Jax não era no fundo ruim, mas cometeu vários crimes. Sofreu por alguns deles, mas seus crimes eram tantos e ele era tão esperto, que conseguiu fugir da maioria deles. Não acreditava em Deus nem em religião, e a medida que ia cometendo crimes, seu caráter ia se modificando.
Recebeu alguns alertas de amigos, religiosos que lhe alertaram de que existia uma lei no universo e de que tudo que se faz tem uma resposta do universo. Muitas coisas ruins aconteceram com ele e essas coisas ruins eram consequência da senda de crimes e violências que iam se somando na sua longa lista de violações à lei universal.
Ele não era ruim, e por isso vez por outra fazia algo de bom, mas aos poucos foi se tornando uma fera. Uma fera das mais perigosas, porque as feras normalmente não raciocinam, e ele era uma máquina destrutiva dotado de uma sagaz inteligência para o crime. Por isso sempre conseguia sair ileso da maioria das situações que ele mesmo engendrava nos mínimos detalhes.
LOCAL SOMBRIO FÉTIDO ESCORREGADIO. ASSIM SÃO OS RELATOS DAS REGIÕES DE SOFRIMENTO DO MUNDO ESPIRITUAL. |
Até que chegou seu dia e num abrir e piscar de olhos colhido pelo acaso que não existe, viu-se repentinamente no mundo espiritual. Nos momentos que separam a vida da morte, desfilaram ante seus olhos os principais lances de sua vida, e lá estavam o choro, as lágrimas das perdas e também os múltiplos assassinatos que tinha cometido ou que tinha mandado que se cometesse comprometendo outras pessoas. No final o balanço era trágico.
PERSEGUIDORES DO MUNDO ESPIRITUAL |
No mundo espiritual viu-se em zona sombria de grandes perturbações. Viu seus algozes que agora vinham se vingar, e a atmosfera agonizante, fétida, sufocante, negra que não o deixava, entretanto o que mais o perturbava eram seus queridos da ultima vida e das vidas passadas os quais agora se recordava, alguns tinha prejudicado sem saber que eram queridos de outras vidas, alguns tinha simplesmente tirado a vida e os remetido para aquele ambiente de ódio e sufocamento.
O SOFRIMENTO DIANTE DO AMBIENTE NÃO É NADA PERTO DO SENTIMENTO DE CULPA. |
Queria muito te-los feito bem, mas apareceram em seu caminho atrapalhando seus negócios que para nada serviram, e os executara simplesmente como ele mesmo diria a negócios. O sentimento de culpa o engastulava e todo o sofrimento, as dores, a perseguição que sofria não eram nada diante do sentimento de culpa que agora experimentava. Um dos que tinha tirado a vida, fora seu filho em outras vidas, e ele simplesmente não o reconheceu. Outros foram pessoas que o ajudaram em momentos difíceis de outras vidas e agora via que os tinha ferido e tirado a vida. Odiava-se a si próprio. Queria bater em si próprio, queria matar a si próprio, mas não conseguia, pois já estava morto.
DAS ZONAS DE SOFRIMENTO É POSSÍVEL VISUALIZAR AS ZONAS FELIZES, MAS NÃO IR PARA LÁ. |
De onde estava podia ver lugares felizes, onde estavam queridos seus da sua ultima vida, que o olhavam compadecidos, que queriam ajuda-lo, e enviavam-lhe orações que inexplicavelmente, apesar de sua incredulidade, muito o confortavam. Sentia uma paz um alívio quando recebia aquelas vibrações divinas. Alguns aos quais tinha ajudado lhe enviavam sentimentos de paz, mas a perseguição de seus algozes logo lhe alcançavam e o tormento se perpetuou.
Essa situação durou muito tempo, e o tempo no mundo espiritual não é contado como na terra. Muito se passou, e no desespero em que se encontrava, passou a clamar por Deus, e esse clamor era sentido, cada vez mais do fundo da alma, até que no momento mais angustiante, ante choro convulsivo de arrependimento, uma luz se fez na escuridão e mensageiros iluminados apareceram, o acolheram e o levaram para um recanto livre de perturbações. Lá foi alimentado, tratado e curado das feridas.
RESGATE NO MUNDO ESPIRITUAL |
Um sentimento de imenso pesar no entanto perdurava pois sabia ter se transformado no monstro que mais odiava. Sabia ter se convertido exatamente no que pretendia lutar contra.
Depois de refeito foi encaminhado para um curso, onde pôde aprender coisas do mundo espiritual, e nesse momento caiu em si. Percebeu o quanto falhara nos seus propósitos da ultima vida e desejou livrar-se daquela aura negra que todos viam, pois era como um estigma que o diferenciava dos outros, como um aleijão, como uma deformação.
COLÔNIA NO MUNDO ESPIRITUAL |
Qualquer um poderia perceber em sua aura a imensa lista de crimes e de hediondezas que ficaram impregnadas no seu espírito, entretanto no fundo ele não era de todo mau. Tinha dentro de si algumas ações boas, algumas ajudas dadas, alguns crimes que evitou. Na essência era bom, mas resvalou para o crime e foi enredado por ele, e a medida que se ia enredando, amorteceu a consciência. Já cometia o crime porque se sentia bem. Na verdade sua influência boa tinha se afastado, e sua consciência adormeceu. Seu espírito fora possuído por influências nefastas sintonizadas dom o mal.
AURA NEGRA, CHEIA DE CRIMES |
O que ele mais queria era livrar-se desse estigma, e para isso faria qualquer coisa, até para ir para os lugares de luz onde podia ver seus entes queridos dessa e de outras vidas que o olhavam penalizados, querendo ajuda-lo mas sem poderem entrar em contacto, abraça-lo, beija-lo. Lá estava sua esposa, que uma tragédia a levou antes, mas que muito amava. Como queria estreita-la em seus braços, dizer que muito a amava, estar com ela, mas tinha que se livrar dessa sombra pesada que pairava ante seus ombros.
Desejou retornar à vida, mas como?
Anos se passaram, até que essa determinação apossou-se dele, e foi então chamado ao ministério da regeneração. Um departamento do mundo espiritual que cuida de planejar as vidas futuras. Lá foi exposto a ele tudo o que ele tinha feito, suas boas e más ações, e seu comprometimento com as leis universais. O caminho era longo, mas para resgatar isso tudo ele teria que fazer um trabalho difícil. Ele aceitou sem pestanejar. Teria que cuidar de crianças sem pais. Teria problemas de saúde decorrentes do mal que tinha feito, mas teria o equipamento necessário para fazer o que precisava ser feito.
Sua esposa tinha aceitado por sugestão própria a tarefa de encontra-lo para ajuda-lo a lembrar de tudo o que tinha se comprometido fazer. Ela não teria a obrigação de encontra-lo, mas se comprometeu por absoluto amor e para dar-lhe a força no devido tempo em que sentiria fraquejar sua determinação de cumprir com a sua missão.
Dessa forma ambos foram preparados para o retorno. Ele primeiro e ela alguns anos mais a frente. Levados ao departamento apropriado, entraram em sono profundo e prepararam-se para retornar.