Hoje, porém, temos uma
explicação razoavelmente clara e perfeitamente aceitável de sua ação. Quando o
sangue empregado fora de sua situação normal, no aparelho circulatório, ele se
torna uma substância completamente diferente para o organismo.
O sangue extraído por punção venosa é um sangue asfixico que, por curto
lapso, se põe em contato com um corpo estranho (seringa), o que é suficiente
para provocar modificações na sua físico-química e, por isso, injetado no
organismo, atua como si fora uma proteína estranha. De todos é conhecido o
efeito estimulante das proteínas parentais sobre o sistema simpático e o
parassimpático, pelo que ocorrem reações vasomotoras e teciduais em todo o
organismo.
Widal observou acentuada diminuição dos leucócitos em todo o sistema vascular
periférico. Porém, mais tarde, Müller e Petersen demostraram que essa
diminuição periférica corresponde a um aumento destas células nos órgãos
abdominais, e consequentemente, a um incremento nas funções orgânicas,
particularmente do fígado, acelerando-se a secreção biliar e os processos de
desintoxicação. Nenhum efeito sobre o sistema vasomotor, sangue ou tecidos se
observa nos órgãos cuja inervação autônoma foi suprimida antes da infeção.
O sistema retículo-endotelial de Aschoff-Landau também é poderosamente
estimulado pela autohemotransfusão.
As seguintes experiências provam essa afirmação:
a) Um emplastro de cantáridas, colocado sobre a pele da coxa, determina a
formação de pequena vesícula. Pois bem, se aspiramos o conteúdo dessa
vesícula num tubo em U e o centrifugarmos, depois de seco e corado, a
contagem diferencial nos revelará uma incidência de monócitos por volta
de 5% (os monócitos são os representantes no sangue circulante do S.
R. E. ). Após a autohemotransfusão, a cifra de monócitos, no conteúdo
da vesícula, se eleva em oito horas para 22% e, após 72 horas, ainda há
20% caindo a curva gradualmente para voltar ao normal, no fim de sete
dias;
b) pela prova do Vermelho Congo se evidência a capacidade de armazenar
corantes do S. R. E. - essa capacidade acentua-se consideravelmente
após a injeção de sangue;
c) outro teste utiliza a determinação do índice bactericida dos tumores,
segundo o método de Wright. Após a injeção, o índice mostra um
acréscimo, que, dentro de oito horas, chega a um máximo de 15 a 20
valores normais. Como a elevação dos monócitos, a elevação do índice
bactericida dos tumores prova a estimulação dos poderes defensivos do
organismo do S. R. E. ou melhor, para ceder aos impulsos de um são
nacionalismo, sem desatender às exigências da boa ciência, através do
sistema angio-histio-lacunar de Póvoa-Berardinelli (o alvéolo pulmonar é
parte integrante do sistema lacunar).
Para os que aceitam as idéias de Pierre Duval, podemos concluir que a
autohemotransfusão atua como elemento desensibilizante, contra a agressão
dos polipeptídios, que só agem em indivíduos sensibilizados.
Finalmente, estamos inclinados a aceitar a eficácia da autohemotransfusão nas
complicações da tuberculose, visto como ela parece remediar a fase de
inferioridade ou alergia, que a intervenção cirúrgica desperta nos tuberculosos.
A propósito da desprezível quantidade de sangue, que se acumula na ferida
operatória, sugeriu-se que a observação deste sangue poderia tornar uma
adicional autotransfusão desnecessária.
São de Mettenletter as seguintes palavras: "as alterações físico-químicas, na
totalidade do sangue e do soro, são tão delicadas e ocorrem tão rapidamente,
que nenhuma comparação pode ser feita entre o sangue retirado de uma veia e
reinjetando intramuscularmente e o sangue acumulado numa ferida para ser
absorvida; estes dois processos são inteiramente diferentes".
O sangue tem sobre os outros agentes protéico-terápicos, além das vantagens
de comodidade e economia, a de que a sua absorção se faz mais prontamente.
Para terminar, em vista dos nossos excelentes resultados, que confirmam
amplamente as verificações de Mettenletter, podemos fazer nossas as suas
palavras: "as complicações pulmonares podem surgir, com qualquer espécie ou
método de anestesia, mas a ausência de acometimentos pulmonares, em nossa
série, prova que a autohemotransfusão e não o tipo de anestesia, responde
pelos bons resultados".
Casuística - 150 casos.
1) - Intervenções :
— Safenectomia 1
— Arteriotomia 1
— Coecopexia 1
— Castração 1
— Simpatectomia periarterial 1
— Cistotomia 1
— Cholecistomia 1
— Drenagem da fosse ilíaca direita 1
— Esplenectomia 1
— Apendicectomias 56
— C.R.hérnia inguinal 29
— Laparotomias exploradoras 11
— C.R.hérnia inguinal estrangulada 7
— Gastrectomias 5
— Fístulotomias 5
— Hemorroidectomias 5
— Inversões da vaginal 5
— Sepultamento de úlceras gastroduodenais perfuradas 4
— Operação de Ivanissevitch 3
— Operação de Ombredanne (ectopia testicular) 3
— Emasculações totais 3
— Anus ilíacos 3
— C. R. hérnias crurais estranguladas 2
— Recessão intestinais 2
— Exérese de quisto dermóide 2
— Salpingectomia 2
— Exérese de quisto torcidos do ovário 2
— C. R. de hérnia umbilical estrangulada 2
— Amputações de membros 2
— Cholecistectomia 1
— Gangliectomia Lombar 1
— Gastroenterostomia 1
— Cerclagem da rótula 1
— Operação de Albee (enxerto vertebral) 1
— Nephrectomia 1
— Nephrostomia e retirada de cálculo 1
— Trepanação da tíbia 1
— Prostatectomia 1
— C. R. hernial crural 1
2) - Anestesias :
—
Local 62
— Balsoformio 50
— Rachidiana 20
— Éter 10
— Peridural segmentária 5
— Eunarcon 3
TOTAL 150
3) - Diagnósticos :
— Apendicites 51
— Hérnias inguinais 24
— Hérnias inguinais estranguladas 7
— Fistulas anais 6
— Feridas penetrantes do abdômen 5
— Hidroceles da vaginal 5
— Ectopias testiculares 4
— Úlceras duodenais 4
— Úlceras gastroduodenais perfuradas 4
— Varioceles 3
— Epiteliomas do pênis 3
— Canceres do reto 3
— Hérnias umbilicais estranguladas 3
— Peritonites agudas generalizadas 3
— Canceres do estômago 2
— Quistos dermóides 2
— Roturas de prenhez ectópica 2
— Quistos torcidos de ovário 2
— Esmagamentos de membros 2
— Cholecistite 1
— Gangrena do pé 1
— Fratura de rótula 1
— Mal de Pott 1
— Fistula estercoral 1
— Tuberculose renal 1
— Litiase renal 1
— Osteomielite aguda 1
— Adenoma prostático 1
— Hérnia crural 1
— Varizes da perna 1
— Artrite supurada do joelho 1
— Úlcera de perna 1
— Oclusão intestinal 1
— Câncer de bexiga 1
— Rotura traumática de baço 1
— Varicocele pelvice 1
— Ferida penetrante do tórax 1
— Pancreatite edematosa, com peritonite biliar sem perfuração 1
— Abscesso apendicular 1
— Vólvulo da sigmóide 1
VI - Resultados e conclusões
Primeiro - As complicações devidas ao choque : - Só cedem, evidentemente,
ao tratamento do choque (sol, chloretadas hipertônicas e, eventualmente,
infusão maciça de café em clister). Contudo, a autohemotransfusão contribui,
seguramente, para que sobre elas deixem de enxertar-se as complicações do
segundo tipo ou infeciosas.
Segundo - As complicações infeciosas - não surgiram em nossos 150 casos. Em
vários dos numerosos casos em que deixamos de fazer a autohemotransfusão, a
título de contraprova, as complicações infeciosas apareceram, sendo tratadas
pela autohemotransfusão curativa em altas doses ( 40 a 80 cc.) pelo soro
chloretado hipertônico, álcool, digital, vitamina C, etc.
Comentemos alguns casos interessantes : numerosos doentes se submeteram à
operação com bronquites crônicas ou subagudas. Pois bem, após a operação,
fez-se a autohemotransfusão e essas bronquites ou continuaram na mesma,
sem se agravar ou, então, desapareceram.
De dois doentes que sofreram esplenectomia por ruptura traumática do baço,
em um foi feita a injeção de sangue - alta, curada, em oito dias. Em outro não
se fez a autohemotransfusão e manifestou-se-lhe um foco de condenação na
base direita.
Um velho prostático sofreu uma falha hipogástrica, como tempo prévio à
prostatectomia. Dada a benignidade da intervenção, não lhe fizemos a
autohemotransfusão e se constitui uma cortico-pleurite.
Curou-se e, operado de prostatectomia, foi-lhe feita a injeção de sangue,
tendo um pós-operatório respiratório normal.
Outro doente, que padecia de mal de Pott, submeteu-se à operação de ALBEE
(enxerto vertebral). Era portador de catarro crônico das vias aéreas superiores;
foi operado sob anestesia geral pelo balsoformio e ficou três meses no leito
gessado sem apresentar a mínima complicação pulmonar, tendo-lhe sido feita a
autohemotransfusão após a operação.
Terceiro - Complicações devidas à embolia pulmonar. - Não podemos tirar
conclusões seguras a respeito deste ponto, em primeiro lugar, porque tivemos
apenas dois casos e, em segundo, porque só em um foi feita a
autohemotransfusão, aliás no que não morreu. Contudo, parece-nos que a
autohemotransfusão não pôde impedir a formação de uma tromboflebite, nem
que desta se desprendam êmbolos.
Quarto - Quanto às complicações pulmonares pós-operatórias nos indivíduos
tuberculosos, parece-nos que a autohemotransfusão age beneficamente no
sentido de corrigir a fase de inferioridade orgânica que o ato cirúrgico desperta
nesta classe de pacientes.
Tivemos quatro casos de intervenções, em indivíduos tuberculosos
comprovados, sem complicação pulmonar pós-operatória: duas
apendicectomias, uma nefrectomias por tuberculose renal e uma nefrotomia
com retirada de cálculo coraliforme, em indivíduo que se havia submetido a
pneumotórax terapêutico.
Só num caso se desenvolveu uma pneumonia tuberculosa, mas o indivíduo era
portador de tuberculose evolutiva e, operado de apendicite aguda, foi-lhe feita
somente injeção de 10 cc de sangue, portanto dose insuficiente, metade da que
aconselha o autor do método.
Esses casos não nos permitem ainda uma conclusão segura, do mesmo modo
que os de embolia pulmonar.
Não resta dúvida que as complicações infeciosas, segundo o critério por nós
estabelecido, são prevenidas seguramente pela prática da autohemotransfusão.
Trabalho do Dr. Jesse Teixeira, publicado na revista científica BRASIL-CIRÚRGICO, Órgão oficial da
Sociedade Médico-Cirúrgica do Hospital Geral da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro,
vol. II, março de 1.940, número 3, páginas 213 - 230.
FIOCRUZ 2009
OBS: DR. LUIS MOURA COMPROVOU EM HUMANOS POR 59 ANOS O QUE ESSE ESTUDO COMPROVOU EM ANIMAIS
(Essa observação provavelmente pretende não se comprometer com a proibição vergonhosa desse organismo chamado ANVISA que mostra zelar pelos interesses dos laboratórios que querem vender remédios a preços extorsivos e não da população.)
Utilização do camundongo NOD (Non-obese diabetic) como modelo de
estudo sobre a eficácia da autohemoterapia.
Dr. Flávio Alves Lara
Bacharel em Microbiologia
Mestre em Biociências e Biotecnologia
Doutor em Química Biológica
Assistente de Pesquisa do Laboratório de Microbiologia Celular
Instituto Oswaldo Cruz
Fundação Oswaldo Cruz
Fica aqui registrado que se trata de um estudo preliminar, que não dá respaldo científico ao uso da ferramenta em humanos. Apesar da sua provável eficácia em um modelo animal clássico de doença autoimune, seu mecanismo de ação e riscos em potencial não são conhecidos.
Endereço:
Flavio Alves Lara
Laboratório de Microbiologia Celular
Pavilhão Hanseníase, sala 27
Av. Brasil 4365 – Manguinhos
Rio de Janeiro – Brasil
CEP: 21045-900
e-mail: falara@ioc.fiocruz.br
Introdução
A linhagem de camundongo NOD (Non-obese diabetic) é largamente utilizada
em estudos envolvendo modulação da resposta imune, fisiologia de linfócitos T
reguladores e diabetes. Os animais dessa linhagem apresentam o desenvolvimento
espontâneo de uma síndrome autoimune, levando em poucas semanas de vida à
infiltraçäo linfomononuclear progressiva das ilhotas de Langerhans (insulite), iniciada
na quinta semana de vida, levando ao desenvolvimento do quadro clínico de diabetes
dependente de insulina (Kikutani e Makino, 1992). A linhagem NOD foi gerada por
pesquisadores japoneses através da indução de polimorfismo no lócus Idd3, associado à
produção de IL-2, o que acarreta no desaparecimento da população de linfócitos T
reguladores (Makino e cols, 1980). A perda da população de lifocitos responsáveis pela
gestão da imunotolerancia acarreta em um leque maior de síndromes autoimunes a
serem observadas na supracitada linhagem, tais como sialites autoimune, tireoidites
autoimune, polineuropatia periférica autoimune e dermatite sistêmica autoimune.
Estudos recentes apontam o papel imunomodulador apresentado por
componentes sanguines tais como plaquetas e heme (Porto e cols. 2007; Graca-Souza e
cols. 2002; Knighton e cols. 1986).
Dessa forma, decidimos no presente estudo fracionar os componentes do
sangue em três: fração celular, fração plasmática e fração heme, realizando protocolo
semelhante à autohemoterapia em camundongos NOD, observando dessa forma a
contribuição individual de cada componente para a imunomodulação já observada
durante o tratamento envolvendo a autohemoterapia em humanos (comunicação
pessoal). Utilizamos como grupo controle animais injetados com salina tamponada,
utilizando-se um total de 20 animais para cada condição.
Metodologia
Frações do sangue
A partir de uma colônia isogênica (mesmo pool genético) de camundongos BalbC
NOD, machos foram sacrificados por asfixia em câmara de CO2 e sangrados com a
ajuda de uma seringa contendo heparina como anticoagulante. O sangue foi rapidamente
centrifugado a 1000g por 10 minutos, no sentido de separarmos a fração celular (que
nas pranchas das figuras 1 e 2 são abreviadas como sangue) e a fração plasmática (que
nas figuras 1 e 2 são chamadas de plasma). Ambas as frações são congeladas em freezer
para uso posterior.
Solução de Heme
Neste trabalho uma solução de 10mM de heme (Fe-Protoporfirina IX) foi preparada da
seguinte forma: heme em pó adquirido da empresa Molecular Products foi resuspendido
em solução de NaOH 0.1N, e posteriormente tamponado com PBS (tampão fosfato
tamponado a pH 7,2).
PBS
A solução de PBS foi montada através da combinação de soluções contendo 100mM de
fosfato de sódio monobásico e dibásico adicionados de 150mM de NaCl até atingir-se o
pH 7,2. Todos os sais foram adquiridos da empresa Merck.
Tratamento
O tratamento consistiu de injeções intramusculares de 10ml dos diferentes estímulos
(fração celular do sangue, fração plasmática do sangue, heme e PBS) em apenas um dos
membros inferiores por vez, a cada 2 semanas, de forma que um mesmo membro
recebia injeções a cada 4 semanas. Não foram observados nos animais em questão sinais
maiores de desconforto atribuídos ao tratamento. Foram utilizados 20 animais por
grupo, iniciando-se o tratamento no segundo mês de vida. Divergências no padrão de
dermatite autoimune foram registradas ao longo do período, interrompendo-se o estudo
ao sexto mês de vida.
Dessa forma, decidimos no presente estudo fracionar os componentes do sangue em
três: fração celular, fração plasmática e fração heme, realizando protocolo semelhante à
autohemoterapia em camundongos NOD, observando dessa forma a contribuição
individual de cada componente para a imunomodulação já observada durante o
tratamento envolvendo a autohemoterapia em humanos (comunicação pessoal).
Utilizamos como grupo controle animais injetados com salina tamponada, utilizando-se
um total de 20 animais para cada condição.
Resultados e discussão
Após 4 meses de tratamento, é vivível a diferença entre os animais tratados
com injeções contendo a fração celular e plasmática do sangue, quando comparados aos
animais tratados com heme e salina (figura 1 e 2). É possível observar regiões de
foliculite e dermatite autoimune, evidenciadas por setas. Na região ventral, onde tanto a
pele como os folículos pilosos são mais susceptíveis ao ataque autoimune, as diferenças
são mais evidentes, tornando clara uma maior eficácia em imunomodulação do
tratamento envolvendo a fração celular (sangue), quando comparado aos demais,
incluindo-se o tratamento envolvendo a injeção intramuscular da fração plasmática do
sangue (plasma).
Os animais que receberam injeções intramusculares contendo a fração celular
do sangue apresentaram aspecto normal, semelhante a camundongos selvagens não
NOD. Já animais tratados com todos os demais estímulos, apresentaram, mais
severamente os grupos controle e heme, arrepiamento de pelo quando estimulados,
demonstrando desconforto, letargia, perda de peso e tremores. Não foi observada
nenhuma diferença entre o grupo de animais estimulados com heme e o grupo controle,
estimulados com salina tamponada.
Os resultados colhidos até o momento apontam para um novo e inesperado
mecanismo envolvendo a autohemoterapia. Seria mais lógico supor que o mesmo
estivesse diretamente ligado à liberação de heme após a digestão proteolítica da
hemoglobina, ativando dessa forma mediadores imunes locais, seja integro ou após ser
degradado à bilirrubina, ferro e monóxido de oxigênio. É bem reconhecido seu papel
como ativador de migração e geração de radicais livres em neutróficos (Porto e cols.
2007; Graca-Souza e cols. 2002), assim como seu papel como ativador dos receptores
semelhantres a Toll 4 (TLR4) (Figueiredo e cols, 2007).
No entanto, a administração de 100nMoles de heme intramuscularmente não
apresentou qualquer efeito no quadro autoimune de animais NOD.
Nos voltamos então para a fração celular do sangue, a única que apresentou
forte efeito imunomodulador. Acreditamos que a pouca ação da fração plasmática se
deve aos contaminantes presentes da fração celular, que provavelmente te juntam a esta
após lise celular proveniente do procedimento de coleta de sangue. Sabemos que o
efeito benéfico da fração celular não é proveniente da ação de inoculação de células
sanguíneas viáveis no ambiente intramuscular, visto que esta fração foi congelada após
seu preparo e descongelada previamente ao uso, procedimento que inviabiliza a
existência de células viáveis. É conhecido também que o tratamento prévio do sangue
com ozônio, o que acarreta no rompimento de todas as células ali presentes, aumenta
sua eficácia como imunomodulador (comunicação pessoal). Dessa forma, acreditamos
em um componente protéico presente no interior de alguma população celular presente
no sangue como responsável pelos efeitos terapêuticos da autohemoterapia.
O heme é o grupamento prostético da hemoglobina, e não apresentou qualquer
efeito, no entanto, peptídeos gerados a partir da hidrolise da hemoglobina apresentam
uma gama de efeitos no organismo de mamíferos, dentre eles a cascata de sinalização de
proteína kinase C (PkC) e caseina kinase 2 (Chen-Roetling et al, 2008). Os eritrócitos
lisados e injetados intramuscularmente dessa forma estariam envolvidos na ação
terapêutica da autohemoterapia. Temos que ter em mente também que um antígeno
comum e não ativador como a hemoglobina pode ser subvertido a um imunoativador,
supressor ou modulador por estar sendo reconhecido fora de seu ambiente natural, o
sangue. O grupo de evidencias que descrevem as diferenças no reconhecimento de
antígenos decorrentes ao ambiente e/ou o tipo celular através dos quais são apresentados
às células efetôras criou a hipótese do “Danger Model” (Matzinger, 2002).
Por outro lado, não podemos nos abster em discutir um outro tipo celular
potencialemnte envolvido no efeito terapeutico visualizado na fração celular do sangue,
as plaquetas. Um grande numero de fatores de crescimento são porduzidos e
armazenados no interior dessas células, tais como: fator de crescimento derivado de
plaquetas (PDGF), um potente agente quimiotático, TGF-b (transforming growth factor-
β) que possui atividade imunosupressora por evitar a ativação de linfócitos e
macrofagos, fator de crescimento de fibroblasto (FGF), IGF-1 (insulin-like growth
factor-1) também reconhecido imunomodulador por aumentar a viabilidade celular de
fagocitos, dentre outros fatores de crescimento. De fato, autohemoterapia utilizando-se
apenas da fração plaquetária já é utilizada em vários tipos de tratamento, de implantes
ósseos à cura de ulcerações cutâneas, associadas ou não à diabetes (O’Connell e cols.
2008; Sanchez e cols. 2007; Knighton e cols. 1990; Knighton e cols. 1986).
Como conclusão, observamos novas evidencias a respeito da eficácia da
autohemoterapia como ferramenta terapêutica imunomodulatória. Nossos resultados
iniciais apontam para a participação preponderante da fração celular em detrimento da
fração plasmática e do componente heme. Novos estudos tornam-se necessário para
uma total compreensão do mecanismo de ação da supracitada ferramenta terapêutica.
Referências
Chen-Roetling J, Li Z, Regan RF (2008). Hemoglobin Neurotoxicity is Attenuated by
Inhibitors of the Protein Kinase CK2 Independent of Heme Oxygenase Activity. Curr
Neurovasc Res. 5, 193-8.
Graca-Souza AV, Arruda MA, de Freitas MS, Barja-Fidalgo C, Oliveira PL (2002).
Neutrophil activation by heme: implications for inflammatory processes. Blood. 99,
4160-4165.
Kikutani H, Makino S (1992). "The murine autoimmune diabetes model: NOD and
related strains". Adv. Immunol. 51: 285–322.
Knighton DR, Ciresi KF, Fiegel VD, Austin LL, Butler ELL. Classification and
treatment of chronic nonhealing wounds: successful treatment with autologous plateletderived
wound healing factors (PDWHF). Ann surg 1986; 204:322-30.
Knighton DR, Ciresi K, Fiegel VD, Schumerth S, Butler E, Cerra F. Stimulation of
repair in chronic, non healing, cutaneous ulcers using platelet-derived wound healing
formula. Surg Gynecol Obstet 1990; 170:56-60.
Porto BN, Alves LS, Fernández PL, Dutra TP, Figueiredo RT, Graça-Souza AV, Bozza
MT. Heme induces neutrophil migration and reactive oxygen species generation
through signaling pathways characteristic of chemotactic receptors. J Biol Chem. 2007
Aug 17;282(33):24430-6.
MF, Oliveira PL, Graça-Souza AV, Bozza MT, Figueiredo RT, Fernandez PL, Mourao-
Sa DS, Porto BN, Dutra FF, Alves LS, Oliveira. Characterization of heme as activator
of Toll-like receptor 4. J Biol Chem. 2007 Jul 13;282(28):20221-9
Matzinger P (2002). The danger model: a renewed sense of self. Science. 296, 301-305.
Makino S, Kunimoto K, Muraoka Y, Mizushima Y, Katagiri K, Tochino Y (1980).
"Breeding of a non-obese, diabetic strain of mice". Jikken Dobutsu 29 (1): 1–13.
O’Connell S, Impeduglia T, Hessler K, Wang XJ, Carroll R, Dardik H. Autologous
platelet-rich fibrin matrix as cell therapy in the healing of chronic lower-extremity
ulcers. Wound Rep Reg 2008; 16:749-756.
Sánchez M, Anitua E, Azofra J, Andía I, Padilla S, Mujika I. Comparison of surgically
repaired Achilles tendon tears using platelet-rich fibrin matrices. The American Journal
of Sports Medicine 2007; 35 (2): 245-51.
Plasma
Heme
Figura 1- Visão dorsal de fêmeas de camundongos NOD de 6 meses de
idade com 4 meses de tratamento envolvendo injeções intramusculares
contendo diferentes estímulos.
Animais enquadrados no grupo de tratamento envolvendo administração de
plasma e sangue apresentam aparência dorsal saudável, no entanto animais do
grupo tratado com plasma apresentam leve arrepiamento de pelo, indicativo de
desconforto. O mesmo não é visto no grupo tratado com a fração celular do
sangue. Animais tratados com PBS (salina tamponada) e heme (Fe-
Protoporfirina IX) apresentam claro sinal de dermatite, com perda de pelo (setas)
e visível arrepiamento de pelo.
Sangue
Figura 2- Visão ventral de fêmeas de camundongos NOD de 6 meses de
idade com 4 meses de tratamento envolvendo injeções intramusculares
contendo diferentes estímulos.
A visão ventral torna evidente a diferença de eficácia entre o tratamento usando
a fração celular do sangue, e o tratamento envolvendo a fração plasmática.
Enquanto os primeiros apresentam ausencia total de dermatite, animais tratados
com a fração plasmática do sangue apresentam níveis de inflamação