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JORNAIS QUE TEM INFORMAÇÃO REAL.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

A FALÊNCIA DO CAPITALISMO

No famoso filme TITANIC, há um episódio que chamou a minha atenção. Trata-se do caso do rico empresário que desejava esposar a heroina do filme que afinal escolheu relacionar-se com um rapaz de classe menos abastada para desespero e revolta do rico empresário que presenteou a heroina do filme com um riquissimo colar que tinha uma gema raríssima. um diamante enorme esculpido em forma de coração. Ela no final joga o colar de volta ao mar, e ele nesse momento está lá. Quem quiser pode tentar encontra-lo a muitos metros de profundidade. Esse empresário disse a essa heroina que era muito rico e poderoso e que naquele momento poderia comprar-lhe o que quisesse. Nada era difícil para ele. De fato ele vivia no TITANIC conversando sobre aplicações em bolsa.

O mundo em 1918 vivia a euforia dos mercados de ações. Aplicar em ações era um excepcional negócio, porque a economia em crescimento precisava de recursos que vinham dos investidores do mundo inteiro.

Esse negócio floresceu e muitas pessoas aplicaram ali todos os seus recursos e julgavam-se ricas e poderosas. Foi uma ilusão em um mercado que ainda não tinha mostrado sua verdadeira face. A face do risco. Era um investimento de risco. Com a crise de 1929, o crack da bolsa, muitas fortunas viraram pó e esse rico empresário que dissera a heroina do fime que tudo podia matou-se, veio ela a saber depois com um tiro na cabeça. Iguais a ele muitas pessoas também mataram-se naqueles dias.

Imagino que devem haver poucos desesperos maiores do que o de se ver do dia para a noite despojado de uma condição financeira privilegiada, tornando-se pouco mais do que um mendigo.

Vez por outra hecatombes, desequilíbrios, ocorrem no planeta para testar os homens, e para mostrar-lhes que as realidades materiais tem muito pouco valor ante o contexto do eterno, tendo em vista que a morte faz exatamente isso. Despojanos do dia para a noite de tudo o que temos. Até da roupa do corpo. Para onde vamos não levamos nada.

Pois tenho a informar aos descrentes mais uma vez que uma decepção igual os aguarda. Cuidado com seus haveres porque em época de crise, dinheiro nada vale. Com o banco falido, você não conseguirá sacar seus recursos. O melhor é concentrar seus recursos em valores reais que tenham efetivo valor em época de crise.

Premiê George Papandreou  da Grécia
O capitalismo faliu a muito tempo, desde 2008. O que existe hoje é uma maquiagem. Um contexto falso, no qual os capitalistas em volta do mundo se agarram para não perder suas fortunas, mas os efeitos se fazem sentir. A crescente desvalorização do dólar que é hoje a moeda referência ao redor do mundo, e que  vai aos poucos "DERRETENDO" como diz o Ministro Mantega, é um reflexo dessa falência. aqui ou no link abaixo.


A dívida Americana que já se dizia em 2008 poderia chegar a 14 TRILHÕES DE DÓLARES, já chegou. Não é previsão é fato. Veja o placar da dívida externa Americana clicando 

Fico impressionado a cada dia que passa, como as pessoas estão iludidas dentro de uma falsa ilha de conforto. Basta uma análise mais acurada para que se perceba que alguma coisa está errada.

Recentemente vemos a Comunicade Econômica Europeia, debater-se dentro de um paradigma relativo à manutenção ou não da União Européia, já que a Grécia que já abarcou grandes recursos, para sanar a sua crise econômica depende ainda da entrada de mais e vultuosos recursos, e além da Grécia, outros países pertencentes à União Européia, alguns de peso como a Espanha, já apontam para dificuldades futuras.


Premiê George Papandreou da Grécia

 As donas de casa gregas e espanholas gastaram demais, como parece crer o mundo. Pelo contrario: sofrem a causa de um implacável efeito Wall Street e os não menos implacáveis Bancos Centrais que se negam a por ordem na casa. O Euro sobreviverá, entretanto o preço de sua sobrevivência será a volatilidade e o caos.

Professor Joseph Stiglitz

Não são palavras nossas. São palavras de Joseph Stiglitz, Um crítico declarado da Reserva Federal Americana e do ex presidente George Bush. O professor Stiglitz se declara “suficientemente pessimista” sobre a economía mundial.

A crise financeira da Grécia pode ter profundas implicações para outros países europeus e para a economia mundial.

A Grécia possui muitos empréstimos com bancos da Alemanha, Holanda, EUA e Reino Unido que, por sua vez, possuem empréstimos com bancos de outros países que, por fim, possuem empréstimos com bancos gregos... um ciclo interminável de conexões que, no fim, apontam para uma quebradeira total.

Num momento de protestos em Atenas contra as medidas de austeridade impostas pelo governo, o premiê George Papandreou conseguiu sobreviver a uma moção de desconfiança do Parlamento, após anunciar mudanças no seu gabinete.

O premiê tenta também aprovar novas medidas de contenção de gastos necessárias para que a União Europeia e o FMI continuem efetuando os pagamentos do pacote de resgate que prometeram à Grécia e coloquem em prática um segundo pacote, cujos termos deverão ser definidos em julho.

Por que a Grécia já precisa de um segundo pacote de resgate? 

O pacote original foi aprovado há pouco mais de um ano, em maio de 2010.

Interessante, é esse costume que tem os países, como o Brasil nos tempos em que dependia do FMI, de pagar suas dívidas tomando mais empréstimos. Se um cidadão comum fizer isso, certamente em pouco tempo estará em um beco sem saída, pois que irá pagar juros para tomar emprestado, recursos que irá utilizar para pagar os juros de outro empréstimo. Isso nós conhecemos com o nome de "BOLA DE NEVE". Cresce em proporção geométrica.

A razão para o resgate é que o país estava tendo dificuldades em obter dinheiro emprestado no mercado para quitar suas dívidas. Por isso recorreu à União Europeia e ao FMI.

ideia era dar à Grécia tempo para sanear sua economia, o que reduziria os custos para que o país obtivesse dinheiro no mercado.

Mas isso não ocorreu até agora. Pelo contrário: a agência de classificação de risco S&amp&P recentemente deu à Grécia a pior nota de risco do mundo (dentre os países monitorados pela agência).

Assim, o país continua tendo diversas dívidas a serem quitadas, mas não é capaz de obter dinheiro comercialmente para refinanciá-las.

Por que a Grécia está nessa situação? 

A Grécia gastou bem mais do que podia na última década, pedindo empréstimos pesados e deixando sua economia refém da crescente dívida.


Nesse período, os gastos públicos foram às alturas, e os salários do funcionalismo praticamente dobraram.


Enquanto os cofres públicos eram esvaziados pelos gastos, a receita era afetada pela evasão de impostos - deixando o país totalmente vulnerável quando o mundo foi afetado pela crise de crédito de 2008.



O montante da dívida deixou investidores relutantes em emprestar mais dinheiro ao país. Hoje, eles exigem juros bem mais altos para novos empréstimos que refinanciem sua dívida.

O que a Grécia está fazendo para reverter crise? 

A Grécia apresentou planos para cortar seu deficit de maneira escalonada.

Para alcançar isso, o Parlamento grego aprovou em maio um pacote de medidas de austeridade para economizar 4,8 bilhões de euros.

O governo quer congelar os salários do setor público e aumentar os impostos e ainda anunciou o aumento do preço da gasolina.

Pretende também aumentar a idade para a aposentadoria, em uma tentativa de economizar dinheiro no sistema de pensões, já sobrecarregado. 


Você já percebeu que tal comportamento pode se alastrar inclusive aqui no Brasil, onde já se discute abertamente esse assunto?

A população reagiu com protestos, alguns deles violentos.

Muitos servidores públicos acreditam que a crise foi criada por forças externas, como especuladores internacionais e banqueiros da Europa central.

Os dois maiores sindicatos do país classificaram as medidas de austeridade como "antipopulares" e "bárbaras".

Por que a Grécia não declara moratória de suas dívidas? 

Se o país não fosse membro da zona do euro, talvez fosse tentador declarar a moratória, o que
significaria deixar de pagar os juros das dívidas ou pressionar os credores a aceitar pagamentos menores e perdoar parte da dívida.


PROTESTOS DA POPULAÇÃO

No caso da Grécia, isso traria enormes dificuldades. As taxas de juros pagas pelos governos da zona do euro têm sido mantidas baixas ante a presunção de que a UE e o Banco Central Europeu proveriam assistência a países da região, justamente para evitar calotes.

Uma moratória grega, além de estimular países como Irlanda e Portugal a fazerem o mesmo, significaria um aumento de custos para empréstimos tomados pelos países menores da UE, sendo que alguns deles já sofrem para manter seus pagamentos em dia.

Se Irlanda e Portugal seguissem o caminho do calote, os bancos que lhes emprestaram dinheiro seriam afetados, o que elevaria a demanda por fundos do Banco Central Europeu.

Por isso, enquanto a Europa conseguir bancar a ajuda aos países com problemas e evitar seu calote, é provável que continue fazendo isso.

Então por que os países europeus não concordam logo com um novo pacote de resgate? 

O problema é que o governo alemão quer que os bancos compartilhem as agruras de um segundo resgate.

Isso significaria que, em vez de a Grécia tomar dinheiro emprestado da UE para pagar dívidas de vencimento imediato, os bancos teriam de concordar em renegociar essas dívidas, provavelmente em termos mais favoráveis aos gregos.

O governo francês e o Banco Central Europeu advertiram que tal reestruturação da dívida seria considerada por muitos como uma moratória, o que, por sua vez, continuaria dificultando que a Grécia voltasse a tomar empréstimos comercialmente.

Mas governos europeus talvez estejam sendo influenciados pela quantidade de dinheiro que seus próprios bancos já emprestaram aos gregos.

A agência de classificação de risco Moody's já declarou que pode rebaixar a nota dos três maiores bancos da França por causa de sua vulnerabilidade à dívida grega.

A crise na Grécia pode se espalhar?

Se a Grécia promover um calote, os problemas podem se espalhar para a Irlanda e Portugal. Mesmo sem uma moratória, ainda pode haver dificuldades, já que os pacotes de resgate oferecidos a esses dois países foram estruturados para ajudar Lisboa e Dublin até que seus governos fossem novamente capazes de obterdinheiro no mercado - como no caso de Atenas.

Um calote grego pode fazer com que investidores questionem se a Irlanda e Portugal não seguirão o mesmo caminho.

O problema real diz respeito ao que acontecerá com a Espanha, que só tem conseguido obter dinheiro no mercado a custos crescentes.

A economia espanhola equivale à soma das economias grega, irlandesa e portuguesa. Seria muito mais difícil para a UE estruturar, caso seja necessário, um pacote de resgate para um país dessa dimensão.

O CASO AMERICANO

Entretanto se a União Européia cambaleia entre sua estabilidade ou seu desmoronamento, um outro gigante dá sinais a muito esperados de falta de saúde financeira. Falamos dos Estados Unidos da América.

A nuvem negra da economia ronda o mundo. O medo de um calote histórico. Não é exatamente um vulcão, mas parece. A dívida dos Estados Unidos é uma situação complicada. É uma dívida que sempre teve muita confiança do mundo, tanto que os juros são baixinhos, mas ela está chegando a um limite máximo.





O governo pediu ao Congresso o direito de elevar o nível de endividamento e o Congresso não concordou, e, se o Congresso não concorda, eles têm que fazer uma breve moratória. Imagina a dívida do maior país do mundo fazendo moratória. Obama e o presidente do Banco Central falaram sobre o assunto. Eles estão apavorados e esperam que todo mundo seja sensato.




Todo mundo parece pessimista em relação aos Estados Unidos ultimamente. Pesquisa atrás de pesquisa mostram os americanos preocupados com seu futuro. Comentaristas, escrevem de forma desesperançosa sobre os desafios monumentais a ser enfrentados. Os acadêmicos planejam seminários sobre o declínio americano.




Washington está assumindo o peso de uma dívida enorme que, conforme os baby boomers se aposentam, parece verdadeiramente assustadora. O Instituto Peterson calcula que os programas de previdência social e de saúde do governo americano já têm um rombo de US$ 43 trilhões. Para cobrir isso, o governo teria de eliminar praticamente todos os outros gastos e/ou aumentar as alíquotas de imposto para a casa dos 70%. Os estrangeiros muito provavelmente exigiriam taxas de juro mais altas se fossem emprestar dinheiro para os EUA. E, se as taxas de juro fossem aumentadas, a economia estagnaria – tornando o peso da dívida ainda mais oneroso.

Segundo o FMI a crise econômica nos estados unidos poderá desencadear a primeira crise mundial depois da segunda guerra. No relatório da ONU, os países emergentes, seriam menos afetados por uma desaceleração nos Estados Unidos, mas não ficariam imunes a uma recessão.


Depois da crise de 29, vários especialistas afirmavam que dificilmente o mundo passaria por algo parecido. Mas muitos mudaram de idéia e já temem que essa crise de agora possa alcançar proporções gigantescas.As revistas Carta Capital e Veja já publicaram em anos anteriores matérias interessantes sobre o RISCO EUA. Ambas mostraram evidências de que o risco deles pode ser considerado maior do que o nosso, apesar dos difamadores bancos norte-americanos apresentarem somente alguns países por eles desqualificados como sendo de potencial risco para investimentos.

Porém, os citados editores não foram tão taxativos como aqui. Assim fizeram para não serem inconseqüentemente ridicularizados por aqueles desatentos que ainda vêem os Estados Unidos como intocáveis por uma desastrosa crise econômica. Esses desatentos também achavam que era impossível um ataque guerrilheiro como o que foi desfechado contra as torres gêmeas do WTC - Centro Mundial de Negócios, em Nova Iorque, que foi transmitido para todo o mundo. Eles ganham dinheiro até com a sua própria desgraça.

Os dirigentes políticos norte-americanos acreditam tão fielmente que seu país não pode ser atacado por problemas econômicos, que chegam a menosprezar, para seu uso, as teorias econômicas que são impostas aos chamados países emergentes pelo FMI - Fundo Monetário Internacional. Como os norte-americanos há muito tempo detêm o monopólio da emissão de papel moeda que serve como reserva monetária, eles acham que podem indefinidamente comprar toda a produção mundial com a simples emissão daquele papelucho carimbado com tinta verde. E os europeus estão querendo fazer o mesmo com a criação do Euro e ao mesmo tempo estão querendo combater a hegemonia das verdinhas.



A Revista Carta Capital de 29/12/2004, em texto do economista e consultor de investimentos Francisco Petros, apresentou o seguinte destaque: “O Atoleiro dos EUA - Os pregões ainda não focaram o desequilíbrio estrutural norteamericano”.

Acho que o colunista quis dizer que os investidores que transitam pelo irreal e especulativo mercado de capitais ainda continuam hipnoticamente iludidos por aqueles bancos que estabelecem o difamatório Risco Brasil e por isso não estão prestando a devida atenção no grave desequilíbrio estrutural norte-americano.



A Revista Veja de 05/01/2005, por sua vez, traduziu texto de Alice M. Rivlin, diretora do programa de política metropolitana de Washington - DF - EUA, apresentando o seguinte destaque: “Um tsunami financeiro nos EUA?” “Nãodeixar a idéia da responsabilidade fiscal seresquecida é um mandamento até para o país mais rico do mundo”.












Acho que a mencionada Mestre de Harvard quis dizer que os excessivos gastos norte-americanos, principalmente em poderio bélico, e o excessivo déficit acumulado, que já atinge montante equivalente a 60% do PIB norte-americano, podem causar o desmoronamento da maior potência mundial com a mesma facilidade como caíram as torres do WTC ou com a mesma facilidade como se derruba um castelo de cartas de baralho.



Fato interessante, que se lê em Carta Capital, é que
parte significativa desse déficit acumulado dos Estados Unidos (40%) está sendo
financiada pelos países emergentes que são atualmente detentores de grandes
reservas monetárias em
dólares. Entre
 eles estão os seguintes países asiáticos:
China (US$ 514 bilhões), Taiwan (US$ 235 bilhões), Coréia do Sul (US$ 178
bilhões), Hong Kong (US$ 119 bilhões), Índia (US$ 115
bilhões), Cingapura (US$ 105 bilhões) e Rússia (US$ 103 bilhões). Note que até
a Rússia é credora dos Estados Unidos.


Note que em vários dos citados países a mão-de-obra é
praticamente semi-escrava, porque recebe baixos salários e não tem os direitos
trabalhistas universalizados como os existentes no Brasil e nos países
considerados desenvolvidos.



É pena que as citadas revistas, depois de passado um mês,
não tenham colocado essas edições na internet para que todos os brasileiros
tenham a oportunidade de lê-las.




Toda problemática da atualidade norte-americana começou a partir do governo Ronald Reagan na década de 1980. Foi a partir de seu duplo mandato que os déficits norte americanos começaram porque a principal medida do seu governo foi a redução dos impostos pagos pelo empresariado.

E agora os empresários brasileiros querem que os nossos governantes cometam o mesmo erro, sob a alegação de que a redução dos impostos aumentará o consumo e a oferta de empregos. Era o que pensavam os assessores de Reagan e erraram redondamente. Por isso, pergunta-se: Se reduzirmos ou isentarmos as empresas do pagamento de tributos, quem contribuirá com os recursos necessários à manutenção e às necessidades básicas do Estado como nação organizada?

Com certeza, não só os empresários brasileiros como também os norte-americanos acham que o povo deve ser o único a pagar a conta, o que é uma enorme injustiça fiscal e social. Essa teoria anárquica e escravocrata nos faz retornar à Idade Média, quando os senhorios ou suseranos, proprietários de feudos, não pagavam impostos e sim o povo, os vassalos.



O principal erro de Reagan foi ter reduzido em maior proporção os impostos sobre lucros conseguidos no exterior pelas empresas estabelecidas em território norte-americano. Isto incentivou a contabilização de seus lucros em paraísos fiscais e que os investimentos no exterior fossem feitos através dessas ilhas do inconfessável.



A concorrência em preços e os altos salários do trabalhador norte-americano fizeram com que muitos empresários daquele país passassem a produzir no exterior sob encomenda. Houve até processo judicial contra empresas acusadas de explorar mão-de-obra escrava no exterior para reduzir seus custos e assim aniquilar as concorrentes em território ianque.
Para isso, os empresários faziam alianças constituindo joint ventures em países onde os salários são baixos e o trabalhador não tem direitos trabalhistas ou estes são mínimos.



As “joint ventures” são empreendimentos com fins lucrativos de que participam duas ou mais pessoas físicas ou jurídicas. Diferem das sociedades comerciais porque se relacionam
geralmente a um único projeto, intento ou objetivo. Quando findar o objetivo do contrato firmado, a sociedade é automaticamente dissolvida. No Brasil, a joint venture equivale à sociedade em Conta de Participação prevista nos 
artigos 991 a 996 do Código Civil Brasileiro.



Com base nessa nova filosofia de se utilizar do escravismo em terras de além mar, posta em prática por segmentos empresariais do mundo desenvolvido, totalmente contrários à justiça social e fiscal previstos na nossa carta magna, o governo FHC começou a implantar as chamadas reformas trabalhistas e fiscais sob o pretexto da necessidade de atrair esses investidores internacionais. Ou seja, a oligarquia empresarial brasileira também passou a envidar esforços para implantar legalmente a servidão no Brasil, tal como já vem acontecendo veladamente em algumas fazendas de políticos e de seus correligionários no nordeste, norte e centro-oeste brasileiro, que culminaram com o assassinato de fiscalizador do trabalho, como foi amplamente divulgado pelos meios de comunicação.



Relativamente aos lucros obtidos no exterior, no Brasil o desenrolar da questão fiscal foi diferente do norte-americano. As empresas brasileiras com participações no exterior, passaram a ter seus lucros internacionais tributados somente a partir de 1996, depois de descobertos generalizados casos de sonegação fiscal que eram chamados de planejamento tributário. Para reprimir a sonegação, foi sancionada a Lei 9249/95 (veja o art.394 a 396 do RIR/99). Entretanto, dois anos depois o art. 1º da Lei 9532/97 (§ 2º do art. 394 do RIR/99) praticamente revogou tal dispositivo tributário ao estabelecer que os lucros auferidos no exterior seriam adicionados ao lucro líquido, para determinação do lucro real, somentequando disponibilizados à pessoa jurídica domiciliada no Brasil.



É óbvio que, depois da sanção deste último texto legal, nenhuma empresa no exterior disponibilizou esses lucros para a controladora brasileira. Para transferi-los para o Brasil sem tributação basta que as controladas os remetam na forma de empréstimo, leasing (arrendamento mercantil) ou investimento, porque, dessa forma, além de não pagarem os tributos sobre o lucro remetido, ainda geram despesas de juros e de aluguel dedutíveis para efeito do cálculo do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido. Ou seja, além de impedir a cobrança do imposto, a nova lei ainda forneceu o caminho para complementação da sonegação tributária.



O artigo que possibilitou tal planejamento tributário foi lamentavelmente outro daqueles dispositivos legais fatalmente encomendados pelos lobistas para favorecerem exclusivamente aos grandes empresários, seus patrões. Ou seja, o disposto na primeira lei foi sancionado para evitar a sonegação e a segunda praticamente o revogou, embora continue em vigor “somente para inglês ver”.

Com aquela redução de impostos instituída por Reagan, os empresários norte-americanos passaram a produzir na região asiática boa parte dos produtos que o povo estadunidense consome. Com essa forma de redução de custos, os ianques aceleraram o processo que os vinham transformando, de maiores exportadores mundiais, em maiores importadores. Em razão desse descompasso na balança comercial norte-americana, os asiáticos passaram a ser os maiores detentores de reservas monetárias em dólares.



Ao contrário do que aconteceu nos Estados Unidos, os empresários brasileiros, mesmo sem tributação sobre o lucros auferidos no exterior até o final de 1995, não foram produzir no exterior porque nenhum país asiático ou sul-americano é tão favorável à produção como o Brasil. A outra razão é que não adianta produzir no exterior para vender no Brasil porque nosso país ainda não tem um atraente mercado consumidor (somente dez por cento da população brasileira tem alguma capacidade econômica e financeira para consumir). E também porque os empresários brasileiros teriam dificuldade de penetração nos mercados desenvolvidos (as empresas asiáticas vendem para europeus e norteamericanos porque na realidade pertencem a empresários daqueles países consumidores).

quinta-feira, 16 de junho de 2011

JESUS FOI OU NÃO UM FILÓSOFO?

Uma das coisas que se aprende nas disciplinas de FILOSOFIA ministradas nos cursos como PEDAGOGIA por exemplo é o de que JESUS não é reconhecido como FILÓSOFO. Nesse caso vale a pena ver-mos o que é filosofia segundo a WIKIPEDIA.

Filosofia (do grego Φιλοσοφία, literalmente «amor à sabedoria») é o estudo de problemas fundamentais relacionados à existência, ao conhecimento, à verdade, aos valores morais e estéticos, à mente e à linguagem.[1] Ao abordar esses problemas, a filosofia se distingue da mitologia e da religião por sua ênfase em argumentos racionais; por outro lado, diferencia-se das pesquisas científicas por geralmente não recorrer a procedimentos empíricos em suas investigações. Entre seus métodos, estão a argumentação lógica, a análise conceptual, as experiências de pensamento e outros métodos a priori.


Baseado nesse conceito vejamos.

1 - A filosofia de Jesus refere-se ao estudo de problemas fundamentais relacionados à existência? EVIDENTE QUE SIM. A existência nesse mundo e no mundo espiritual.

2 - A filosofia de Jesus refere-se ao estudo da verdade?
EVIDENTE QUE SIM. "EU SOU O CAMINHO A VERDADE E A VIDA". Eram suas palavras.

3 - A filosofia de Jesus trata dos valores morais?
COM TODA CERTEZA, com muito mais profundidade do que nenhum outro.

4 - A filosofia de Jesus trata da mente?
Sim. EU VOS DEIXO A MINHA PAZ. Não vo-la dou como o mundo a dá. É o melhor tratamento para a mente que existe.

5 - Os argumentos são racionais?
A prática demonstra que sim. Como poderia existir esse mundo como hoje temos o conhecimento que existe se não existisse Deus?

6 - A filosofia de Jesus diferencia-se dos métodos científicos por não se utilizar de experimentações empíricas?
Mais uma vez respondemos que sim. É preciso ter fé em uma filosofia racional. como a FILOSOFIA.

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 O que é a vida?


Nós possuímos uma alma?

O que é uma alma?



Perguntas como estas podem ser encontradas facilmente em qualquer bom livro de filosofia, e as diversas correntes de pensamento que surgiram na história tentaram e tentam esclarecer estas questões.



Platão já nos dizia 400 anos antes do nascimento de Cristo sobre uma Inteligência Universal, superior a tudo o que existe de material, algo metafísico. Chegando a se questionar se tudo o que existe de caráter físico e mecânico não sejam apenas causas a serviço de outras causas mais elevadas. Partindo então para uma orientação metafísica, mais espiritualista do que materialista. O que ficou caracterizado como uma "segunda navegação platônica", posto que a primeira era fundada em questões voltadas a explicação de uma filosofia naturalista. Partindo destas duas premissas filosóficas, matéria e espírito, corpo e alma, que em uma primeira visão aparecem completamente independentes, mas que analisando com mais cuidado, verificamos que estão interligadas assim como o software está para o hardware, ou como a luz está para a visão. Chegamos à conclusão de que seria impossível falar e entender o cristianismo, desde sua origem até o momento em que ele se encontra em seu estágio atual, se não levarmos em consideração a natureza da alma humana. Ou até mesmo negá-la.



Se, portanto, existe uma alma, esta deve ter uma origem que não é material, regido por regras não humanas, não materiais, mas regras de natureza divina, espiritual, em um nível elevado demais para ser percebido por qualquer um de nossos sentidos meramente humanos, sentidos que se encontram por demais relacionados a carne, e portanto, físicos. Sendo assim, inegavelmente, admitindo a existência de uma matéria de origem divina, estamos admitindo a existência de um Deus, um ser perfeito, superior e capaz de produzir o que nós é conhecido como Vida.



Sem isto estar primeiramente resolvido dentro do homem, é muito difícil a ele aceitar a idéia da filosofia do cristianismo, que encara de forma direta e aberta a estas questões espirituais, e incorre diretamente em suas necessidades e atribuições. Por outro lado, estando isto em completo questionamento, dentro da mente humana, pode o homem correr em busca de uma resposta a sua angústia existencial, e servir-se do cristianismo como uma âncora a estas angústias, ou como um tapete para onde ele pode varrer para baixo todo e qualquer temor que possua de sua passagem por esta vida e o que acontecerá a ele quando não mais existir fisicamente.



Jesus, disse certa vez: "Se seus líderes vos dizem: ‘Vejam, o Reino está no céu’, então saibam que os pássaros do céu os precederão, pois já vivem no céu. Se lhes disserem: ‘Está no mar’, então o peixe os precederá pelo mesmo motivo. Antes, descubram que o Reino está dentro de vocês, e também fora de vocês. Apenas quando vocês se conhecerem, poderão ser conhecidos, e então compreenderão que todos vocês são filhos do Pai vivo. Mas se vocês não se conhecerem a si mesmos, então vocês vivem na pobreza e são a pobreza". Esta idéia podemos relacionar diretamente com a mensagem de Aristóteles, que fora mestre de Platão: "Homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo."



O que Jesus queria, era mostrar-nos que a verdade, ou o Reino dos Céus, está dentro e fora de nós, ao mesmo momento, pois nada existe independentemente, tudo está interligado, e o que precisamos é apenas tomar consciência de que fazemos partes deste todo, portanto, fazemos parte do Reino dos Céus, pois somos todos filhos de Deus Pai. Esta verdade tão simples, é demonstrada, por exemplo, na parábola em que Jesus fala sobre a alegria de uma mulher por ter encontrado um moeda que havia perdido, ela sai e chama os vizinhos para que se alegrem por ela por ter encontrado algo tão simples e que sempre esteve por perto dela. Jesus nos afirmava que todos nascemos com esta verdade, uma espécie de conhecimento inato, que é deturpado pela dureza materialista do pensamento humano em nosso processo de crescimento. "Somente quando fizerdes como uma criancinha entrarás no Reino dos Céus". Dentro desta filosofia a natureza está intimamente ligada a existência humana, "olhai para os lírios do campo, vejam as aves que não ceifam e nem colhem". Deus Pai nos prove através desta natureza tudo o que precisamos de alimento, seja ele material ou espiritual, pois "se teu filho lhe pedir um peixe, por acaso daria você uma serpente", e assim sendo, "se tu que és mal sabe dar boas coisas a teu filho que dirá de teu Deus Pai que está nos céus". Assim sendo Jesus minou a mente de seus seguidores com palavras de ordem e sabedoria que não citavam violência, mas o amor ao próximo, e não apenas entendendo como próximo os seus parentes e amigos, mas também aqueles que lhe são estranhos e até mesmo os seus inimigos, "ofereça a outra face". E assim como Sócrates, Jesus foi morto por divulgar idéias revolucionárias a seu tempo, levando o temor àqueles que detinham o poder em sua época sobre o quanto e até que ponto isto poderia influenciar as massas e por em risco o seu domínio.



Pois para Jesus não haviam distinções entre nacionalidades, religiões, castas ou qualquer outro tipo de divisão social que poderia existir em seu tempo, para ele tanto um soldado do império romano, quanto um judeu ou uma samaritana, todos tinham o mesmo direito perante o Espírito Santo.



Podemos então citar quatro pontos básicos da filosofia de vida pregada por Jesus em seus ensinamentos,
1-Todos somos iguais perante Deus,
2-Devemos amar ao nosso próximo como a nós mesmos,
3-Não devemos nos preocupar com o dia de amanhã, pois Deus Pai nos proverá de tudo o que necessitarmos,
4-Nossa alma existe e é IMORTAL, e dependendo de nossa tomada de consciência, encontrará repouso eterno no Reino dos Céus.





domingo, 12 de junho de 2011

O GOLPE MILITAR CONTRA O BRASIL

Veja o filme documentário "JANGO" do jornalista Silvio Tendler. Clique no icone correspondente no nosso portal, como ilustrado ao lado.            


Você pode assistir ao filme documentário "JANGO" de Sílvio Tendler em nossa página de downloads no endereço abaixo:

Nessa página também é possível baixa-lo para assistir quando quiser e exibi-lo em suas reuniões e apresentações ou aulas.

Vez por outra aparecem à frente dos cenários mundiais certos personagens que parecem ter uma missão. As vezes sua missão é bem compreendida, outras vezes não. 

As vezes eles passam desapercebidos, outras vezes se tornam icones como por exemplo é o caso de MAHATMA GHANDI que conquistou a independência da India sem violência. 

João Belchior Marques de Goulart foi um desses homens que tem a minha admiração e eu considero mesmo, que teve uma missão à frente desse país chamado Brasil. No momento que esse homem chegou ao cenário nacional, vivíamos uma luta de um lado protagonizada por uma elite de latifundiários mesclada com interesses capitalistas tendo a frente os interesses Norte Americanos, e de outro lado aqueles que inspirados nos ideais libertários principalmente provenientes do movimento Cubano onde Fidel Castro conseguira derrotar esses mesmos interesses em um pequeno país, e que sonhavam com a emancipação das classes operárias e dos pobres que viviam no ambiente rural. 

COMICIO NA CENTRAL DO BRASIL
Na verdade o país não estava maduro para as reformas e para a evolução que se pretendia para o Brasil. Seriam precisos ainda toda uma geração para que o país amadurecesse e sem violência conquistasse posições nessa evolução social que Jango pretendia trazer a luz naquele momento.

GOLPE MILITAR DE 1964
Era um momento de ebulição em que vários atores se destacavam. Estudantes, operários, e os interesses capitalistas. Os Estados Unidos nessa época viam com preocupação o alastramento de movimentos populares, afinados com o comunismo principalmente porque estavam já transtornados com o movimento Cubano, e temiam um alastramento de revoluções na América Latina, que viessem a espalhar por aqui o comunismo.


João Goulart era um humanista. Não tinha vocação para a violência. Tanto que na revolução de 1964, ele poderia ter resistido e poderia ter tomado ações que viessem a ferir pessoas, já que um levante militar requer muitas das vezes o uso da força. Ele recuou peremptoriamente ante a possibilidade de impingir aos revoltosos, ações que os levassem a sofrer algum tipo de ferimento.

COMICIO DA CENTRAL DO BRASIL
Quando teve em suas mãos a opção de resistir ao golpe, ciente que estava do apoio Note Americano contra si, decidiu pedir asilo e entregar o poder, para que o povo Brasileiro não pagasse um tributo de sangue demasiadamente elevado segundo suas próprias palavras. Esse ato frustrou os planos Norte Americanos de dividir o Brasil em Brasil do norte e Brasil do sul como ocorreu no Vietname e na Coreia. Os Americanos são especialistas nessas divisões.

Dessa forma entendo que João Goulart era um ser excepcional, que a história não atribuiu o devido reconhecimento. 

DOCUMENTARIO "JANGO" de Sílvio Tendler.
Eu decididamente o admiro muito, principalmente porque era filho de um rico latifundiario do sul, herdou inúmeras propriedades, sua família era uma família reconhecidamente de posses incluindo ai várias fazendas e não tinha nenhuma razão para defender a classe operária e os trabalhadores do campo, ou para querer fazer a reforma agrária. 

Pela lógica JANGO como era carinhosamente chamado pelo povo, era para estar ao lado dos latifundiários, mas ao contrário, apoiou os operários e os pobres. Era simpatizante da causa comunista sem ser necessariamente um comunista, e avesso à violência. Sua luta foi no campo moral todo o tempo.

Herdeiro político de Getúlio Vargas, Jango era à sua época no meu entender muito mais do que Lula é hoje para a classe operária e para os trabalhadores.
LEONEL BRIZOLA
PERSONAGENS
AMAURY KRUEL

JOÃO GOULART. Na manhã de 31 de março, o presidente soube do levante militar. Ao perceber que não tinha como enfrentá-lo, viajou no dia 1 para Brasília. 
LEONEL BRIZOLA. Deputado federal pela Guanabara, recebeu Jango em Porto Alegre em 1 de abril para organizar a resistência ao golpe militar. Jango tinha amplas condições de resistir ao golpe. Contava com o apoio do terceiro exército com sede no Rio Grande do Sul, e com tropas leais no Rio de Janeiro. Tanto é verdade que Carlos Lacerda ficou sitiado no Palácio Guanabara, por tanques leais ao presidente João goulart. As tropas do General Mourão Filho se precipitaram e não tinham nem munição. Vieram a se abastecer sómente no Rio de Janeiro. Em verdade a resistência ao golpe não se deu unica e exclusivamente por opção do Presidente João Goulart. A Aeronáutica fez a proposta de lançar bombas de napalm sobre as tropas do General Mourão Filho que estavam marchando para o Rio de Janeiro, entretanto o Presidente João Goulart recusou-se a autorizar essa ação, argumentando que isso iria queimar pessoas, o que ele não queria.

AMAURY KRUEL. Era padrinho de casamento da filha de Jango e portanto seu amigo. Teve um dialogo duro com Jango por telefone, em que lhe fez a proposta de acabar com as reformas e  prender certos lideres de movimentos para dar-lhe seu apoio. Jango poderia nesse momento optar pelo apoio de Amaury Kruel, comandante do segundo exército, mantendo-se no poder, mas não aceitou renunciar a seus princípios e às reformas. O Comandante do II Exército, em São Paulo, no dia 31 de março aderiu ao movimento contra Jango e foi com seus tanques para o Rio.

JAIR DANTAS RIBEIRO. Ministro da Guerra, no dia 1 de abril retirou seu apoio a Jango por ele ter se negado a extinguir o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT).

MIGUEL ARRAES. O então governador de Pernambuco ficou entrincheirado no Palácio das Princesas e, como não quis renunciar, foi preso e deposto.

CASTELLO BRANCO. O chefe do Estado-Maior ficou responsável pela articulação política do golpe. Manteve contatos com outros militares e com os líderes da UDN.

COSTA E SILVA. O chefe do Departamento de Produção e Obras assumiu o comando militar do golpe e lançou manifesto com Castello contra o governo.

CARLOS LACERDA. O governador da Guanabara liderou uma resistência a um ataque anunciado de tropas federais e fez discursos inflamados contra Jango.

MAGALHÃES PINTO. O governador de Minas desobedeceu a ordem de volta aos quartéis dos militares e lançou um manifesto que iniciou oficialmente o golpe.

MOURÃO FILHO. O comandante da 4 Região Militar deflagrou a sublevação, na madrugada do dia 31, e pôs suas tropas em marcha rumo ao Rio.


GENERAIS EM CONFLITO













O telefone de cabeceira tocou às 5h de 31 de março de 1964. O chefe do Estado-Maior do Exército, general Castello Branco, dormia. Atendeu, sonolento. Era o deputado Armando Falcão, dando conta de haver recebido, minutos antes, ligação do general Olympio Mourão Filho. O comandante militar de Juiz de Fora informava que no começo da madrugada pusera suas tropas na rodovia União e Indústria. Tinha iniciado a descida para o Rio de Janeiro, a fim de depor o presidente João Goulart. Castello levou um susto. Liderava uma das diversas conspirações em ebulição no país. A conspiração havia passado da fase defensiva, de evitar a decretação de uma polêmica “República Sindicalista do Brasil”, que nunca se confirmou. Transformara-se num escancarado golpe institucional, com a participação de militares e de empresários temerosos de que as chamadas reformas de base extinguissem seus privilégios. Tudo com o conhecimento e até a supervisão da Embaixada dos Estados Unidos. Ainda assim, os planos previam a insurreição para depois de 21 de abril, quando estivesse completada a trama subversiva. Antes, seria correr riscos, porque ninguém sabia ao certo a força do governo, capaz de abafar a aventura. 
TROPAS DO GENERAL MOURÃO EM MARCHA


Foi fácil ao chefe do Estado-Maior do Exército comunicar-se com o general rebelado. No Brasil, durante as revoluções, os telefones continuam funcionando. Mourão mostrou-se irredutível. Castello alertou os conspiradores mais próximos, como Cordeiro de Farias, Ademar de Queirós, Antônio Carlos Murici, Ernesto Geisel e outros. Vestindo a farda, tomou o rumo de seu gabinete no Ministério da Guerra, onde já chegou cercado de coronéis e majores que cursavam a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, encarregados de sua segurança. Ficou até as primeiras horas da tarde numa verdadeira Babel, porque cada andar era uma ilha, chefiada pelo general mais graduado. Uns pró, outros contra a sublevação.
TOMADA DO FORTE DE COPACABANA


No gabinete do ministro Jair Dantas Ribeiro, internado no Hospital Central do Exército, com câncer, seus auxiliares procuravam organizar a resistência, mas profundamente mal informados.


 Jango descarta bombardeio 

Castello Branco providenciou para neutralizar a suposta liderança do general Olympio Mourão Filho, considerado pela maioria do Alto Comando doido, precipitado e inconfiável.

Mandou que o general Murici se dirigisse a Juiz de Fora para assumir o controle da situação. Em seu próprio carro, acompanhado de três coronéis, o general subiu a Serra de Petrópolis. Conforme a tradição, o tráfego também flui normalmente durante as revoluções brasileiras. Mourão deu pouca importância a Murici, que se ofereceu para comandar “a ponta”, o contingente que vai à frente de qualquer progressão militar. 
A CONFUSÃO NO CENTRO DO RIO DE JANEIRO

No Palácio Laranjeiras, João Goulart reúne seus ministros. Fazer o quê? O brigadeiro Anysio Botelho, da Aeronáutica, pede ao presidente autorização para bombardear os revoltosos mineiros com napalm. Ainda dispunha de alguns pilotos leais. Jango se horroriza: “Vai queimar gente? De jeito nenhum”. 

Acerta-se, afinal, o envio de dois regimentos e alguns batalhões da Vila Militar para barrar a progressão dos rebeldes, a essa altura, começo da noite, já posicionados na fronteira de Minas com o Rio, às margens do rio Paraibuna, próximo de Areal. Confrontam-se as duas tropas, ninguém dá o primeiro tiro. Foi quando, na margem de lá, o eterno conspirador, marechal Odilio Denis, fica sabendo que o comandante do regimento posicionado para interromper a marcha dos revoltosos era seu antigo ajudante-secretário. Providencia-se um telefonema entre eles. Da padaria para uma garagem. “Você está contra mim, coronel?”. “Jamais, marechal. Estou com o senhor!” As tropas mandadas para conter o golpe aderem e descem todos a serra ... 

PROTESTOS POPULARES

Na mesma hora, também no Rio, movimentava-se em seu gabinete de chefe do Departamento de Produção e Obras um outro general conspirador, só que desvinculado de Castello Branco e sem a sofisticação e a pretensão do grupo castelista. Era o general Costa e Silva, gaúcho, colega de turma de Castello desde os tempos do Colégio Militar de Porto Alegre e da Escola do Realengo, no Rio, onde foram declarados aspirantes a oficial. Constituíam, um, antítese do outro. Castello era considerado o maior intelectual do Exército, antigo professor da Escola Superior de Guerra e da Escola de Comando e Estado-Maior, adido na França, amante do teatro e da literatura. Baixinho, feio, sem pescoço, suprira com os livros a absoluta falta de aptidão para os esportes. Nas festas, contentava-se com uma taça de champagne. Costa e Silva configurava o oposto: boêmio, não ficava numa única dose de uísque. Gostava de pôquer e corridas de cavalo. Campeão de basquete, dava-se muito menos com os livros, ainda que sempre tivesse tirado boas notas nas matérias teóricas. Resultado: desde o início classificara-se à frente de Castello. Dizem seus detratores ter sido por conta das excelentes notas em exercícios físicos. Ambos participaram da II Guerra Mundial. Castello, tenente-coronel, serviu nos campos da Itália como chefe de Operações, fazendo desde aquela época amizade com o então capitão Vernon Walters, dos Estados Unidos, elemento de ligação entre o comando do Exército do general Mark Clark e a Força Expedicionária Brasileira. O gringo, como o chamavam, dominava um monte de línguas, até um português quase perfeito. Em março de 1964, como coronel, Walters era adido militar da embaixada americana no Brasil. Costa e Silva foi mandado a uma unidade militar nos Estados Unidos para inteirar-se das novas doutrinas de emprego de blindados. Quando terminava o curso, com louvor, os alemães se renderam. Assim, não cruzou o Atlântico para se integrar à FEB. 


Kruel e Castello, inimizade histórica Na Itália vamos encontrar o terceiro general de quatro estrelas, Amaury Kruel, à época também tenente-coronel, chefe de Informações da FEB. Colega de turma dos outros dois, caracterizou-se pelo estopim curto. Teve grave incidente com Castello Branco, nas encostas do Monte Castelo. Durante uma discussão, agrediu-o com um soco no rosto. Com a conquista do objetivo, graças à estratégia de Castello Branco, tudo se apagou, mas os dois nunca mais se falaram, a não ser a respeito de assuntos funcionais. Naquele 31 de março, Amaury Kruel comandava o II Exército, em São Paulo. Havia sido chefe do Gabinete Militar e ministro do Exército de João Goulart, de quem se aproximou a ponto de serem compadres — o general, padrinho de João Vicente, filho do presidente. 


A conspiração em São Paulo ganhava contornos mais radicais do que no Rio, por força do empresariado. Inúmeros coronéis desconfiavam que Kruel ficaria com Jango. Passaram a vigiá-lo. Sentindo a gravidade do movimento, já de noite, o presidente telefona para o general, indagando se poderia contar com ele. Ali se decidiria a sorte da rebelião. Caso o II Exército ficasse com a legalidade, estaria no mínimo deflagrada a guerra civil. Kruel exigiu, para ficar com Jango, que ele prendesse os integrantes do Comando Geral dos Trabalhadores, fechasse os sindicatos, acabasse com a agitação e as greves e se conformasse em abandonar as reformas de base. O presidente desligou o telefone depois de dizer que não poderia ficar contra suas bases. 


Dia 1 de abril João Goulart abandona o Rio, voando para Brasília. Lá também não encontrou condições para resistir. Em Porto Alegre, foi avisado de que teria uma hora para dirigir-se ao aeroporto e chegar a Montevidéu. Não dava mais para repetir os episódios de 1961, quando a posse do então vice-presidente foi conquistada à custa da batalha da legalidade, liderada pelo governador Leonel Brizola. 


Está para se encerrar a crônica da deflagração do golpe, mas com surpreendente resultado. Castello e Costa e Silva haviam se retirado, dia 31, para aparelhos distintos, apesar de essa denominação ainda não existir. Costa e Silva, porém, voltou, antecipou-se e tomou o Ministério da Guerra, como o general mais antigo. Designou-se chefe do Exército, assumiu o comando e mandou Mourão e suas tropas acamparem no estádio do Maracanã. Desiludido, o general que deflagrou o movimento autodenominou-se “vaca fardada”. 


Castello Branco perdeu tempo, quase perdeu o futuro ao ver formado o comando supremo da revolução, com Costa e Silva à frente. O deputado Ranieri Mazzilli, em Brasília, assumia de brincadeirinha a Presidência. Sentindo que o colega pretendia perpetuar a exceção, Castello aplicou a réplica.


No mundo inteiro pipocavam críticas ridicularizando o golpe. A campanha de desmoralização era alimentada pelo grupo castelista, que afinal consegue convencer os próprios generais da necessidade de um deles ser escolhido presidente. Quem? Castello. Afinal, estava preparado para desfazer o sonho reformista de Jango. Ninguém sabia o que Costa e Silva faria, se continuasse no poder. 


Kruel teria condições de sustentar o Comando Supremo da Revolução pela simples força do II Exército. Foi enganado com a promessa de que poderia ser o presidente. Só que na hora da votação, pelo Congresso, teve três votos. Castello elegeu-se com mais de 200...


TRAGETÓRIA DE JANGO 

João Goulart (Jango) assumiu a presidência em 7 de setembro de 1961, sob o regime parlamentarista, e governou até o Golpe de 64, em 1º de abril. Seu mandato foi marcado pelo confronto entre diferentes políticas econômicas para o Brasil, conflitos sociais e greves urbanas e rurais. Seu governo é usualmente dividido em duas fase: Fase Parlamentarista (da posse em 1961 a janeiro de 1963) e a Fase Presidencialista (de janeiro de 1963 ao Golpe em 1964).

Plebiscito - O parlamentarismo foi derrubado em janeiro de 1963: em plebiscito nacional, 80% dos eleitores optaram pela restauração do presidencialismo. Enquanto durou, o parlamentarismo teve três primeiros-ministros, entre eles, Tancredo Neves, que renunciou para candidatar-se ao governo de Minas Gerais.

Conquistas Trabalhista - Em 1961 a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria e o Pacto de Unidade e Ação, de caráter intersindical, convocaram uma greve reivindicando melhoria das condições de trabalho e a formação de um ministério nacionalista e democrático. Foi esse movimento que conquistou o 13º salário para os trabalhadores urbanos. Os trabalhadores rurais realizaram, no mesmo ano, o 1º Congresso Nacional de Lavradores e Trabalhadores Agrícolas, em Belo Horizonte, Minas Gerais. O Congresso exigiu reforma agrária e CLT (Consolidação das Leis de Trabalho) para os trabalhadores rurais. Em 62, com a aprovação do Estatuto do Trabalhador Rural, muitas ligas camponesas se transformaram em sindicatos rurais.

Plano Trienal - João Goulart realizou um governo contraditório. Procurou estreitar as alianças com o movimento sindical e setores nacional-reformistas, mas paralelamente tentou implementar uma política de estabilização baseada na contenção salarial. Seu Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social, elaborado pelo ministro do Planejamento Celso Furtado, tinha por objetivo manter as taxas de crescimento da economia e reduzir a inflação. Essas condições, exigidas pelo FMI, seriam indispensáveis para a obtenção de novos empréstimos, para a renegociação da dívida externa e para a elevação do nível de investimento.

Reformas de Base - O Plano Trienal também determinou a realização das chamadas reformas de base: reforma agrária, fiscal, educacional, bancária e eleitoral. Para o governo, elas eram necessárias ao desenvolvimento de um "capitalismo nacional" e "progressista".

O anúncio dessas reformas aumentou a oposição ao governo e acentuou a polarização da sociedade brasileira. Jango perdeu rapidamente suas bases na burguesia. Para evitar o isolamento, reforçou as alianças com as correntes reformistas: aproximou-se de Leonel Brizola, então deputado federal pela Guanabara, de Miguel Arrãs, governador de Pernambuco, da UNE (União Nacional dos Estudantes) e do Partido Comunista, que, embora na ilegalidade, mantinha forte atuação nos movimentos popular e sindical. O Plano Trienal foi abandonado em meados de 1963, mas o Presidente continuou a implementar medidas de caráter nacionalista: limitou a remessa de capital para o exterior, nacionalizou empresas de comunicação e decidiu rever as concessões para exploração de minérios. As retaliações estrangeiras foram rápidas: governo e empresas privadas norte-americanas cortaram o crédito para o Brasil e interromperam a negociação da dívida externa.
Agitação no Congresso - No Congresso se formaram a Frente Parlamentar Nacionalista, em apoio a Jango, e a Ação Democrática Parlamentar, que recebia ajuda financeira do Instituto Brasileiro de Ação Democrática (I.B.A.D.), instituição mantida pela Embaixada dos Estados Unidos. Crescia a agitação política. A polarização entre esquerda e direita foi-se rescrudescendo. Na "esquerda", junto a Jango, estavam organizações como a UNE, a CGT e as Ligas Camponesas; no campo oposto, na "direita", encontravam-se o IPES, o IBAD e a TFP (Tradição, Família e Propriedade).


A crise se precipitou no dia 13 de março, em razão da realização de um grande comício em frente à Estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro. Perante 300 mil pessoas Jango decretou a nacionalização das refinarias privadas de petróleo e desapropriou, para a reforma agrária, propriedades às margens de ferrovias, rodovias e zonas de irrigação de açudes públicos. Paralelamente a tudo isso, cumpre assinalar que a economia encontrava-se extremamente desordenada.

Apoio ao Golpe - Em 19 de março foi realizada, em São Paulo, a maior mobilização contra o governo: a "Marcha da Família com Deus pela Liberdade", organizada por grupos da direita, com influência dos setores conservadores da Igreja Católica. A manifestação, que reuniu cerca de 400 mil pessoas, forneceu o apoio político para derrubar o Presidente. No dia 31 de março, iniciou-se o verdadeiro movimento para o golpe. No mesmo dia, tropas mineiras sob o comando do general Mourão Filho marcharam em direção ao Rio de Janeiro e a Brasília. Depois de muita expectativa, os golpistas conseguiram a adesão do comandante do 2º Exército, General Amaury Kruel. Jango estava no Rio quando recebeu o manifesto do General Mourão Filho exigindo sua renúncia. No dia 1º de abril pela manhã, parte para Brasília na tentativa de controlar a situação. Ao perceber que não conta com nenhum dispositivo militar e nem com o apoio armado dos grupos que o sustentavam, abandona a capital e segue para Porto Alegre.
Nesse mesmo dia, ainda com Jango no país, o Presidente do Senado, Auro de Moura Andrade, declarou vaga a Presidência da República. Ranieri Mazzilli, Presidente da Câmara dos Deputados ocupou o cargo interinamente. Exilado no Uruguai, Jango participou da articulação da Frente Ampla, um movimento da Redemocratização do país, junto a Juscelino e a seu ex-inimigo político, Carlos Lacerda. Mas a Frente não logrou êxito. João Goulart morreu na Argentina em 1976 segundo o jornalista Carlos Heitor Cony, assassinado pela operação CONDOR.