Muitas pessoas tem um sentimento interior muito forte de vontade de morrer. É o que tenho visto em um site onde pessoas que desejam se suicidar escrevem.
Dormem sem nenhum objetivo e acordam do mesmo modo, transformando o dia-a-dia, em uma experiência insossa ou vazia.
Vagam pelas ruas, sem destino certo, à mercê do que lhes aconteça no curso do dia.
Levam uma vida sem direção, desvalorizando o tempo e a oportunidade de estarem vivendo.
Quando se estabelece este estado d'alma, a pessoa corre o risco de ser tragada pelo aguaceiro das circunstâncias, sem quaisquer resistências morais para enfrentar as dificuldades.
É urgente que nos possamos sentir como peças importantes nas engrenagens da vida.
É necessário que tomemos gradual consciência quanto ao nosso exato papel frente às leis de Deus.
Seria muito belo se cada pessoa - principalmente as que não vêem sentido para a própria vida - resolvessem perguntar-se: "O que posso fazer em prol do mundo onde estou?
Para que, afinal, é que eu vivo?
Para quem é que eu vivo?"
Cada um de nós, quando se encontra nas pelejas do mundo terreno, pode viver para atender, para cuidar de alguém ou de alguma coisa, dando valor às suas horas.
É importante dar sentido à vida.É importante viver por algo ou por alguém.
Dedique-se a um ser que lhe seja querido, que lhe sensibilize a alma, e passe a viver em homenagem a ele, ou a eles, se forem vários.
Dedique-se a uma causa que lhe pareça significativa para o bem geral, e passe a viver em cooperação com ela.
Dedique-se a cuidar de plantas, de animais, do ambiente.
Apóie-se em algum projeto justo, desde que voltado para as fontes do bem, pois isso alimentará o seu íntimo.
Quando se encontram razões para viver, passa-se a respeitar e a honrar as bênçãos da existência terrestre.
Cada momento se converte em oportunidade valiosa para crescer e progredir.
A vida na terra não precisa ser um "campo de concentração" a impor-lhe tormentos a cada hora.
Se você quiser, ela será um jardim de flores ou um pomar de saborosos frutos, após a sementeira responsável e cuidadosa que você fizer.
Empreste sentido e beleza a cada um dos seus dias terrenos.
Liberte-se desse amortecimento da alma que produz indiferença.
Sinta que, apesar de todos os problemas e dificuldades que se abatem sobre a humanidade, a chuva continua a beijar a face do mundo e um sol magnífico segue iluminando e garantindo a vida em todo lugar.
Isso porque, todos nós somos alvos da dedicação de Deus.
O tempo é uma dádiva que Deus nos oferece sem que o possamos reter.
Utilizá-lo de forma responsável e útil é dever que nos cabe a todos.
Dê sentido às suas horas, aos seus dias, e assim, por conseqüência, a toda a sua vida.
Uma das primeiras e mais imediatas consequências do conhecimento espiritual é a valorização da vida.
Para os hedonistas, a vida inteligente é um hino de exaltação ao prazer e à beleza, exigindo do homem aproveitar-se de tudo, até o esgotamento das forças, e, então, quando viver perde o significado, o sentido real.
Para os estóicos, a vida é um contínuo lutar contra as dificuldades e dissabores, adquirindo, assim, energias para superar os problemas em interminável vigília, e alçando, por meio dessa luta, a felicidade.
Para os pessimistas, não vale a pena viver, pois o mundo é mal e tudo está cada dia pior, sendo impossível modificar as coisas para melhorar o rumo dos acontecimentos.
Para os idealistas, a vida é um esforço que se empreende para alcançar os objetivos que os anima, como fator decisivo para sua plena realização.
Inumeráveis religiosos, pertencentes a múltiplas escolas de fé, no Cristianismo e em outras doutrinas, afirmam que é necessário negar o mundo e até odiá-lo, fugindo, as vezes, de sua maldade e tentações para conseguir a paz interior na Terra e a salvação depois da morte.
São posições filosóficas antagônicas e destituídas de uma finalidade edificante, porque estão fundamentadas em conceitos de eficácia não comprovada para a felicidade humana.
Materialistas e espiritualistas de ambas correntes chocam em suas opostas condutas doutrinárias; no entanto, tem uma forma igual de ver o mundo que, para eles, é caótico, o que não corresponde à realidade.
Entretanto, o mundo, não é bom, nem mau, mas sim, o resultado do que têm feito os homens.
Há beleza e maldade em toda a parte, de acordo com a capacidade e estado interior de quem observa as manifestações.
A escola, no geral, é neutra, em relação aos alunos, nela matriculados, porém, possui uma programação que deve ser atentida, por meio da qual se consegue alcançar a finalidade que cada um se propõe.
Assim, é a Terra, nem melhor, nem pior, já que pode e deve ser comparada a uma escola, onde se desenvolve a perfeição das criaturas.
Com o conhecimento evangelico, que demonstra a procedência e o destino do ser, há toda uma ética moral envolvida no sentido da vida que deve ser considerada desde o ponto de vista mais elevado e, portanto, superior.
Dessa forma, o homem deixa de ser um marionete sem valor nas mãos do destino, para transformar-se em um ser atuante, com definidos compromissos que o alcançam até chegar o último ponto de seu processo de aperfeiçoamento.
A dor já não é uma punição arbitrária e caprichosa da Divindade, como antes lhe foi dito, mas o resultado da sabedoria de Deus, que sabe o que é melhor para cada um visando ampliar suas conquistas intelectuais e morais: seja pelo esforço e obediência ás leis que regem a vida, e que são imutáveis, ou por meio de quedas e reerguimentos.
A vida, então, é uma oportunidade de valiosos aprendizados. Compreendendo que o erro é um acidente no caminho de sua felicidade e que lhe ensina o que deve fazer, e como fazê-lo em seu benefício pessoal, valorizando cada passo que o aproxima à meta final.
Por sua vez, entende que não está isolado no mundo, devendo participar do progresso cultural e civilizador das demais criaturas humanas, ajudando-as e contribuindo, decididamente, para que alcancem melhores meios de crescimento íntimo, ampliando a capacidade de compreensão e realização pessoais.
Com essa visão da vida, sabe que sua limitação é também limite para os demais, assim como que as necessidades de seus companheiros de viagem, são também suas.
Isto o impulsiona a viver a verdadeira fraternidade, que é o sentimento de união e concórdia que deve prevaleceer entre os indivíduos.
Pode-se medir o processo da evolução sócio-cultural e ética de um povo, por meio da fraternidade existente entre seus membros.
Ela permite a ajuda mútua mediante a solidariedade, que impede a presença da miséria em seus múltiplos matizes, expulsando, assim, a ignorância e o crime de suas comunidades.
A vida, através da visão otimista do Evangelho, adquire a dignidade que merece, inspirando amor por ela, seja por meio do mesmo amor a todas as coisas que a constituem e representam, seja porque somente dessa forma merece ser aproveitada em benefício de todos.
Tudo quanto se faz pela vida, esta o devolve, exatamente igual. Quer dizer, que sempre se colhe conforme se tem semeado, o que é muito digno, porque ninguém se transforma em um ser parasita ou prejudicial sem que deixe de sofrer as consequências de seu comportamento.
A ascensão moral, cultural e espiritual é um desafio ao alcance de todos, especialmente daqueles que valorizam as oportunidades que se lhes apresentam no cotidiano, propiciando-lhes a libertação das penas que predominam nas etapas mais baixas do processo de aperfeiçoamento do ser.
A consciência evangélica brinda, ao homem, responsabilidades morais que lhe propiciam a elevação dos sentimentos, o culto dos deveres e a tranquilidade pessoal.
O sentido da vida é aproximar a criatura ao seu Criador, por meio do bem que se encontra presente em todos, como semente divina que aguarda o sol do amor para germinar e crescer, até alcançar a plenitude a que está destinada.
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