A morte do líder Líbio Muamar Kadafi não é algo que se deva comemorar como disse apropriadamente a nosso ver a Presidente da República do Brasil Dilma Roussef.
Na verdade é um exemplo da violência Norte Americana que interveio vergonhosamente em um país para impor os seus interesses. Aproveitou uma revolução que se tivesse o seu curso normal não passaria de uma quartelada, pois o Líder líbio tinha amplas condições de reverter o golpe.
Não o conseguiu porque as forças da Otan lideradas pelos Estados Unidos, impuseram a sua vontade, bombardeando com tecnologia de primeiro mundo o lado do Líder líbio Muamar Kadafi.
Foi uma covardia que querem nos passar como uma luta contra uma ditadura cruel. O mesmo ocorreu no Iraque. Não que o ditador Sadam Hussein e o lider Líbio fossem "gente boa", não. Mas para o povo Líbio, Kadafi não era ruim.
A Líbia era um país que tinha uma relativa estabilidade, e tenho certeza que muitos Líbios apoiavam e continuam apoiando Kadafi. Por isso ele conseguiu resistir até aqui, e por isso ele é realmente um Martir.
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Aparentemente, e ao contrário do que se passa nos paises vizinhos, na Libia parece viver-se sem grandes preocupações. Não posso dizer que tenha visto gente realmente pobre e que as infra-estruturas não estejam a ser melhoradas. O clima geral é aliás de contentamento. No entanto, há algo que parece... errado. Consta que o actual governo quase que assume a satisfação das principais necessidades dos seus habitantes e, por isso, é-me dito que estes não precisam de trabalhar muito para ter uma vida razoável. Se calhar a atitude desplicente e diletante que vejo nas pessoas também vem daqui. A vida de muitos parece ser feita nos cafés à conversa. Todos tem televisão por satélite e bebem coca-cola mas parece tudo um pouco ilusório. Ė como se tentassem copiar alguns hábitos mas sem saberem exactamente o porque deles existirem e simplesmente tomam por certo o que já viram alguém fazer. Sem ser crítico quanto a sua fé, parece-me que também aqui há algo mal interpretado. Em Tripoli é possível acordar às quatro da manhã e pensar que raio se passa com esta gente que é convocada para rezar a estas horas por sacerdotes de megafone em riste no topo das mesquitas. Como este chamamento há outros quatro durante o dia. À partida isto até revela carácter e dedicação, que só pode merecer o meu imenso respeito. Ou pelo menos foi esse o meu primeiro pensamento. Depois comecei a associar isso ao facto de encontrar as pessoas meio ensonadas durante o dia e a dormitar depois de almoço. Outro facto interessante: durante o ramadão e proibido comer enquanto há luz do sol, o que acaba por se traduzir em completos excessos de sobrealimentação nocturna ou, indo mais longe, em periodos de engorda quando a ideia original me parece que fosse um pouco diferente. Há assim uma série de contradições e equivocos bem marcados nesta terra de abundãncia. Se calhar há a mais.
Muitas casas, antigas ou recentes, são envolvidas em altos muros que muitas vezes ficam em tijolo nu, dando-lhe um aspecto de bunker. A gasolina é queimada a cerca de 0.15 euro/L por isso o carro e usado para qualquer deslocacão e acima dos limites de velocidade. Não os legais mas os de segurança do veiculo. Isto deixa antever que a preocupação acerca da integridade do veiculo não representa um problema e explica o porquê de ser dificil encontrar um que não esteja todo amassado. A recolha de lixo não é regular. Há sacos de plástico a voar na cidade e no deserto onde, por vezes, representam o único movimento até onde o nosso olhar alcança. Na retina de um ocidental ficam retidos estes e outros detalhes que reflectem uma grande falta do nosso civismo e da nossa pro-actividade.
Kadafi é um Martir da luta contra o imperialismo Norte Americano, que passou seu recado. Ou dá o que eu quero ou Desce. Qualquer revoluçãozinha que a CIA terá a inteligência de criar, artificial ou não, dará ensejo a que o governo Norte Americano com seu armamento de primeiro mundo venha e apoie os revoltosos contra o opositor "CRUEL".
Conversa fiada.
Entrada da CIA na Líbia indica existência de objetivos secretos dos EUA
Cairo - Os raids aéreos da França, Grã-Bretanha, EUA e de seus marionetes árabes contra a Líbia, com objetivo a derrubada ou o assassinato de Muamar Kadafi, foram iniciados somente depois que os EUA e Organização do Tratado do Atlântico Norte(Otan) tiveram certeza de que Kadafi evoluía rumo à vitória contra os insurgentes.
E assim foi feito. Depois do arrasador contra-ataque das forças de Kadafi e da consequente reconquista de importantes cidades que encontravam-se em mãos dos insurgentes, os EUA, Grã-Bretanha e França decidiram derrubar Kadafi com violência militar e para isso receberam o "alvará" da sonolenta ONU.
Mudou a feição da guerra a partir do momento em que a Líbia aceitou o ataque da Otan. A guerra civil cedeu seu lugar a guerra nacional defensiva, com o sanguinolento Kadafi liderando as forças líbias que enfrentam os raiders estrangeiros, enquanto os insurgentes se transformam em colaboradores dos estrangeiros que atacam sua pátria.
Kadafi terá, provavelmente, o destino de Slobodan Milosevic, aliás, em sua versão mais cruel. O líder sérvio foi "executado" com intervenção médica em sua cela pelos ocidentais que o julgavam, mas, anteriormente, havia perdido após a guerra as eleições e o governo de seu país, que o entregou aos invasores estrangeiros.
Obviamente, Kadafi não perderá as eleições. Será assassinado ou preso pelos próprios EUA/Otan ou alguns líbios seus colaboradores, se naturalmente não optar pelo caminho da desonra e se entregar.
Dois pesos
A hipocrisia dos EUA e da Europa é incalculável. Decidiram atacar Kadafi a pretexto de protegerem seus adversários armados, mas, simultaneamente, assobiam indiferentes para o fato de que a Arábia Saudita invadiu Bahrein com tanques e exército tático e está eliminando os verdadeiramente desarmados manifestantes que estão todos concentrados em uma praça.
Os monarcas da Arábia Saudita e do Bahrein são elementos de confiança dos EUA e assim ninguém estranha o comportamento deles. Têm alvará de Washington, Londres e Paris para massacrar tranquilamente seus próprios súditos.
Regime de fantoches do Ocidente e, consequentemente, de Israel buscam instalar na Líbia os EUA/Otan. Alvo deles, naturalmente, é a pilhagem do petróleo, gás natural e água da Líbia. Seja lá como tenham começado os adversários de Kadafi, a partir do momento em que assumirão o poder com a benção dos invasores estrangeiros serão órgãos dos EUA e dos franco-britânicos.
Guinada radical na política norte-americana com relação às insurgências no Mundo Árabe sinaliza a coordenada posição de Washington em relação à Líbia e ao Bahrein. Em nível de discurso, o governo de Barack Obama convoca todos os regimes árabes a promoverem amplas reformas respeitando o desejo de seus povos.
Na prática, contudo, deixa livres os regimes "amigos" de Bahrein, Iêmen, Marrocos e Jordânia para utilizarem toda a violência que for necessária para controlarem a situação, abandonando essencialmente a posição que havia adotado por ocasião das insurgências da Tunísia e do Egito.
O premiê turco Recep Tayyp Erdogan mantém-se firmemente ao lado dos árabes. Categoricamente contrário ao ataque dos EUA/Otan contra a Líbia, conquistará prestígio adicional no seio da opinião pública árabe. A política é um jogo extremamente volúvel e perigoso. Os turcos, seculares inimigos dos árabes (e vice-versa), tornaram-se seus melhores amigos.
Serbin Argyrovitz
Sucursal do Grande Oriente Médio.
A filha do governante líbio, Aisha Kadafi, entrou nesta terça-feira com uma ação contra a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em um tribunal da Bélgica, acusando a aliança de assassinar quatro pessoas da família Kadafi, mortas em um bombardeio no final de abril.
Aisha acusa a Otan de ter assassinado seu irmão Seif al-Arab Kadafi, de 29 anos, seus sobrinhos Seif e Cartago, ambos de dois anos, e também sua filha, Mastoura, de apenas quatro meses, que estava na casa do tio na hora do ataque.
"O alvo foi um edifício civil, habitado por civis. Não era um quartel e muito menos um posto de comando militar" do regime líbio, diz a queixa. "A decisão da Otan de bombardear um prédio civil em Trípoli constitui um crime de guerra", disse Luc Brossollet, um dos advogados de Aisha em Bruxelas, em declarações à agência France Presse.
A Otan começou a bombardear a Líbia após ter obtido uma autorização do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que através da resolução 1973 autorizou o uso da força para proteger civis líbios, que estariam sendo massacrados pelas forças de Muamar Kadafi.
Kadafi
A televisão estatal líbia divulgou nesta terça-feira uma mensagem de áudio de Kadafi, na qual o governante afirma que nunca se renderá. "Apesar das bombas, nós nunca vamos ceder. Eu estou perto do bombardeio, mas ainda estou resistindo", disse o coronel. "Nós somos mais fortes que as suas armas e que os seus aviões. As vozes do povo líbio são mais fortes que as explosões", acrescentou.
O porta-voz do governo líbio, Ibrahim Moussa, disse que hoje foi o dia de bombardeios mais pesados contra a capital. Ele afirmou que os quartéis que os aviões da Otan bombardearam hoje já haviam sido atingidos em bombardeios anteriores. Repórteres estrangeiros que estão na capital líbia disseram que os bombardeios de hoje destruíram prédios no complexo residencial e administrativo de Kadafi, o Bab al-Aziziya. As informações são da Associated Press e da Dow Jones