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sexta-feira, 6 de outubro de 2017

CEMIG: VENDENDO A CASA PARA PAGAR O ALMOÇO.

05 Outubro
Escrito por André Araujo
Lido 462 vezes
É uma regressão histórica que poucos países viram acontecer em tempos de paz.





Entre os danos estruturais provocados pelo neoliberalismo, nada mais emblemático do que a venda das maiores usinas da CEMIG para multinacionais. Elas representam o pior tipo de capital estrangeiro porque não representam a criação de ativos novos, nem empregos, nem agregam valor ao Pais, mas aumenta a base para remessa de dividendos de um ativo construído por brasileiros com recursos nacionais. E pior, ainda comemoram.

A maior compradora foi uma companhia estatal chinesa. É do sistema chinês importar toda engenharia e equipamentos para suas empresas no exterior vindos da China, também usam suas empresas para empregar chineses ao máximo.


É o pior tipo de comprador para a pior das privatizações que se pode imaginar.

É uma regressão histórica que poucos países viram acontecer em tempos de paz.​


A CEMIG foi fundada por Juscelino Kubitschek que construiu um grande parque hidroelétrico em Minas Gerais, até então Estado carente de energia, suprida que era especialmente por empresas americanas que não investiam no potencial hidroelétrico do Estado.

As usinas, começando por Três Marias, foram construídas com recursos do Estado de Minas Gerais, recursos nacionais, projeto nacional, engenharia nacional, mão de obra nacional.

Agora quatro das maiores usinas da CEMIG, mais de um terço de sua capacidade de geração, são vendidas para fazer caixa para a União, caixa que será queimada em poucos dias para pagar juros e supersalários, os recursos da venda não têm nenhuma destinação estratégica, vão sumir na fogueira do déficit federal continuado, que segue ainda maior em 2018.

DEFICIT FEDERAL CONTINUADO

Mas o déficit continuará até aumentado no próximo ano, o que será então vendido?

Que tal a Amazônia? Imagine o valor da madeira serrada na floresta. Venda de terras férteis para chineses também seria um bom negócio, faz caixa rápido, ao gosto dos “ajustistas”.

O insano plano econômico tem como objetivo maior manter o valor do capital rentista que consome a maior rubrica do orçamento federal, o pagamento de juros da dívida pública. O plano não tem qualquer meta de investimento público, hoje no seu nível mais baixo na história econômica do Brasil, não se investe nada e nem há ideia de investir, a infraestrutura já feita vai deteriorar, nova não será construída por falta de dinheiro, que só falta na ideologia rentista, governos mais inteligentes sabem fazer dinheiro e investir no País. O Brasil não é um País pobre de recursos como a Grécia, que tem que importar comida e combustível.

A FARRA COM OS JUROS DA DÍVIDA PÚBLICA

O objetivo principal do plano é assegurar inflação cada vez menor para com isso garantir o capital rentista que beneficia as classes mais altas e o capital especulativo estrangeiro.

Para atingir tal objetivo não há espaço para investimentos públicos, que são exatamente aqueles que dariam empregos aos brasileiros de mais baixa renda. Construção de obras de infraestrutura gera empregos na faixa mais crítica do desemprego, aquela onde está a maior crise social de hoje. Investimentos em infraestrutura geram também empregos técnicos na área de engenharia, setor no qual o Brasil já foi campeão mundial em vários setores, como construção de barragens, hoje um deserto de engenheiros desocupados.

O programa econômico não tem nada para o crescimento do Brasil, é apenas um plano de tesouraria, de administração de caixa, de fazer dinheiro para garantir os juros do rentismo.

O plano econômico Meirelles/Goldfajn tem metas definidas, garantir o capital financeiro.

Não tem meta alguma para o emprego, alegando que este virá do investimento privado.

Não há na história econômica saída de recessão sem ação do Estado, mas a ação do Estado não pode existir no atual plano econômico. Ao contrário, as privatizações visam diminuir o papel do Estado na economia, usando o dinheiro das privatizações na fogueira dos juros e dos salários da alta burocracia, em uma operação de curto prazo sem qualquer horizonte.

O PLANO DIABÓLICO DO SATANISTA TEMER


CUIDANDO DE TRINTA MILHÕES DE BRASILEIROS

Grosso modo, há no Brasil uma classe abonada que, na melhor das hipóteses, chega a 30 milhões de brasileiros e é para essa classe que se faz a atual política econômica.

Qual projeto existe para os outros 170 milhões de brasileiros? Um projeto para esse grupo majoritário simplesmente não existe no atual plano econômico, como se essas pessoas fossem uma nuvem invisível ou um estorvo para a economia.

Na realidade falar em plano é inapropriado, trata-se de algo menor, é um simples programa financeiro para garantir câmbio favorável para o capital voltar protegido de qualquer risco de conversão e garantir câmbio barato para as férias da classe média alta.

Trata-se do primeiro programa na História econômica moderna do Brasil, desde 1930, que não tem qualquer papel para a indústria e para o emprego. O foco único é a garantia do capital e de seus juros, especialmente o capital especulativo de fundos estrangeiros.

Nesse contexto é que se explica a traumática privatização de usinas construídas com capital e trabalho exclusivamente nacionais, vendidas a grupos chineses e europeus, processo que não vai gerar um único quilovate adicional e um único emprego novo.

Na primeira Era das Privatizações no Governo FHC havia um projeto nacional, projeto ruim mas era um projeto com começo, meio e fim, com uma visão de Pais, uma visão neoliberal mas assim mesmo era um projeto nacional de longo prazo com sua lógica interna.

Nas atuais privatizações não há projeto algum, é só fazer caixa, nada mais. A entrada de caixa é imediatamente jogada na fogueira das despesas correntes, sem pensar no dia seguinte.

Ao fim do processo queimou-se o patrimônio físico do País, não se resolveu o desequilíbrio fiscal de forma permanente, no ano seguinte o desequilíbrio continua e já não há mais o que vender porque o estoque de ativos é finito, na primeira Era das Privatizações já se vendeu boa parte do patrimônio nacional, agora trata-se da venda do que sobrou.

A MÍDIA ECONÔMICA

Na mídia econômica da grande imprensa, que no Brasil segue a linha oficial, caso único no mundo, a privatização de usinas prontas e amortizadas apenas para fazer caixa não mereceu qualquer reparo. Ao contrário, o feito foi saudado nessa mídia como prova de confiança no País. Entrega-se patrimônio nacional a chineses e isso é visto como uma vitória.

MIRIAM PORCÃO
A sempre onipresente e onisciente Miriam Leitão gastou seu horário do dia seguinte ao leilão para falar de miudezas do PIS-PASEP, não dando nenhuma importância à privatização das usinas da CEMIG, algo que emocionou no sentido de perda a grande parte dos mineiros. Mas Miriam, sendo mineira de Caratinga, não se emocionou e nem tocou no assunto, afinal a linha da GLOBO é a favor do ajustismo na sua última escala. O coro canta unido, Sardenberg, Miriam, Merval, apenas destoa, às vezes Monica de Bolle, que tem luz própria.
MONICA DE BOLLE

LIQUIDAÇÃO DE ATIVOS

Privatizações de ativos importantes e estratégicos estão sendo executadas a toque de caixa para fazer caixa, sem qualquer ideia sequer remota de interesse nacional a longo prazo.
MERVAL PEREIRA

Essa é a consequência de se entregar o controle absoluto da economia do País a delegados do capital financeiro internacional sem nenhuma ligação com um projeto de pais.

Lembra certos diretores financeiros (CFO) de empresas em dificuldades contratados por “headhunters” a peso de ouro que adotam medidas de curtíssimo prazo de geração de caixa, salvam o balanço do ano e seu salário e bônus, mas matam o futuro da empresa.

Há casos clássicos desse tipo de atuação, corta-se toda manutenção, pesquisa, vende-se todo o estoque com grandes descontos, dispensa os funcionários mais experientes e mais caros, vende as melhores máquinas, vende o prédio e passa a pagar aluguel, tudo isso gera caixa no curto prazo mas inviabiliza a empresa no longo prazo.

O caso mais clássico desses “salvadores do caixa” é o de Alfred Dunlap, CEO da fabricante de aparelhos eletrodomésticos SUNBEAM em 1996, apontado como gênio na capa da revista BUSINESS WEEK. Dos 36.000 funcionários reduziu para 10.000, cortou tudo e fez promoções de vendas dando desconto de 50% em grandes magazines. Com isso fez caixa rapidamente mas liquidou com a marca, destruiu a enorme rede de pequenas oficinas distribuidoras que viram as grandes lojas venderem barbeadores por preços abaixo do que eles já tinham pago à fábrica, causando grandes prejuízos a esses pequenos revendedores que abandonaram a marca. Acabou com o estoque de matérias primas, a fábrica não conseguiu mais operar e a marca foi queimada. Dois anos depois da capa da BUSINESS WEEK, Dunlap foi considerado o pior executivo do País, mas no primeiro ano na Sunbeam ele surfou no sucesso, ninguém percebeu o buraco que ele estava cavando para a empresa, mas com grande lucro pessoal.

Os executivos dirigentes do banco de investimentos LEHMAN BROTHERS ganharam bônus no ano em que o banco quebrou. Até a semana anterior à quebra eles pareciam geniais, mas era tudo no curto prazo, para ganhar o trimestre, o depois não interessava.

O leilão das usinas da CEMIG lembra essa feitiçaria do curto prazo, um desastre para empresas e países, vendem a casa para pagar o almoço, no dia seguinte não tem casa e nem almoço.

O AJUSTISMO

Enquanto o “ajustismo” à outrance segue como única política econômica do Ministério da Fazenda, o Banco Central cuida com exclusividade e total independência da política monetária e cambial, não tem meta de emprego, como tem o FED em seus estatutos.

Só estabilizar a moeda, sem nenhum outro compromisso é algo relativamente fácil. O que exige inteligência e capacidade é ESTABILIDADE com PROSPERIDADE, obrigação legal do Banco Central americano, o Federal Reserve System, os dirigentes tem que cumprir esses dois objetivos. Aqui é um só, o mais fácil, acabar com a inflação paralisando o País.

O “ajustismo” marca de forma indelével seu fanatismo ao inviabilizar, por anos à frente, a capacidade do BNDES alavancar o crescimento. Ao retirar todas as reservas do Banco para operar nos próximos anos, o Ministério da Fazenda sinaliza que sua única prioridade é pagar os juros de uma dívida pública estável que não se desvaloriza pela inflação, secular método dos Tesouros nos últimos 200 anos para aliviar seu endividamento, a começar pelo Tesouro americano. Hoje o dólar vale um vigésimo do que valia em 1945 e com isso que o Tesouro dos EUA conta para manter sua solvência. Estabilidade artificial da moeda é um veneno mortal para os Tesouros, tornando sua dívida pública impagável nem que se venda o País inteiro, os fanáticos das metas de inflação preferem matar o País do que aliviar a dívida.

O Ministério da Fazenda saca R$ 280 bilhões do capital do BNDES para jogar na fogueira do déficit público visando proteger os rentistas da dívida pública, seu único objetivo.

O DESEMPREGO

Para mascarar a recessão induzida por essa política dá-se brilho a truques estatísticos, como dizer que o desemprego está caindo, algo irreal à luz da observação empírica.


O IBGE aponta a criação de 658 mil empregos entre maio e agosto deste ano. Empregos criados onde e porque se não há investimento produtivo digno de registro, público ou privado? E, claro que não se criou emprego algum de carteira assinada, isso o próprio IBGE reconhece, então onde estão os “novos” empregos criados pelas trombetas da GLOBONEWS?

O próprio IBGE declara que são empregos informais onde tudo pode entrar, de motoqueiro entregando pizza a guardador de carro. São basicamente subempregos de baixíssima renda.

O grave problema que nenhuma estatística de emprego aponta é uma realidade cruel.

Depois de procurar emprego por dois anos um engenheiro com excelente formação e boa experiência teve que aceitar qualquer coisa, hoje trabalha no almoxarifado de um grande supermercado, seu valor de mercado seria de 20 mil Reais, ganha 3.500, para não morrer de fome. Esse tipo de situação é GERAL hoje na economia brasileira, são dezenas de milhares de bons engenheiros desempregados, acabou a indústria naval, a indústria de bens de capital está paralisada porque não há investimentos, há pouca construção de usinas, portos, estradas e aeroportos, existe então uma imensa reserva de mão de obra técnica desempregada.

Quando um engenheiro vira motorista de UBER e existem centenas nessa situação, o IBGE conta como um novo emprego e a GLOBONEWS festeja com rojão MAS na realidade nua e crua é apenas um infeliz que aceita QUALQUER emprego para não passar forme, ele e sua família, um homem com mulher e filhos para criar faz literalmente qualquer coisa para manter a família, é essa a realidade real da economia brasileira de hoje.

A INSTITUIÇÃO CEMIG

Em Minas Gerais a CEMIG é uma instituição. As usinas vendidas, que representam 36% da geração da CEMIG, não são apenas bens físicos. São parte de uma grande estrutura corporativa, que em 2010 era a 2ª maior empresa de energia do País, após a Petrobras.


Com um excepcional corpo de técnicos, departamentos de pesquisa e ecologia, até um importante setor de piscicultura para prover de peixes seus grandes reservatórios, a CEMIG tem um papel crucial no desenvolvimento de Minas Gerais, liquidar parte de seu melhor ativo é algo inacreditável em termos de projeto de PAIS. Os chineses vão cuidar dos peixes dos reservatórios ou vão só se preocupar com os dividendos? Em 2008 a CEMIG fez um magnifico levantamento do potencial eólico do Estado de Minas, um trabalho de fôlego, de excelência técnica, algo que investidores privados dificilmente fariam, a CEMIG tem uma visão pública, de interesse geral, além do puro negócio financeiro. Seu Conselho de Administração, do qual fiz parte por muitos anos, teve luminares como João Camillo Pena, ex-Ministro da Indústria e Comércio, Francelino Pereira, ex-Governador do Estado, Guy Vilella, um dos maiores especialistas brasileiros em barragens. Uma verdadeira instituição de elevado espirito público operando um negócio empresarial, mas com olhar de interesse público além do balanço.

Vender o coração de seus ativos é um ato contra o interesse público, custa a crer que um Estado Nacional, um dos maiores países do mundo, com capacidade de levantar recursos, com visão de futuro, cometa essa insanidade. Mas fizeram. Agentes do capital financeiro internacional no comando da economia não tem qualquer ligação com o Pais e com suas instituições, a CEMIG é uma instituição, como era a outrora poderosa CESP, empresas emblemáticas, com grandes engenharias, construtoras do País, retalhadas a pedaços.


A China nunca faria isso com suas poderosas estatais de energia, nem a França com a EdF, nem a Itália com a ENEL. São corporações que fazem parte da estrutura óssea do Estado, importantes para a construção do futuro para as novas gerações, para pesquisas e novos empreendimentos, a CEMIG foi pioneira em energia eólica, pesquisa carro elétrico, novas baterias, redes de transmissão de dados através das linhas elétricas, não é só dividendo.

OS ECONOMISTAS DE MERCADO E OS NEOLIBERAIS

Há uma categoria de brasileiros cuja adesão ao pensar neoliberal corrói sua adesão ao Pais onde nasceram e ao qual deveriam ter lealdade. O neoliberal clássico NÃO tem pátria, são apátridas de alma, se sentem bem em qualquer lugar do mundo desde que ligado a grandes corporações, já esqueceram até a bandeira e o hino do pais onde nasceram, sua cultura não tem raiz e ao fim e ao cabo tem uma tênue lealdade a uma ideologia economicista que limita a vida à carreira, ao bem estar pessoal, para esse grupo o País não existe.



Para uma dessas voltas do Destino são essas figuras que hoje dirigem a economia brasileira.

A Avenida Faria Lima e a Rua Dias Ferreira não são parte do Brasil, são enclaves financeiros, paraísos fiscais que vivem como apêndices da finança internacional, para eles o País é só um detalhe.

São esses núcleos que estouram champagne com venda de ativos nacionais a estrangeiros que titulam como “prova de confiança”, dançam em clima de festa sobre os escombros de um projeto nacional, um Brasil usado apenas como plataforma de capital internacional.

O POLVO DO NEOLIBERALISMO

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

PREFIRO A MORTE DO QUE PASSAR PARA A HISTÓRIA COMO MENTIROSO AO POVO BRASILEIRO



Lula é recebido por milhares em Curitiba após depoimento a Moro: “Tenho a vergonha na cara que eles nunca tiveram. Nesse momento em que todo mundo denuncia todo mundo, eu desafio eles a terem coragem de ir pra rua como eu tenho, e abraçar cada homem, cada mulher, cada criança. Eu tenho comigo a verdade e jamais mentiria a vocês. Prefiro a morte do que passar para a história como mentiroso”.



Em discurso curto, de 17 minutos, no início da noite de hoje (13) na Praça Generoso Marques, centro de Curitiba, após seu segundo depoimento ao juiz Sergio Moro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a desafiar seus acusadores e a força-tarefa da Operação Lava Jato a provarem que ele praticou atos ilícitos.

“Não sei quantos processos eu tenho, eu não sei se eles vão cansar. Eu não vou cansar. Se eles estão com medo que eu possa voltar a me candidatar, é bom eles terem medo, porque a gente vai consertar esse país”, disse.

“Tenho a vergonha na cara que eles nunca tiveram. Nesse momento em que todo mundo denuncia todo mundo, eu desafio eles a terem coragem de ir pra rua como eu tenho, e abraçar cada homem, cada mulher, cada criança. Eu tenho comigo a verdade e jamais mentiria a vocês. Prefiro a morte do que passar para a história como mentiroso ao povo brasileiro”, afirmou Lula.

O ex-presidente fez um pedido: “é que quem está me acusando tenha a dignidade de, em algum momento, ir para a mesma televisão que me acusa e pedir desculpa”.

Vestindo terno e gravata, com os quais prestou o depoimento, se mostrou à vontade diante da praça lotada e declarou não estar nervoso. “Ao invés de ficar nervoso, eu fico orgulhoso, porque depois de mais de dois anos investigando minha vida, gravando Marisa e eu, gravando Dilma e eu, gravando meus filhos, invadindo a nossa casa, até agora eles não encontraram uma única verdade nas acusações.”

Para Lula, seus acusadores são mentirosos. “A desgraça de quem conta uma mentira é passar o resto da vida mentindo para justificar a primeira mentira”, afirmou. “Só quero que a operação Lava Jato tenha coragem de dizer: ‘nós não temos provas contra o Lula’. Nós mentimos. E eu vou continuar minha peregrinação”, prometeu.

O ex-presidente usou a ironia para dizer que cometeu um erro imperdoável, para a elite brasileira. “Eu fiz com que o trabalhador brasileiro, durante 12 anos, tivesse aumento real de salário, e o salário mínimo aumentasse 74%. Por sonhar, muita gente já morreu e foi castigada no mundo.”

Ele terminou o discurso homenageando a militância que o acolheu na capital de Curitiba. “Se querem me cassar, me prender, se querem me condenar achando que isso vai acabar com a luta, eu considero cada um de vocês um Lulinha. Um Lula incomoda muita gente, mas milhões de Lulas incomodam muito mais”, disse.
Como Kubitschek e Getúlio

A presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), declarou antes do discurso de Lula que a importância do ato era “mostrar a nossa resistência”. “Não adianta a Justiça de Curitiba. Se querem impedir Lula, tenham coragem e apresentem um candidato”, desafiou. Ela citou os ex-presidentes Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek como dois líderes perseguidos pelos mesmos “que não têm compromisso com o Estado brasileiro, aqueles que ganham muito pelo Estado, se utilizam do Estado e fazem um discurso moralista”.

O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, desafiou: “Quero perguntar ao poder judiciário do Brasil por que o presidente Lula está aqui, se não cometeu nenhum crime? A primeira premissa é que Lula é inocente. Eleição sem Lula é fraude”. Vagner afirmou que a elite quer impedir Lula de ser candidato “porque deram golpe para retirar direitos dos trabalhadores”. “Eles não fariam isso na democracia”, disse.

No depoimento que prestou ao juiz Sergio Moro, Lula terminou questionando o magistrado: “Vou terminar fazendo uma pergunta ao senhor: vou chegar em casa amanhã e vou almoçar com oito netos e uma bisneta de seis meses. Posso olhar na cara dos meus filhos e dizer que vim a Curitiba prestar depoimento a um juiz imparcial?” Moro respondeu que não cabia a Lula fazer tal pergunta. “Mas, de todo modo, sim”, afirmou.

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

DESMONTANDO AS MENTIRAS DE PALLOCI

Um trabalho e uma análise muito bem feita do site Diego Gonzalez, demonstra claramente por contradições entre as afirmações de Palloci, Emílio Odebrest e Marcelo Odebresht que Palloci e Marcelo Odebresht armam uma mentira e estão entrando em contradição.

PARTE 1



PARTE 2




PARTE 3                              





Palocci, o ouro de tolo de Moro
Nem tudo que reluz é ouro (dito popular)
por Edivaldo Dias de Oliveira
Depois de amanhã quarta feira, é dia 13, número emblemático do PT e de todxs nós petistas, com ou sem carteirinha, como eu.

É também o dia do segundo depoimento de Lula, frente a frente com Moro em segundo processo. No primeiro, dizem, Lula ganhou de lavada, aplicando-lhe uma surra merecida, mas o juiz é o dono da bola e Lula foi condenado. Também será condenado nesse segundo enfrentamento, mas parece que Moro não quer tomar mais uma surra do condenado como da outra vez, mas vai.

Para evitar a surra tomou o depoimento de Palocci, preso há quase um ano, preso mais próximo do ex presidente, segundo contam. Fez Palocci ajoelhar no milho, delatando o amigo como criminoso, para ter sua pena reduzida, pelo amor de Deus! Pois como diz a música de Zé Ramalho, Vila do sossego “Nas torturas, toda carne se trai” e embora haja exceções como Zé e Vaccari, o ex ministro não ficou entre elas.

Tudo isso uma semana antes do depoimento de Lula, numa demonstração pública de que a prática da tortura vem se tornando corriqueira em Curitiba, através da PF, Procuradoria e Justiça de lá, com a cobertura e ou acobertamento da Rede Globo, como foi no período militar, sem que para isso haja por parte dos torturadores qualquer preocupação em esconder ou dissimular a sua prática, como ocorria naquele tempo sombrio, muito pelo contrário, fazem questão de demonstrar o que fazem, como fazem e contra quem fazem, e quem não gostar que vão se entender com eles, que eles torturam também.

Curitiba ainda será conhecida como a capital nacional da tortura, graças a Lava Jato.

Qualquer semelhança com a existência de milícias nos morros cariocas ou do PCC em São Paulo não é mera coincidência. Num caso como noutro, estamos diante da falência do Estado e quando isso ocorre, impera a delinquência, a lei da selva grassando por todo o país, como nos mostra os chefões dos morros e da Lava a Jato. É o tempo perfeito para o surgimento do tirano, do salvador da pátria, se bem que este já foi posto lá pelos milicianos de Curitiba, que fazem o papel de lugares tenentes da Globo, que agora quer desalojá-lo de lá. O que vai ser difícil por se tratar de bandidos que não tem para onde ir se não para a cadeia, são pessoas desesperadas e dispostas a matar e morrer, como aqui já escrevi. Quanta diferença de quem eles tiraram!

Mas voltemos ao dia 13. Moro está certo de ter nas mãos uma pepita de ouro, capaz de colocar Lula também de joelhos, na lona. Ledo engano: é ouro de tolo, daquele que fazendeiros malandros espalhavam por suas terras no velho oeste americano para vendê-las a aventureiros incautos e ambiciosos a peso de ouro, que tem o nome cientifico . Vou mostrar;

- Sendo Palocci o mais próximo amigo de Lula a depor, é dele também a maior responsabilidade em apresentar provas documentais de seu depoimento e isso ele não fez e não fará.
- Temer tem Rocha Loures, a quem disse a Joesley ser seu homem de confiança, apto a pegar mala de dinheiro com direito a filmagem.
- Lúcio Funaro está entregando pilhas de documentos da sua delação.
- Geddel reservou um apartamento só para guardar malas e caixas de dinheiro dele e provavelmente dos amigos.
O que Palocci entregou? Nada.
- O que disse sobre a existência de provas contra Lula? Nada.
- O Amigo preso mais intimo do Lula não tomou parte em nenhuma reunião importante com ele envolvendo valores escusos. Que estranho!
- Não trocou nenhum telefonema com ele relacionado com corrupção, mesmo em conversas disfarçadas, codificadas. Que confiança!
- Não trocaram e-mails sobre temas afins. Que coisa!
- Não estabeleceram uma ponte entre ambos, alguém com quem pudesse trocar informações e que agora pudesse apontar como prova entre as partes. Santa ingenuidade Batman! Palocci ingênuo...?

- Mesmo num lance de traição Janotiana, poderia entregar seu secretário particular como a pessoa que fazia o meio de campo; não fez.

A maior prova do seu falso brilhante é a entrega de Dilma na mesma bandeja de Lula, pois todos sabem do rancor que nutre por ela, como sabem também que Dilma pode ser portadora de muitas incompetências, como todos nós, mas o apreço pelo mal feito não está entre elas e foi por isso que Palocci não se criou em seu governo.

Quem, entre todos os delatores, mais deveria dar concretude, prova, aos desejos, devaneios e convicções do juízo de fala fina e faro grosso nada entregou ou disse que entregaria. Mas o juízo se deu por satisfeito, achando que tem nas mãos o mapa do tesouro, se não o tesouro inteiro.

A (i)responsabilidade e desfaçatez de Moro em condenar Lula em mais um processo fraudulento ficará muito maior aos olhos do mundo e toda a Lava Jato vai se desmoronando como um castelo de areia, ou como a Mãos Limpas em que o juiz se inspira e que teve um final desastroso para a sociedade italiana.

Aos italianos foi dado Berlusconi, a nós o Temer, aos dois povos um rastro de destruição, escândalos e roubos muito mais nocivos do aqueles que disseram combater.

Moro, após o depoimento de Palocci, deveria ser o maior interessado no adiamento da oitiva de Lula, até que o depoente entregasse as provas do que delatou. Mas não fará isso, pois no fundo sabe que as provas não existem nem vem ao caso.

Por tudo isso, no dia 13 de setembro de 2017, Moro crava mais um prego no caixão da Lava jato, cuja destruição e desmoralização ele e Dallagnol são os maiores responsáveis.

Ps. Ouro de tolo tem o nome cientifico de pirita, daí talvez o fato de deixar muita gente embriagada ao se deparar com ela. Quem sabe um dos muitos nomes da “marvada” tenha se originado daí.




domingo, 10 de setembro de 2017

DESTRUIR LULA E O PT É PARAR A HISTÓRIA - AS DELAÇÕES SÃO MONTADAS EM CURITIBA.

Eugênio Aragão: A ilusão da direita política – destruir Lula e o PT é parar a história.





O POVO DO NORDESTE É AMOROSO. E QUANDO AMA, AMA COM O CORAÇÃO.


No quarto artigo da Série Em Defesa de Lula, ex-ministro Eugênio Aragão fala que a destruição do PT e de Lula é a “cereja do bolo da direita”. A série será publicada até 13 de setembro.

Eugênio Aragão formou-se em direito pela Universidade de Brasília (UnB) em 1982. Tornou-se mestre em direito internacional dos direitos humanos pela Universidade de Essex (Inglaterra) em 1994, e doutor em direito pela Ruhr-Universität Bochum (Alemanha) em 2007, com menção summa cum laude.[3]



É professor adjunto da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília desde 1997.

Carreira inicial no serviço público e advocacia
Ingressou no serviço público federal em 1980, como agente administrativo no Conselho Federal de Educação do Ministério da Educação e Cultura. Ali, trabalhou sob as ordens de Yesis Ílcia y Amoedo Passarinho, que lhe ensinou os primeiros passos na função pública. 

Em 1982, ao se tornar bacharel em Direito, foi nomeado pela então ministra Esther de Figueiredo Ferraz para exercer o cargo de Coordenador de Assuntos Jurídicos do Conselho Federal de Educação. Ao mesmo tempo, iniciou-se na advocacia na Sociedade de Advogados Nunes Leal, escritório de Victor Nunes Leal, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, e José Paulo Sepúlveda Pertence, que também viria a se tornar, mais tarde, ministro do STF.



Em 1985, ao limiar da nova república, Aragão foi chamado a trabalhar no Ministério da Justiça a convite de Luiz Carlos Sigmaringa Seixas. Foi seu substituto como Diretor-Geral do Departamento Federal de Justiça e, com seu afastamento para concorrer à eleição para a Assembleia Nacional Constituinte, assumiu a titularidade da direção-geral, sendo ministro de Estado Paulo Brossard. Em final de 1986, foi convidado pelo professor Cristovam Buarque, então reitor da Universidade de Brasília, para o cargo de Chefe da Assessoria Jurídica da Reitoria, ali se desempenhando até outubro de 1987, quando tomou posse no cargo de Procurador da República.
Ministério Público Federal.

Aragão ingressou no Ministério Público Federal como procurador da República em 1987. Atuou perante o Supremo Tribunal Federal em matéria criminal, assistindo o procurador-geral da República, entre 1987 e 1989. Entre 1991 e 1993, foi diretor da Associação Nacional dos Procuradores da República

Na extinta Secretaria de Coordenação da Defesa dos Interesses Difusos e Direitos Coletivos da Procuradoria Geral da República, Aragão atuou na defesa dos direitos dos povos indígenas entre 1989 e 1991. Nessa qualidade, foi responsável, junto com a procuradora Deborah Duprat, pela propositura da primeira ação coletiva para demarcação de terra indígena, o Parque Indígena Yanomami, na fronteira da Venezuela

A partir de abril de 1991, foi Procurador-Geral da FUNAI, na gestão do sertanista Sydney Possuelo naquele órgão. Depois, de volta ao Ministério Público Federal, foi coordenador da defesa do patrimônio público entre 1992 e 1993.

Em 1995, foi promovido a procurador regional da República, atuando principalmente em matéria criminal e em causas de desapropriação para reforma agrária, foi cedido, em 1999-2000, pelo MPF e pela Universidade de Brasília, à Organização das Nações Unidas, para servir no Timor Leste, como chefe interino do Departamento de Assuntos Judiciais, da Administração Transitória da ONU naquele território (UNTAET), sob a direção de Sérgio Vieira de Mello.



Em 2004, recebeu promoção a subprocurador-geral da República. Nessa qualidade, foi membro da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF, em Matéria de defesa dos povos indígenas. Teve atuação na defesa dos povos Guaranis, propondo o tratamento transnacional de políticas públicas em seu apoio no Mercosul. Foi membro, também, do Centro De Cooperação Jurídica Internacional e participou, dentre outras, da delegação que negociou o Acordo de Auxílio Mútuo em Matéria Penal com a Alemanha, bem como se empenhou, junto aos governos suíço e da ilha de Jersey, pela recuperação de ativos desviados do Município de São Paulo pelo ex-prefeito Paulo Maluf

Foi responsável pela criação, juntamente com Juan Emilio Oviedo Cabañas, pelo lado paraguaio, pela criação da Reunião Especializada de Ministérios Públicos do Mercosul.

A partir do mesmo ano, foi Diretor-Geral Adjunto da Escola Superior do Ministério Público da União por dois mandatos (2004-2008). Foi Coordenador da 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF (2008-2011), em matéria de defesa do patrimônio público. Estabeleceu linha de atuação sobre desenvolvimento territorial do arquipélago do Marajó e intensa cooperação com o Ministério da Agricultura para reestruturação da defesa agropecuária. 

Foi seguidamente componente da banca de concurso público para o provimento do cargo de procurador da república (2008-2014), conselheiro do Conselho Superior do MPF (2009-2011) e Procurador-Geral da República Interino (2001).

De 2011 a 2013, foi Corregedor-Geral do MPF, promovendo a descentralização regional, para maior eficiência de atuação.

Foi vice-procurador geral eleitoral de 2013 a 2015.

Foi cotado para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal.

Ministério da Justiça

Em março de 2016, Aragão foi escolhido pela presidente Dilma Rousseff para o cargo de Ministro da Justiça, em substituição ao procurador Wellington César Lima e Silva, que decidiu deixar o governo após decisão do STF. Esse impedimento, porém, não se aplicaria a Aragão, por ele haver ingressado no MP antes da vigência da Constituição brasileira de 1988.

Em 12 de abril de 2016, uma decisão proferida pela juíza Luciana Raquel Tolentino de Moura da 7ª Vara Federal, todavia, suspendeu a nomeação do ministro. 

A decisão atendeu ao pedido de uma ação popular, argumentando que ele não poderia ser ministro por integrar o Ministério Público. 

Em 13 de abril, a Advocacia Geral da União(AGU) recorreu e derrubou a decisão da juíza de suspender a nomeação.

Em 12 de maio de 2016, o Senado afastou a presidente Dilma Rousseff do cargo, sendo exonerados quase todos os ministros, entre os quais Aragão.

Retorno à advocacia
Em 2 de junho de 2017, aposentou-se do Ministério Público Federal e regressou à advocacia, passando a prestar consultoria em direito empresarial e direito internacional junto ao escritório ECEA Advogados e Consultores, em Brasília.




sábado, 9 de setembro de 2017

O FIM DE PALLOCI, O PULHA.

A HISTÓRIA SE LEMBRARÁ DE TI COMO O TRAIDOR

Antonio Palocci Filho é um traidor de carteirinha. Isto é sabido há muito tempo por bastante gente, mas sua história sempre restou submersa graças à astúcia em encobrir o caráter diminuto, parasita, de quem está por cima.



O ministro José Dirceu distribuiu a interlocutores no PT e no whatsapp o seguinte comentário sobre o pulha:


"Só luta por uma causa quem tem valor. Os que brigam por interesse têm preço. Não que não me custe dor, sofrimento, medo e às vezes pânico. Mas prefiro morrer que rastejar e perder a dignidade."



Sua vida política é o melhor testemunho. Nos idos da juventude, colou-se à corrente trotskista Liberdade e Luta quando esta era a sensação do movimento estudantil. Com essa vestimenta, tornou-se presidente do centro acadêmico mais importante da região, da faculdade de medicina da USP em Ribeirão Preto.

AFINAL REVELADO O CARATER
O surgimento do PT deu a Palocci a chance de estrear na “grande política”. A primeira coisa que fez foi romper com a corrente trotskista. A Libelu tinha princípios em excesso, defendia a luta de classes, a independência diante dos patrões. Era pura demais. O que foi um trunfo para Palocci durante certo tempo, no ambiente fervilhante da universidade, virou um fardo no horizonte do arrivista.


E lá se foi Palocci. Rompeu com a Libelu, tornou-se vereador e elegeu-se prefeito. Com algum poder nas mãos, começou a mostrar o que pretendia com a política. Uma de suas patranhas inaugurais foi armar uma concorrência fraudulenta de merenda escolar. Montou um edital tão restritivo que apenas uma empresa podia vencer: a que oferecesse molho de tomate com ervilhas. Não era a troco de nada, óbvio.
O inquérito andou a passo de tartaruga até ser arquivado muitos anos depois.

Detalhe: nesta época Palocci já era todo poderoso ministro da Fazenda. É fácil imaginar, no Judiciário brasileiro que todos conhecem, se alguém teria ânimo para peitá-lo em algo aparentemente tão pequeno. Mas o cheiro de ervilha com tomate nunca o abandonou.


Sua intuição em juntar o vermelho-tomate da rebeldia estudada com o verde-ervilha das notas graúdas de dólar já havia aparecido de novo com a infame Carta aos Brasileiros, da qual foi mentor e fiador.

Refresque-se a memória: a Carta surgiu como um compromisso público com os banqueiros e o grande capital apavorados com a vitória de Lula nas eleições que se aproximavam, em 2002. Era um atestado de rendição antecipada, que viria a aprisionar os governos seguintes dentro dos limites aceitáveis ao establishment.

É verdade que, mesmo assim, o Brasil conheceu nas épocas de Lula e mesmo de Dilma governos que jamais fizeram tanto pelo povo. Mas a capitulação cobrou a fatura no impeachment de 2016. 

Neste intervalo, Palocci exibiu toda sua desenvoltura entre os tubarões da riqueza. Era o interlocutor preferido do pessoal de dinheiro gordo. Nenhum banqueiro ou grande empresário saia de semblante baixo de seu gabinete. 

Destino diferente tiveram gente como o humilde caseiro Francenildo Costa. Testemunha de bacanais que Palocci promovia para agradar a si mesmo e a escória circulante em Brasília, Francenildo foi alvejado com a quebra do seu sigilo bancário. Uma vez provada a razão do caseiro, Palocci perdeu o posto, mas não a majestade e, principalmente, a gratidão eterna dos espoliadores da riqueza nacional. 

Em sua coluna publicada nesta sexta-feira, 8, no jornal Folha de s. Paulo, Mônica Bergamo diz que, na visão de especialistas, Palocci dá um “sinal evidente” de que quer agradar o MPF.

Foi com base nisso que Palocci continuou recheando o próprio bolso. Seu patrimônio não parou de crescer fora do governo sob a fachada de uma empresa de consultoria. A falta de explicações sobre tamanho enriquecimento custou-lhe o cargo de chefe da Casa Civil de Dilma. 

Mas Palocci nunca esteve nem aí. A esse respeito, é interessante procurar algum discurso público ou manifestação sinceramente enfática do personagem no poder em defesa dos interesses brasileiros ou do povo. Será tempo perdido.



Jornalista Fernando Morais lamenta a postura do ex-ministro Antônio Palocci em sua delação ao juiz Sérgio Moro, concentrada nos ex-presidentes Lula e Dilma e no PT; "Curiosamente, ao contrário do sentimento que me despertavam os desbundados dos anos 70, não fiquei com nojo do Palocci. Fiquei com pena, muita pena", diz Morais


Palocci sempre preferiu ambientes refrigerados, a sombra dos bastidores e a luz estroboscópica de festanças libidinosas – ante-sala de cofres muito bem provisionados. 

Para quem conhece tudo isso, o depoimento de Palocci não traz nenhuma surpresa. A mentira e as negociatas sempre foram sua especialidade. Se Joesley larápio diz que é professor no ramo da roubalheira, Palocci se mostrou catedrático na matéria. Seu único compromisso é com ele mesmo, com as verdinhas e com o beneplácito dos poderosos e da grande mídia. 

Esta última, é claro, não está em nem um pouco interessada em ressaltar as contradições flagrantes entre os dois depoimentos de Palocci. 

Nós estamos. 

Vamos a algumas. 

Primeiro, Palocci declarou que nunca ouvira falar no tal italiano que a Odebrecht afirmava ser ele nas planilhas da empresa. Agora, afirma na cara dura que é ele mesmo – só faltou dar o depoimento no idioma daquele país. 

Conta também que Lula e Emilio Odebrecht combinavam em detalhes o pagamento de propinas. Mas o próprio Emílio negou peremptoriamente em seus depoimentos ter discutido com Lula valores de bandalheiras ou coisa parecida. 

Palocci terminou seu depoimento inicial ameaçando incriminar gente graúda das finanças nacionais com nomes, endereços e o que mais fosse. Tudo desapareceu da oitiva de agora. Nesse meio-tempo, Palocci trocou de advogados, negociou sem parar com procuradores e, com certeza, recebeu acenos bastante polpudos daqueles que prometia denunciar. 

A prova decisiva de que se trata de uma armação muito bem calculada, como tudo o que Palocci sempre fez, é justamente a falta de prova. Mais uma vez, o país está diante de palavras, apenas palavras. 

Enquanto o país assiste estarrecido a malas de dinheiro sujo empanturrando um apartamento de um cardeal do golpismo; a um “ladrão geral da república” organizando de própria voz a compra do silêncio de criminosos e de juízes; a um assessor graduado saltitando pelas ruas de São Paulo com uma valise incriminadora; a um senador tucano rasgando o verbo literalmente em monstruosidades comprovadas; enquanto acontece tudo isso, a boca de Palocci vomita somente uma narrativa sem uma mísera prova material. 

Talvez por vergonha –mesmo os canalhas sempre guardam alguma dentro de si--, Palocci deu o testemunho fantástico (a alusão ao programa não é casual) de costas para o advogado de Lula.

Sua fala escorreu com a frieza dos traidores contumazes, tal qual um Joaquim Silvério dos Reis dos tempos atuais.

A semelhança acaba aí. Também nesse caso, a história se repete como farsa. 

O traidor dos inconfidentes entregou fatos reais que mostraram o caminho para enforcar Tiradentes. 

Palocci enredou-se numa trama de mentiras para salvar seu próprio pescoço. 

Aceitou o jogo sujo das delações orquestradas a um preço que em breve virá a público.

Eis a verdade que nenhuma Globo vai contar.

Joaquim Xavier


A história que Antonio Palocci conta é contraditória com outros depoimentos de testemunhas, réus, delatores da Odebrecht e provas e que só se compreende dentro da situação de um homem preso e condenado em outros processos pelo juiz Sérgio Moro que busca negociar com o Ministério Público e o próprio juiz Moro um acordo de delação premiada que exige que se justifique acusações falsas e sem provas contra o ex-presidente Lula. Palocci repete o papel de réu que não só desiste de se defender como, sem o compromisso de dizer a verdade, valida as acusações do Ministério Público para obter redução de pena e que no processo do tríplex foi de Léo Pinheiro.

A acusação do Ministério Público fala que o terreno teria sido comprado com recursos desviados de contratos da Petrobrás, e só por envolver Petrobrás o caso é julgado no Paraná por Sérgio Moro. Não há nada no processo ou no depoimento de Palocci que confirme isso. Sobre a tal “planilha”, mesmo Palocci diz que era um controle interno do Marcelo Odebrecht e que “acha” que se refere a ele. Ou seja, nem Palocci conhecia a tal planilha, quanto mais Lula.

Palocci falou de uma série de reuniões onde não estava e de outras onde não haveriam testemunhas de suas conversas. Todas falas sem provas.
Marcelo por sua vez diz ter pedido que seu pai contasse para Lula e Emílio negou ter contado isso para Lula.

O réu Glauco da Costa Marques reafirmou em depoimento ser o proprietário do imóvel vizinho ao da residência do ex-presidente e ter contrato de aluguel com a família do ex-presidente, e que está recebendo o aluguel. Uma relação de locador e locatário não se confunde com propriedade oculta.

Processos fora da devida jurisdição com juiz de notória parcialidade, sentenças que não apontam nem ato de corrupção nem benefício recebido, negociações secretas de delação com réus presos que mudam versões de depoimento em busca de acordos com o juízo explicitam cada vez mais que os processos contra o ex-presidente Lula na Operação Lava Jato em Curitiba não obedecem o devido processo legal.

O Instituto Lula reafirma que jamais solicitou ou recebeu qualquer terreno da empresa Odebrecht e jamais teve qualquer outra sede que não o sobrado onde funciona no bairro do Ipiranga em residência adquirida em 1991.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirma que jamais cometeu qualquer ilícito nem antes, nem durante, nem depois de exercer dois mandatos de presidente da República eleito pela população brasileira.

Cristiano Zanin Martins