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terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

PORQUE JESUS É "O FILHO DO HOMEM"?

Essa matéria é uma reedição, e está sendo feitas porque é de capital importância. Por isso a estamos republicando.

 Esta explicação demonstrada nesse vídeo acima deve ter decepcionado muito a ouvinte que fez a pergunta, pois segundo o vídeo informa, Jesus se auto denominava "FILHO DO HOMEM" porque era humano. Mas nesse caso essa expressão não representaria nada especial, pois que era humano seria óbvio tendo em vista que nasceu em parto natural de uma mulher, no caso Maria sua mãe. No entanto Jesus enfatizava várias vezes essa afirmação. " O FILHO DO HOMEM VEIO PARA SALVAR O QUE SE HAVIA PERDIDO". Óbvio está que a expressão representa muito mais, e isso os pastores evangélicos não encontram explicação, como de resto para muitas outras questões bíblicas.



Em primeiro lugar, antes de ler essa matéria, procure na Internet, e verifique se V.S. encontra uma explicação lógica, intangível e clara para a seguinte pergunta.

Porque Jesus se autodenominava "O FILHO DO HOMEM"?

Jesus não era filho de homem no sentido em que conhecemos pois foi gerado pelo espírito santo sobre uma mulher, Maria mãe de Jesus, que jamais tinha se deitado com homem. Por outro lado Jesus era filho de Deus, portanto dizer que Jesus era filho do Homem seria atribuir a Deus a condição de homem o que de fato não é possível porque embora o homem tenha sido feito à imagem e semelhança de Deus, Deus é o que se poderia dizer, o que mais distante está de homem, já que é o ápice da perfeição absoluta.

O Novo Testamento se refere a Jesus como o “Filho do Homem” 88 vezes. O que isso significa? A Bíblia não diz que Jesus era o Filho de Deus? Então como Jesus também poderia ser o Filho do Homem? O primeiro significado para o termo "Filho do Homem" é usado em referência à profecia de Daniel 7:13-14: "Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele. Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído."

O termo "Filho do Homem" era um título Messiânico. Jesus é o único a quem foi dado domínio, glória e o reino. Quando Jesus usou esse termo em referência a Si mesmo, Ele estava atribuindo a profecia do “Filho do Homem” a Si mesmo. Os judeus daquela época com certeza estariam bem familiarizados com o termo e a quem se referia. Ele estava proclamando ser o Messias.

Deus chamou o profeta Ezequiel de "filho do homem" 93 vezes. Jesus era 100% Deus (João 1:1). 1 João 4:2 nos diz: "Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus." Sim, Jesus era o Filho de Deus – Ele era Deus em Sua essência. Em resumo, a frase "Filho do Homem" indica que Jesus é o Messias..

Mas se EZEQUIEL (Profeta) era Filho do Homem e Jesus também era, como se explica a questão do MESSIAS, tendo em vista que EZEQUIEL não era o Messias? Só Jesus era.

Confesso que essa pergunta me atormentou durante muito tempo e eu não encontrava explicação para ela, bem como para uma outra questão intrigante. Porque Jesus declarou que João Batista era o maior de todos os nascidos de mulher?




Jesus não nasceu de mulher, Maria sua mãe? E Jesus não era maior do que João Batista? Então porque João Batista era o maior de todos os nascidos de mulher? Vamos analisar o texto bíblico.

Mais a frente, Jesus em Mateus, capitulo 11 versiculo 10 em diante afirmava. 

verso 10 - Este é aquele de quem está escrito. Eis ai envio eu ante a tua face o meu mensageiro que há de preparar adiante de ti o teu caminho.


verso 11 - Em verdade vos digo que entre os nascidos de mulher, não surgiu outro maior do que João, o Batista, mas aquele que é menor no reino dos céus é maior do que ele.


verso 12 - E desde os dias de João o Batista, até agora, o reino dos céus é tomado a força, e os violentos o tomam de assalto.


verso 13 - Pois todos os profetas e a lei profetizaram até João.


verso 14 - E se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir.


Observamos aqui que João Batista é colocado sobre todos os nascidos de mulher mas inferior ao menor do Reino dos céus. O que isso pode significar?

Há um livro de Carlos Torres Pastorino que explica isso. Trata-se do livro Sabedoria do Evangelho que tem seis tomos. No tomo primeiro encontramos o seguinte:

FILHO DO HOMEM

A expressão hebraica “filho de ... “, exprime o possuidor da qualidade da palavra que se lhe segue: filho da paz” é o pacífico; “filho do estrangeiro” é o estrangeiro; nessa interpretação, “filho do homem é o homem. No entanto, embora em alguns passos possa interpretar-se assim (por exemplo):

Deus não é como um homem que mente, nem como o filho do homem que muda “, Núm. 23:19) nem sempre essa expressão se conservou com esse sentido. Na época mais recente do profetismo, o significado se foi elevando, passando a designar algo de especial.

Observamos assim que Daniel (7:13) descreve a visão que teve do “Filho do Homem que vinha sobre as nuvens do céu”. Isaías fala: “feliz o Filho do Homem que compreende isto(56:2).Jeremias afirma que "O Filho do Homem não habitará a Iduméia(49:18) nem Asor (49:33) nem Babilônia (50:40 e 
51:43), significando que não terá participação com os pecadores. 

Ezequiel só é chamado por YHWH (JAVÉ) de “Filho do Homem” (em todo o livro de Ezequiel, 92 vezes). O sentido, dessa maneira, se foi restringindo até assumir o significado que, na época de Jesus, já se havia firmado: era o Homem que já se havia libertado do ciclo reencarnatório (“guilgul” ou “samsara”). 

O que é Guilgul Neshamot o que entende sobre isso e o que ela ensina?

É um conceito místico do judaísmo cabalístico mais conhecido como "roda das almas" ou "transmigração das almas". É aquilo que se chama de reencarnação nas religiões re-encarnacionistas. Você não vai poder ir muito além disso, porque o conhecimento da cabala é muito restrito aos judeus místicos. Não pense que esses seminários sobre "cabala" que falam por aí realmente abordam a cabala judaica. Eles falam mais sobre esoterismo do que sobre qualquer outra coisa.

A RODA DE SAMSARA


Samsara (sânscrito-devanagari: संसार: , perambulação) pode ser descrito como o fluxo incessante de renascimentos através dos mundos.

Na maioria das tradições filosóficas da Índia, incluindo o Hinduísmo, o Budismo e o Jainismo, o ciclo de morte e renascimento é encarado como um fato natural. Esses sistemas diferem, entretanto, na terminologia com que descrevem o processo e na forma como o interpretam. A maioria das tradições observa o Samsara de forma negativa, uma condição a ser superada. Por exemplo, na escola Advaita de Vedanta hindu, o Samsara é visto como a ignorância do verdadeiro eu, Brahman, e sua alma é levada a crer na realidade do mundo temporal e fenomenal.

Nesse sentido, “Filho do Homem” se opunha a “Filho de Mulher”, que representava o homem ainda sujeito às reencarnações, ainda não liberto da necessidade de nascer através da mulher.

O “Filho do Homem” é o Espírito que já terminou sua evolução, e que portanto se tornou o “produto do Homem”, o “fruto da humanidade”. Não mais necessita encarnar, mas pode fazê-lo, se o quiser.

Não está preso ao “ciclo fatal” (kyklos anánke): vem quando quer. São os grandes Manifestantes da Divindade, os Mensageiros, os Profetas, os Enviados, os Messias, que descem à carne por amor à humanidade a fim de trazer revelações, de indicarem o caminho da evolução, exemplificando com sua vida de dores e sacrifícios, a estrada da libertação, que eles já percorreram, e que agora apenas perlustram para mostrar, como modelos, o que compete ao homem comum fazer por si mesmo. É o caso de  Krishna, Buddha, Moisés, Ezequiel, Jesus, Maomé, Ramakrishna, Bahá ’u ’lláh e outros.

Em o Novo Testamento encontramos o título “Filho do Homem” aplicado por Jesus a ele mesmo na seguinte proporção: em Mateus, 31 vezes; em Lucas, 25 vezes; em Marcos, 14 vezes; em João, 12 vezes; apenas em João 12:34 o título lhe é dado pelo povo. No entanto, Jesus não o aplica a mais ninguém. E dá-nos ele mesmo a definição do que entendia pela expressão, quando diz: “ninguém subiu ao 
céu, senão aquele que desceu do céu. A saber, o Filho do Homem” (Jo. 3:13), ou seja, só aquele que já subiu ao céu (que já se libertou da Terra, das reencarnações) é que, ao descer à Terra reencarnado, pode ser chamado “Filho do Homem”, como era seu caso. Esse tem conhecimento próprio, adquirido pela experiência pessoal, do que se passa nos planos superiores à humanidade, e portanto pode falar com autoridade.



Não sendo mais “Filho de Mulher”, mas “Filho do Homem”, podia ele dizer que João Batista era o maior entre os “Filhos de Mulher”, ou seja, entre aqueles que ainda estão sujeitos à reencarnação pela Lei do Carma. João era, realmente o maior entre os presos à “roda de Samsara”; mas o menor dos já libertos, era superior a ele; e Jesus era Filho do Homem, já liberto.



Interessante observar que, no resto do Novo Testamento, a expressão “Filho do Homem” aplicada a Jesus (que assim se denominava) só é encontrada na boca de Estêvão (Atos, 7:56) e em dois passos do Apocalipse (1:13 e 14:14). Explica-se o fato porque, fora da Palestina, sobretudo entre os gentios, a expressão podia ser interpretada ao pé da letra, e portanto traria sentido ridículo à pregação dos apóstolos sobre a pessoa de Jesus.

Sabedoria do Evangelho - tomo 1 - pag 131 - Pastorino, Carlos T.



SABEDORIA DO EVANGELHO Página 103 de 153 

O velho pescador saltou do barco, sob o olhar horrorizado dos companheiros, sem pesar as consequências, e lá foi cambaleante, a equilibrar-se sobre os vagalhões ferozes; mas quando, ao chegar já perto do Mestre Querido, se dá conta do vento violento, fica com medo. Ora, o medo é justamente a falta de fé, a perda da confiança.. E sem fé, nada é possível construir nem realizar: ele começa a afundar e grita apavorado por "socorro"! Jesus repreende-o suavemente (mais uma vez O entrevemos a sorrir ...): "ó pequena fé, por que duvidaste"? E segurou-o pela mão.

Voltaram os dois a caminhar sobre as águas, e os demais discípulos quiseram que Jesus entrasse no barco, em vez de continuar a caminhar pelo lago até a margem.
Entraram ambos, e o vento cessou. Os discípulos estavam atônitos, sem poder explicar tantas coisas estranhas que haviam acontecido naquele dia, pois nem sequer tinham compreendido a "multiplicação dos pães" ali, entre as mãos deles ... Então chegam a uma conclusão irrefutável: "verdadeiramente és um filho de Deus"! O texto grego está sem artigo. Não é, pois, uma confissão da Divindade de Jesus, como pretendem alguns. 

Temos que compreender a mentalidade e a psicologia dos israelitas, sobretudo naquela época: rigidamente monoteístas, não podiam jamais cogitar de outro Deus além do único Deus, a quem Jesus chamava "O PAI", repetindo exaustivamente que era "o único Deus”. Entretanto, eles sabiam que havia os "filhos de mulher" (homens sujeitos ao "kyklos anánke" ou ciclo fatal das encarnações por meio da mulher) e os "filhos do homem” (criaturas que já se haviam libertado da evolução na etapa humana), mas havia também os "filhos de Deus" (seres excepcionais acima de qualquer classificação que não fosse a comparação de "ligados à Divindade", os seres (que hoje chamaríamos "avatares") em que Se manifesta a Divindade, os Cristos ou Buddhas.

Como já se achavam perto da praia, chegaram "logo" à planície de Genesaré (hoje denominada el- Ghoueir) que mede 6 km de comprimento por 3 de largura, na margem ocidental, exatamente entre Ain-Tabgha e el-Medjdel (onde devia estar situada a aldeia de Betsaida da Galiléia, bem perto de Cafarnaum. Daí a aparente contradição dos textos: Betsaida (Marc. 6:45) Genesaré (Mat. 14:34 e Marc. 6:53) e Cafarnaum (João, 6:17).

Portanto pelo que entendemos dessa brilhante explicação de Carlos Torres Pastorino, Ezequiel era "FILHO DO HOMEM", ou seja um dos que não precisava mais reencarnar, pois já tinha subido aos céus, era portanto maior do que João Batista que não tinha subido aos céus. Jesus mais ainda era "Filho do Homem" prometido pelas profecias e tinha subido ao céu e retornou por vontade própria, não porque tivesse sido obrigado. João Batista era de todos os Nascidos de mulher, portanto os que necessitam ainda reencarnar, o maior, mas o menor no reino dos céus era maior do que João o Batista, tendo em vista que para subir ao céu não precisaria mais reencarnar como filho de mulher a menos que quisesse.

Os Judeus estavam bem familiarizados com esse termo e isso é indicativo de que eles acreditavam em reencarnação uma vez que o termo é associado à ideia de reencarnação. Tanto o termo "FILHO DO HOMEM" como o termo "NASCIDO DE MULHER" ou "FILHO DE MULHER". Todos esses termos foram portanto utilizados por Jesus. Jesus portanto não estava falando de algo que os Judeus não conheciam, senão de algo que conheciam bem, e se Jesus os utilizou, Jesus também concordava com a idéia de Reencarnação.

Senão vejamos.

A certeza de que os Judeus acreditavam na reencaração está evidente nos evangelhos. vejamos:

E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem?

E eles disseram: Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos profetas.

Aqui fica evidente que para que Jesus fosse um daqueles que foi mencionado, seu espírito teria que ter reencarnado em um deles, e Jesus não contestou tal crença pois evidentemente participava dela.


E aconteceu que, estando ele só, orando, estavam com ele os discípulos; e perguntou-lhes, dizendo: Quem diz a multidão que eu sou?
E, respondendo eles, disseram: João o Batista; outros, Elias, e outros que um dos antigos profetas ressuscitou.



Nessa parte além da crença na reencarnação, fica evidente que o termo RESSUSCITAÇÃO tinha outro sentido que é o mesmo de Reencarnação, porque ninguém ressuscita com aparência e nome de outra pessoa, diversa daquilo que era. 

Sempre ressuscita com seu próprio nome e aparência. Jesus portanto se tivesse ressuscitado o teria feito com outro nome e aparência. Além de tudo temos que levar em conta que o temo REENCARNAÇÃO não era conhecido na época de Jesus. Esse termo é próprio do movimento espírita Kardecista iniciado por Alan Kardec por volta de 1985, portanto bem recente.

E saiu Jesus, e os seus discípulos, para as aldeias de Cesaréia de Filipe; e no caminho perguntou aos seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens que eu sou?


E eles responderam: João o Batista; e outros: Elias; mas outros: Um dos profetas.

Aqui novamente o episódio é narrado por Marcos demonstrando que ficou bem marcado e impressionado na memória daqueles que depois vieram a narrar as passagens de Jesus para que os evangelhos fossem escritos.

A passagem de Jesus com Nicodemos também é claramente uma confirmação da reencarnação, porque quando Nicodemos pergunta a Jesus, "COMO PODE UM HOMEM VELHO ENTRAR NA BARRIGA DA SUA MÃE E RENASCER", Jesus surpreende-se pelo fato de Nicodemos que era um mestre em Israel não ter conhecimento disso.

E havia entre os fariseus um homem, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus.

Este foi ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.
Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.


Aqui quando Jesus refere-se a "NASCER DE NOVO" foi interpretado pelos Evangélicos como nascer de novo pelo ato do Batismo, mas segundo os re-encarnacionistas essa é uma clara referência à reencarnação.

Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?

Aqui fica demonstrado que Nicodemos entendeu a afirmação de Jesus no sentido literal como afirmam os reencarnacionistas.

Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.
O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.

Aqui Jesus refere-se ao nascimento vindo do Espírito. "O que é nascido do espírito é espírito" o que se opõe ao nascimento da carne.

Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo.
O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.

Aqui Jesus exemplifica afirmando que o nascimento do espírito não pode ser detectado de onde vem e nem é possível saber para onde vai.

Nicodemos respondeu, e disse-lhe: Como pode ser isso?
Jesus respondeu, e disse-lhe: Tu és mestre de Israel, e não sabes isto?


Jesus aqui surpreende-se com Nicodemos porque mostra desconhecer o que já deveria saber, pois era crença comum entre os Judeus.

Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o que sabemos, e testificamos o que vimos; e não aceitais o nosso testemunho.
Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?
Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu.


Com respeito à crença dos Judeus na reencarnação, fomos procurar investigar isso e descobrimos que de fato eles acreditavam e ainda acreditam até hoje.

A escatologia judaica é composta de três peças básicas:
A Era de Mashiach.
O Mundo Vindouro.
O Mundo da Ressurreição.

A Era Messiânica

O Mundo Vindouro

O Mundo Vindouro em si é chamado nas fontes tradicionais de Olam Habá. No entanto, o mesmo termo é usado para se referir ao renovado mundo utópico do futuro – o Mundo da Ressurreição, olam hat’chiá (conforme explicado no parágrafo a seguir). O anterior é o local aonde as almas dos justos vão após a morte – e elas têm ido para lá desde a primeira morte. Aquele local também é algo às vezes chamado de Mundo das Almas. É um local onde as almas existem num estado desencarnado, apreciando os prazeres da proximidade de Deus. Assim, as genuínas experiências de quase morte são presumivelmente lampejos ao Mundo das Almas, o lugar no qual a maioria das pessoas pensa quando o termo Mundo Vindouro é mencionado.

O Mundo da ressurreição

O Mundo da ressurreição, em contraste, “nenhum olho viu”, declara o Talmud, é um mundo, segundo a maior parte das autoridades, onde corpo e alma são reunidos para viver eternamente num estado realmente perfeito. Aquele mundo somente virá a existir após Mashiach e será iniciado por um evento conhecido como o “Grande Dia do Julgamento.” (Yom HaDin HaGadol)

O Mundo da Ressurreição é então a suprema recompensa, um lugar no qual o corpo se torna eterno e espiritual, ao passo que a alma se torna ainda mais espiritual.

Em comparação a um conceito como o “Mundo Vindouro”, a reencarnação não é, tecnicamente falando, uma verdadeira escatologia. A reencarnação é meramente um veículo para atingir um fim escatológico. É a reentrada da alma num corpo inteiramente novo no mundo atual. A ressurreição, em contraste, é a reunificação da alma com o corpo anterior (novamente reconstituído) ao Mundo Vindouro, uma história que ainda não foi testemunhada. 

A ressurreição é então um puro conceito escatológico. Seu propósito é recompensar o corpo com a eternidade (e a alma com maior perfeição). O propósito da reencarnação geralmente é duplo: ou compensar uma falha numa vida anterior ou criar um estado novo, mais elevado, de perfeição pessoal ainda não atingido. A ressurreição é então um tempo de recompensa; a reencarnação um tempo de reparo. A ressurreição é a época da colheita; a reencarnação o tempo de semear.

O fato de que a reencarnação é parte da tradição judaica é uma surpresa para muitas pessoas. Apesar disso, é mencionada em vários locais nos textos clássicos do misticismo judaico, começando com a importante fonte da Cabalá, o Livro do Zohar.

Se a pessoa é mal-sucedida em seu propósito neste mundo, o Eterno, Bendito seja, o desenraíza e o replanta muitas vezes mais. (Zohar I 186 b)

Todas as almas estão sujeitas à reencarnação; e as pessoas não sabem os caminhos do Eterno, 
Bendito seja! Elas não sabem que são levadas perante o tribunal tanto antes de entrarem neste mundo quanto depois que o deixam; são ignorantes das muitas reencarnações e obras secretas que têm de passar, e do número de almas nuas, e de quantos espíritos nus vagam no outro mundo sem poder entrar no véu do Palácio do Rei. Os homens não sabem como as almas se revolvem como uma pedra que é atirada de um estilingue. Porém chegará a hora em que estes mistérios serão revelados. (Zohar II 99 b)

O Zohar e a literatura relacionada estão repletos de referências à reencarnação, abordando questões como qual corpo é ressuscitado e o que acontece com aqueles corpos que não atingem a perfeição final, quantas chances uma alma recebe para atingir a compleicão através da reencarnação, se marido e mulher podem reencarnar juntos, se uma demora no enterro pode afetar a reencarnação, e se uma alma pode reencarnar num animal.

O Bahir, atribuído ao sábio do Século Primeiro, Nechuniah ben Hakana, usava a reencarnação para discutir a clássica questão de teodicéia – por que coisas más acontecem a pessoas boas e vice-versa. 

Por que há uma pessoa boa a quem coisas boas acontecem, ao passo que [outra] pessoa justa tem coisas más lhe acontecendo? Isso é porque a [última] pessoa justa fez o mal numa vida prévia, e agora está sentindo as consequencias… Como é isso? Uma pessoa plantou uma vinha e esperava cultivar uvas, mas em vez disso, cresceram uvas azedas. Ele viu que seu plantio e colheita não foram bons, portanto arrancou tudo e plantou novamente. (Bahir 195)

A reencarnação é citada por comentaristas autorizados, incluindo o Ramban (Nachmanides), Menachem Recanti e Rabenu Bachya. Dentre os muitos volumes do sagrado Rabi Yitschak Luria, conhecido como o “Ari”, a maioria dos quais chegou a nós pela pena de seu principal discípulo, Rabi Chaim Vital, são ideias profundas explicando temas relacionados à reencarnação. Na verdade, seu Shaar HaGilgulim, “Os Portões da Reencarnação”, é um livro devotado exclusivamente ao assunto, incluindo detalhes sobre as raízes da alma de muitas personalidades bíblicas e quem eles reencarnaram desde os tempos da Bíblia até o Ari.

Os ensinamentos do Ari e seus sistemas de ver o mundo se espalharam como fogo após sua morte em todo o mundo judaico da Europa e no Oriente Médio. Se a reencarnação tinha sido aceita em geral pelo povo judaico e pelos intelectuais anteriormente, tornou-se parte do tecido do Judaísmo e da erudição após o Ari, habitando o pensamentos e os escritos de grandes eruditos e líderes dos comentaristas clássicos sobre o Talmud (por exemplo, o Maharsha, Rabi Moshê Eidels) ao fundador do Movimento Chassídico, o Baal Shem Tov, bem como o líder do mundo não chassídico, o Gaon de Vilna.

A tendência continua até hoje. Mesmo algumas das maiores autoridades que não são necessariamente conhecidas pela sua inclinação mística, assumem a reencarnação como uma doutrina básica aceita.

Um dos textos que os místicos gostam de citar como uma alusão escritural ao princípio da reencarnação é o seguinte versículo no Livro de Iyov (Jó):

Olhará para os homens, e dirá: Pequei, e perverti o direito, o que de nada me aproveitou.
Porém Deus livrou a minha alma de ir para a cova, e a minha vida verá a luz.
Eis que tudo isto é obra de Deus, duas e três vezes para com o homem,
Para desviar a sua alma da perdição, e o iluminar com a luz dos viventes.

Veja, todas essas coisas que Deus realiza – duas, até três vezes com um homem – trazer sua alma de volta do poço para que possa ser iluminada com a luz dos vivos. (Jó 33:29)

Em outras palavras, Deus permitirá que uma pessoa volte ao mundo “dos vivos” vinda do “poço” (que é um dos termos bíblicos clássicos para Gehinom ou Purgatório) uma segunda ou terceira vez (ou múltiplas) vezes. Falando de maneira geral, no entanto, este versículo e outros são entendidos pelos místicos como meras alusões ao conceito da reencarnação. A verdadeira autoridade para o conceito está enraizada na tradição.


Notas:
1. Maimônides, Melachim 11:3
2. Comentário sobre a Mishná, Sanhedrin 10:1; cf Sanhedrin 99a
3. Maimônides, Melachim 11:3, 12:5
4. Sanhedrin 91b, 99a, Berachot 34b, Pesachim 68a; Shabat 63a; Maimonides, Teshuvá 9:2, Melachim 12:2.
5. Tosafot, Rosh Hashaná 16b, s.v. leyom din; Emunos V’deyos 6:4(final), Raavad, Hilchos Teshuvá 8:8; Kesef Mishná, Teshuvá 8:2; Derech Hashem 1:3:11
6. Ramban (Nachmanides) Shaar HaGemul. Segundo o Ramban e outras autoridades, o :Mundo das Almas” é freqüentemente mencionado como o Jardim do Éden.
7. Sanhedrin 99a.
8. Ramban, Shaar HaGemul. Citando fontes talmúdicas e midráshicas, o Ramban escreve que há três dias de julgamento, i.e., três vezes a alma é julgada.
1) Rosh Hashaná, quando revisa o ano que passou e determina as circunstâncias materiais para o ano vindouro;
2) Dia da morte, quando revisa a vida que passou e determina o que precisa para continuar a experiência de mais revisão ou está pronta para o Paraíso.
3) O Grande Dia do Julgamento, que é quando todos que viveram são ressuscitados, os justos para a vida eterna (num mundo físico espiritualizado, segundo o Ramban) e os perversos por aquilo que falta para terminar (segundo outros haverá uma categoria intermediária daqueles que são dignos de continuar num espírito desencarnado, mas não na forma física mais rara do corpo ressuscitado num mundo ressuscitado). Haverá também aparentemente diferentes graus de recompensa (i.e., vivenciando a presença de D’us) neste Mundo Renovado após o Grande Dia de Julgamento, tudo dependendo das ações da pessoa durante a vida. Tem sido questionado: Se uma pessoa é julgada após a sua morte quanto ao seu status no Mundo Vindouro, qual é o propósito do Grande Dia do Julgamento? Uma das respostas diz que depois que uma pessoa morre, todos os filhos, as boas e as más ações e a influência que ela teve sobre os outros ainda “estão em movimento”. Somente ao final da história pode ser feita a “contagem final”, então, quanto ao impacto que a pessoa teve em sua vida.
9. Derech Hashem 1:3:13.
10. Shaar HaGilgulim, cap. 8; Derech Hashem 2:3:10.
11. Muitos ficam surpresos ao descobrir que a reencarnação era uma crença aceita por muitas das grandes mentes da civilização ocidental. Embora o Judaísmo, obviamente, não concorde necessariamente com todos os pensamentos e filosofias dele, apesar disso Platão, por exemplo, (em Meno, Faedo, Timeus, Fedrus e na República), defende a crença na doutrina da reencarnação. Ele parece ter sido influenciado por mentes gregas clássicas anteriores como Pitágoras e Empédocles. No Século Dezoito, a Idade do Iluminismo e do Racionalismo, pensadores como Voltaire (“Afinal, não é mais surpreendente nascer duas vezes do que nascer uma vez”) e Benjamin Franklin expressaram uma afinidade pela noção da reencarnação. No Século dezenove, Schopenhauer escreveu (na obra: Parerga e Paralipomena): “Se um asiático me pedisse uma definição da Europa, eu seria forçado a responder-lhe: ‘É aquela parte do mundo que é assombrada pela incrível ilusão de que o o nascimento da pessoa é sua primeira entrada na vida’…” Dostoevsky (em sua obra: Irmãos Karamazov) refere-se à ideia, ao passo que Tolstoy parece ter bem definido o fato de que vivemos antes. Thoreau, Emerson, Walt Whitman, Mark Twain e muitos outros reconheceram e/ou defenderam alguma forma de crença na reencarnação. Deve-se notar, porém, que algumas autoridades clássicas da Torá, mais especificamente Saadia Gaon, do Século Dez, negava a reencarnação como dogma judaico. Emunos V’Deyot 6:3.
12. O Talmud relata que o sábio do segundo século, Rabi Shimon bar Yochai e seu filho Elazar esconderam-se numa gruta para escapar da perseguição romana. Durante treze anos eles estudaram dia e noite sem distração. Segundo a tradição cabalista (Tikunei Zohar) foi durante aqueles treze anos que ele e seu filho compuseram os principais ensinamentos do Zohar. Oculto por muitos séculos, o Zohar foi publicado e disseminado por Rabi Moshê de Leon no século Treze.
13. Embora o Zohar seja geralmente mencionado como uma obra de um único volume, compreendendo Tikunei Zohar e Zohar Chadash, é na verdade uma compilação de vários tratados menores ou sub-seções.
14. Zohar I:131a, 186b, 2:94a, 97a, 100a, 105b, 106a, 3:88b, 215a, 216a; Tikunei Zohar 6 (22b, 23b), 21 (56 a), 26 (72a), 31 (76b), 32 (76b), 40 (81a), 69 (100b, 103a, 111a, 114b, 115a, 116b), 70 (124b, 126a, 133a, 134a, 137b, 138b); Zohar Chadash 33c, 59a-c, 107a; Ruth 89a.
15. O Zohar (I 131a): “Rabi Yossi respondeu: ‘Aqueles corpos que são indignos e não atingem seu objetivo serão considerados como se não tivessem existido…’ Rabi Yitschak [discordou e] disse: Para estes corpos o Eterno fornecerá outros espíritos, e se considerados dignos obterão uma morada no mundo, mas se não forem, serão cinzas sob os pés dos justos.” (Cf. Zohar II 105b.
16. Ex.: Zohar III 216a; Tikunei Zohar 6 (22b), 32 (76b) sugere três ou quatro chances. Tikunei Zohar 69 (103a) sugere que se mesmo um pequeno progresso é feito a cada vez, a alma recebe até mil oportunidades de reencarnação a fim de atingir sua compleição. Zohar III 216a sugere que uma pessoa essencialmente justa que passa pelas agruras de vagar de cidade em cidade, de casa em casa – até mesmo tenta abrir negócios (Zohar Chadash Tikunim 107a) – é com se passasse por várias reencarnações.
17. A resposta é que sim, é uma possibilidade, Zohar II, 106a.
18. “Depois que a alma deixou o corpo e o corpo não respira mais, é proibido mantê-lo insepulto (Moed Katon, 28a; Baba Kama, 82b). Um corpo morto que é deixado insepulto por 24 horas provoca uma fraqueza nos membros da Carruagem e impede que o desígnio de Deus seja cumprido; pois talvez Deus tenha decretado que ele deveria passar pela reencarnação imediata no dia em que morreu, o que seria melhor para a pessoa, mas como o corpo não está enterrado a alma não pode ir à presença de Deus nem ser transferida para outro corpo. Pois uma alma não pode entrar num segundo corpo até que o primeiro seja sepultado…” Zohar III 88b.
19. Tikunei Zohar 70 (133a). Depois os cabalistas detalham as circunstâncias que podem levar à reencarnação em forma vegetal e até mineral. Shaar HaGilgulim, cap. 22 & 29; Sefer Haredim 33, Ohr Chaim 1:26.
20. Bahir 122, 155, 184 e 185 também discutem a reencarnação.
21. Bereshit 38:8, Job 33:30.
22. Ex. comentário sobre Bereshit 34:1; seu Taamei HaMitsvot (16a) diz que a reencarnação é o segredo por trás dos dez sábios talmúdicos que foram abatidos pelos romanos.
23. Comentário sobre Bereshit 4:25, Devarim 33:6.
24. Suas principais obras são Etz Chaim (Árvore da Vida) e Pri Etz Chaim (Fruto da Árvore da Vida), bem como o Shmonê Shaarim (Oito Portões), que tratam sobre tudo que vai do comentário bíblico até inspiração Divina e reencarnação.
25. Sefer HaGilgulim, “O Livro das Reencarnações,” por Chaim Vital é também um livro inteiro dedicado a este tópico.
26. Comentário sobre Niddah 30b.
27. Comentário ao Livro de Jonah, e muitos outros locais. Por exemplo, R. Meir Simcha de Dvinsk em Ohr Somayach, Hilchot Teshuvá 5, s.v. v’yodati; R. Israel Meir HaKohen [o Chofets Chaim] em Mishnah Berurá 23:5 e Shaar HaTzion 702:6; R. Yaakov Yisroel Kanievsky [o Steipler Gaon] em Chayei Olam.
28. Guehinom refere-se, geralmente, a uma experiência com tempo limitado (Edyos 2:10) na vida posterior, onde a alma é purgada de suas culpas num processo, depois que tudo foi feito e dito, descrito como doloroso, embora catártico. Num sentido mais profundo, a pessoa grosseira é recompensada na mesma moeda. Assim como agiu grosseiramente ao pecar, agindo como se Deus não estivesse presente, ele é pago tendo de passar pelo Guehinom, um local diferente do Céu, onde a presença de Deus de certa maneira está oculta, ou pelo menos não aberta e livre. (O nome Guehinom vem do vale ao sul de Jerusalém, conhecido como o vale [Guei] do filho de Hinnom, onde certa vez crianças foram sacrificadas a Molech (II Reis 23:10’; Yirm. 2:23; 7:31-32; 19:6). Por este motivo o vale foi considerado amaldiçoado, e Guehinom assim tornou-se um sinônimo para Purgatório.

O PORQUÊ DO ÓDIO AO PT.




Trechos emocionantes da LIVE entre LULA, BENEDITA e ZÉ DE ABREU.


Agradeço muito a Deus por existirem pessoas que se preocupam com os pobres, com os meninos da periferia que sonham em um dia ter uma profissão como por sinal eu já fui.

Agradeço a Deus por essas pessoas que chegam a se emocionar como é o caso de José de Abreu com a situação dessas pessoas que não tiveram oportunidades, que foram esmagadas por uma sociedade egoísta, incompetente, escravocrata. Pessoas que não pensam em um país igual, um país de primeiro mundo, onde o mais ilustre está apenas um pouco mais bem remunerado do que o mais humilde. Esses são países onde reina a felicidade. São paraísos na terra. Onde pessoas pensam em pessoas e desejam o melhor para pessoas.

Obrigado, Meu Deus por existirem pessoas como Paulo Henrique Amorim que queria um país que acolhesse com amor a todos os Brasileiros, desde os mais humildes.

Como são covardes, como são pequenos, como são pobres e infelizes, esses que colocaram fogo na União Nacional dos Estudantes em 1964 e que hoje vivem por ai expelindo seu ódio contra seus irmãos trabalhadores. Irmãos esses que podem ter sido seus familiares de 1964 e que hoje estão de volta na pele de negros e favelados, expiando suas misérias humanas.

Seu sofrimento será ver que perseguiram aqueles que mais amaram, pela sua suprema impossibilidade de perceber que todos somos um só corpo, uma só nação, uma só família. Seu remorso será infindo, até que queiram passar pelo mesmo sofrimento se ainda tiverem tempo. 

Afinal o planeta se adentra na era de aquário em que uma grande mudança ocorrerá e as pessoas muito pobres de valores cristãos não encontrarão mais aqui o seu lugar. 

Provavelmente serão degradados. Tenho pena de vocês pela impossibilidade de perceber os grandes horizontes que tínhamos como país e que vocês impediram. Chorarão muito mas poderá ser tarde.

Por vocês eu oro e por vocês eu imploro comiseração.

Mas o Brasil tem seu destino nas estrelas. É a pátria do evangelho, e embora essas forças malignas conspirem, terão que aprender que tudo é determinado por Deus. Que tudo o que acontece, até uma folha que cai de uma arvore só acontece com a permissão de Deus. Ele permite que o mal prevaleça para expurga-lo. 

Quando o mal aflora ele se torna mais visível até que não encontre aqui o seu lugar e o bem afinal prevaleça.

Parabéns LULA por ter dado esperança, obrigado ZÉ DE ABREU por ter dado o seu emocionante testemunho. Obrigado Benedita pela sua coragem e pela sua linda luta que serve de exemplo para todos nós. Eu amo todos vocês.

domingo, 14 de fevereiro de 2021

“Variante varrerá o mundo e luta contra covid-19 pode levar 10 anos”, diz cientista britânica.

“Variante varrerá o mundo e a luta contra covid-19 pode levar 10 anos”, diz chefe do programa de vigilância genética do Reino Unido.

Sharon Peacock (Imagem: reprodução)


A chefe do programa de vigilância genética do Reino Unido, Sharon Peacock, disse em entrevista à BBC, nesta quinta-feira (11/2), que a variante do novo coronavírus encontrada pela primeira vez no Reino Unido dominará o país e “com toda probabilidade, vai varrer o mundo”.

A variante B.1.1.7 do novo coronavírus preocupa as autoridades de saúde pelo seu alto poder de transmissão. Ela já foi encontrada em mais de 50 países e especialistas acreditam que ela esteja passando por novas mutações, o que pode ameaçar a vacinação.
O que é preocupante sobre isso é que a B.1.1.7., variante que temos circulando por algumas semanas e meses, está começando a sofrer alterações novamente e obter novas mutações que podem afetar a maneira como lidamos com o vírus em termos de imunidade e eficácia das vacinas”, disse a diretora executiva e presidente do consórcio Covid-19 Genomics UK (COG-UK, na sigla em inglês).


De acordo com a agência de notícias Reuters, a mutação mais recente foi identificada em Bristol, no sudoeste da Inglaterra. Até o momento, 21 casos de Covid-19 foram relacionados a ela. A variante tem a mutação E484K na proteína spike – responsável por fazer a ligação do vírus com as células humanas –, a mesma relacionada às variantes do Brasil e da África do Sul.

“É preciso ser realista quanto ao fato de que essa mutação específica surgiu em nosso tipo de linhagem agora, pelo menos cinco vezes – cinco vezes diferentes. E isso vai continuar aparecendo”, acrescentou Peacock.

A cientista disse ainda que o trabalho de sequenciamento genético do vírus para identificar novas mutações até que ele seja controlado deve se estender pela próxima década.

“Acho que, olhando para o futuro, faremos isso por anos. Ainda faremos isso daqui dez anos, na minha opinião”, completou.

AMOR A NATUREZA


Quem é o dono da pureza do ar e do resplendor da água?


(Seattle, chefe da nação Duwamish, do Estado de Washington, em resposta ao Presidente Franklin Pierce, dos EUA, em 1855, depois de receber a proposta do governo de comprar o território de seu povo)




“O Grande Chefe de Washington mandou dizer que deseja comprar a nossa terra.

O Grande Chefe assegurou-nos, também, de sua amizade e benevolência. Isto é muito gentil de sua parte, pois sabemos que não precisa de nossa amizade.




Vamos, porém, pensar em sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos o homem branco virá com armas e tomará nossa terra. O Grande Chefe de Washington pode confiar no que o Chefe Seattle diz, com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na alteração das estações do ano.


O Presidente Franklin Pierce, dos EUA atuou como o 14º presidente dos Estados Unidos de 1853 a 1857. FiveThirtyEight relata que Pierce buscou a indicação democrata para um segundo mandato em 1856, mas foi recusado (apesar de ter vencido quatro anos antes). 
O U.S. News relata que Pierce entra para a história como um dos presidentes americanos mais odiados porque se juntou às fileiras de comprometedores antes da Guerra Civil. De fato, ele acreditava 'em expansão nacional, mesmo ao custo de adicionar mais estados escravos', apesar de ser de New Hampshire. Seus críticos o chamavam de 'massa de pão', um insulto que aparentemente alude ao seu status de 'um nortista com princípios do sul'. 
Mais tarde, Theodore Roosevelt caracterizou Pierce como uma 'ferramenta servil de homens piores que ele', uma 'sempre pronta para fazer qualquer coisa'. trabalho que os líderes da escravidão o colocaram. ”


Minha palavra é como as estrelas – elas não empalidecem.

Como poder comprar ou vender o céu ou o calor da Terra?
Tal idéia nos parece estranha.

Se não somos os donos da pureza e do frescor do ar ou do resplendor da água, como é possível comprá-los?

Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo reluzente do pinheiro, cada punhado de areia das praias, cada véu de neblina na floresta densa, cada clareira e cada inseto a zumbir são sagrados nas tradições e na memória do meu povo.

A seiva que circula nas árvores carrega consigo as recordações do Homem Vermelho.

O Homem Branco esquece a sua terra natal quando, depois de morto, vai vagar por entre as estrelas.

Nossos mortos jamais esquecem esta formosa terra, pois ela é a mãe do Homem Vermelho. Somos parte desta terra e ela faz parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia – são nossos irmãos. As cristas rochosas, os sulcos úmidos das campinas, o calor que emana do corpo de um mustang, e o Homem – todos pertencem à mesma família.

Portanto, quando o Grande Chefe de Washington manda dizer que deseja comprar nossa terra, ele exige muito de nós.

O Grande Chefe manda dizer que irá reservar para nós um lugar em que possamos viver satisfeitos. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Por conseguinte, iremos considerar sua oferta de comprar nossa terra. Mas isso não vai ser fácil. Esta terra é sagrada para nós.

Esta água brilhante que corre nos rios e regatos não é apenas água, mas sim o sangue de nossos ancestrais.

Se te vendermos a terra, terás de te lembrar que ela é sagrada e terás de ensinar a teus filhos que é sagrada e que cada reflexo nas águas límpidas dos lagos conta os acontecimentos e as recordações da vida de meu Povo.

O murmúrio d’água é a voz de meu pai, de meus antepassados.

Os rios são nossos irmãos, pois saciam nossa sede. Os rios transportam nossas canoas e alimentam nossos filhos. Se te vendermos nossa terra, terás de lembrar e ensinar a teus filhos que os rios são nossos irmãos e teus também. Portanto, terás de dispensar aos rios a afabilidade que dedicarias a um irmão.

Sabemos que o Homem Branco não compreende o nosso modo de viver, os nossos costumes. Para ele, uma porção de terra é igual a outra, tem o mesmo significado que qualquer outra, porque ele é como um forasteiro que chega na calada da noite e tira da terra tudo o de que necessita. A terra não é sua irmã, mas sim sua inimiga. E, depois que a conquista, ele vai embora, prossegue seu caminho. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados, e não se incomoda. Arrebata a terra das mãos de seus filhos, e não se importa. Ficam esquecidos a sepultura de seu pai e o direito de seus filhos à herança. Ele trata a sua Mãe – a Terra – e seu Irmão – o Céu – como coisas que podem ser compradas, saqueadas, vendidas como ovelhas ou miçangas cintilantes.

Sua voracidade arruinará a Terra, deixando para trás apenas um deserto.

Não sei. Nossos modos de vida, nossos costumes, diferem dos teus. A visão de tuas cidades fere os olhos do Homem Vermelho. Mas, talvez, isto seja assim por ser o Homem Vermelho um “selvagem” que de nada entende.

Não há sequer um lugar calmo nas cidades do Homem Branco. Não há lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o tinir das asas de um inseto.

Mas, talvez, assim seja por ser eu um “selvagem” que nada compreende.

O barulho parece apenas insultar os ouvidos.

E que vida é aquela se um homem não pode ouvir a voz solitária do curiango* ou, de noite, a conversa dos sapos em volta de um brejo ou de uma lagoa?

Sou um Homem Vermelho, e nada compreendo. O índio prefere o suave sussurro do vento a sobrevoar a superfície de um lago e o cheiro do próprio vento, purificado por uma chuva do meio-dia, ou recendendo a pinheiro.

O ar é precioso para o Homem Vermelho, porque todas as criaturas respiram e o compartilham em comum – os animais, as árvores, o homem.

O Homem Branco parece não perceber, nem sentir, o ar que respira. Como um moribundo em prolongada agonia, ele é insensível ao ar fétido.

Mas se vendermos nossa terra ao homem branco, terás de te lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar compartilha seu espírito com toda a vida que ele sustenta.

O vento que deu ao nosso bisavô o seu primeiro sopro de vida, também recebe o seu último suspiro.

E se te vendermos nossa terra, deverás mantê-la reservada, como um santuário, um lugar em que o próprio Homem Branco possa ir saborear o vento, adoçado com a fragrância das flores silvestres das pradarias.

Assim, pois, vamos considerar tua oferta para comprar nossa terra.

Se decidirmos aceitar, farei uma condição: o Homem Branco deve tratar os animais desta terra como seus irmãos.

Sou um “selvagem” e desconheço que possa ser de outro jeito. Tenho visto milhares de bisões* apodrecendo nas pradarias, abandonados pelo homem branco que os abateu a tiros disparados de um trem em movimento.

Sou um “selvagem” e não compreendo como um fumegante cavalo-de-ferro* possa ser mais importante do que o bisão que, nós os índios, sacrificamos apenas para o sustento de nossas vidas.

O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito, porque tudo quanto ocorrer aos animais logo acontecerá com o homem. Tudo está interligado.

Deves ensinar a teus filhos que o chão debaixo de seus pés são as cinzas de nossos antepassados. Para que tenham respeito à terra, ao país, conta a teus filhos que ela foi enriquecida com as vidas de nosso povo; que a riqueza da terra são as vidas da parentela nossa. Ensina a teus filhos o que temos ensinado aos nossos: que a terra é nossa Mãe. 

Tudo quanto ocorrer com a terra, recairá sobre os filhos da terra. Se os homens cospem no chão, cospem sobre eles próprios.

De uma coisa sabemos: a terra não pertence ao Homem. É o Homem que pertence à terra. Disto temos certeza: todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo está relacionado entre si. Há uma ligação em tudo.

Tudo quanto agride a terra, agride os filhos da terra. Não foi o homem que teceu a trama da vida; ele é meramente um de seus fios. Tudo o que ele fizer ao tecido da vida, a si próprio fará.

Os nossos filhos viram seus pais humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam o tempo em ócio, envenenando seu corpo com alimentos adocicados e bebidas ardentes. Não tem grande importância onde passaremos os nossos últimos dias – eles não são muitos. Mais algumas horas, mesmo uns invernos, e nenhum dos filhos das grandes nações peles-vermelhas que viveram nesta terra, ou que têm vagueado em pequenos bandos pelos bosques, sobrará para chorar sobre os túmulos de um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso.

Nem o homem branco, cujo Deus com ele passeia e conversa como amigo para amigo, pode ficar isento do destino comum. Poderíamos ser irmãos, apesar de tudo. Veremos. De uma coisa temos certeza - e que o homem branco venha, talvez, um dia a descobrir: nosso Deus é o mesmo Deus. Talvez julgues, agora, que O podes possuir do mesmo jeito como desejas possuir nossa terra, mas não podes. Ele é Deus da humanidade inteira e é igual Sua piedade, Sua compaixão, para com o homem vermelho e o homem branco. Esta terra é querida e preciosa por Ele e causar-lhe dano ou ferí-la é cumular de desprezo seu Criador. Os brancos também passarão. Talvez mais cedo do que todas as outras raças.

Continua poluindo a tua cama e hás de acordar uma noite sufocado pelos próprios dejetos.

Porém, ao perecerem, vocês brilharão intensamente, com fulgor, abrasados* pela força do Deus que os trouxe a esta terra e que, por algum desígnio, alguma razão especial, lhes deu o domínio sobre esta terra e sobre o homem vermelho. 

Esse destino é para nós um mistério, pois não podemos imaginar como será quando todos os bisões forem massacrados, os cavalos bravios domados, as brenhas das florestas carregadas do odor de muita gente e a vista das velhas colinas obstruída por fios que falam*.

Onde ficará o emaranhado da mata? Terá acabado.

Onde estará a águia? Irá acabar.
Restará dar adeus à andorinha e à caça.
O fim da vida e o começo da luta para sobreviver.
Compreenderíamos, talvez, se conhecêssemos com que sonha o homem branco, se soubéssemos quais as esperanças que transmite a seus filhos nas longas noites de inverno, quais as visões do futuro que oferece às suas mentes para que possam formar desejos para o dia de amanhã.

Somos, porém, “selvagens”. Os sonhos do homem branco são para nós ocultos. E por serem ocultos, temos de escolher nosso próprio caminho. Se consentirmos, será para garantir as reservas que nos prometeste. Lá, talvez, possamos viver os nossos últimos dias conforme desejamos. Depois de o último Homem Vermelho tiver partido e a sua lembrança não passar da sombra de uma nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do meu povo continuará vivendo nestas florestas e praias, porque nós as amamos como ama um recém-nascido o bater do coração de sua mãe.

Se te vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amávamos. Protege-a como nós a protegíamos. Nunca esqueças de como era esta terra quando dela tomaste posse. E com toda a tua força, o teu poder e todo o teu coração, conserva-a para teus filhos e ama-a como Deus nos ama a todos.

De uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus. Esta terra é por ele amada. Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino comum.”


Notas
(*) 1) – Curiango – ave noturna
2) – Bisão – búfalo selvagem das pradarias norte-americanas
3) – Cavalo-de-ferro - trem
4) - “... Vocês brilharão intensamente, com fulgor, abrasados...” - Referência ao holocausto nuclear?
5) - “... fios que falam...” – Telégrafo
Traduzido dos fragmentos publicados na revista “Norsk Natur” 10 (1), 1974, Oslo, Noruega, e United Nations Environment Programme – Media Pack’76, por Roberto Tamara. Adaptado, também, da tradução de Irina O. Bunning.


A presente carta do Chefe Seatle ao Presidente dos EUA, considerada como a declaração mais bela e profunda já feita até agora a respeito da defesa da Vida na Terra, foi lida por Russell Peterson, Presidente do Conselho Federal de Qualidade do Meio-Ambiente, dos Estados Unidos, durante a reunião da Associação Americana para o Progresso da Ciência, em Nova York, em maio de 1975. Russel Peterson observou que “da nossa moderna perspectiva – 120 anos depois (Obs.: Hoje, em 2021, são 166 anos) - a carta de Seattle parece ser uma profecia expressiva, se não de todo desconcertante”. Este texto foi distribuído pela ONU no Programa para o Meio-Ambiente.

Sobre o assunto de terras dos índios, manifestou-se Michael Black no artigo “Enterrem meu coração em Wounded Knee”, publicado em “The Mother Earth News”, número 12, novembro de 1971, North Madison, Ohio, nos seguintes termos:

“... o índio percorre as suas terras tribais pacificamente e com simplicidade, com grande reverência pelo país e seus habitantes. Depois, vem o homem branco, aos tropeções, para alcançar os campos auríferos da Califórnia ou as ricas glebas dos altiplanos. O índio não passa de coisa irritante, de uma barreira incômoda que tem que ser removida e posta de lado, se é que se deve cumprir o destino manifesto. As boas terras são roubadas e designadas como reservas as terras que o homem branco desprezou ou já saqueou. Aqueles que não querem ir para as reservas são caçados impiedosamente. 

Às vezes, mesmo aqueles que haviam concordado em ir, são atacados (por exemplo, Sand Creck) e ocorrem massacres sobre os quais se estende o manto de segredo e que tornam My Lai (aldeia vietnamita destruída, junto com todos os habitantes, por um destacamento do Exército dos EUA, durante a guerra do Vietnã, cujo nome entra na história como símbolo da intolerância racial, política e ideológica) parecer obra de amadores. 

Uma vez dentro da reserva, o índio é freqüentemente forçado a se mudar outra vez, para mais longe da sua antiga terra natal, depois que é descoberto ouro ou se planeja uma estrada conveniente para a Costa Ocidental. Dentro da reserva, ele é alimentado com os restos de comida do homem branco pelos supervisores corruptos e inescrupulosos e as palavras de desabafo significam a morte”.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

NUBANK, BANCO INTER E XP DESBANCARÃO OS GRANDES BANCOS?


Um dos grandes inconvenientes dos grandes Bancos é a famigerada taxa de manutenção de conta. Os bancos já ganham com os cartões de crédito, com os cartões de débito, empréstimos entre outros, pois quando  se passa um cartão de débito, um percentual vai para os bancos.

Eis que agora o NUBANK surge com a novidade do banco virtual. Sem agências físicas, sem cobrar taxa de manutenção, com serviços mais light e facilitados, com cartões sem anuidade, e até devolvendo parte do preço quando o parcelamento dos cartões é pago adiantado.

ALGUMAS VANTAGENS DO NUBANK

Transferências gratutas e ilimitadas

Envie e receba dinheiro na mesma hora e entre contas do Nubank, agende ou faça TDs para todos os bancos sem custo algum.

Vantagens do cartão de crédito

Quem antecipa parcelas ganha desconto, direto no app. 


André Rocha



Analista de ações certificado pela Apimec

Teoria dos jogos e a análise por unidades de negócio podem ajudar a responder a questão


Comecei a trabalhar como analista poucos anos antes da privatização do setor de telecomunicações em 1998. A participação do segmento no Ibovespa era de quase 50%. Atualmente, restaram apenas duas representantes: Telefônica (VIVT4) e TIM (TIMP3). Juntas, representam menos do que 2% do índice.


Questões regulatórias, dentre outras razões, explicam parte da derrocada do setor dentro do Ibovespa. Mas, sem dúvida, as novas tecnologias contribuíram para essa queda. A competição do Voip fez as empresas tradicionais reduzirem as caras tarifas de longa distância. Mudanças de hábito dos consumidores, como a substituição do uso da voz por aplicativos de mensagens, retirou receita das operadoras. São apenas dois exemplos.



Quem esperava uma queda tão brusca de participação? Um estudioso que observasse a evolução do índice ao longo do tempo saberia que o setor havia sido irrelevante no início da década de 1980, com participação irrisória de 0,4%.



Essa análise histórica mostra que o setor financeiro (contando não só bancos, mas também seguradoras, bolsa de valores e empresas credenciadoras) sempre teve peso relevante no índice. No começo dessa década, o peso era de 19%, número similar ao do início dos anos 80. Durante a década de 90, havia sido bem menor: ao redor de 10%. Sinal de alerta para os grandes bancos listados: Bradesco (BBDC4), Itaú (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11)? Vamos analisar brevemente cada linha de negócio.


Concessão de crédito deve ser mais resiliente à concorrência

A área de crédito, uma das principais atividades dos bancos tradicionais, deve sofrer menos competição, ao contrário do ocorrido nos meios de pagamentos, onde as entrantes roubaram rapidamente participação de mercado das empresas tradicionais (Cielo e Redecard). Regras prudenciais dos órgãos reguladores, como os elevados compulsórios e exigência de capital elevado, bem como problemas com a inadimplência (dificuldade na recuperação das garantias devido à insegurança jurídica e a assimetria de informação dos clientes) devem restringir a atuação das “fintechs” em crédito. Além disso, devem operar apenas com capital próprio, via Sociedades de Crédito Direto, sem a alavancagem dos bancos tradicionais. Assim, elas devem atuar mais à margem do sistema, sendo importantes para atender a determinados nichos e democratizar o acesso, mas com impacto limitado sobre o volume de crédito consolidado da economia.

As tesourarias, por sua vez, devem continuar contribuindo com o resultado dos bancos apesar da queda expressiva dos juros primários da economia. As atividades dos bancos de investimento, como emissão de ações e dívida, devem continuar sendo dominadas pelos grandes bancos, especialmente as das grandes companhias.

Serviços que sofrerão maior competição

As receitas com tarifas bancárias devem se reduzir ao longo do tempo, com o aumento da participação de mercado de fintechs como Nubank, Banco Inter, Neon, C6 Bank, Agibank e outras. Além disso, a administração de recursos feita pelas gestoras dos grandes bancos começou a sofrer a concorrência das assets independentes que supriram sua falta de capilaridade para acessar o investidor por intermédio das plataformas como XP, Órama, Guide e outras.

Logo, é natural que os grandes bancos percam peso no Ibovespa nos próximos anos, em decorrência da queda de participação de mercado em alguns segmentos e da redução do retorno total da atividade bancária. Não somente os bancos tradicionais, mas o segmento como um todo, deve ter o peso reduzido no médio prazo. Até porque sua participação no Ibovespa está no maior patamar da série: 37%.

Por outro lado, essa queda no índice deve ser limitada. Primeiro, porque não são todas as unidades de negócios que terão forte concorrência. Segundo porque, pela Teoria dos Jogos, os grandes bancos não ficarão passivos ante a movimentação das fintechs. Eles já vêm adotando decisões estratégicas para enfrentar essa situação. O Bradesco criou o banco digital Next; o Santander, além da Getnet, empresa de meios de pagamentos, criou a plataforma de investimentos Pi e o Itaú Unibanco possui 49% da XP. Terceiro, os grandes bancos têm bolso fundo para financiar os investimentos necessários.

A possível perda de participação dos bancos tradicionais no índice deve ser compensada pelos bancos digitais e plataformas de investimentos que devem acessar o mercado de ações para financiar suas atividades. O Banco Inter (BIDI4) já abriu seu capital na B3 e a XP analisa essa possibilidade.

Essa conclusão parece ser a de muitos. Na minha conta do Twitter, perguntei se a participação dos bancos tradicionais cairia a menos de 15% do Ibovespa em cinco anos. 76% responderam “não”. O peso hoje apenas dos bancos tradicionais é de 27%



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terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

O PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS RECEBE UM DOSSIÊ RECOMENDANDO O ROMPIMENTO DOS ACORDOS COM O BRASIL ATÉ O FIM DO ATUAL PRESIDENTE BRASILEIRO.




O documento surge em momento de intensa expectativa sobre os próximos passos da relação entre Brasil e Estados Unidos sob o governo de Biden e da vice-presidente Kamala Harris


Quatro meses depois de fazer críticas públicas contra o desmatamento no Brasil, o presidente Joe Biden e membros do alto escalão do novo governo dos EUA receberam nesta semana um longo dossiê que pede o congelamento de acordos, negociações e alianças políticas com o Brasil enquanto Jair Bolsonaro estiver na Presidência.


O documento de 31 páginas, ao qual a BBC News Brasil teve acesso, condena a aproximação entre os dois países nos últimos dois anos e aponta que a aliança entre Donald Trump e seu par brasileiro teria colocado em xeque o papel de "Washington como um parceiro confiável na luta pela proteção e expansão da democracia".

"A relação especialmente próxima entre os dois presidentes foi um fator central na legitimação de Bolsonaro e suas tendências autoritárias", diz o texto, que recomenda que Biden restrinja importações de madeira, soja e carne do Brasil, "a menos que se possa confirmar que as importações não estão vinculadas ao desmatamento ou abusos dos direitos humanos", por meio de ordem executiva ou via Congresso.


A mudança de ares na Casa Branca é o combustível para o dossiê, escrito por professores de dez universidades (9 delas nos EUA), além de diretores de ONGs internacionais como Greenpeace EUA e Amazon Watch.