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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

OS INIMIGOS DA PETROBRAS

Um dos artifícios que os governos entreguistas como Fernando Henrique Cardoso e Fernando Collor de Melo, utilizavam para vender estatais a preços baixos, era o artifício de administrar essas empresas estatais de forma lesiva com o fim de sucateá-las e assim torna-las deficitárias. Isso lhes permitiria ter argumentos para declarar que tais empresas geridas pelo estado eram um peso para o estado e por isso deveriam ser privatizadas. 

Esse processo foi executado contra a Petrobras que até 1995 tinha um plano de manutenção de unidades marítimas  e terrestres que tinha uma eficiência bem razoável.

A partir de 1995 foram incentivadas várias estratégias que tinham o nome pomposo de modernas, mas que no fundo sob o pretexto de tornar a empresa mais eficiente visavam em verdade sucateá-la. 

Foram desmontadas as equipes de manutenção e muitos dos equipamentos que antes recebiam manutenção periódica e constante foram relegados ao abandono. Os técnicos passaram a ocupar cargos administrativos e seu quadro foi sistematicamente reduzido.

Essa foi apenas uma das estratégias para a destruição da empresa. Outras foram a construção de plataformas em estaleiros como Singapura e outros estaleiros espalhados pelo mundo, e a colocação de equipamentos sem cobertura técnica, sem esquemas técnicos e fabricados por empresas de fachada que logo depois de instalarem os equipamentos simplesmente sumiram do mapa. A tentativa de troca do nome da empresa, e o contínuo sucateamento e má gestão que culminaram com o afundamento da plataforma P-36 e o derrame de óleo na Baia da Guanabara.

A divisão da empresa em unidades de negócios foi outra estratégia destinada a dividi-la para mais facilmente ir vendendo ativos, o que foi iniciado pelas petroquímicas.

Entretanto por essa época contava a empresa com quadros técnicos de altíssimo nível que resistiram a esse vendaval e com as descobertas de novas jazidas de petróleo, colocaram a empresa em um patamar de competitividade invejável até para as empresas multinacionais que beneficiadas pela quebra do monopólio apressavam-se agora para competir com a Petrobras. O resultado é que muitas delas acabaram por se associar com a Petrobras em vários projetos,e isso impulsionou ainda mais a estatal em vez de diminui-la.

A estratégia então mudou. Procuram então as multinacionais e os interesses que visam a predominância das multinacionais, cooptar pessoas e técnicos que trabalham dentro da empresa com o fim de implementar ações que visem desestabiliza-la de forma a abrir espaço para as empresas que concorrem com a Petrobras. As que estão aqui dentro e as que estão aqui fora. As que se dizem Brasileiras como o Grupo de Eike Batista são na verdade grupos internacionais que colocam capital e testas de ferro Brasileiros aqui dentro do país.

O ex-presidente da Petrobras com certeza é um desses.

Investidores estrangeiros e brasileiros da Petrobrás vão interpelar judicialmente, nos Estados Unidos, o ex-presidentes da Petrobrás, Maria das Graças Foster e José Sérgio Gabrielli, além do diretor financeiro da empresa, Almir Guilherme Barbassa, e Nestor Cerveró, diretor financeiro da BR Distribuidora. 

Todos terão de explicar o que está por trás da lesiva compra de uma refinaria tecnologicamente ultrapassada, em Pasadena (Texas, EUA). A negociata deve gerar um prejuízo de até US$ 1 bilhão à estatal de economia mista e seus acionistas. O escândalo gerencial é alvo de uma auditoria no Tribunal de Contas da União.

O ato lesivo de desgovernança corporativa também é motivo de questionamentos de acionistas ao Conselho de Administração da companhia, que é presidido por Guido Mantega. A negociata foi fechada em 2006 na gestão de Gabrielli, quando a então chefe da Casa Civil de Lula da Silva, Dilma Rousseff, presidia o CA da Petrobrás. Na época, Dilma teria sido contra a operação feita por Gabrielli, mas a reclamação dela de nada adiantou, já que o presidente da empresa era Gabrielli. 

Este foi um dos motivos que fez Dilma, quando assumiu o Planalto, substituir Gabrielli por Graça Foster – que agora tem um bilionário prejuízo para resolver, não bastassem os problemas de superfaturamento na refinaria Abreu e Lima (Rnest/PE) e no Comperj de Itaboraí, e dos questionáveis projetos de refinarias premium no Ceará e Maranhão.

O caso ganha repercussão midiática com as recentes reportagens do Estadão e da revista Veja. Em janeiro de 2005, a empresa belga Astra Oil comprou a Pasadena Refining System Inc por US$ 42,5 milhões. Em 2006, os belgas venderam 50% das ações da empresa para a Petrobrás por US$ 360 milhões. Como a refinaria era defasada tecnologicamente, não tinha como processar o pesado petróleo brasileiro, belgas e brasileiros fizeram um contrato para dividir o megainvestimento de US$ 1,5 bilhão. Se houvesse distrato, uma das partes teria de reembolsar a outra. Em 2008, como houve briga, os belgas acionaram a Petrobrás a pagar U$ 700 milhões. Em junho deste ano, perdendo a causa, a Petrobrás se viu obrigada a torrar US$ 839 milhões para assumir o controle da Pasadena.

O negócio ruim ficará ainda pior. Na gestão Graça Foster, a Petrobras tomou a sábia decisão de se livrar do mico texano – negócio articulado por Gabrielli e tocado por seu diretor financeiro Almir Barbassa (que continua no mesmo cargo na gestão Graça). 

Também participaram da operação que agora rende um megaprejuízo Nestor Cerveró, diretor financeiro da BR Distribuidora, e Alberto Feilhaber – que foi empregado da Petrobrás durante 20 anos e que agora é vice-presidente da Astra Oil (segundo a ficha dele no Linkedin).



Graça Foster está na encruzilhada por causa da herança maldita deixada por Gabrielli. Colocada à venda, dentro da política de negociação de ativos para reduzir prejuízos, a Pasadena recebeu uma única e ridícula oferta de compra de US$ 180 milhões feita pela transnacional Valero, sediada nos EUA. Como as operações temerárias de Gabrielli-Barbassa-Cerveró torraram US$ 1,199 bilhão da Petrobrás, se a venda for bem sucedida, a estatal de economia mista tupiniquim amargará quase R$ 1 bilhão em perdas – o que vai afetar a péssima remuneração dos irados investidores nacionais e internacionais – que vão brigar na Justiça.


Para piorar o cenário, Dilma Rousseff não tem mais teto para permitir que Almir Barbassa continue na diretoria financeira da Petrobrás, acumulando com a presidência da PFICO – o braço financeiro-internacional da companhia. Dilma identifica Barbassa como um braço de Gabrielli, mas não mexe com ele que é considerado o homem mais poderoso da Petrobrás, acima até da presidente Graça.


Por que será que Dilma não mexe com o poderoso Barbassa? 

Porque provávelmente esse é um dos homens que está cooptado pelas poderosas multinacionais e que tem o aval de poderosíssimos interesses internacionais objetivando desarticular a odiada Petrobras. Odiada pelo falecido testa de ferro dos interesses Norte Americanos, Roberto Campos e por inúmeros interesses que desejam apossar-se do nosso petróleo.

Temos que entender e eu já disse isso aqui antes, que os Presidentes Brasileiros tem um campo de atuação limitado. Por trás deles há os Americanos, e esses tem interesse no nosso petróleo. Por isso provavelmente Lula não acabou com os leilões das áreas de prospecção de petróleo, embora todos saibam que ele é contra eles. Há muita coisa que rola nos bastidores que nós não temos condição de imaginar, sequer de saber.

Entre 2009 e 2012 o rombo no caixa da estatal pode ter acumulado US$54 bilhões de rombo pelas projeções mais recentes. Uma média de 13,5 bilhões por ano de déficit.

Acreditam especialista que a estatal talvez tenha necessidade de fazer nova capitalização como em 2010 quando capitalizou R$120,2 bilhões (US$69,9 à época). Um recorde.

As dívidas da estatal ameaçam sua insolvência e somam R$133,9 bilhões até setembro de 2012. Esse valor é 2,5 vezes superior a sua geração de caixa.

Em 2012 a estatal gerou US$30 bilhões em média e gastou US$42 bilhões. O reajuste do preço dos combustíveis foi uma solução paliativa para o problema.

A razão de tal volume de gastos é em parte devido ao seu plano de investimentos que precisa de recursos que vem de renovados empréstimos. Sua capacidade de tomar empréstimos entretanto está caminhando para um comprometimento ou insolvência.

As plataformas petrolíferas produziram dentro de sua máxima capacidade com pouquíssima manutenção até 2011 e isso a exemplo de um carro velho que não faz manutenção chega um dia em que tem que parar e ai é como em uma casa de marimbondo. Quanto mais "boli" mais marimbondo aparece.

Algumas unidades chegaram a ser interditadas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) acarretando perda na produção de Petróleo. De Janeiro a Novembro de 2012 a estatal acusou recuo na produção de óleo de 2,3% em relação a 2011 no mesmo período.

Paradas para manutenção por longos períodos causaram mais queda na produção. A Bacia de Campos teve sua produção reduzida de 90% para 70%. Em Julho de 2012 foi criado um programa pela estatal de US$6,3 bilhões o PROEF para recuperar a eficiência operacional da empresa.

A gestão que levou a esse estado de coisas caiu. Analistas avaliam que só em 2014 a Estatal recuperará a capacidade plena. Houve exagero nas perspectivas para previsões de produção futura que hoje foram corrigidas e isso acarretou queda nas ações da Petrobras.

Em 2012 a Petrobras perdeu o posto de Companhia com maior valor de mercado no Brasil para a AMBEV, uma cervejeira.

Um programa de redução de custos (outro?) tentará economizar R$32 bilhões até 2016. Há também um programa para venda de ativos no Brasil e no exterior de R$14,8 bilhões. A queda prevista no faturamento para 2013 é de cercade 30%.



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