Stevie Wonder no seu discurso no show para libertação de Nelson Mandella realizado no estádio Wembley em 1988 disse uma frase que ficou gravada em minha memória.
A VIOLÊNCIA EXERCIDA CONTRA APENAS UM SER HUMANO É A VIOLÊNCIA EXERCIDA CONTRA TODOS OS SERES HUMANOS.
A violência exercida contra o ex-presidente Lula que não foi condenado a nada, nem tem evidência materiais contra si que justifiquem tal violência, mas sendo uma autoridade honorária que habita o coração e as mentes de todos nós que queremos um Brasil mais justo e igual, repercute, e é preciso que as autoridades desse país exerçam a sua liderança, como fez o Ex-Presidente ao fazer o seu discurso noticiado e acompanhado nos bares e padarias pela população em expectativa, porque essa violência atingiu não só ao Lula, mas a todos os Brasileiros que amam o Ex Presidente.
Um Lula com discurso indignado, magoado e repleto de ataques ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal. Foi esse o tom que o ex-presidente da República adotou durante coletiva de imprensa concedida na sede nacional do Partido dos Trabalhadores, na região central de São Paulo, na tarde desta sexta-feira .
Convocada pelo próprio Lula após prestar depoimento na sede da Polícia Federal do Aeroporto de Congonhas para explicar supostas vantagens que ele teria recebido de empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato, a coletiva serviu para o ex-presidente se defender das acusações, as quais contra-atacou com pontos positivos de seu período na Presidência e com uma suposta perseguição sofrida pelo PT por parte da imprensa e das elites do País.
"Eu acho que merecia mais respeito pelo que fiz a este País", afirmou Lula em meio a aplausos da militância que lotou o auditório do partido antes do primeiro protesto para defender o ex-presidente após a deflagração da 24ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Aletheia, marcado para as 18h, na Quadra dos Bancários, no centro paulistano.
"Estou indignado com o que fizeram hoje contra a minha familia, contra os meus colegas de Instituto Lula [...] Mas, embora eu tenha me ofendido, tenha me sentido ultrajado pelo que aconteceu, quero dizer que se quiseram matar a jararaca não bateram na cabeça, bateram no rabo, porque a jararaca está viva como sempre esteve."
Focada no petista, a Operação Aletheia cumpriu mandados nos endereços do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de Fabio Luiz Lula da Silva, seu filho, e no Instituto Lula, onde o presidente da entidade, Paulo Okamoto, foi encaminhado para depoimento – a exemplo do que ocorreu com o petista durante a manhã.
Para o ex-presidente, tanto Polícia Federal quanto Ministério Público Federal tiveram um comportamento muito grave, já que ele prestou depoimento em outras três ocasiões somente neste ano sobre os supostos crimes nos quais estaria envolvido, o que eliminaria a necessidade da condução coercitiva. Lula classificou a ação como mero espetáculo voltado para chamar a atenção da imprensa.
"Eu acho que estamos vivendo um período em que a pirotecnia está valendo mais do qualquer coisa, em que o show midiático tem valido mais do que a investigação séria. De qualquer forma, nada disso diminui a minha vontade. Pelo contrário, acenderam em mim a chama de que a luta continua", garantiu Lula, que chegou a dizer ao presidente nacional do PT, Rui Falcão, para ser expulso do partido caso alguma irregularidade contra ele seja comprovada.
"Nunca na minha vida tive nada fácill, mas eu pensava que, aos 70 anos de idade, poderia me aposentar e apenas ser cabo eleitoral. Acho que existe uma intenção no comportamento da Polícia Federal e do Ministério Público que é muito grave [...] Quero saber quem vai me dar um apartamento, quem vai me dar a chácara que dizem que é minha. Espero que, quando tudo isso acabar, alguém me dê realmente a chácara ou o apartamento no Guarujá, que uso por serem dos meus amigos, porque meus inimigos não me emprestam nada."
Lula ainda se disse indignado pelo fato da Polícia Federal ter cumprido mandados na casa dos filhos e de amigos seus. “Estou indignado com o que fizeram com a minha família, com os meus companheiros. O Moro não precisava ter levado a PF a minha casa casa de manhã. Era só ter me convidado para depor. Eles preferiram utilizar a prepotência, a arrogância. Enquanto alguns advogados não sabiam nada, alguns meios de comunicação já sabiam. Eu mereço respeito, eu sei o que fiz pelo país”, apontou. "Eu me senti ultrajado, como se fosse prisioneiro, apesar do tratamento cortês do delegado da Polícia Federal. Se quiseram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo. A jararaca tá viva, como sempre esteve", afirmou.
Lula disse que o juiz Sérgio Moro poderia tê-lo intimado. "Poderia ter mandado um comunicado. 'Ô seu Luiz Inácio, quer prestar depoimento em Curitiba?' Eu gosto de Curitiba, eu poderia ir lá em Curitiba. Assim me facilitava, não precisava pagar uma passagem para ir a Curitiba. Poderia me convidar em Brasília. Eu ia", disse.
"Eu me senti prisioneiro hoje. Eu, sinceramente, já passei por muita coisa na minha vida, não sou homem de guardar ressentimento, guardar mágoa, mas não pode continuar assim." Para a Procuradoria, "há evidências de que o ex-presidente Lula recebeu valores oriundos do esquema Petrobras por meio da destinação e reforma de um apartamento tríplex e de um sítio em Atibaia, da entrega de móveis de luxo nos dois imóveis e da armazenagem de bens por transportadora. Também são apurados pagamentos ao ex-presidente, feitos por empresas investigadas na Lava Jato, a título de supostas doações e palestras.
O ex-presidente se defendeu das suspeitas sobre o valor de suas palestras. "Eu não tenho complexo de vira-lata. Eu sei o que eu fiz. As pessoas me procuravam para saber como eu fiz para aprovar o Prouni, como aprovei as cotas, como levei luz para mais de 15 milhões de brasileiros pobres”, afirmou. "Se a polícia encontrar um real que não deveria estar na minha conta, eu não mereço ser desse partido", garantiu.
Na manhã desta sexta-feira, Lula prestou depoimento por cerca de três horas no Pavilhão das Autoridades, que fica localizado ao lado do aeroporto de Congonhas, na zona Sul de São Paulo. As declarações foram prestadas para dois procuradores na presença de três advogados, entre eles Roberto Teixeira e Cristiano Zanin Martins.
De acordo com o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), foram abordados diversos assuntos, como as palestras que o ex-presidente concedeu após deixar o Palácio do Planalto e a ligação com um sítio em Atibaia, interior paulista. Também foram alvo de questionamentos, segundo Teixeira, a relação de Lula com o apartamento tríplex no Guarujá, no litoral de São Paulo, e os bens que Lula recebeu nos dois mandatos na presidência do país, que devem ser mantidos por ele como acervo histórico.
Além da condução coercitiva, foram expedidos mandados de busca em diversos endereços do ex-presidente, como parte da 24ª fase da Operação Lava Jato. Segundo o procurador da República, Carlos Fernando Lima, Lula recebeu pagamentos, seja em dinheiro, presentes ou benfeitorias em imóveis das maiores empreiteiras investigadas na operação policial. De acordo com o procurador, foram cerca de R$ 20 milhões em doações para o Instituto Lula e cerca de R$ 10 milhões em palestras de empresas que também financiaram benfeitorias de um sítio em Atibaia e de um tríplex no Guarujá.
TRANSCRIÇÃO DO AUDIO DA COLETIVA QUE LULA DEU APÓS SAIR DO DEPOIMENTO À POLÍCIA FEDERAL QUANDO FOI CONDUZIDO COERCITIVAMENTE.
PRONUNCIAMENTO DA PRESIDENTE DILMA ROUSSEF PROTESTANDO CONTRA A PRÁTICA DETERMINADA PELA POLÍCIA FEDERAL.
VIDEO DO PRESIDENTE LULA FAZENDO SUA COLETIVA À IMPRENSA QUE SE TORNOU DESTAQUE NA IMPRENSA INTERNACIONAL. O MUNDO SE INDIGNA CONTRA A PERSEGUIÇÃO POLÍTICA.
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