Uma análise do genoma de mais de 1.600 pacientes graves com covid-19 e 2.205 pessoas saudáveis da Itália e da Espanha constatou que aqueles com uma variante de gene que codifica para o sangue tipo A tinham 50% mais chances de ter a forma crítica da doença e precisar de suporte de oxigênio.
O estudo, feito por pesquisadores alemães da Universidade de Kiel, é o segundo a identificar no genoma humano traços de DNA que podem predispor as pessoas a complicações causadas pelo novo coronavírus. A primeira vez que isso foi observado foi na China. Os pesquisadores descobriram uma raiz genética comum compartilhada por muitas dessas pessoas com sangue tipo A.
O sangue tipo O, por outro lado, estava associado a uma menor probabilidade de doença grave.
Os pesquisadores não sabem explicar por que essa variante genética que leva ao sangue tipo A tornaria alguém mais suscetível ao coronavírus, mas eles suspeitam que isso possa ter relação com o sistema imunológico.
O método utilizado pelos pesquisadores, membros de cinco universidades chinesas, comparou a distribuição dos tipos sanguíneos entre a população das regiões de Wuhan e Shenzen, na China, com a distribuição por tipo sanguíneo entre 2.173 pessoas infectadas com Covid-19 nestas localidades.
Muitas vezes, pode acontecer uma reação exagerada do sistema de defesa, causando o que é conhecida como tempestade de citocina, um dos motivos que leva os pacientes com covid-19 a óbito.
Há 1 padrão nos países com mais casos de covid-19 e dados confiáveis à disposição: a maior parte das mortes causadas pela doença é de pessoas acima de 60 anos. Nas internações, porém, é alta a proporção dos mais jovens.
No Brasil, pessoas com mais de 60 anos representam 69,4% das mortes. Os que tinham pelo menos uma comorbidade são quase ⅔ dos óbitos. As estatísticas de casos escondem grande subnotificação, como já admitiu o Ministério da Saúde.
Pesquisa Datafolha mostra que o medo de ser infectado pelo coronavírus cresceu, no levantamento atual 45% declararam ter muito medo (38% em abril e 36% em março). No período, os demais índices recuaram: a parcela que declarou que tem um pouco de medo é de 34% (39% em abril e 38% em março) e a parcela que declarou não ter medo da doença, em 21% (23% em abril e 26% em março).
Observam-se diferenças significativas na taxa de muito medo em contrair a doença por gênero e renda: entre os homens, 38% têm muito medo de ser infectado pelo coronavírus, ante 51% entre as mulheres; já, entre os mais pobres, 50% têm muito medo de pegar o coronavírus, ante 35% entre os mais ricos. Também se observa diferença significativa por região: o índice de muito medo de ser infectado pelo coronavírus é mais alto entre os moradores da região Nordeste (51%) do que entre os moradores da região Sul (35%).
Nesse levantamento, nos dias 25 e 26 de maio de 2020, foram realizadas 2.069 entrevistas por telefone, com brasileiros de 16 anos ou mais, que possuem celulares, de todas as regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%.
Declararam ter pego o coronavírus, 5% dos brasileiros adultos que possuem celular. Desses, 2% disseram que fizeram o teste para confirmação do diagnóstico e 3% que não fizeram o teste. A maior parcela (93%) declarou que não pegou o coronavírus e 2% opinaram. O Datafolha não aferiu nenhum teste, apenas perguntou aos entrevistados se tinham ou não contraído a doença.
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